O VOSSO ESPAÇO

Sede fiéis aos vossos pensamentos.

E segui o vosso rumo, por mais difícil que às vezes vos possa parecer. Porque aquele que se perde de si mesmo, perde o respeito próprio; e, sem ele, nada mais poderá construir.

Porque de tudo sereis capazes, enquanto acreditardes em vós. Amores novos substituirão os que se forem; novos amigos cruzarão o vosso caminho e alguns caminharão convosco.

Os bens que, acaso, vierdes a perder, ficarão no passado; e outros podereis adquirir. E, ainda que a própria saúde fraqueje, encontrareis o ânimo necessário, para seguir em frente.  

Se, entretanto, deixardes de ser como sois, nada vos restará senão um imenso vazio interior. Porque nada realmente existe, para aquele que não vive em paz com o seu verdadeiro Eu.

Certo está o ditado que vos avisa: qualquer homem pode lutar contra todo o mundo, mas ninguém é capaz de viver em guerra consigo mesmo. Necessitais da vossa própria aprovação.

Guardai, portanto, o vosso espaço; defendei-o dos vossos amigos, dos vossos amores, de todos que se acercarem de vós. Aprendei a ouvir a todos, mas tomar as vossas próprias decisões. 

Porque as pessoas querem escolher os caminhos de todos, ainda mais quando amam; pensam que vos conhecem melhor do que vós. Mas apenas cada um pode escolher o seu rumo.

Tende presente que, ao preservar os vossos pensamentos e as vossas emoções, é ao vosso verdadeiro Eu que defendeis. Porque é com ele que precisais viver em paz, para terdes paz.

Quando encontrardes a vós mesmos, não sereis perfeitos. Ao contrário: reconhecereis as vossas próprias imperfeições; e caminhareis com elas, enquanto buscais melhorar e evoluir.      

Para isto, porém, o primeiro passo é conhecer-vos. E como o fareis, se não fordes capazes de traçar os vossos próprios caminhos? Como sereis livres, se vos prendeis a ideias alheias?

Preservai, sempre, o vosso espaço. E sede capazes de fazê-lo, sem discussões ou atritos. Porque aquele que diz brigar por suas opiniões, na verdade tenta impô-las aos que o cercam.

Eu vos tenho dito (e a lógica nos ensina) que a razão não necessita brigar, para se fazer ouvir. É o tempo que lhe dá passagem e a faz vencer, não a altura das vozes que dizem falar em seu nome.

Sede como o caniço, que se verga sob a força do vento; e, ao passar a tempestade, volta a ficar de pé. Enquanto o orgulhoso carvalho, que tentou lutar contra o vento, está caído sobre o solo.

Aprendei a preservar o vosso espaço.

E não tentareis invadir os alheios. 

Música:

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