Por que falar em “Dia
de Finados”?
A verdade é que
ninguém se finda, enquanto a sua memória persiste em alguém. E os seres amados
continuam ao nosso lado, nas boas lembranças dos momentos que vivemos juntos
.
O nosso verdadeiro Eu
é imortal e passeia nos Jardins da Eternidade, junto ao Coração do Universo. O
que chamamos “morte”, é apenas a troca do traje que foi usado em uma jornada.
E ninguém sofre por
um traje desgastado pelo tempo; guarda, sim, as recordações dos bons momentos que
viveu, enquanto lhe coube usá-lo. Um dia, todos precisamos de um novo traje.
Choremos, sim; é o pranto que alivia todas as dores que sentimos. E é o nosso egoísmo que nos faz sofrer,
quando nos martiriza a falta de um ser amado, que desejaríamos ter conosco.
Cuidemos, entretanto,
para que sejam de saudade as nossas lágrimas. Porque a saudade não é a ausência
de alguém querido, mas a sua presença em nós, quando não está ao nosso lado.
E, por isto, a
saudade não é apenas a dor; mas a sua própria cura. Porque as mesmas lembranças
que nos magoam, nos consolam; a falta que alguém nos faz, o traz de volta em
nós.
Triste não é chorar
de saudade; triste, seria nunca termos conhecido uma pessoa que a fizesse nascer. Não
devemos lamentar a saudade, mas abençoar os sentimentos que a geraram.
Porque a saudade não
nasce de si mesma; seu pai é o amor, e sua mãe é a lembrança. E não deve causar
frustração, mas paz; não deve trazer solidão, mas a sensação de companhia.
Feliz, portanto,
daquele que sente saudade. É alguém que viveu, que compartilhou, que caminhou
junto, que foi feliz. É alguém que não desperdiçou a sua vida, que é capaz de
amar.
A saudade não nos
deve envergonhar, mas orgulhar; não deve nos fazer sofrer, mas consolar-nos. Não nos
percamos na tristeza da separação, mas confiemos na alegria do reencontro.
A doce fragrância das
flores persiste em nossa lembrança, mesmo depois que deixamos o jardim; e a
música suave se eterniza em nossas memórias, ainda depois que soou o último acorde.
Assim é. E por que aqueles que amamos não poderiam continuar conosco, depois do embarque na Grande Viagem? As
estrelas brilham juntas, no céu noturno, apesar da distância que as separa.
Recordemos, hoje,
aqueles que já não estão conosco. Mas não é com tristeza que os devemos
homenagear, e sim com alegria; não sintamos a sua ausência, mas a sua presença.
Que hoje não seja “Dia
de Finados”.
Seja o dia da nossa
saudade.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/adagio.mid
Hoje passei o dia cheia de afazeres; não gosto de parar pra pensar no dia de hoje. Se é dia de saudade, de flor; preciso lembrar de amor. Prefiro lembrar que um dia, minha mãe e meu pai, por aqui estiveram e sei que ainda que tenham mudado de dimensão, não nos deixaram, jamais!
ResponderExcluirLindo post, linda homenagem!A musica, é linda, mas não gosto, porque acho profundamente triste.
Bom fim de semana! Beijos
Descreveste muito bem o dia de finados e o sentimento que nele deve existir:saudade! E essas são grandes!abração, lindo fds! chica
ResponderExcluirOlá, meu estimado amigo!
ResponderExcluirUma nomenclatura completamente diferente e k me levou a cogitar.
Em Portugal há cemitérios, naturalmente, mas a cremação está em alta. Ainda não consegui entrar nessa onda.
Saudade sempre ficará, mas pensemos, sobretudo, nos bons momentos em vida.
Abraços e um bfds.
Boa tarde meu bom Amigo e bom Árabe,
ResponderExcluirQue texto tão significativo para entender melhor o dia que passou em que lembramos os que partiram!(Será que não os lembramos com saudade em todos os dias)?
Dos meus que partiram tenho muitas saudades e todo o envolvimento que habitualmente se dá nestas alturas me faz sentir alguma nostalgia, embora eu procure não me envolver muito.
Obrigada, meu Amigo, por me ajudar a suavizar com suas belas e sábias palavras estes momentos.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime
Bom dia Árabe!
ResponderExcluirVerdade, os que partem antes de nós, nunca morrem, estão sempre presentes nos nossos pensamento, deixam saudades, muitas, uma saudade que chega a doer. Mas ficam as boas lembranças dos bons momentos, para nos consolar. Árabe, querido amigo, que você tenha uma ótima semana, com paz e saúde. Obrigada e grande abraço!
Muito boa perspectiva, da qual comungo.
ResponderExcluirBoa semana, amigo!
Beijos.
Muito bom este texto dedicado ao dia de finados. Concordo com a mudança da frase que seja o dia da nossa saudade.
ResponderExcluirSinto muitas saudades dos meus queridos que partiram, não sou pessoa para visitar cemitérios, visito igrejas e rezo por eles.
Desejo uma belissima semana.
Saudade... ela é grande, forte, imperiosa... e é todos os dias, finados é apenas mais um desses dias.
ResponderExcluirMas... tudo passa... nem dor nem alegria duram para sempre... no final o homem se adapta a tudo, ate as perdas.
Meu bom amigo Arabe, espero que se encontre bem, e que tenha uma otima semana.
Abraços...
Não é necessário um dia especial para lembrar quem amamos e partiu....
ResponderExcluirAbraço forte, meu Amigo
Adorei as tuas palavras, muito bonitas!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
¡Hola, Árabe!
ResponderExcluirComo siempre no regalas lo mejor lo más grande que es la enseñanza de un maestro para sus alumnos, gracias mi buen amigo.
Estoy totalmente de acuerdo con tu teoría sobre la muerte. Un texto de lujo como siempre.
Es verdad que solo somos un caparazón andante por un tiempo en este mundo llamado Tierra.
La vida no tendría mucho sentido si todo terminara con la muerte. ¡Claro está que lloramos cuando se marcha algún ser querido, somos humanos! Y se echa mucho de menos, pero siempre nos queda la esperanza de un día poder reencontrarnos de alguna manera.
Ha sido un placer leerte.
Te dejo mi inmensa gratitud y mi gran estima.
Un beso y se muy, muy feliz,
Boa noite Árabe!
ResponderExcluirO texto muito bom, gostei de ler. Tenho uma vizinha que fica em pranto no dia de Finado, acho desgastante e dolorido. Esse dia nem deveria ser feriado, esse é meu pensar.
Esse Dia de Finados é pra mim como qualquer outro dia amigo. As pessoas que eu mais amava e ja se foram, estão aqui guardadinha dentro de mim. As recordações dos bons momentos que vivemos é o que importa.
Boa semana!
E um excelente mês de novembro.
Escrevinhados da Vida
Entendo, Olhos de Mel. Também acho que saudade tem muito mais a ver com flor e amor, do que com a frustração e a dor da perda. Mas a verdade é que o egoísmo nos faz sentir muito a falta das pessoas queridas. Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirGrandes, mesmo, Chica! E o pior é que, à medida que envelhecemos, o número de perdas vai aumentando... até que chegue o nosso próprio dia. Bom resto de semana, amiga; já voltaram da praia? :)
ResponderExcluirÉ exatamente o que você disse, Céu: "Saudade sempre ficará, mas pensemos, sobretudo, nos bons momentos em vida."; é por aí, mesmo! Bom fim de semana, obrigado.
ResponderExcluirObrigado a você, Ailime, pela amizade e gentileza constantes. E concordo: a saudade está em nós, sim, todos os dias! Bom resto de semana, amiga!
ResponderExcluirEste é o segredo para amenizar a dor da saudade, Maria Luzia: buscar as lembranças dos bons momentos! Obrigado, minha amiga; bom resto de semana, meu abraço.
ResponderExcluirMelhor forma de lidar com a saudade, não é, Fa? :) Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirTambém não sou de igrejas nem seminários, Amélia; mas, igualmente, os tenho em todas as minhas orações! Obrigado, bom resto de zemana.
ResponderExcluirBem como você disse, Arco-Íris: grande, forte, imperiosa... mas acabamos nos acostumando; é preciso seguir em frente, até que chegue o nosso dia! Estou bem, sim, minha amiga; e você, como está? Obrigado, bom resto de semana!
ResponderExcluirRealmente não é,São; muito pelo contrário: eles sempre estão em nossas lembranças! Meu abraço, amiga; bom resto de semana!
ResponderExcluirGrato, Isy; bom resto de semana, amiga!
ResponderExcluirConcordo inteiramente com você, Marina: a vida não faria muito sentido, se tudo terminasse com a morte. Mas somos humanos, e sentir falta dos entes queridos é natural em nós. Grato, amiga, pela gentileza e amizade; bom resto de semana!
ResponderExcluirNão há como não concordar com você, Smareis: é aí mesmo, que elas devem estar: bem guardadinhas, dentro de nós! Obrigado, amiga; bom resto de semana!
ResponderExcluirMeu caro Árabe
ResponderExcluirÉ com bastante atraso que leio este teu texto.
O que te posso dizer? Que é um costume arraigado, especialmente nos católicos, que têm o culto dos mortos...
A verdade é que todos estes actos - enfeitar campas, pôr flores e velas... etc., não passam de rituais que a maioria cumpre religiosamente.
A essência do que recordamos - e continuamos a amar para além da morte - não está nos cemitérios.
Mas... a tradição tem muita força...
Feliz Terça-feira e uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Com atraso também respondo, Mariazita, pois só hoje vi este comentário. :) Mas concordo inteiramente contigo: a tradição tem muita força... e a tristeza da saudade nos leva a duvidar que os entes queridos continuem vivos, em nós, mesmo depois da Grande Viagem! Obrigado, minha amiga; bom resto de semana.
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