segunda-feira, 1 de setembro de 2008

DAS PALAVRAS

Pensai sempre, antes que as palavras deixem os vossos lábios.

Pois a palavra é como o vento, e pode ser a brisa que retempera ou o furacão que destrói. E, como o vento, não pode retornar sobre os seus próprios passos.

Uma vez proferida, a palavra não retorna. Como a confiança, uma vez traída, jamais voltará ser a mesma. E o amor que fenece jamais se poderá reerguer das próprias cinzas.

E quantas amizades, quantos amores, já se perderam por uma palavra irrefletida?

Outra forma não tendes, para expressar os vossos pensamentos, que as vossas palavras.

Mas os pensamentos vos pertencem, enquanto as palavras que dizeis pertencem aos ouvidos que as ouvem. E que direito tendes de oferecer aos vossos irmãos o que deles não gostaríeis de receber?

Meditai, antes de proferir as vossas palavras.

Pois as pessoas que vos cercam são como espelhos, a refletir em vossa direção o que recebem de vós. Assim, a vós retornará tudo que ao vosso redor espalhardes.

Por isto, meditai sempre. Para que as vossas palavras espalhem o amor, a compreensão e a paz. Não é uma questão de serdes bons, mas de serdes felizes.

Buscai, sempre, as boas palavras. E, como as palavras são o reflexo da alma, aos poucos purificareis a vossa alma; bons serão os vossos pensamentos, os vossos sentimentos. Bom se tornará o vosso verdadeiro Eu.

Vigiai as vossas palavras.

Para que não tragam lágrimas, mas sorrisos; para que ao desespero sobreponham uma nova esperança, à animosidade o perdão, à escuridão um raio de luz.

Eis que as palavras são como ferramentas; como elas, podeis construir ou destruir. Vossa é a escolha de como serão usadas.

Entretanto, uma vez findo o trabalho, devereis gozar o conforto de um teto; ou assentar-vos entre as ruínas. E em vossa companhia estará a satisfação; ou o arrependimento.

Recordai, sempre, que em cada hoje construís o vosso amanhã. E as dores e as alegrias que semeardes entre os vossos irmãos estarão à vossa espera, em alguma curva do caminho. Pois ninguém foge do seu passado, ou se esconde da própria consciência.

Vigiai as vossas palavras.

E não temereis os vossos pensamentos.


Texto do livro A Sabedoria de Hassan.

25 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso amigão.
    Beijocas

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  2. Belíssimo e tão pertinente... como sempre!
    É mesmo isso... chegam-nos espelhos do que somos, através dos outros... somos nós que escolhemos a vida que temos!
    Obrigado pela partilha!
    Boa semana.
    Bjs de Luz*

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  3. Olá Caríssimo Árabe :) e se as tuas palavras foram de sabedoria, as minhas são de agradecimento pela partilha.
    Escolhemos bem ;)
    Desejo-te uma excelente semana, cheia de energia positiva, palavras e momentos de AMOR, beijo.

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  4. Palavras...palavras leva-as o vento.Podem ser realmente espadas frias e cortantes mas tsambém podem ser doce música aos nossos ouvidos. Saibamos, é verdade, utilisá-las, mas...aqui para nós que ninguém nos lê, às vezes é dificil dizer MEL quando nos apetece dizer FEL.

    Um abraço.

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  5. O problema é qdo elas teimam em sair,ARABE. Aí,não há Cristo que resolva o estrago ja feito,rsss

    Boa semana!

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  6. Oi Árabe!

    Lindo texto. Dureza é colocá-lo em prática, mas nunca deixo de tentar.

    beijos querido amigo e obrigada pelo carinho lá no BM. Tenha um lindo dia.

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  7. ...a força das palavras. De facto, poucas coisas conseguem ter tanta força como as palavras e se é certo que elas são susceptíveis de provocar amor, também é verdade que podem ser a causa de ódios fortes
    belo post este
    beijos

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  8. As palavras possuem uma força inigualável e depois de ditas já nada as pode apagar: tenhamos , pois, muito cuidado antes de as proferirmos!
    Bem hajas!

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  9. Meu querido Amigo

    Mais uma lição maravilhosa aqui leio. Sabias e preciosas palavras trazes neste texto que digo é uma lição de vida que conosco partilha. Bem haja por ela!
    Sim as palavras sempre norteando o nosso caminho, dando-nos alegrias e outras vezes tristezas...existe um poema da Inconfidência Mineira, um dos que mais gosto, deixo aqui alguns trechos...

    Romance LIII ou das Palavras Aéreas ( Cecília Meireles)

    Ai, palavras, ai, palavras,
    que estranha potência, a vossa!
    ai, palavras, ai, palavras,
    sois de vento, ides no vento,
    no vento que não retorna,
    e, em tão rápida existência,
    tudo se forma e transforma!

    Sois de vento, ides no vento,
    e quedais, com sorte nova!

    Ai, palavras, ai, palavras,
    que estranha potência, a vossa!
    todo o sentido da vida
    principia à vossa porta;
    o mel do amor cristaliza
    seu perfume em vossa rosa;
    sois o sonho e sois a audácia,
    calúnia, fúria, derrota...

    A liberdade das almas,
    ai! com letras se elabora...
    E dos venenos humanos
    sois a mais fina retorta:
    frágil, frágil como o vidro
    e mais que o aço poderosa!
    Reis, impérios, povos, tempos,
    pelo vosso impulso rodam...
    Prev: Romances XXIV, XXXI e XLI (Cecília Meireles)
    ...

    Pérolas incandescentes de doces palavras e carinho amigo entrego em tuas mãos.

    Eärwen

    (

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  10. Oie Árabe! Desculpe a demora em vir, mas alguns motivos estiveram acima da minha vontade. Ainda bem que não perdi nenhuma postagem. Falar da admiração pelos escritos de Hassan é me tornar repetitiva, porque sou admiradora de tudo. A palavra, conforme foi tão bem escrito, traz sempre os dois lados da moeda e devemos sempre lembrar, da Lei da causa e efeito. Uma só palavra, pode encerrar duas, ou mais, interpretações, a depender do tom a ser empregada, ou em que sentido ela foi expressada. E aí é, onde muitas vezes, pecamos.
    Lindas palavras, Árabe! Que nos levam a refletir, antes de empregá-las.
    Bom fim de semana! Beijos

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  11. Oi, amigo árabe!
    Sabedoria a gente encontra aqui e para você, sempre as melhores palavras.
    Afeto nessa tarde doce...Obrigada sempre pelas visitas!!!

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  12. Salvé!
    Fico grata pela sua passagem no meu blog, mas muito francamente, não entendi o seu comentário...e depois de ter dado uma vista de olhos por este seu espaço, mais confusa fiquei.
    No meu post, sobre o Dubai, estabeleci um contraste do que é a opulência e o descrédito, e por outro lado, a miséria, e a dor; enquanto uns, chafurdam no liso para poderem alimentar-se de algo, outros chafurdam no outro negro que os há-de consumir um dia! - que está bem mais perto donque se possa prever! - quando o ouro negro se esgotar!
    Por outro lado, nem as palavras têm o poder de colmatar a fome e as inúmeras desgraças que a pobre TERRA contém no seu seio! Assim vai o mundo...era o tema da etiqueta do meu post! - Uns loucos e desumanos, contrastando com inocentes onde todos os meios escassam.

    "No princípio era o VERBO"...e só ELE pode separar as águas, alimentando as consciências!
    Não sei portanto, quem será o Ser humano que estará desse lado do écran...e pretendeu que ficasse registado, aquilo que é...a insignificante "grandeza" do Dubai...que muito poderia fazer em prol da humanidade em vez de... todos "criar" mais "estragos"!

    Fique bem

    Mariz

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  13. Ressalvando:

    ...uns chafirdam no LIXO

    ...outros chafurdam no OURO NEGRO

    ....está bem mais perto, DO QUE e possa prever

    E na frase final deveria ler-se:
    ....em vez de...A TODOS "criar", mais "estragos"!


    Peço desculpa mas o meu teclado não está famoso...e eu nem sempre "teclo" com a devida precisão.

    Fique bem...

    MAriz

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  14. Meu querido amigo... Que palavras belas e verdadeiras!

    É verdade! Quase nunca me arrependi do silêncio, mas, muitas vezes me arrependi das palavras que proferi ou escrevi em momentos de pouca lucidez...

    OBRIGADA!

    Beijos de luz e o meu especial carinho!!!

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  15. Quantas palavras são vomitadas em momento de raiva e jamais esquecidas, muito que aprender, muito.

    lindo dia querido
    beijos

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  16. Estava precisamente a postar quando passaste migo.
    São bem verdade as palavras sábias que escreveste, pois uma palavra depois de deitada cá para fora pode mudar uma vida e nunca será esquecida... não é uma desgraça não alcançar as estrelas,mas é uma desgraça não ter estrelas para alcançar...
    Beijinho prateado com carinho e lindo fim de semana.

    SOL

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  17. Olá querido Árabe, belíssimo texto, belos ensinamentos, Amigo!
    Bom fim de semana... Beijinhos de ternura e carinho,
    Fernandinha

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  18. "quantas amizades, quantos amores, já se perderam por uma palavra irrefletida"?

    foi bom voltar a entrar no teu sítio...

    um abraço!

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  19. Amigo Árabe! Neste verdadeiro oásis das boas palavras, venho mitigar a minha sede... Belíssimo texto!
    Ótimo final de semana.
    Beijos da Giulia

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  20. Pérolas incandescentes de carinho amigo entrego em tuas mãos.

    Eärwen

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  21. passei de novo.
    bom fim de semana :)
    Bjs de Luz*

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  22. Palavras ditas, palavras não ditas.
    Palavras escritas ou por escrever.

    A palavra comanda a comunicação entre o ser humano.
    Tem que ser bem utilizada sem duvida.

    Como sempre tens um texto de excelência.

    Bom domingo

    bjgrande do Lago

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  23. Passando, deixo votos de feliz semana.

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  24. Lá está: vigiemos as nossas atitudes... faz tanta confusão aos demais quando lhes digo que utilizo boa parte do meu tempo pensando sobre mim e sobre as minhas atitudes... planeando os meus próximos passos... acham que controlo demais, acham que assim a vida perde sabor... não consigo compreender... ora se essa vigilância me liberta, se essa vigilância me perimte tirar um melhor proveito de tudo!! Devemos sim vigiar as nossas palavras também... e mesmo assim elas nem sempre chegam ao receptor com a intenção com que foram enviadas...

    Ninguém foge do seu passado, ou se esconde da própria consciência, mas por cobardia tantos procuram fazê-lo, constróem inclusivamente daí uma filosofia de vida e por fazerem a apologia da inconsciência conseguem espalhar a dor ao seu redor...

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  25. Vigiar as palavras... pois estas tanto podem dar vida como matar.

    Como diz Eugénio de Andrade:
    "São como um cristal,
    as palavras.
    Algumas, um punhal,
    um incêndio.
    Outras,
    orvalho apenas."

    Obrigada pelas tuas palavras de luz

    Beijo

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