Ficam para trás as
angústias e as alegrias, o riso e o choro, os amores e os desamores, os sonhos
e as desilusões. Num minuto, eles estão em nossa cabeça; no seguinte,
dissolvem-se no nada.
Tudo fica para trás:
as nossas conquistas e as nossas derrotas, os nossos bens e as nossas
carências. O trabalho por fazer, as palavras por dizer, as pessoas por abraçar,
os desejos por realizar.
Restarão, talvez, a
satisfação pelo que aprendemos, o orgulho pelo que fizemos de bom e o
arrependimento pelo que deixamos de fazer. E talvez desejemos que o tempo
volte, para fazermos diferente.
Tenhamos sempre em
mente esta verdade: um dia, findará a nossa caminhada sobre o mundo. Em questão
de segundos, tudo que julgamos ter passará a outros donos; tudo se irá de
nossas mãos.
Todos os nossos
sentimentos, todas as nossas inquietações, dúvidas e certezas se acabarão.
Todos os nossos conceitos e preconceitos deixarão de existir; tudo que
importava se tornará nada.
É assim que é. E
ninguém sabe em que curva do caminho chegará a sua vez. Quando ouvirá o chamado
para a Grande Viagem, à qual o homem não se pode furtar; nem retardar o seu
embarque.
Por que, então, nos
agastarmos tanto, se tudo aqui ficará? Por que nos angustiarmos, porque
desperdiçarmos em inquietação momentos valiosos, em que poderíamos cuidar de
sermos felizes?
Esta é a pergunta que
todos os dias me faço. E não consigo entender porque sofremos tanto, por coisas
que não levaremos e não nos servem senão enquanto caminhamos sobre esta terra.
Sensato não é o
viajante que se alegra apenas quando chega ao destino, mas aquele que aproveita todos os instantes da viagem; e o que chamamos de vida é uma jornada, que nos cabe
aproveitar.
O importante não é uma
colheita, que talvez não cheguemos a ver; mas a sensação de arar e semear. É
sentir o cheiro bom da terra, o prazer de lançar os grãos e ver as plantas que
crescem.
O importante não é
ter, nem fazer; é viver. De que nos serviria saber provocar a chuva, se não nos
fosse dado o prazer de sentir as gotas em nosso rosto, a sensação de caminhar
entre os pingos?
O importante não é o
resultado do amor; é amar. É viver as sensações maravilhosas que o amor
desperta em nós: a intensidade da ânsia, o prazer do orgasmo e a plenitude do
carinho depois.
Um dia, de repente,
tudo termina. E não seremos mais do que lembranças, imagens que sumirão na bruma do tempo. E o que nos importa não é o que deixaremos no mundo
de onde nos fomos.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_eddie_calvert_il_silenzio.mid
Um dia, Árabe, a gente começa a entender que não somos, nem significamos nada. Que o caminho onde deixamos nossas marcas, são apagadas e apenas, o silencio se faz presente.
ResponderExcluirEnfim; a vida como é: labirintos e armadilhas que precisamos aprender a passar, até o dia em que nada mais restará.
Faz parte da nossa evoluçāo espiritual.
Bom fim de semana! Bjs
Verdade,Árabe!...
ResponderExcluirUm dia tuuuuuuuuuuudo termina!
Por isso, temos que tentar viver da melhor maneira e nos cuidar pra manter -nos bem e com dignidade enquanto aqui estivermos...Depois é a única certeza que temos...abração, lindo fds! chica
é tão verdade, tão verdade, que até doi.
ResponderExcluire custa, chegar ao fim e ver que é o fim...e não há retorno.
fiquei deveras comovida.
bom final de semana.
beijinhos
:)
Vim te fazer uma visita, deixar meu elogio
ResponderExcluira agradecer sua amizade, uma frase pra vc
A felicidade aparece para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam em nossa vida.
Clarice Lispector
Bjuss
Rita!!
Rita, não lembrava dessa frase de Clarice Lispector, mas ela diz tudo!
ResponderExcluirUm texto por demais reflexivo, e tendo certeza da efemeridade da vida, viver o agora sempre!
ResponderExcluirVerdades absolutas e inquestionáveis!
Desejo ótimo fim de tarde!
Abraço!
Esta é a verdadeira realidade. Importa, pois, saborear o caminho.
ResponderExcluirBoa semana, meu bom amigo!
Olá, meu querido amigo!
ResponderExcluirGostei muito do título, assim, sem pensar, nem ler o texto. Enfim, talvez seja minha tendência para a poesia. Escusado será dizer a você, que o post está excecionalmente bem escrito, para além do valor semântico dele.
Somos tão imperfeitos. Todo o mundo "correndo" para ter e ter e ter e nem pensam que "UM DIA" tudo vai acabar. Qdo chega o natal, as pessoas compram muitos alimentos, doces, etc. E viver a essência do acontecimento? Creio que isso nem passa pela mente de muitos. Vem a Páscoa e lá se compram os ovinhos e o coelhinho de chocolate aos montões. E a essência do acontecimento? Evidente que temos que fazer pelo dia a dia, mas sem ganâncias e sem desejos exacerbados de possesão.
Falo desses acontecimentos principais, já pra não referir os feriados, os feriadões, as festas joaninas, etc. onde o povão se diverte, como se o mundo fosse terminar no dia seguinte, aí e m todo o lugar.
Em minha opinião, com a morte, tudo termina. O depois, se o houver, ninguém cá veio ainda para contar.
Você e todos os outros amigos seguidores e comentadores vão esperar um bom tempo pelo meu próximo post. Para o mês k vem, irei tratar, a sério, da minha mão esquerda. Estou proibida há muito de escrever exageradamente, todavia, não tenho obedecido e não sei se vou obedecer por tanto tempo. Tenho o bichinho da escrita, não só qdo faço uma publicação no meu blogue, mas também quando comento. Tenho de aprender com você e outros amigos a ser sucinta.
Dias felizes e um abraço bem sincero.
Retificando: possessão; e em todo.
ResponderExcluirTudo de bom!
É verdade. Tudo acaba. Gostei muito do texto.
ResponderExcluirÉ uma grande verdade, meu caro Árabe.
ResponderExcluirUm dia... partimos, e connosco nada levaremos dos bens terrenos que passamos anos a acumular.
Mas... penso que com o avançar da idade essa "apegação" aos bens materiais vai-se diluindo.
Eu, pelo menos, cada dia lhes dou menos valor.
Com esta frase " E o que nos importa não é o que deixaremos no mundo de onde nos fomos." é que não estou totalmente de acordo.
Eu penso que importa, sim, que aos nossos entes queridos deixemos a imagem de alguém que valeu a pena conhecer - que se foi uma boa mãe (ou pai...), uma boa amiga, uma boa vizinha, etc., etc. Não quero ter vivido em vão!
Obrigada pela presença na Festa de Aniversário da minha “CASA”.
Votos de uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
"Tudo fica para trás: as nossas conquistas e as nossas derrotas, os nossos bens e as nossas carências. O trabalho por fazer, as palavras por dizer, as pessoas por abraçar, os desejos por realizar."
ResponderExcluirEntão Árabe, tudo deixamos, nada levamos, é verdade! Coisas que eu gostaria de levar, o sentimento bom que sinto pelas pessoas e os momentos maravilhosos vividos aqui na terra.Um texto que todos deveriam ler e refletir, pra ver se desapegam do material. Amei muito, muito o texto viu! Receba um abraço grande e muito obrigada! Uma semana com paz e saúde.
Boa tarde meu Amigo e bom Árabe,
ResponderExcluirUma verdade incontestável! Depois se fará silêncio, pegando na música que é linda (gostei de recordá-la).
Todos sabemos que um dia assim será, mas nem sempre temos presente esse facto.
Porquê tantos aborrecimentos, tantas guerras, tantos ódios, se a nossa finitude na Terra é uma realidade absoluta?
Como sempre um tema tratado com a sua habitual elevação que me fez ponderar nesta grande verdade. Viver e deixar viver a vida da melhor forma possível, porque o fim é inevitável.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Como sempre as tuas palavras são sábias!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Es verdad no vamos tan desnudos como hemos llegado, todo queda aquí, y mira que hay ambición egoísmo por tener cuanto más mejor ¡total para nada!
ResponderExcluirQue bonito es marchar y ser recordados por hacer el bien, con las manos limpias y llenas de cosas buenas.
Toda una lección de vida como siempre.
Ha sido un placer, te dejo mi gratitud y estima.
Un abrazo r se muy -muy feliz.
Concordo com você, Olhos de Mel, em parte. Prefiro pensar que deixamos, neste mundo, algumas marcas que demoram mais a apagar-se; embora seja certo que nada levamos, senão o que houvermos aprendido. Obrigado, bom resto de semana; fique bem!
ResponderExcluirBem como você disse, Chica: "temos que tentar viver da melhor maneira e nos cuidar pra manter -nos bem e com dignidade enquanto aqui estivermos.". É por aí mesmo, amiga! Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirÉ isso, Piedade: não há retorno. Mas gosto de pensar que a Vida prossegue em nosso verdadeiro Eu, pela Eternidade. Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirSempre uma alegria a sua visita, Rita! Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirClarice é fantástica, Olhos de Mel; não há como não concordar com ela!
ResponderExcluirÉ exatamente essa a ideia, Diná: viver da melhor maneira possível, sempre! Seja bem-vinda e volte sempre: o oásis é nosso! Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirIsso mesmo, Fa: o que importa é saborear o caminho! Obrigado, amiga; bom resto de semana.
ResponderExcluirProfundo e eloquente o teu comentário, Céu; diz muito de ti, eu acho. :) É isso mesmo: neste mundo, liga-se mais à forma, do que à essência; o que não me parece muito inteligente, pois a forma um dia se acaba, enquanto a essência permanece. :) Acho que deves realmente tratar a sério essa mão esquerda, amiga; mas espero que não tenhamos que esperar longamente pelo post. ;) Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirBom saber que foi do teu agrado, Diana; obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirNão me agradeças, Mariazita; é sempre um prazer ler o que (tão bem!) escreves, e eu não poderia deixar de parabenizar-te pela ocasião! Quanto à tua dúvida, acho que eu não me soube explicar: claro que é importante deixarmos uma boa imagem para aqueles que amamos; mas o que eu quis dizer é que, para o espírito que segue, importante mesmo é o que houver aprendido durante a jornada! Obrigado, amiga; bom resto de semana.
ResponderExcluirAmigo Árabe
ResponderExcluiruma vez que nao tem postagem nova.
aproveito para deixar meu abraço.
beijinhos
:)
Verdade, Maria Luzia! E o melhor, amiga, é que é exatamente isso que podemos levar: os bons sentimentos e a lembrança dos momentos que fizeram a jornada valer a pena! Obrigado pela gentileza e amizade constantes, bom resto de semana!
ResponderExcluirMagnífica, realmente, essa música, Ailime! E a pergunta que formulaste é exatamente a que me faço: "Porquê tantos aborrecimentos, tantas guerras, tantos ódios, se a nossa finitude na Terra é uma realidade absoluta?". Até hoje, amiga, ainda não consegui respondê-la. :) Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirObrigado, Isy; bom resto de semana, amiga!
ResponderExcluirBela e verdadeira frase, Marina: "Que bonito es marchar y ser recordados por hacer el bien, con las manos limpias y llenas de cosas buenas." Este deveria ser o principal objetivo de todos nós! Obrigado, amiga; bom resto de semana.
ResponderExcluirObrigado, Piedade, pela atenção e gentileza! Amanhã, teremos a nova postagem; espero que seja do teu agrado.
ResponderExcluirTudo aqui resplandece luz, emoção, sabedoria!
ResponderExcluirBeijos!!
Reflexo dos amigos, Nidja. Você são a luz do nosso oásis! Obrigado, amiga; bom fim de semana.
ResponderExcluirAs pessoas se importam tanto com o material pq o homem nao consegue perceber a sua finitude, sabe que o fim existe, mas ignora e vive como se a vida fosse infinita... talvez como auto-defesa... aquele que consegue entender nossa transitoriedade, é o que evolui espiritualmente, e para isso,cada um tem seu tempo...
ResponderExcluirBeijos, Arabe...
Verdade, Arco-ìris; também acho que nos negamos a reconhecer a finitude da nossa jornada e, inconscientemente, nos comportamos como se a nossa passagem por aqui fosse eterna! Boa semana, minha amiga; fique bem.
ResponderExcluirJá li e havia deixado minha marquinha,reli com prazer esta preciosidade e lhe digo que me enquadro no seu texto, nos seus pensares.Não suporto pessoas apegadas a bens material,tem que partir do princípio que nada nesse mundo nos pertence, nem mesmo o nosso corpo. Um texto que deveria ser lido por muitos!
ResponderExcluirUm abraço amigo Árabe!
Obrigado, Diná. Realmente, o apego aos "bens" deste mundo é o maior entrave ao crescimento espiritual. Bom resto de semana, amiga!
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