O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

A LIÇÃO E O APRENDIZADO

 


Eu gostaria de poder mostrar-vos o que a vida me ensinou.

Porque ninguém atravessa, impunemente, 77 anos de estrada. E talvez a minha experiência pudesse ajudar-vos a minimizar os vossos erros e multiplicar os vossos acertos; a viverdes melhor.

Gostaria; mas sei que não o posso fazer. Porque cada um de nós tem as próprias verdades e as próprias tendências; cada um é uma tela, que precisa ser pintada com um tipo de pincel e de tinta.

Alguns de nós são sois; outros, luas. Uns estão prontos para o alvorecer, outros buscam o crepúsculo. Cada homem entende um idioma; este é o significado que tem a metáfora da Torre de Babel.

Porque, desde que nascemos, não somos folhas em branco. Se o fôssemos, como explicar as diferenças entre irmãos, nascidos do mesmo pai e da mesma mãe, e por eles igualmente criados?

Até vos tento explicar; mas seria pretender o impossível, esperar que aprendêsseis com a minha experiência. Pois ninguém aprende, senão com o pó que acumula nas próprias sandálias.

Sou apenas alguém como todos vós; debato-me entre as minhas dúvidas e muitas vezes vejo ruir o que julgava certezas. Tive e tenho a minha cota de erros e acertos, e aprendo em cada dia.

Isto é tudo de que necessitamos: a disposição para aprender. A humildade suficiente para reconhecer que não somos donos da verdade e, quanto mais rápido aprendemos, melhor para nós.

Sim: tive muitas lições nesta vida; e ainda hoje as recebo. Algumas foram mais dolorosas do que outras, mas por todas agradeço; e vos asseguro que, quanto mais dura, melhor a lição é aprendida.

Cada um deve caminhar por si mesmo. Magoar os pés nas pedras do caminho e refrescá-los nas águas cristalinas dos córregos que nele encontrar. Colher as suas flores e ferir-se nos espinhos.

Pois ninguém pode caminhar por ninguém; assim como não pode enxergar por outros olhos, respirar por outra boca, ou acompanhar alguém na Grande Viagem. Ainda que juntos se vão, sós a farão.

Esta é uma das verdades que necessitamos aprender: nada nem ninguém, nos pertence; quanto mais acreditarmos possuir, maior será a nossa frustração, quando tudo e todos nos forem tirados.

Aprendamos, portanto, a desfrutar do que nos cerca e agradecer pelo tempo que nos é concedido. Se bem soubermos aproveitá-lo, mais fácil e proveitosa se tornará a nossa caminhada de agora.

E mais suave será o caminho a ser percorrido amanhã. Porque talvez não o tenhais, ainda, percebido; mas somos nós mesmos que traçamos, no presente, os rumos que tomaremos no futuro.

E esta é maior lição a ser aprendida.

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