O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O APRENDIZADO DA SAUDADE


Aprendei a desfrutar da saudade.
Porque não vos deveis recordar do passado com a frustração da perda, mas com a alegria do encontro. E, decerto, nada ou ninguém perdestes, que por um tempo não tenha feito parte da vossa vida.
Ninguém perde, senão aquilo que já foi seu. E nada ou ninguém o destino vos leva, que não tenha trazido aos vossos caminhos. Comemorai, pois, a chegada, em vez de lamentardes a partida.
Não é a ausência de hoje, que deveis procurar na saudade; mas a presença de ontem. Porque a primeira vos fará sofrer, enquanto a outra será o vosso conforto, quando tristes e sós vos sentirdes.
Guardai-vos de lastimar porque se foi a juventude; recordai, antes, os vossos amores e as vossas brincadeiras daqueles tempos. Assim a tereis de volta, superando os achaques e as dores da velhice.
Não lamenteis os seres amados que se foram; estarão ao vosso lado, enquanto deles conservardes as melhores lembranças. Cada um dos vossos amores viverá, enquanto estiver vivo em vós.
Esta é a lição: o que existe, para vós, é o que existe em vós. Se alimentais a tristeza, por certo ela vos dominará; se, entretanto, optardes por conviver com a alegria, é ela que seguirá convosco.
Se vos entregais ao desânimo, vereis que ele crescerá, até tolher os vossos passos. Se, porém, escolheis a esperança, ela vos acolherá em seus braços e suas asas vos levarão muito mais longe.
Afastai de vós a sensação de solidão e perda que, muitas vezes, vos desperta a saudade; buscai, antes, o conforto de através dela reviver emoções que ao longo do tempo aqueceram a vossa alma.    
Vivei, intensamente, cada um dos vossos momentos; assim eu vos tenho dito. E, se o fizerdes, descobrireis que as suas lembranças estarão enraizadas em vossos corações por todo o tempo.
Em verdade, nada ou ninguém que exista neste mundo vos pertence; a tudo e todos aqui deixareis, quando vos fordes. Entretanto, as recordações são vossas; e estas, sim, levareis para sempre.
Aprendei, portanto, a conviver com a saudade. Porque nenhum homem que caminhe sobre a terra chegará ao fim do percurso sem encontrá-la em seus caminhos e experimentar o seu abraço.   
Não deveis temê-la, porém. A saudade não é vossa inimiga, mas a ferramenta de que dispondes para viajar pelo passado e aprender com vossos erros e acertos; com vossas dores e alegrias.
Vivei os vossos momentos e os vossos amores, sem temer a saudade que amanhã vos poderão trazer. Acreditai-me: ruim não é sentir saudade, mas passar pelo mundo sem emoções e lembranças.
Sem algum motivo para sentir saudade.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_pianos_magicos_memory.mid

Eu amo esta música: https://youtu.be/Npmagvjg_5c

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

OS MELHORES CAMINHOS


Nem sempre, escolheis os melhores caminhos.
Porque, sendo humanos, não vos cabe prever o futuro; não conseguis adivinhar o destino a que cada caminho vos levará. E, imediatistas como sois, não vos detendes a pensar no que pode acontecer.  
Assim, as vossas escolhas são determinadas pelas circunstâncias do momento. E muitas vezes o caminho que no início aparenta ser mais largo, aprazível e plano, adiante revela-se estreito e íngreme.
Nada existe que possais fazer, quanto a isto. O aprendizado pelo erro está na Lei do Universo; errareis algumas das vossas escolhas, até que saibais escolher. Este, afinal, é o objetivo de vossas jornadas.
Assim, eu vos tenho dito: o hoje que viveis é fruto das escolhas que ontem fizestes; e quando este hoje se tornar ontem, as escolhas que hoje fazeis terão determinado o que hoje chamais amanhã.
Tende em mente esta verdade: se o caminho que hoje percorreis vos desagrada, lembrai-vos de que ontem o escolhestes. E, longe de vos perderdes em lamentações, buscai torná-lo melhor amanhã.
Porque, se é certo que não podeis mudar o ontem, é igualmente certo que não necessitais mudá-lo; tudo que precisais é modificar o vosso hoje, para que o amanhã vos traga o hoje com que sonhais.
De nada adianta queixar-vos dos buracos no caminho: aprendei a evitá-los, pavimentando o chão com as pedras que magoaram os vossos pés. Assim, mais macia e segura se tornará a vossa caminhada.
Tampouco vos serve reclamar da monotonia da paisagem: amenizai-a plantando flores, ao longo da estrada; ainda que necessiteis encontrar em vosso coração as sementes e regá-las com as vossas lágrimas.
Não vos agasteis com a chuva, que castiga sem cessar o vosso corpo. Não faltarão cavernas, onde possais abrigar-vos e repousar, até que volte a bonança e desfruteis do delicioso aroma da terra molhada.
Buscai a sombra protetora de uma árvore, quando vos abrasar o sol do meio-dia, e aguardai que a brisa amenize o vosso desconforto. Recordai que o mesmo sol, pela manhã, afasta de vós o frio da noite.
Não desanimeis, nem julgueis intransponível o rio que impede o vosso caminho; banhai-vos e dessedentai-vos em suas águas. Com o tempo, aprendereis a nadar e conhecê-lo; no dia certo, o atravessareis.
Sim; nem sempre, escolheis os melhores caminhos. Mas todos levam ao mesmo ponto; o que varia é o tempo de viagem. Caminhais juntos; e nenhum de vós terá chegado, até que chegue o derradeiro.
Escusai-vos, pois, de reclamar do caminho que escolhestes. Guardai, antes, as vossas forças para percorrê-lo, da melhor forma que vos for possível. É assim que mais rapidamente concluireis a jornada.
Que vos leva ao Coração do Universo.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_richard_clayderman_don_t_cry_for_me_argentina.mid

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A CANÇÃO DA ESPERANÇA


Momentos existem em que o desânimo nos visita.
Pois, assim como a lua não pode estar cheia todo o tempo, nem o vento soprar sem descanso, não é possível ao homem acreditar sempre e deixar-se sempre carregar pelas asas dos sonhos.
É possível que, vez por outra, os pés que se mostram alados voltem a pisar sobre o solo; e, mais do que isto, que os obstáculos pareçam intransponíveis e encubram todo a linha do horizonte.
Se assim não fosse, não seríamos humanos; nem necessitaríamos caminhar sobre a terra. O corpo é, para o espírito, como o casulo que abriga a crisálida até que se torne borboleta e possa voar.
Esta é a verdade que devemos ter em mente, durante a noite mais fria e escura: o dia decerto voltará, com o seu calor e a sua luz. Tudo que precisamos é atravessar a noite, até que raie o sol.
Abençoada seja, portanto, a esperança que nos faz seguir em frente, ainda que o caminho pareça estreitar-se; abençoada seja a força que sustém os nossos passos, por mais cansados que estejam.
Porque desanimar não é a resposta, entregar-se não é o caminho. O navegante que mais aprende sobre o mar não é o que permanece ao abrigo da enseada, mas o que se aventura no alto oceano.
E, enquanto o primeiro jamais terá uma visão mais ampla do mundo, ao segundo caberão as grandes aventuras e as grandes descobertas; porque, se o medo nos mantém presos, a coragem nos liberta.
Acendamos um fósforo e a escuridão se dissipará ao nosso redor; forcemo-nos a dar mais um passo e a viagem prosseguirá. Acreditemos e a luz da nossa confiança iluminará o caminho a seguir.
Sempre existirão os caminhos, enquanto formos capazes de caminhar. Depois de cada calmaria ou cada vendaval, a brisa voltará a acariciar os nossos cabelos; secas as lágrimas, tonaremos a sorrir.
Quanto mais alta e escarpada for a montanha, mais bela e abrangente será a paisagem vista do seu topo; quanto mais profundo o abismo, mais segura a ponte que construiremos sobre ele.
Quanto mais roseiras semearmos no jardim, mais agradável será o seu aroma, quando sobrevier a floração; quanto mais pedras no caminho, mais fácil espalhá-las para pavimentar o nosso chão.
Acreditar é preciso. Estar sempre pronto a amar novamente, ainda que a desilusão nos faça chorar; confiar mais uma vez, andar mais uma vez, sorrir mais uma vez, tentar mais uma e outra vez.
Sim; momentos existem em que o desânimo nos visita. Como, por vezes, nuvens negras conseguem esconder, por alguns momentos, o azul do céu. Mas logo o vento as afasta e o sol volta a brilhar.
Para iluminar o nosso caminho. 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_ernesto_cortazar_you_are_my_destiny.mid

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O VOSSO ESPAÇO


Preservai o vosso espaço.
Porque dele necessitais, para que vos possais mover e respirar livremente. Ninguém existe que caminhe sobre a terra e suporte sentir-se oprimido todo o tempo, sem experimentar a agonia da revolta.
Tendes, sim, o direito a fazer as coisas do vosso jeito, ainda que aos outros possa não parecer a melhor forma; e a pensar como pensais, ainda que as vossas ideias não sejam como as da maioria.
Tendes, sim, o direito de gostar do que gostais. De ouvir as músicas que mais vos agradam, de ler os livros que mais vos interessam; de escolher a vossa religião, os vossos amigos e os vossos amores.
É vosso o direito de escolher os caminhos que seguireis; não poderia ser diferente, pois precisareis lidar com os destinos a que vos levarem. É vossa a escolha das sementes, pois vossa será a colheita.
Preservai o vosso espaço. Lembrai-vos que, embora as plantas cresçam juntas, no jardim ou no pomar, cada uma tem o seu pedaço de terra, onde estão as raízes que lhe garantem a alimentação e a vida.
Preservai o vosso espaço. Não teria a noite o mesmo encanto, se a distância entre as estrelas não ressaltasse o seu brilho; nem seria eterna a música do oceano, se cada onda não aguardasse a sua vez de cantar.
Preservai o vosso espaço. Porque aquele que carrega aos ombros a carga da submissão à vontade alheia, findará por sentir-se esmagado sob este peso; e será incapaz de prosseguir em seu caminho.
Defendei, portanto, os vossos direitos. Não arredeis pé do vosso chão, ou outro tomará o vosso lugar; e passo a passo o ocupará, até que não vos reste sequer um canto onde possais alojar a vossa dignidade.
Defendei os vossos direitos. Recordai, entretanto, que a sua linha divisória é onde começam os direitos de quem está ao vosso lado. E não podereis defender o que é vosso, se não respeitardes o alheio.
Estai conscientes, portanto, de vossa obrigação de respeitar os direitos dos outros. Pois esta é a base da convivência sadia; e, se todos assim fizerem, ninguém será privado do espaço que lhe pertence.
Recordai que não necessitais brigar, para defender o vosso espaço. Pois não é a imposição que constrói a paz, mas a tolerância; nem são a força e a violência que tornam um homem respeitado, mas o saber e a razão.
Ninguém necessita gritar, para se fazer ouvir. Nem impor a sua opinião, para obter respeito. São as trombetas da guerra, que anunciam o choque dos exércitos; mas é o murmúrio das vozes, que firma os tratados.
E a paz duradoura não é a conquistada pela força das armas, mas a que nasce do diálogo e da compreensão mútua. Aprendei a falar e a ouvir e não mais necessitareis das vossas armas.
Pois sabereis preservar o vosso espaço.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_roger_willians_the_impossible_dream.mid



Vejam que lindo este vídeo:https://youtu.be/xHSMhlFTKXI

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