Sim...
existe uma parte animal, em cada um de nós.
Entretanto,
não há porque rejeitá-la; ou acreditar que isto nos torna menores do que somos.
Ao caminharmos sobre a Terra, vestimos as roupas de que necessitamos para o
aprendizado.
Precisamos
aceitar esta verdade. E entender que os desejos, as angústias e o egoísmo fazem
parte de nossa natureza; ao menos, durante a jornada. O desafio não é
eliminá-los, mas vencê-los.
Porque
é natural ter um pensamento ou desejo menos nobre. O mal estaria, sim, em
ceder a ele e trair os próprios princípios, para satisfazer os impulsos que nos
invadem nesses momentos.
Cada um
de nós é lobo e ovelha; corpo e alma, matéria e espírito. E, se assim é,
insensato seria negar que as emoções se alternam. A música nos encanta, mas os
gemidos nos inquietam.
E, ainda
que seja por curiosidade, atraem a nossa atenção; em nós existem o encanto pela
beleza e a atração pela dor. Talvez porque desconhecemos o futuro, nos
dividimos entre os dois.
É por
isto, que enfeitamos nossas árvores e cantamos nossas canções de Natal. Não
porque ignoremos a dor e a fome que há lá fora; mas porque assim busquemos
mitigar essa realidade.
É, quase,
como se desejássemos levar felicidade aos que sofrem. Como se, através das
luzes e dos presentes em nossas casas, quiséssemos levar a todos a esperança e o amor
que há no Natal.
Acontece
que essa esperança e esse amor não existem no Natal, mas em nós. Não dependem
de neve, árvores ou presentes; eles apenas vivem em nós, iluminando o nosso
Verdadeiro Eu.
Porque
fazem parte de nós. E, embora reconheçamos as necessidades da vida, percebemos
também a realidade da Vida. Pois o lobo não uiva para a lua, mas por sentir a atração
da sua beleza.
E, em
nossos corações, sentimos que existe algo mais na Vida. Porque os nossos sonhos
não morrem, apenas mudam; e algo, dentro de nós, nos repete que seguiremos pela
Eternidade.
Esta
dualidade é parte do desafio que trazemos, em cada caminhada. E, ao tempo que
nos eleva ao céu, também nos mantém presos à Terra. E assim caminhamos, entre dois
mundos.
Aceitemos,
sim, a nossa parte animal; precisamos dela, para o cotidiano. Mas preservemos o
nosso Verdadeiro Eu, através do qual prosseguiremos, depois de embarcarmos na
Grande Viagem.
Assim eu
vos digo, porque assim acredito. E, mesmo que não vos possa trazer provas,
sinto em meu coração que assim é; e creio que cada homem abriga essa certeza,
ainda que de forma velada.
Em seu
verdadeiro Eu.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/andre_rieu_bolero_de_ravel.mid
Link música
Link vídeo
Sim; a dualidade existe em nós, faz arte da nossa vida. A depender do momento, deixamos que aflore mais um lado que outro.
ResponderExcluirTalvez essa dualidade seja o que nos faz prosseguir, apesar de tudo.
Belo post! Ele nos faz refletir...
Bom fim de semana! Beijos
Bolero de Ravel e o vídeo maravilhosos!
buena reflexion te mando un beso.
ResponderExcluirQue bela reflexão,Árabe! Gostei do paralemo com o Natal e nosso comportamento. E a dualidade existe e faz bem, pois quem dera fôssemos um pouco mais parecidos com os animais que são maravilhoos,sinceros, desinteressados e nos encantam! Ótimo fim de semana! abração, chica
ResponderExcluirEl bien y el mal
ResponderExcluirDesde luego en cada ser existe esa dualidad, que hemos de saber mezclar para nuestro bien en dosis adecuada, la fuerza del animal y la bondad del hombre cuando se deja llevar por ella, pienso como tu que trascenderemos esta vida y seguiremos ¿de que manera? no se pero confío que así sea, mientras tanto hemos de dejar una buena huella en este camino que recorremos ahora
Un abrazo y buen fin de semana
Carmen
Belíssimo texto, e me leva a visualização do yin yang ☯️,os opostos que se completam proporcionando o equilíbrio ,e assim seguimos nada de sermos totalmente bonzinhos ou totalmente maléficos conforme a natureza do universo.
ResponderExcluirBeijos
Joelma
Olá, amigo Árabe!
ResponderExcluirAté respirei após leitura.
Tenho certeza de que é assim como diz aqui
A própria psicologia explica muito bem a a questão que todos temos virtudes, mas também sombras...
O bonito de viver com qualidade é polirmos nosso eu real sem nos determos em nosso lado animalesco o tempo todo. É trabalho de chinês o auto conhecimento.
Que não sejamos devorados pelos lobos ou feras que em nós habitam!
Excelente abordagem!
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
O cristianismo é muito responsável por esta aversão ocidental ao corpo e a tudo quanto com ele se relacione, prejudicando mais as mulheres , como é tragicamente habitual!
ResponderExcluirEnquanto o mundo muçulmano seguia estritas regras de higiene , tinha mulheres em escolas de poesia, possuia um corpo de conhecimentos cientificos, legislativos , medicinais e astronómicos , o mundo cristão estava nos antípodas de todo esse saber, desgraçadamente!!
Até o poder da sabedoria grega nos chegou através deles.
Boa lição fazendo recordar o óbvio, meu Amigo!
TE abraço .Tudo de bom
ME ENCANTA COMO ESCRIBES
ResponderExcluirUN ABRAZO INMENSO
E' vero caro amico Árabe , che in ognuno di noi vive un animale ,purtroppo il più feroce quando diventa aggressivo . Ci sono delle frasi celebri , le quali mi sono rimaste impresse, che vorrei citare :
ResponderExcluirL’uomo è un animale sociale che detesta i suoi simili.
Eugène Delacroix-
Due cose mi hanno sempre sorpreso: l’intelligenza degli animali e la bestialità degli uomini.
Tristan Bernard-
L’uomo è un animale fornito di ragione, ma anche di molta stupidità.
Carl William Brown
Ottimo post un abbraccio augurandoti una buona settimana .
Rosy
Muito bem!
ResponderExcluirSomos de carne e espírito. Temos instinto animalesco, mas nos elevamos para o Alto. A sabedoria está em equilibrar os pratos dessa balança.
Beijinhos.
Bom dia. Parabéns pelo seu excelente trabalho. Concordo plenamente com você meu querido amigo, muitas vezes somos mais irracionais do que os "próprios" animais. Tem atitudes do ser humano que não se justificam.
ResponderExcluirBoa tarde meu Amigo e bom Árabe,
ResponderExcluirQue texto lindo repleto de aprendizado.
«Cada um de nós é lobo e ovelha; corpo e alma, matéria e espírito. E, se assim é, insensato seria negar que as emoções se alternam. »
Somos animais racionais com alma e espírito e isto nos diferencia dos animais, embora o instinto que os animais possuem é deveras impressionante. Admiro neles essencialmente as manifestações de carinho para com suas crias, o sentido de grupo e até quando raças diferentes se afagam. Dão verdadeiros exemplos ao homem.
«Aceitemos, sim, a nossa parte animal; precisamos dela, para o cotidiano. Mas preservemos o nosso Verdadeiro Eu, através do qual prosseguiremos, depois de embarcarmos na Grande Viagem.»
Assim creio, também, amigo.
Adorei o Bolero de Ravel assim como o vídeo que é belíssimo, com inspiração divina.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
ResponderExcluirBoa noite querido amigo Árabe!
Concordo plenamente com você, Somos racionais, mas as
vezes nos mostramos mais irracionais do os próprios animais.
Tenha dias abençoados e continuação de boa semana.
Um abraço.
Olá bom amigo Flabio. Muito certo no que expresa neste novo texto.
ResponderExcluirEu admiro os animais, a veces, mais que os e as humáns.
Vejo que são mais justos, mais solidarios e muito mais simples no viver.
Pouco podemos fazer por cambiar o rumo das coisas. Mas podemos cambiar o nosso propio.
Gosto de ler seus conselhos, aínda que não celebro Natal.
Beijinho e boa continuaçao dum mes que me importa!
bad and good.... human and animal coexist in our body.....
ResponderExcluirexcellent reflection
Eu vivo a vida numa dualidade constante!
ResponderExcluirEntre a ovelhas e os lobos!
Sinto - me também presa entre a magia do mar e do céu!
Tentando sempre ser o mais justa possível!
Um doce beijinho!
Gratidão, Árabe!
Megy Maia❤🌻❤
Reflexão interessante, Anônimo: talvez essa dualidade nos ajude, sim, a seguir em frente! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana!
ResponderExcluirGrato, JP! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana!
ResponderExcluirVerdade, Carmen! E é com essa dualidade que deixamos marcas, em cada uma de nossas jornadas. Obrigado, amiga; meu abraço, bom fim de semana!
ResponderExcluirInteiramente de acordo, Joelma: os opostos, que se completam, proporcionam o equilíbrio! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana!
ResponderExcluirEste é o ponto principal, Rosélia: "Que não sejamos devorados pelos lobos ou feras que em nós habitam!". Muito bem enfocado, amiga! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ResponderExcluirPessoalmente, São, acho que as pessoas que dirigem as religiões estabelecidas são as grande responsáveis por muitos dos desvios e males da humanidade. Afinal, o animal que existe em nós sempre puxa a brasa para a sua sardinha, não é? :) Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana!
ResponderExcluirGrato, Mucha! Meu abraço, amiga; bom fim de semana.
ResponderExcluirFrases meio pessimistas, talvez, Rosy; mas têm a sua razão de ser! Obrigado, amiga; meu abraço, bom fim de semana.
ResponderExcluirMuito bem dito, Fa: a sabedoria está em equilibrar os pratos dessa balança! Meu abraço, amiga; bom fim de semana, obrigado!
ResponderExcluirMuitas, Luiz, infelizmente; às vezes, até nos fazem duvidar do conceito de "humano". :( Meu abraço, amigo; obrigado, boa semana!
ResponderExcluirMais uma vez, Ailime, enunciaste uma grande verdade: muitas vezes, os animais dão excelentes exemplos aos homens! Obrigado, minha amiga; bom fim de semana, meu abraço.
ResponderExcluirTriste realidade, Fatyma! Entretanto, devemos sempre lutar para nos tornamos melhores. Bom fim de semana, amiga; obrigado, meu abraço.
ResponderExcluirInteiramente de acordo, Bea: pouco podemos fazer, para mudar o rumo das coisas. Mas podemos mudar o nosso próprio rumo! Meu abraço, bom fim de semana; obrigado.
ResponderExcluirVerdade, Chica! Às vezes, deveríamos ser mais parecidos com os animais; talvez assim fôssemos menos selvagens do que nos mostramos! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana!
ResponderExcluirNão há como negar, não é, Rainbow? Obrigado, amigo; meu abraço, bom fim de semana!
ResponderExcluirSempre uma alegria a tua presença, Megy! E permite-me dizer: nos poetas, a dualidade se manifesta ainda mais forte! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana.
ResponderExcluirAssim é a vida, e assim é o Homem - feito de duas metades que se completam.
ResponderExcluirSem elas não haveria equilíbrio, e a humanidade tenderia a pender para um lado em desprimor do outro.
Gostei muito desta tua reflexão!
Um abraço, e tudo de bom.
Bom Fim de Semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Oi, Árabe!
ResponderExcluirA sensibilidade extrassensorial todos os animais possuem. Nós fomos domesticados e por isso fechamos várias portas que a chave da intuição abria-se quando necessário. Nós animais humanos negamos nossa igualdade animal.Pelo Manifesto de Cambridge sobre a Consciência em Animais Humanos e Não Humanos - eis a prova que precisava :) - vários neurocientistas afirmaram que todos os animais, mamíferos ou não, possuem consciência igual a nossa, além dos sentimentos e emoções, pois eles também possuem substratos neurológicos que geram a consciência. Bastante pertinente o seu questionamento. Aristóteles foi o culpado por pensarmos errado sobre esse assunto (rs*)
Beijus,
Obrigado, Mariazita! Boa semana, amiga; meu abraço!
ResponderExcluirSempre uma alegria a sua visita, Luma! Realmente, em muitas vertentes o pensamento aristotélico foi determinante para o Ocidente. Meu abraço, amiga; obrigado, boa semana!
ResponderExcluirNa azáfama do dia a dia, não estive presente no período próprio para participar neste excelente tema.
ResponderExcluirNa verdade, pouco tenho para dizer, porque a abordagem está muito completa e perspicaz.
Somos animais racionais e andamos perpetuamente a equilibrar instinto e razão...
Gostei muito de o ler, amigo. A música é fantástica.
Estou a precisar de descansar. Vou fazer uma pausa de duas semanas, mas não perderei a leitura dos seus textos.
Saúde e dias agradáveis. Abraço, amigo.
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Obrigado, Majo. Espero que a pausa seja bem desfrutada e voltes logo, amiga; fazes falta por aqui! Meu abraço, boa semana.
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