O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O DIA DA SAUDADE



Por que falar em “Dia de Finados”?

A verdade é que ninguém se finda, enquanto a sua memória persiste em alguém. E os seres amados continuam ao nosso lado, nas boas lembranças dos momentos que vivemos juntos
.
O nosso verdadeiro Eu é imortal e passeia nos Jardins da Eternidade, junto ao Coração do Universo. O que chamamos “morte”, é apenas a troca do traje que foi usado em uma jornada.

E ninguém sofre por um traje desgastado pelo tempo; guarda, sim, as recordações dos bons momentos que viveu, enquanto lhe coube usá-lo. Um dia, todos precisamos de um novo traje.

Choremos, sim; é o pranto que alivia todas as dores que sentimos. E é o nosso egoísmo que nos faz sofrer, quando nos martiriza a falta de um ser amado, que desejaríamos ter conosco.

Cuidemos, entretanto, para que sejam de saudade as nossas lágrimas. Porque a saudade não é a ausência de alguém querido, mas a sua presença em nós, quando não está ao nosso lado.

E, por isto, a saudade não é apenas a dor; mas a sua própria cura. Porque as mesmas lembranças que nos magoam, nos consolam; a falta que alguém nos faz, o traz de volta em nós.

Triste não é chorar de saudade; triste, seria nunca termos conhecido uma pessoa que a fizesse nascer. Não devemos lamentar a saudade, mas abençoar os sentimentos que a geraram.

Porque a saudade não nasce de si mesma; seu pai é o amor, e sua mãe é a lembrança. E não deve causar frustração, mas paz; não deve trazer solidão, mas a sensação de companhia.

Feliz, portanto, daquele que sente saudade. É alguém que viveu, que compartilhou, que caminhou junto, que foi feliz. É alguém que não desperdiçou a sua vida, que é capaz de amar.

A saudade não nos deve envergonhar, mas orgulhar; não deve nos fazer sofrer, mas consolar-nos. Não nos percamos na tristeza da separação, mas confiemos na alegria do reencontro.
         
A doce fragrância das flores persiste em nossa lembrança, mesmo depois que deixamos o jardim; e a música suave se eterniza em nossas memórias, ainda depois que soou o último acorde.

Assim é. E por que aqueles que amamos não poderiam continuar conosco, depois do embarque na Grande Viagem? As estrelas brilham juntas, no céu noturno, apesar da distância que as separa.

Recordemos, hoje, aqueles que já não estão conosco. Mas não é com tristeza que os devemos homenagear, e sim com alegria; não sintamos a sua ausência, mas a sua presença.

Que hoje não seja “Dia de Finados”.

Seja o dia da nossa saudade.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/adagio.mid

26 Comentários:

Blogger Lúcia Laborda disse...

Hoje passei o dia cheia de afazeres; não gosto de parar pra pensar no dia de hoje. Se é dia de saudade, de flor; preciso lembrar de amor. Prefiro lembrar que um dia, minha mãe e meu pai, por aqui estiveram e sei que ainda que tenham mudado de dimensão, não nos deixaram, jamais!
Lindo post, linda homenagem!A musica, é linda, mas não gosto, porque acho profundamente triste.
Bom fim de semana! Beijos

2 de novembro de 2018 às 22:20  
Blogger chica disse...

Descreveste muito bem o dia de finados e o sentimento que nele deve existir:saudade! E essas são grandes!abração, lindo fds! chica

3 de novembro de 2018 às 06:21  
Blogger CÉU disse...

Olá, meu estimado amigo!

Uma nomenclatura completamente diferente e k me levou a cogitar.
Em Portugal há cemitérios, naturalmente, mas a cremação está em alta. Ainda não consegui entrar nessa onda.
Saudade sempre ficará, mas pensemos, sobretudo, nos bons momentos em vida.

Abraços e um bfds.

3 de novembro de 2018 às 12:45  
Blogger Ailime disse...

Boa tarde meu bom Amigo e bom Árabe,
Que texto tão significativo para entender melhor o dia que passou em que lembramos os que partiram!(Será que não os lembramos com saudade em todos os dias)?
Dos meus que partiram tenho muitas saudades e todo o envolvimento que habitualmente se dá nestas alturas me faz sentir alguma nostalgia, embora eu procure não me envolver muito.
Obrigada, meu Amigo, por me ajudar a suavizar com suas belas e sábias palavras estes momentos.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime

4 de novembro de 2018 às 16:12  
Blogger Unknown disse...

Bom dia Árabe!

Verdade, os que partem antes de nós, nunca morrem, estão sempre presentes nos nossos pensamento, deixam saudades, muitas, uma saudade que chega a doer. Mas ficam as boas lembranças dos bons momentos, para nos consolar. Árabe, querido amigo, que você tenha uma ótima semana, com paz e saúde. Obrigada e grande abraço!

5 de novembro de 2018 às 10:24  
Blogger Fá menor disse...

Muito boa perspectiva, da qual comungo.

Boa semana, amigo!
Beijos.

5 de novembro de 2018 às 11:56  
Blogger Amélia disse...

Muito bom este texto dedicado ao dia de finados. Concordo com a mudança da frase que seja o dia da nossa saudade.
Sinto muitas saudades dos meus queridos que partiram, não sou pessoa para visitar cemitérios, visito igrejas e rezo por eles.
Desejo uma belissima semana.

5 de novembro de 2018 às 18:22  
Blogger Arco-Íris de Frida disse...

Saudade... ela é grande, forte, imperiosa... e é todos os dias, finados é apenas mais um desses dias.
Mas... tudo passa... nem dor nem alegria duram para sempre... no final o homem se adapta a tudo, ate as perdas.

Meu bom amigo Arabe, espero que se encontre bem, e que tenha uma otima semana.

Abraços...

6 de novembro de 2018 às 09:15  
Blogger São disse...

Não é necessário um dia especial para lembrar quem amamos e partiu....

Abraço forte, meu Amigo

6 de novembro de 2018 às 13:35  
Blogger Teresa Isabel Silva disse...

Adorei as tuas palavras, muito bonitas!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

6 de novembro de 2018 às 16:35  
Blogger Marina Filgueira disse...

¡Hola, Árabe!

Como siempre no regalas lo mejor lo más grande que es la enseñanza de un maestro para sus alumnos, gracias mi buen amigo.

Estoy totalmente de acuerdo con tu teoría sobre la muerte. Un texto de lujo como siempre.
Es verdad que solo somos un caparazón andante por un tiempo en este mundo llamado Tierra.
La vida no tendría mucho sentido si todo terminara con la muerte. ¡Claro está que lloramos cuando se marcha algún ser querido, somos humanos! Y se echa mucho de menos, pero siempre nos queda la esperanza de un día poder reencontrarnos de alguna manera.
Ha sido un placer leerte.

Te dejo mi inmensa gratitud y mi gran estima.
Un beso y se muy, muy feliz,




7 de novembro de 2018 às 17:19  
Blogger Smareis disse...

Boa noite Árabe!
O texto muito bom, gostei de ler. Tenho uma vizinha que fica em pranto no dia de Finado, acho desgastante e dolorido. Esse dia nem deveria ser feriado, esse é meu pensar.
Esse Dia de Finados é pra mim como qualquer outro dia amigo. As pessoas que eu mais amava e ja se foram, estão aqui guardadinha dentro de mim. As recordações dos bons momentos que vivemos é o que importa.
Boa semana!
E um excelente mês de novembro.
Escrevinhados da Vida

7 de novembro de 2018 às 21:40  
Blogger O Árabe disse...

Entendo, Olhos de Mel. Também acho que saudade tem muito mais a ver com flor e amor, do que com a frustração e a dor da perda. Mas a verdade é que o egoísmo nos faz sentir muito a falta das pessoas queridas. Obrigado, bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:29  
Blogger O Árabe disse...

Grandes, mesmo, Chica! E o pior é que, à medida que envelhecemos, o número de perdas vai aumentando... até que chegue o nosso próprio dia. Bom resto de semana, amiga; já voltaram da praia? :)

8 de novembro de 2018 às 14:31  
Blogger O Árabe disse...

É exatamente o que você disse, Céu: "Saudade sempre ficará, mas pensemos, sobretudo, nos bons momentos em vida."; é por aí, mesmo! Bom fim de semana, obrigado.

8 de novembro de 2018 às 14:32  
Blogger O Árabe disse...

Obrigado a você, Ailime, pela amizade e gentileza constantes. E concordo: a saudade está em nós, sim, todos os dias! Bom resto de semana, amiga!

8 de novembro de 2018 às 14:34  
Blogger O Árabe disse...

Este é o segredo para amenizar a dor da saudade, Maria Luzia: buscar as lembranças dos bons momentos! Obrigado, minha amiga; bom resto de semana, meu abraço.

8 de novembro de 2018 às 14:36  
Blogger O Árabe disse...

Melhor forma de lidar com a saudade, não é, Fa? :) Obrigado, bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:36  
Blogger O Árabe disse...

Também não sou de igrejas nem seminários, Amélia; mas, igualmente, os tenho em todas as minhas orações! Obrigado, bom resto de zemana.

8 de novembro de 2018 às 14:38  
Blogger O Árabe disse...

Bem como você disse, Arco-Íris: grande, forte, imperiosa... mas acabamos nos acostumando; é preciso seguir em frente, até que chegue o nosso dia! Estou bem, sim, minha amiga; e você, como está? Obrigado, bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:41  
Blogger O Árabe disse...

Realmente não é,São; muito pelo contrário: eles sempre estão em nossas lembranças! Meu abraço, amiga; bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:42  
Blogger O Árabe disse...

Grato, Isy; bom resto de semana, amiga!

8 de novembro de 2018 às 14:42  
Blogger O Árabe disse...

Concordo inteiramente com você, Marina: a vida não faria muito sentido, se tudo terminasse com a morte. Mas somos humanos, e sentir falta dos entes queridos é natural em nós. Grato, amiga, pela gentileza e amizade; bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:44  
Blogger O Árabe disse...

Não há como não concordar com você, Smareis: é aí mesmo, que elas devem estar: bem guardadinhas, dentro de nós! Obrigado, amiga; bom resto de semana!

8 de novembro de 2018 às 14:46  
Blogger Mariazita disse...

Meu caro Árabe
É com bastante atraso que leio este teu texto.
O que te posso dizer? Que é um costume arraigado, especialmente nos católicos, que têm o culto dos mortos...
A verdade é que todos estes actos - enfeitar campas, pôr flores e velas... etc., não passam de rituais que a maioria cumpre religiosamente.
A essência do que recordamos - e continuamos a amar para além da morte - não está nos cemitérios.
Mas... a tradição tem muita força...

Feliz Terça-feira e uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

13 de novembro de 2018 às 14:20  
Blogger O Árabe disse...

Com atraso também respondo, Mariazita, pois só hoje vi este comentário. :) Mas concordo inteiramente contigo: a tradição tem muita força... e a tristeza da saudade nos leva a duvidar que os entes queridos continuem vivos, em nós, mesmo depois da Grande Viagem! Obrigado, minha amiga; bom resto de semana.

15 de novembro de 2018 às 18:49  

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