O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O TÚNEL DO TEMPO



Quem jamais desejou voltar no tempo?
Retornar a algum momento especial, quando a Vida lhe sorriu e a felicidade preencheu seu coração? Quando os sonhos eram a sua razão de viver e a juventude corria em suas veias?
Quem não tem um sonho guardado, um desejo não satisfeito, uma vontade que não conseguiu realizar? E quem não gostaria de poder voltar, ter uma nova chance de fazer algo diferente?
A verdade é que cada um de nós guarda, com nostalgia, um momento especial. E gostaria de voltar a ele, de retornar àquele tempo; de vivê-lo novamente e aproveitar melhor aquele instante.
Não o podemos fazer, entretanto; porque as águas do tempo correm sempre em direção ao oceano da Eternidade. E não voltam sobre seu curso; não detêm o seu fluxo, por um momento sequer. 
O que passou, passou; esta é a verdade. E, por isto, eu vos tenho dito sempre que devemos aproveitar os momentos. Porque cada novo dia nos traz momentos especiais, que deixarão saudades.
Vivamos plenamente cada instante; e dele guardaremos lembranças que nos aquecerão o coração, quando nos procurar o frio da saudade. Vivamos com intensidade e reviveremos sempre.

Outra forma não existe de vencermos o tempo, senão através das nossas lembranças. E, ainda que a neve cubra os nossos cabelos, as chamas da memória aquecerão os nossos corações.
Cultivemos as nossas saudades. Elas formam os elos que ligam o nosso passado ao nosso presente; e assim continuará a ser, no nosso futuro. Lembremos, porém, que são apenas saudades.
São as lembranças, que na velhice nos reconduzem à juventude. São elas que nos conservam jovens,  nos fazem reviver os bons momentos; nos fazem ver que a Vida vale a pena.
Podemos, sempre, viajar no túnel do tempo. Escolhamos os nossos momentos preferidos e deixemos que se eternizem em nossas lembranças. O seu brilho iluminará o nosso caminho.
Mas tenhamos presente que são apenas lembranças. E, ainda que voltássemos àquele tempo, outras seriam as nossas sensações e outros os nossos desejos. Porque já não somos os mesmos.
Assim é: mudamos um pouco, em cada dia. Ninguém é, hoje, o que foi ontem; e este é, aliás, o objetivo de cada jornada. As circunstâncias nos fazem mudar, o aprendizado nos faz diferentes. 

O tempo não para. A Vida não para. E necessitamos caminhar sempre; ou ficaremos para trás, enquanto a caravana nos ultrapassa. Devemos, entretanto, guardar sempre as nossas lembranças.
É através delas, que conservamos a nossa juventude.  


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/roger_willians_em_algum_lugar_do_passado.mid 

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O RESPEITO E A GENTILEZA


Devemos preservar os nossos relacionamentos.

E não me refiro, apenas, aos amorosos. Também a nossos pais, a nossos filhos e parentes, a nossos amigos e a todos aqueles que nos cercam, devemos tratar com muito cuidado e atenção.

Porque não somos ilhas; longe disto. Ninguém vive em uma bolha; e, se assim fosse, não resistiria durante muito tempo. Necessitamos de companhia; de amores e afetos, para sermos completos.

Tenhamos presente esta verdade. E recordemos que, embora muitas coisas sejam importantes para manter um bom relacionamento, as mais necessárias são o respeito e a gentileza.

A tolerância é a base da convivência; e precisamos aprender a respeitar e a ser gentis, para alcançá-la. Só quando somos verdadeiramente tolerantes, é que podemos dispor-nos a conviver.
Claro está, que devemos ter os nossos próprios princípios e as nossas próprias ideias. Mas isto não significa que as ideias alheias estejam erradas; ou não devam ser, sequer, consideradas.

Quando pequeninos, primeiro necessitamos aprender a ouvir. Foi escutando que conhecemos as palavras, para que pudéssemos aprender a falar e expor as nossas próprias ideias.

Esta é a postura que deveríamos manter, por toda a vida. Porque, quanto mais escutamos, mais conhecemos; e quanto mais conhecemos, melhor podemos formar as nossas ideias e tomar decisões.

Mas não é o que fazemos, na maioria das vezes. Costumamos aferrar-nos às nossas opiniões; e, no afã de defendê-las e falar sobre elas, nem chegamos a ouvir as ideias alheias e pensar um pouco.

Quando alguém nos oferece algo, seja um presente ou uma opinião, é nosso o direito de aceitar ou recusar. Em qualquer dos casos, porém, é com gentileza e respeito que o devemos fazer.

Aprendamos a conviver com opiniões diferentes das nossas. Reza o provérbio que “cada cabeça é um mundo”, e cada mundo tem as suas próprias paisagens. Aproveitemos as paisagens alheias.

Pois aquele que se limita às próprias ideias, é como o homem que vive trancado em sua casa e só conhece as paredes que o encerram, ignorando as visões do mundo que existe e o espera lá fora.

Aprendamos a ouvir com respeito as opiniões alheias e refletir sobre elas. E, quando formos colocar as nossas próprias ideias, cuidemos de fazê-lo com repeito e gentileza; sem gritos e ofensas.

O trovão atrai momentaneamente a atenção; porém é a chuva, com seu ruído baixo e suave, que fertiliza o solo. O barulho se faz ouvir, mas só a razão pode fazer germinar uma ideia em nossa mente.
Cultivemos o respeito e a gentileza. E conservaremos os nossos relacionamentos.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/george_zamphir(memory).mid

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

UMA BALADA DE SAUDADE


As pessoas que amamos não morrem.
Apenas nos precedem, na Grande Viagem. Um dia, chegará a nossa vez; e haveremos de reencontrá-las, no Jardim da Eternidade. Os laços criados pelo afeto persistem em nossas almas.
Até lá, elas viverão em nossas lembranças. Nos lugares onde estivemos, nas conversas que tivemos, nos momentos que vivemos juntos. Estarão em nosso coração, em nossa saudade.
Uma palavra, um olhar, um gesto, nos trarão de volta a sua presença. Porque cada um tem um jeito de ser; e um pouco da essência daqueles que amamos permanece em nossa própria essência.
Entretanto, não conseguimos suplantar a ilusão da morte; a saudade fala mais alto em nossas almas, e a certeza de que não mais veremos aquele que se foi é uma dor cruel, magoando nosso coração.
Esta, porém, não é forma mais sensata de ver. Porque, para que algo nos seja tirado, é preciso que antes nos tenha sido dado; e não devemos lamentar a ausência, mas festejar o tempo da convivência.
Não é sábio aquele que se entrega à amargura, pela partida de alguém amado; melhor faria, revivendo as boas lembranças e a alegria do tempo em que caminharam juntos, durante a jornada.
Porque a nossa herança é aquilo que guardamos. E não devemos afundar no cinzento da mágoa e da solidão, se nos é dado escolher o brilho colorido das recordações de tudo que desfrutamos.
Respeitemos, pois, a memória daqueles que amamos e que se foram. E isto faremos, se não a cultivarmos com a dor pungente da tristeza; mas sim com alegria e gratidão, por os havermos conhecido.
Não precisamos fazer da saudade uma coroa de espinhos; dela façamos o manto macio que nos agasalhará e aquecerá, durante os invernos da vida, em que o vento frio da dor soprará em nossa porta.
Não façamos da saudade o espinho que fere, mas a rosa que perfuma e embeleza. Nem o uivo triste do lobo, que assusta e ameaça; mas o canto do pássaro, que emociona e traz esperança.
Não façamos da saudade o nosso Calvário, nem as pedras cortantes em nosso caminho. Cultivemos o amor, não a frustração; e a saudade atapetará a estrada e tornará mais leves os nossos passos.
Não façamos da saudade uma fonte de revolta, mas de gratidão. Porque não existe um fim, sem que tenha havido um começo; não existe saudade, sem que tenha havido uma relação de alegria e afeto.
As pessoas que amamos, não morrem; apenas nos precedem, na Grande Viagem. E, até que as reencontremos na Mansão do Amanhã, podemos mantê-las vivas, em nosso amor e nossas lembranças.
Em nossa saudade.
Para Monizinho, amigo de todas as horas, com a minha saudade. 

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/jaimevillalba-nocturne.mid

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

CANÇÃO DO AMOR



O amor é um sentimento.
Não é uma moeda de troca, com a qual possais adquirir o que desejais. Não é desta forma que o deveis usar, pois tudo que assim conseguirdes será fruto de um engano e pouco durará.
Também não é uma porta encantada, que vos leve à felicidade. Abandonai de vez esta ilusão; na estrada em que caminhais com o Amor, sorrisos e lágrimas se alternarão em vossa alma.
Acostumai-vos à certeza de que o Amor não vem para resolver os vossos problemas; muito ao contrário, poderá causar-vos alguns outros. A sua essência não é a paz, mas a inquietude.
Porque ele vos leva a querer sempre mais. E vos faz sobressaltar-vos, à menor mudança do ser amado; vos leva a preocupar-vos com ele e desejar o seu bem, acima do vosso próprio bem. 
Porque o Amor é o mais forte dos vossos sentimentos. E os sentimentos não são estáticos, mas dinâmicos; não são constantes, mas variáveis; não são controlados, antes vos controlam.
E, entretanto, são eles que vos fazem sentir realmente vivos; que despertam as vossas emoções. São eles que vos tornam alegres ou tristes, que vos trazem a sensação de plenitude ou vazio.
O Amor não é um lago de águas serenas, onde navegareis com ventos suaves. Mais se assemelha a um oceano, com ondas calmas ou bravias, onde pode soçobrar o vosso barco.
Isto faz parte do seu encanto. Porque o que vos atrai no Amor não é a segurança da certeza, antes a inquietude da aventura; o carinho da ternura, que se alterna com o fogo da paixão.
Guardai-vos de tentar entender o Amor; vivei-o, apenas. Porque o Amor, como a Magia, não se explica; opera milagres, cria fantasias, transforma a realidade e vos faz enxergar um novo mundo.
Se, realmente, desejais conhecer o amor, não o deveis esmiuçar; tudo que precisais, é deixar que ocupe o vosso coração. Mas, para isto, deveis perder os vossos medos e o vosso egoísmo.
Pois o Amor tem os seus próprios medos e o seu próprio egoísmo; e precisa dominar-vos, antes que o possais sentir em sua plenitude. Porque não possuís o Amor; é ele que vos possui.
Não comandais o Amor; ele vos comanda. É ele que vos toma pela mão e, com suas asas, vos transporta nos voos mais encantadores e perigosos que podeis experimentar em vossas vidas.
É ele que vos faz sorrir os vossos mais doces sorrisos e chorar as vossas lágrimas mais amargas. É ele que vos desperta os mais lindos sonhos e vos faz sofrer as piores decepções.
É ele que vos conduz ao Coração do Universo.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/richardclayderman_anoitedomeubem.mid

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