Acreditais,
acaso, que os vossos amores sejam como as árvores?
Desiludi-vos,
então. E sabei que são, antes, como as espumas alvas que flutuam sobre as
ondas e se desfazem mansamente, quando o mar se quebra sobre a areia da praia.
Como as
espumas, porém, voltam a flutuar sobre as próximas ondas; e as adornam, até que
por sua vez morram na areia. E assim será, por todo o tempo em que possam
durar.
Porque
esta é a natureza dos amores: inconstante e variada. Assim são os sentimentos
da alma humana, que habita na Mansão do Amanhã, mas viaja com os ventos do
hoje.
Em
verdade, nada encontrareis de diferente. E, se olhardes dentro de vossas almas,
vereis que não viveis os vossos amores com a mesma intensidade, em todos os
momentos.
Desejar
que o amor seja o mesmo, em todas as horas, seria como desejar que as nuvens
seguissem sempre na mesma direção, à mesma velocidade, independentes dos ventos.
Pois nada
existe de mais inconstante que as vossas emoções. E, se a amizade é como o lago manso
e confiável, o amor é como o oceano, com as suas borrascas e calmarias.
A
dualidade é da natureza do amor. E é por isto, que em algumas horas ele
vos arrebata no fogo intenso do desejo e em outras vos faz repousar no encanto
meigo da ternura.
Não
busqueis, portanto, entender os vossos amores. Nem os contabilizeis entre as
vossas posses; nem espereis que ainda estejam ao vosso lado, quando vier o amanhã.
Vivei-os,
apenas. Pois outra forma não existe de experimentardes todos os prazeres, nem
todas as amarguras. Sem o amor, não conheceríeis todos os sorrisos e todas as
lágrimas.
Vivei-os,
apenas. Pois o tempo é relativo e, se a eternidade é feita da mesma essência
que o minuto, um minuto de amor profundo e compartilhado pode ser uma
eternidade de vida!
Não esmiuçeis
o vosso amor, nem procureis entendê-lo; limitai-vos a sentí-lo em vós. Porque o amor é sentimento vivo, e apenas em cadáveres pode ser feita a dissecação.
Aprendei
que o amor não é segurança, mas inquietude; não é dominação, mas companhia.
Amar não é receber, mas entregar-se; não é a certeza, mas uma dúvida doce e
constante.
Talvez o
amor não esteja convosco, todo o tempo; mas fará valer a pena cada minuto que
estiver em vosso coração. E, ainda que ausente, estará em vossas mais doces lembranças.Os vossos amores não são como as árvores. Mas o amor está em vossas raízes.
Música:
Nossa Árabe, que coisa linda! O amor é constante, mas apesar disso, tem seus altos e baixos. É como a própria vida. É entrega, sonhos e inquietudes, como bem disse.
ResponderExcluirAmei o texto, a imagem e a musica!
Bom fim de semana! Beijos
Olá:
ResponderExcluirNão sei se será bem assim.O amor está nas raízes, mas e os ramos que enfeitam as árvores?E as flores? E os frutos? Porque focas as raízes e não falas nos frutos das árvores?
Então o amor não deverá dar frutos?
Vejo o amor não como inquietude e vejo-o como segurança sim! Senão não valia a pena alimentá-lo.Devemos colocar o amor em tudo....até numa simples folha que se desprega e cai com segurança e suavemente da árvore.
Tudo deve ser amor...todos deviam ser amor!E continuo a pensar que amor é não é só entrega também receber é uma grande dádiva.Dar e receber...uma simbiose, não?
Beijinho doce:)
Voltei.Esqueci de dizer que o tema musical é muito bonito e que me lembro da estreia do filme.Ainda era uma garotinha. "O Padrinho"...
ResponderExcluirBeijinho doce:)
O tema musical é lindissimo e canto-o muitas vezes...
ResponderExcluirEsmiuçar seja o que for em demasia , estraga tudo : é matar a felicidade a golpes de "porquê?". com canta o genial Jacques Brel!
Meu querido amigo, bom domingo :)
"Pois nada existe de mais inconstante que as vossas emoções. E, se a amizade é como o lago manso e confiável, o amor é como o oceano, com as suas borrascas e calmarias."
ResponderExcluirBom dia meu amigo! Assim mesmo, com o passar do tempo principalmente, horas calmas, horas turbulentas, kkkk. Sinto que o tempo leva consigo, um pouco das belezas que vivemos no início, passamos a ver e reconhecer que, não existem rosas sem espinhos. O importante é que haja amor, o suficiente para superarmos os momentos de turbulências. O texto é lindo como sempre, com muitas verdades! A imagem é linda, amei! Tenha uma ótima semana, fique com Deus e um enorme abraço. Muitíssimo obrigada!
sim os amores são muitas vezes inconstantes, mas mesmo assim devemos valorizar o amor e os amores.
ResponderExcluirgostei de ler.
boa semana.
beijinho
:)
Nossa! que bonito...
ResponderExcluirRealmente é tudo isso; mas é o que faz a vida valer a pena;
a natureza e um amor; em um mundo onde tudo está cada vez mais
descartável é necessário e importante cultivar o amor em várias formas.
Agradeço pela sua sempre presença lá pela casa.
E uma boa semana.
janicce.
OI ÁRABE!
ResponderExcluirSEMPRE PROFUNDO E VERDADEIRO O QUE ESCREVES.
É DO SER HUMANO VIVER AMORES OU UM AMOR POR TODA A VIDA, MAS COMO BEM O DIZES, EM CADA FASE TEM UMA INTENSIDADE E UM VALOR DIFERENTE.
APENAS VIVÊ-LOS, SEM ESPERAR ALÉM DO QUE PODEMOS RECEBER.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Boa noite Árabe!
ResponderExcluirUm texto maravilhoso e atilado.
Como bem disse: Amar não é receber, mas entregar-se; não é a certeza, mas uma dúvida doce e constante. Perfeito!
Musica linda para engradecer mais o texto.
Ótima semana!
Já tem atualização por lá
Quantas verdades, meu amigo!
ResponderExcluirOs sentimentos são mais inconstantes do que o vento, e tentar entendê-los é tempo perdido.
Por isso se ouve frequentemente esta frase: Como é que eu pude algum dia gostar de...? (ele ou ela)
Não há como viver cada momento que passa com toda a intensidade possível e deixar os sentimentos fluírem e seguirem o seu rumo...
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Pois os sentimentos, o amor, é sempre um tema
ResponderExcluirincontornável e infindável.
Abraço, amigo.
Irene Alves
o amor cda vez é mais raro, oegoísmo, e a hipocrisia impera
ResponderExcluirSaudações
Olá:
ResponderExcluirAguardo visita e novo post:))))
Beijinho doce
ResponderExcluirOlá amigo,
É mesmo pretensioso esperar ou desejar que o amor seja o mesmo em todos os momentos. Suas variáveis, contudo, não são capazes de abalá-lo quando verdadeiramente sentido. Seja entre sorrisos ou lágrimas, será sempre uma dádiva conhecer e vivenciar o amor. E como muito bem colocado, o amor "não é a certeza, mas uma dúvida doce e constante".
Tudo lindo: texto, música e imagem.
Abraço.
Isso, Olhos de Mel! Interessante que, apesar de ser sempre uma doce dúvida, é o que nos faz ter a certeza de que viver vale a pena! :) Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirConcordo, Doce Amor: o amor está em tudo... até porque faz parte de nossa essência. Entretanto, a simbiose precisa ser natural, para ser simbiose, entende? E, quanto a mim, não consigo ver o amor como segurança... prefiro a sua doce inquietude, sempre. :) Bom resto de semana, obrigado!
ResponderExcluirQuanto ao tema musical... quem me dera ser um garotinho, quando esse filme passou por aqui! :)
ResponderExcluirSão, querida amiga, que alegria ver-te de volta! E concordo inteiramente, embora não conheça a música: nada resiste a muitos golpes de "porquê!"! Bom resto de semana, fica bem.
ResponderExcluirObrigado, Teresa Isabel. E parabéns pelo blog, é ótimo! Bom resto de semana, volte sempre.
ResponderExcluirPura verdade, Maria Luzia: "O importante é que haja amor, o suficiente para superarmos os momentos de turbulências"; esse é o segredo da convivência! Obrigado, minha amiga; bom resto de semana!
ResponderExcluir... e talvez, Piedade, essa inconstância seja parte do seu encanto! :) Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirSem dúvida, Janicce! É cada vez mais necessário cultivar o amor, de todas as formas! Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirAcho que você sintetizou muito bem, Zilani: apenas viver o amor, sem que nos preocupe o que iremos receber! Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirEm breve irei conferir, Smareis; muito me agradam os seus posts! Grato, amiga; bom resto de semana.
ResponderExcluirVerdade, Mariazita: tudo que podemos fazer é viver cada momento com toda intensidade, e deixar que fluam em direção à Eternidade! Bom resto de semana, obrigado.
ResponderExcluirSem dúvida, Irene: o amor é um tema inesgotável, até porque vive em nós através do tempo! Obrigado, amiga; bom resto de semana.
ResponderExcluirMuito bom rever-te, meu amigo Valente! E concordo: o amor se torna cada vez mais raro... e por isto, talvez ainda mais necessário! Grande abraço, bom resto de semana.
ResponderExcluirSerá um prazer, Doce Amor, tenha certeza! :) Bom resto de semana.
ResponderExcluirÉ um dos maiores encantos do amor, não é, Vera? :) E concordamos: a música é fantástica! Quanto à imagem... bem, foi ela que inspirou o post. :) Obrigado, bom resto de semana.
ResponderExcluirbom fim de semana.
ResponderExcluirbeijinho amigo
:)
Un texto aleccionador, como siempre. Tienes razón siempre la tienes!!! Somo naturaleza, sin duda.
ResponderExcluirUn abrazo y mil gracias por tu huella.
Te dejo mi inmensa estima.
Se muy muy feliz.
Para você também, Piedade. Bom fim de semana!
ResponderExcluirSomos, sim, Marina; sem a menor dúvida! Grato, bom fim de semana
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