Vós os imolais, no altar das
vossas vaidades e inseguranças; sufocai-os com os
vossos desejos, turvais as suas cores com o cinza da vossa insatisfação.
E, depois, venerais os seus cadáveres empalhados. Pranteais a vossa saudade, recordais os bons momentos e lamentais não os terdes mantido junto a vós.
E, depois, venerais os seus cadáveres empalhados. Pranteais a vossa saudade, recordais os bons momentos e lamentais não os terdes mantido junto a vós.
Ou culpais a uma terceira pessoa, pelo seu término. Como se o amor não fosse algo muito íntimo, que apenas em vosso coração pudesse brotar e nele mesmo pudesse fenecer.
Afastai esta ilusão, que vos alivia o sentimento de culpa mas vos deprecia a autoestima. E vereis que o amor não morre de repente, mas vai sendo envenenado dia a dia.
Permitis que o amor se perca na rotina. E sobre as chamas incandescentes de outrora, que em brasas tímidas se tornaram, espalhais as cinzas do costume e do conformismo.
E este é o princípio do fim. Porque o amor não é a amizade, mas a ânsia; não é o lago profundo e calmo, mas o oceano misterioso e agitado, onde as ondas não cessam jamais.
O amor é como uma planta delicada, que necessita ser cuidada todos os dias. E aquele que não zela por seu amor, decerto dele não desfrutará por muito tempo.
Cuidai, portanto, dos vossos amores. Ainda que muitas vezes necessiteis contrariar as vossas vontades, dominar o vosso orgulho ou esquecer as vossas rusgas.
Nada disto devereis fazer, entretanto, se assim não vos pedir o coração. Porque de bom grado o homem cede por amor; mas aquele que o faz por conveniência abriga a revolta.
E a revolta é, para o coração que a oculta, como a água represada, que um dia findará por destruir o dique e tudo arrastará na enxurrada da vingança.
Guardai-vos da revolta, que vos empurra na direção do ressentimento. E da sensação de posse, que vos leva a menosprezar o ser amado por julgardes que vos pertença.
Porque, em verdade, cada um de vós pertence apenas a si mesmo. E não obedece senão às suas vontades, não acredita senão nas suas crenças e não vive senão a sua vida.
Uma pessoa não pode possuir outra, nem ditar o seu comportamento, nem arrastá-lo pelos caminhos por onde anda. A cada um cabe escolher o seu próprio caminho.
Podeis, apenas, dar-vos as mãos.
Para que juntos chegueis ao fim da jornada.
A bela foto é do site 1000 Imagens.
Creio Árabe, que difícil julgar, porque precisaria estar na situação alheia para entender. Cada coração sabe o que sente e a sua real necessidade...
ResponderExcluirMas o poema está muito lindo! A musica maravilhosa!
Bom fim de semana! Beijos
Muito lindo,Árabe! Todos temos responsabilidades por nossa felicidade e por fazer dar certo nossos amores...
ResponderExcluirTe ler é sempre lindo! abraços,chica e tudo de bom!
"Porque o amor não é a amizade, mas a ânsia; não é o lago profundo e calmo, mas o oceano misterioso e agitado, onde as ondas não cessam jamais."
ResponderExcluirMuito bom, como sempre!
Boa semana, amigo!
É preciso cuidar, regar e sentir na alma, mas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
ResponderExcluirBelo texto!Como sempre!
oi meu amigo,
ResponderExcluirte ler é sempre uma delícia,
e quando se fala de amor,gosto ainda mais...
os corações são órgãos independentes,
e fazem o que querem,
depende de nós dar uma espiada e manter as coisas sob controle...
beijinhos
Como sempre , essa tua sabedoria vem ao de cima neste estupendo texto.
ResponderExcluirEu , traída pelo marido, nunca culpei a senhora...mas sim a ele.
E nem foi tanto por ter deixado de gostar de mim, pois o que não esqueço(embora não lhe deseje mal algum) foi a falta de respeito que demonstrou para comigo. Porque isso é exclusivamente da responsabilidade da pessoa.
Bem hajas!
Saudações amigas com tudo de bom
ResponderExcluir"Uma pessoa não pode possuir outra..."
ResponderExcluirPara que possa florescer o amor necessita de uma liberdade franca, amiga e responsável.
Aí, sim, pode-se dar as mãos rumo ao infinito...
Poético e verdadeiro, adorei!Bjssss
Amor não é posse, é antes, dádiva e entrega consciente.
ResponderExcluirBoa semana.
sem duvida que no verdadeiro amor não há posse, e é essa possessividade que matas as relações
ResponderExcluirbeijos
Olá amigo e bom Árabe, depois de ler toda esta sua excelente dissertação sobre o amor nas relações, que poderei expressar? Que tudo está dito, mas compete a cada um de nós escolher o melhor que nos ajudará a chegar "juntos até ao fim"! Não é fácil, mas vamos sempre tentando, respeitando a individualidade do outro. Bem-haja pela sua sapiência e clareza que coloca na abordagem dos mais variados temas e deste em particular. Sempre aprendendo com o amigo. Continuação de uma boa semana. Beijinhos Ailime
ResponderExcluirComo sempre tudo o que escreves é belissimo...
ResponderExcluirAgradeço o recado carinhoso que deixou em meu blog, mas tudo tem seu tempo...
Obrigada...
Beijos...
Olá amigo,adoro ler suas cronicas,só não sei porque vc não me responde,qdo lhe pergunto se vc é Flávio Cruz,irmão de Àlvaro,custa tanto matar essa curiosidade minha?Por favor,masta dizer sim ou não.Estou no aguardo.
ResponderExcluirum abraço.
Regi
Um bom texto sobre os amores, que os há revestidos de diversas formas e intensidades.
ResponderExcluirSaudações amistosas.
Somos responsáveis por nossas atitudes, abraço Lisette.
ResponderExcluirO amor tem vida própria e não depende de nós para mantê-lo cativo. Ele tem que servir-se de encanto para encantado ficar! Por isso cuidar do amor!!
ResponderExcluirTem que beijar muito, não é Árabe? (rs*)
Bom restinho de semana!! Beijus,
um texto que me deixa muitas questões.
ResponderExcluirli e reli e tem partes que concordo plenamente e outras que me deixou a reflectir.
mas ainda bem, não podemos estar de acordo com tudo, e isso é positivo.
um beijo
;)
Isso, Olhos de Mel! É exatamente essa a causa de tantos rompimentos. Bom resto de semana!
ResponderExcluirTemos, Chica. Pena que muitas vezes nos esquecemos disto! Bom resto de semana.
ResponderExcluirGrato, Fa menor, pela gentileza e amizade. Bom resto de semana.
ResponderExcluirBem dito, Claudinha: A dor e a a delícia de ser o que é. Bom resto de semana!
ResponderExcluirSempre uma alegria a sua presença, Rô... e gostei do comentário. :) Bom resto de semana!
ResponderExcluirEntendo, São. O desrespeito é o pior, sim; quanto nos magoa! Bom resto de semana, amiga.
ResponderExcluirMeu abraço, amigo Carlos Valente; bom resto de semana.
ResponderExcluirPoético e verdadeiro comentário também, Vanuza. Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirIsso, Luz! Eis algo que nunca devemos esquecer. Bom resto de semana!
ResponderExcluirÉ, sim, Luna; na maioria das vezes. Bom resto de semana!
ResponderExcluirO aprendizado é mútuo, Ailime, acredita. Grato pela amizade e gentileza, bom resto de semana!
ResponderExcluirTem, Arco-Íris. E a gente respeita, mesmo sentindo falta dos amigos. Bom resto de semana!
ResponderExcluirRegi, se você é Regina, eu respondi naquele mesmo comentário... não viu? Mas obrigado por frequentar o nosso oásis. Bom resto de semana!
ResponderExcluirGrato, Jorge, pela presença e comentário. Volte sempre; o oásis é nosso. Bom resto de semana, meu abraço.
ResponderExcluirSomos, Lisette... e não há como fugir às suas consequências. Bom resto de semana!
ResponderExcluircada vez mais, Luma... cada vez mais! :) Essa é uma das melhores partes! :) Bom resto de semana.
ResponderExcluirPositivo, sim, Piedade... são as dúvidas que nos fazem buscar as descobertas. Bom resto de semana!
ResponderExcluirQuando dois corações se tocam, mesmo com todas as diferenças que existem entre dois mundos, somente a Luz deveria prevalecer.
ResponderExcluirBeijos...
Deveria, De... e um dia assim será. Bom fim de semana.
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