Com carinho, absorvia-se no trato da terra. E esta lhe retribuía com flores silvestres que, embora humildes, embelezavam a sua vida e perfumavam o ar que respirava.
Assim, era feliz o jardineiro. Porque a felicidade não está em conquistar sempre mais, e sim em reconhecer o valor do que se possui.
Porém, todos lhe repetiam que não deveria cultivar aquelas flores; que ninguém pode ser feliz com flores singelas, que apenas embelezam e perfumam, mas não têm qualquer valor que traga segurança ao cotidiano.
De tanto ouvir as vozes do mundo, houve um dia em que o jardineiro lançou os olhos sobre o jardim do vizinho. As flores que ali vicejavam, embora não tivessem a beleza e o perfume do seu jardim, eram procuradas por todos; e por isto lhe pareceram mais desejáveis que as suas próprias flores.
Deste dia em diante, foi-se a felicidade do pobre jardineiro. Que já não se satisfazia com o seu jardim; mas tampouco se animava a dele arrancar as flores, que lhe ofereciam a beleza e o perfume que em nenhum outro jardim encontrara.
Foi-se o sono tranqüilo, que tão belos sonhos lhe trazia; os seus olhos, que dantes guardavam doces imagens do jardim querido sob o sol, agora fitavam insones as trevas da noite.
Dividido entre os sentimentos contrastantes, já não era com o mesmo encanto que apreciava a beleza das suas flores, ou inspirava o seu perfume. Aos poucos, deixou de dedicar o mesmo carinho à terra e o mesmo cuidado ao jardim.
Assim, foram as flores perdendo o viço e, com ele, a beleza e o perfume. Dia após dia, tornava-se mais feio o antes lindo jardim, e mais sofria o pobre jardineiro.
Como acontece a tantos, que um dia foram felizes, mas deixaram-se seduzir pelo brilho que julgavam descobrir nos jardins alheios.
E esqueceram de cuidar das próprias flores...
O grande erro humano. Nunca se satizfazer com o que tem. A insatisfacao constante, que nao so nao nos deixa apreciar o que temos, como ainda nos leva a esquecermo-nos do que temos! Resultado: o lindo jardim murchou! Como murcham os nossos casamentos, as nossas relacoes familiares, as nossas amizades. As nossas vidas!
ResponderExcluirLinda parabola! Como sempre.
Árabe! O pior engano do ser humano é se achar proprietário do outro e esquecer que o amor deve ser tratado como as flores; que precisam de trato, atenção e carinho. O tempo faz com que ele deixe de valorizar o que tem, pra se encantar com o novo, que lhe enche a vista. Por lhe parecer viçoso, sem defeitos...
ResponderExcluirLinda mensagem! Aliás isso nem é novidade por aqui. Parabéns!
Bom fim de semana!
Beijos
É o que dá cobiçar o que é alheio...ou deixar que a alma fique inquieta com as coisas que muitas vezes, servindo aos outros, não nos servem da mesma maneira a nós...e acabamos por esquecer as outras "coisas" que realmente tinham snetido para nós. O pior é sempre quando acordamos depois deste processo todo: a boca sabe-nos a vazio e a perda!
ResponderExcluir:))
Bela parábola e mais uma lição de vida.
Beijinhos grandes aqui da Teia.
Oi querido!!!
ResponderExcluirMuito grata pela visita!
Passei pra desejar que sua paixão pelas suas flores nunca estremessa, e que seus olhos nunca o engane!
Bjinhus
Mas se o jardineiro voltar a cuidar do seu jardim, ainda há de haver alguma semente, que cuidada com amor voltará a ter o perfume que lhe encantava antes. Se ele não tiver mais vontade e não cuidar suas flores morrerão, mas se depositar mais atenção e amor...
ResponderExcluirNa vida precisamos ser jardineiros dedicados e flores resistentes...
Adorei! Beijo!
Este é por certo um dos pecados que ainda vemos florescer. Cada qual tem "as flores" que precisa "em seu jardim" e como seria bom se dessemos valor a isso!
ResponderExcluirSempre gosto do que aqui postas amigo.
Abro então as asas e faço uma reverência a ti.
Pérolas incandescentes de inspiração.
Eärwen
DAS CANÇÕES
ResponderExcluirÉ muito mínimo o que se faz numa canção
Se não se põe a vida dentro dela.
A gente torce o coração
A gente esfrega as emoções
A gente estampa a vida de aquarelas.
Estrelas são lugares infinitos
Feitas do brilho do teu ladim
O teu abraço é o fim do meu limite
Meu piquenique é dentro do teu sim.
Grita o amor nas células do sentimento
Geme o prazer nas sílabas da alegria
O sofrimento nos rouba muito tempo.
Um beijo
Naeno
fiquei triste...
ResponderExcluirNão por acaso aquela história de "quem planta, colhe" é a grande sacada do mundo.
ResponderExcluirEu acredito piamente.
Uma parábola que nos faz repensar nossas atitudes frente àquilo que julgamos mais importante na vida do semelhante, esquecendo com isso de 'cuidar' com esmero daquilo que faz parte do nosso caminhar pela vida.
ResponderExcluirUm sorriso e um beijo para enfeitar tua semana, meu amigo!
Como toda a Parábola,,,densa e fácil de ler, encanta mas tras em si não apenas isso mas uma moral imensa!
ResponderExcluirO erro dele não foi a ganãncia e outros sentimentos parecidos,,,foi o simples fato de não ter entendido que mesmo as suas flores não serem as mais belas do mundo, elas eram únicas.
Como diz o pequeno príncepe,,tu és responsável por aquilo que cativas,,este jardineiro esqueceu-se disso, e esqueceu que os olhos são cegos,,,só o coração nos permite não apenas ver mas enxergar!
Eis a face do ser humano!
Beijos,,,voltarei aqui mais vezes!
Oi Árabe!
ResponderExcluirQue texto lindo e muito verdadeiro, obrigada.
É muito bom passar por aqui no fim de um dia cheio: há sempre um doce alento à nossa espera.
beijo e boa semana,
que bonito, querido, tava precisando ler algo assim, sabia?
ResponderExcluirinfelizmente temos a mania de achar que a grama do outro é sempre mais verde.....
beijos e boa semana,
MM.
...sempre belas parábolas...
ResponderExcluirAbraços
Bom dia Habib!!
ResponderExcluirAmo metaforas com flores e jardineiros.
Talvez uma das mais perfeitaa ao se tratar de cultivo e nutrição dos relacionamentos humanos...
...a felicidade não está em conquistar sempre mais, e sim em reconhecer o valor do que se possui.
ResponderExcluir"Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura. Tendo-os na ponta do nariz! (Mario Quintana)
É uma bela chamada amigo. Bom pra se ler todos os dias, para reparar bem em nossa casa e agradecer.
Lindo, como sempre.
Deixo-te um abraço e bons desejos pra semana.
Bjs
E é em nós que reside o princípio de tudo. QUanto tempo levamos a descobrir algo tão simples?
ResponderExcluir... arte nobre a de jardineiro. não há jardins perfeitos... mas todos eles podem conter grande parte das cores existentes no universo. como o que vem da terra é bom conselheiro... sem jardineiros assim a terra tornar-se-ia Oca. bom dia arabe;)
ResponderExcluirClaro, por vezes a ambição e o querer em demasia conduz à catátrofe.
ResponderExcluirDepois já nada pode voltar atrás, pois geralmente é tarde para se remediar.
Belo texto
Uma menção à música que adoro (sempre adorei esta)
bjgrande do lago
Mais uma sábia lição de sensatez!
ResponderExcluirTe agradeço, amigo!
E a felicidade sempre está conosco, sempre...[questão de ótica]
ResponderExcluirdias lindos poeta
beijos
Olá :D
ResponderExcluirÉ a primeira vez que venho aqui, mas pelo 1º texto que li, acho que será a 1ª de muitas.
Gostei desta parábola.
Por vezes, nós, temos a mania de ouvir os outros, e de estragar aquilo que possuimos e que nos agrada.
Acho que é uma boa lição.
Passe pelo meu sim ?
Uma bea parabola que se aplica bem,aos tristes dias que passam.
ResponderExcluirUm abraço
É um fato, Tagarelas. Muitas pessoas perdem o que têm, no desejo insano do que possuem os vizinhos. Infelizmente! :(
ResponderExcluirPura verdade, Olhos de Mel: não somos donos sequer dos nossos pensamentos, que dirá dos alheios!... :)
ResponderExcluirÉ isso, Su: na maioria das vezes, a inveja não conduz senão à auto-desvalorização e ao vazio da perda.
ResponderExcluirObrigado, Celly... e o mesmo lhe desejo. Que haja, sempre, uma bela flor no seu jardim!
ResponderExcluirGostei da colocação, Claudinha. Precisamos, sim, perseverar nos nossos sentires..
ResponderExcluirGrato, Eärwen. E concordo: também acho que recebemos aquilo de que necessitamos. Infelizmente, por nossa culpa muitas vezes o perdemos...
ResponderExcluirBelos versos, Naeno! :)
ResponderExcluirNão fiques, princesa... o principal é que novas flores sempre haverão de brotar! :)
ResponderExcluirKatia, com certeza! Esta é uma daquelas leis às quais ninguém consegue fugir. :)
ResponderExcluirCom certeza, Bia! Antes de invejar o caminho do semelhante, deve o homem cuidar do seu próprio caminho... :)
ResponderExcluirMuito bem lembrado, Verônica: o essencial é invisível para os olhos... mas não para o coração. Volte sempre... o oásis é nosso!
ResponderExcluirObrigado, Tina, pela gentileza. O carinho dos amigos sempre nos traz um novo alento!
ResponderExcluirUm dia ou outro,Mônica, todos precisamos... até porque sempre nos esquecemos disso! :)
ResponderExcluirObrigado, amigo Defensor... mas sinto falta dos seus belos posts! Grande abraço.
ResponderExcluirCom certeza, Nana! Como as plantas, os relacionamentos são mais bonitos e fortes quando melhor os cultivamos... :)
ResponderExcluirQuintana é sempre uma boa pedida, amiga Luz... como, aliás, os teus comentários! :)
ResponderExcluirEis um comentário judicioso e sensato. Nada incongruente, acredite! :)
ResponderExcluirÉ isso, Musqueteira... bem fazemos, em cultivar os nossos próprios jardins! :)
ResponderExcluirGarça, amiga eu também adoro essa música... que fica ainda mais linda na voz da Mouskouri, não é? Obrigado!
ResponderExcluirEu é que te agradeço, São! Pela presença constante, a amizade e a gentileza.
ResponderExcluirSempre, não é, Clarinha? Pena que o brilho do mundo, muitas vezes, ofusca os nossos olhos!...
ResponderExcluirJá passei, Marta... e gostei. :) Agradeço a sua presença e volte sempre. O oásis é nosso!
ResponderExcluirTristes dias, sim, amigo Vieira... mas a esperança nos ajuda a atravessá-los! Grande abraço.
ResponderExcluirBom conto.Faz lembrar mil e uma noites...
ResponderExcluirDá que pensar
ResponderExcluirSaudações amigas
adorei seu blog
ResponderExcluirconvido vc para atrevessar a fronteira e fazer parte da lusitana ilusao
espero que goste
ts
Ola Querido Árabe!
ResponderExcluirUma grande verdade, em lugar de procurar o brilho das flores dos outros jardins, se todo ser humano aprendesse a cuidar do brilho das suas....
Procurar um jardim novo muitas vezes é uma falsa ilusão.
Beijos mil
Rachel
Bom dia Habib!
ResponderExcluirPassando para ver suas letrinhas
Linda parábola, amigo! Por isso, devemos sempre estar atentos às nossas ações. Delas resultarão o bem ou o mal, de acordo com as nossas escolhas.
ResponderExcluirUm abraço pra ti!
Ola
ResponderExcluirQuero primeiro agradeçer a visita,e me desculpar de nao ter vindo ha mais tempo,mas estava sem Pc.
Gostei muito desta parabola...
Muitas vezes por nao darem valor ao que tem acabam por perder tudo...
Deixo um
Beijo gotiko
Amigo
ResponderExcluirA insatisfação do ser humano não deveria consumi-lo. Deveria ser, simplesmente, usada de forma sábia no sentido da construção e do aperfeiçoamento.
E todos nós deveriamos representar os bens que possuímos como se os tivessemos perdido.
É que só quando perdemos os bens que possuímos, somos capazes de lhes dar o seu inteiro valor.
Um abraço
Quanta verdade meu Deus...Se muitas pessoas parassem e olhassem como seu jardim é belo...o MUNDO seria um imenso jardim.
ResponderExcluirNão chore, porque chorar é sofrer.
Não sofra, porque sofrer é perder.
Não perca, porque perder é morrer.
Só ame, porque amar é viver.
E viver é amanhecer neste fim de semana, com alegria, amor, magia ...
Feliz fim de semana
Beijinho prateado com carinho
SOL
Ola Arabe
ResponderExcluirDesculpa so agora te visitar,mas estava sem pc.
Gosto do teu cantinho,porque fazes boas escolhas de temas.
Desejo te um lindo fim de semana,cheio de muita paz.
deixo te um beijo doce
M@ri@
Assim, era feliz o jardineiro. Porque a felicidade não está em conquistar sempre mais, e sim em reconhecer o valor do que se possui.
ResponderExcluirUm exercicio que tento fazer diariamente...
Obrigado, Sátiro. Elogioso para mim, que admiro esse livro!... :)
ResponderExcluirDá mesmo, não, Valente? Às vezes, isso acontece conosco e nem o sentimos...
ResponderExcluirGostei, sim, TS... voltarei sempre.
ResponderExcluirCom certeza, Rachel... o ser humano tende a menosprezar as coisas (ou pessoas) que julga possuir. Infelizmente. :(
ResponderExcluirObrigado, Nana. Também já tive o prazer de conferir os pitacos... :)
ResponderExcluirÉ isso, Gerlane. Podemos escolher, sempre! :)
ResponderExcluirObrigado, Gotika. Pena que não consegui retribuir a tua visita, pelo link... :(
ResponderExcluirProfunda reflexão, Lídia. E sensata, como sempre!
ResponderExcluirBelo verso, Lua/Sol... e belo comentário! :)
ResponderExcluirObrigado, Maria. Só fico triste porque o teu link não me permitiu retribuir a amável visita.
ResponderExcluirPrecisamos tentar sempre, amigo Luís. Só assim o conseguiremos, um dia!
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