A EMPATIA
Guardai-vos
da apatia.
Exercitai,
sim, a vossa empatia. Porque, ainda que não pareça, caminhais todos juntos;
sois companheiros, na mesma viagem, e é só juntos que conseguireis chegar a bom
termo, nessa jornada comum.
Tudo
que cada um de vós faça, ou deixe de fazer, no seu dia-a-dia, pode impactar na
vida de todos. Até a indiferença pode ser nociva, na medida em que impede a
reação coletiva ao dano causado.
Aprendei,
portanto, a ocupar-vos dos vossos irmãos; a ver os seus problemas como se vossos
fossem. Porque poderá chegar o dia em que as mesmas coisas que os afligem, a
vós irão também afligir.
Não
julgueis que as doenças alheias jamais chegarão a vós; ou que a pobreza de
outrem jamais vos atingirá ou influirá nas vossas vidas. Não sejais indiferentes
aos órfãos; vós ou vossos filhos o serão.
Não
deveis permitir que o vosso coração se mantenha alheio aos sofrimentos e às
alegrias de vossos irmãos; imaginai, por um momento, que ninguém houvesse para
dividir as vossas dores e alegrias.
Cultivai,
em vós, o hábito de estender a mão àqueles que precisam de apoio; de
alegrar-vos com as vitórias de outrem e dividir a dor das suas derrotas. Divididas,
a alegria se multiplica; e as dores diminuem.
Repudiai,
com todas as vossas forças, a violência. Em qualquer ato de violência,
renunciais à vossa humanidade e vossa condição de irmãos: o agredido se torna
vítima e o agressor se transforma em culpado.
Encarai,
com especial repulsa, as guerras entre os povos e as nações. Porque sempre são
motivadas por cobiça, medo, preconceitos ou outro motivo vazio. E as maiores
vítimas são os mais inocentes.
Imaginais,
acaso, quantas crianças foram mortas, ou tiveram mortos os pais e irmãos, na
insensatez criminosa da guerra? Podeis avaliar o sofrimento do jovem a quem
enviam, para matar ou ser morto?
Eu
vos vejo, festejando o progresso das comunicações; e, paradoxalmente,
sentindo-vos cada vez mais sós. Criastes as redes e os grupos sociais e os
utilizais para isolar-vos dos que vos cercam.
Eu
vos vejo, a despersonalizar cada vez mais as pessoas, que se tornam meros
números, quando ocorrem as catástrofes ou as guerras. Cuidais, acaso, que assim
diminuam as dores de quem as sofre?
Precisais
sacudir a vossa apatia. Porque, no bojo dessa indiferença coletiva, vos
afastais uns dos outros e perdeis a força da união, que vos permitiu sobreviver
no mundo de antes, selvagem e perigoso.
Recuperai,
em vós, o sentimento de empatia. Aqueles que dividem a carga, chegam mais longe
e com menos esforço do que quem insiste em carrega-la só, ou não se oferece
para ajudar o seu irmão.
Exercitai
a vossa empatia. Ou perdereis a vossa humanidade.
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