O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O EU MAIOR


É do Eu maior, que se originam as nossas verdades. E são estas verdades que nos devem orientar, na busca dos nossos caminhos.

Porém, são outras as necessidades deste mundo. E tanto nelas nos envolvemos, que muitas vezes nos perdemos do nosso Eu maior; como o peixe, absorto na água que o cerca, não percebe o calor do sol.

Todavia, o sol continua a existir; e aquece a água, para que nela o peixe possa viver. E assim é o nosso Eu maior, que continua dentro de nós e nos permite pressentir a Vida, em toda a sua extensão.

É quando nos afastamos do nosso Eu maior, que em nós brota a inquietude. E a ele precisamos retornar, para que mais uma vez possamos ouvir a voz do Universo, que canta eternamente a canção da plenitude e da Paz.
Onde, entretanto, poderemos encontrá-lo, senão dentro de nós? E como o encontraremos, se não conhecermos os nossos próprios caminhos? Pois a verdade é que, na maioria das vezes, o homem desconhece a si mesmo.

É preciso, portanto, que nos conheçamos. Precisamos conhecer os nossos defeitos, para que os possamos corrigir; precisamos saber a fonte dos nossos sofrimentos, para que possamos encontrar o caminho da felicidade.
E precisamos conhecer as nossas virtudes. Porque nada existe, em nós, que não possa ser melhorado; e quanto melhores nos tornarmos, mais capazes seremos de conviver com o nosso Eu maior, e mais clara ouviremos a sua voz em nossos corações.

Esta, porém, é a mais difícil das jornadas. Porque o orgulho nos impede de ver claramente dentro de nós; preferimos julgar-nos melhores do que somos, e isto nos impede de tornar-nos tão bons quanto poderíamos ser.
Assim, não admitimos nossos defeitos; e exageramos as nossas virtudes. Preferimos enganar a nós mesmos, esquecidos que a admissão de um erro é o primeiro passo para a sua correção, e aquele que se orgulha de suas virtudes incorre no defeito da vaidade.

Para conhecer-nos, devemos ensurdecer os nossos ouvidos aos apelos do mundo. Porque ninguém descobrirá o conteúdo de uma caixa, enquanto se detiver a admirar a embalagem que a envolve.

E precisamos procurar a solidão; porque ninguém consegue ouvir a própria voz, enquanto se perde no burburinho das vozes que o cercam. É na solidão, que descobrimos as nossas perguntas; e é na voz do nosso coração, que encontraremos as suas respostas.
Precisamos educar os nossos sentimentos. Porque é deles que surgem as nossas emoções, e é delas que nascem as nossas atitudes. Se as paixões são os ventos que movem o nosso barco, a razão deve ser o leme que determina o nosso rumo.

Assim, não nos devemos entregar aos sentimentos; ou, sem controle, naufragaremos sob a sua força. Como não podemos fingir ignorá-los, ou jamais descobriremos como posicionar o nosso leme.
Aquele que vive apenas em função do que sente, é como o barco que se perde a navegar em círculos e jamais chegará ao seu porto. Entretanto, aquele que vive apenas da razão jamais conhecerá a emoção da viagem, nem sentirá a doce carícia do vento.

Somos partes do Universo; Ele existe em nós, como Nele existimos. A criatura é parte do Criador, e assim tem parte da Sua força. E mesmo a menor parte do Infinito é infinita, em si mesma.
Por isto, cada homem é um mundo à parte. Em cada um de nós, há elevadas montanhas, calmas planícies e profundos desfiladeiros. Em cada homem, podem rugir furacões sem controle; ou perpassar suaves aragens. Em nós, estão o dia das nossas esperanças e a noite das nossas decepções.

Precisamos enfrentar os nossos desertos, para que possamos desfrutar dos nossos oásis; passear por nossas praias e desvendar o mistério de nossos oceanos.
Precisamos conhecer os nossos caminhos, para que possamos encontrar o nosso Eu maior.

Através dele encontraremos o Universo, que vive em nós.

Ainda impossibilitado de escrever, reproduzo texto que publiquei em outro blog, em abril/2007. Saudade, amigos; espero em breve estar de volta.  

10 Comentários:

Blogger Lúcia Laborda disse...

Lindo texto Árabe! Assim como tudo na vida, deveremos estar atentos. Nem emoção, nem razão em demasia...
Fique com Deus! Bom fim de semana e Feliz carnaval!
Beijos

6 de fevereiro de 2016 às 01:42  
Blogger chica disse...

Lindo texto,Árabe e nunca podemos nos distanciar desse nosso EU!

Boa recuperação pra ti e TE CUIDA!! Não abusa,rs ,,, abração,chica

6 de fevereiro de 2016 às 05:11  
Blogger Unknown disse...

Muito bom ter notícias suas, muito bom mesmo! Ótimo feriado e excelente recuperação. Fique tranquilo, esperamos o tempo que precisar, o importante é que fique bem! Lindo o texto, amei! Com Deus esteja e um enorme abraço!

6 de fevereiro de 2016 às 15:20  
Blogger Ailime disse...

Boa noite meu Amigo e bom Arabe, gostei de saber noticias suas e só desejo que volte acescrever muito em breve.
Virei logo que possa ler e comentar este seu texto que não devo ter lido quando publicou.
Um beijinho e continuação de boas melhoras.
Ailime

6 de fevereiro de 2016 às 21:15  
Blogger Mariazita disse...

Querido amigo Flávio
Um óptimo texto, como habitualmente,

Desejo um bom Domingo e alegre Carnaval.

Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

7 de fevereiro de 2016 às 08:09  
Blogger CÉU disse...

Verdade, querido amigo. Tudo mora em nós, o bem e o mal, portanto é preciso conhecermos o nosso universo interior.

Espero que já esteja restabelecido da vista.

Abraço e bom carnaval, caso aprecie.

7 de fevereiro de 2016 às 21:12  
Blogger Shirley Brunelli disse...

Se soubéssemos dar ouvidos à nossa intuição, que nada mais é do que a voz do nosso Eu interior, Eu maior, nossas decisões na vida, seriam mais acertadas.
O Árabe, muita saúde, paz e amor!

8 de fevereiro de 2016 às 20:38  
Blogger Ailime disse...

Meu amigo e bom árabe,
Desejo que a sua recuperação esteja a decorrer bem e sem sobressaltos.
Este magnífico texto está recheado de pérolas de sabedoria, com muito, muito para ler e reflectir.
Muitas vezes perdemos a nossa essência, porque nos deixamos desviar pelos ruídos e apelos supérfluos do mundo que nos fazem perder a nossa verdadeira identidade.
Necessitamos no silêncio de nós ouvir o que a nossa consciência tem para nos dizer e desta forma ficaremos mais disponíveis para ouvir a Voz do Universo que fala sempre ao nosso coração.
Desejo que possa muito em breve voltar ao nosso convívio habitual.
Boas melhoras e óptimo fim-de-semana.
Beijinhos,
Ailime
(A música Feelings é linda. Sempre bom recordar, ouvindo-a).

11 de fevereiro de 2016 às 11:29  
Blogger mixtu disse...

muito complicado quando nos enganamos a nós proprios e não vemos os defeitos...
sin duda...

11 de fevereiro de 2016 às 14:05  
Blogger Fá menor disse...

Gostei muitíssimo. Obrigada pela pertinente mensagem.
Abraços

12 de fevereiro de 2016 às 11:57  

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