O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MANDAMENTOS DO CAMINHO

Fazei bem o vosso trabalho.

E o sucesso virá em consequência. Como a onda se segue ao vento, a semente germina quando plantada em solo fértil e a boa palavra lança raízes no coração generoso.

Confiai na vossa Fé.

E jamais conhecereis a desesperança. A cada sonho que se vai, outro haverá de brotar na alma que acredita; como na planta se sucedem as flores, durante toda a primavera.

Acreditai em vós mesmos.

E o desânimo não vos visitará; trabalho algum vos parecerá impossível, e tudo sereis capazes de realizar. Porque o homem chegará aonde a imaginação o conduza.

Vivei os vossos amores.

E não temereis a solidão. Porque para aquele que ama não existe o medo, nem a ausência do ser amado, que em seu coração permanece mesmo quando os separa a distância.

Praticai a caridade.

E a ninguém faltará o pão, nem o abrigo. Porque o bom exemplo se espalha e a generosidade frutifica; quando aprenderes a dividir, entre vós a solidariedade se multiplicará.

Espalhai o vosso conhecimento.

Porque aquele que bem alto carrega a sua lâmpada não ilumina apenas o próprio caminho, mas o de todos que o cercam. E quando o lume lhe faltar, alguém por sua vez o iluminará.

Vigiai as vossas palavras.

Pois se é nas suas asas que viaja o entendimento, nelas também se podem ocultar a ofensa e a discórdia. E o fogo, que prepara a terra para o plantio, também a pode calcinar.

Respeitai os vossos irmãos.

Pois ninguém semeia humilhações, se respeito pretende colher. E a queda é tão mais dolorosa, quanto mais alto acredite o homem se haver elevado acima dos seus semelhantes.

Buscai, sempre, a Voz do Universo.

Que se faz ouvir em vosso verdadeiro Eu.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A CANÇÃO DA HUMILDADE

Cultivai a humildade.

Pois, embora o trovão ressoe pelos ares, é a chuva que faz transbordar os rios e ensopa a terra, para que dela possam brotar os frutos que alimentam e as flores que perfumam.

Ninguém será verdadeiramente grande, enquanto precisar louvar a si mesmo. Porque a luz não ilumina a sua fonte, mas dispersa a escuridão que existia ao seu redor.

A verdadeira capacidade não está em promover os próprios atos, mas em edificar obras que atravessem os anos. É através das suas realizações, que o homem sobrevive ao tempo.

Cada homem tem o tamanho do seu conhecimento, o ardor das suas paixões e a serenidade da sua alma. E vencerá todas as distâncias, para chegar aonde o levem os seus sonhos.

Na humildade, está o reconhecimento do próprio valor; e com ele o início da paz. Porque aquele que conhece a si mesmo nada necessitará provar, a quem quer que seja.

Afastai de vós o orgulho desmedido, que não vos levará à grandeza, mas ao ridículo. Foi por acreditar-se capaz de alcançar o céu, que Ícaro conheceu a agonia da queda.

Sábio é o homem que, como o bambu, dobra-se perante a tempestade e após ela se reergue mais forte, enquanto a árvore orgulhosa é abatida e perece sobre o chão.

Eu vos tenho dito, e repito, que a presunção e a ignorância andam sempre de mãos dadas. Ao cultivar a humildade, perdereis o medo de errar e novamente sereis capazes de aprender.

Pois o erro faz parte do aprendizado; como o tropeço é inevitável durante os primeiros passos, a saudade permeia a ausência e a esperança está presente em todo caso de amor.

Cultivai, portanto, a humildade; cuidai, todavia, para que em subserviência não se torne. Ou sereis como o eco, que não faz ouvir a própria voz, e apenas repete palavras de outrem.

E ninguém existe, que seja superior aos seus irmãos; como nenhuma folha é mais importante para a árvore, e nenhuma gota é mais essencial que as outras, para o mar.

Esta é a verdade. E, ao reconhecê-la, não vos tornareis menores do que sois; nem renunciareis ao papel que vos cabe, nem estareis diminuindo a vossa importância para o Universo.

Mas iniciando a caminhada, para que em vós O possais descobrir.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

OS VOSSOS SONHOS E A VOSSA REALIDADE


Mais uma vez, me perguntais sobre os vossos sonhos.


E eu vos repito que necessitais das suas cores, para que cinza não se torne a vossa realidade. E por isto cada homem tem uma maneira própria de lidar com os seus sonhos.


Pois existem aqueles que ao sonho se escravizam, e em sua busca empregam todo o seu tempo. E, como se cegos estivessem, nada veem senão a insensata procura.


A estes, nada poderá satisfazer; porque se perdem na imaginação, e nada existe que possa ser perfeito como um sonho. A realidade impõe sempre as suas limitações.


E existem aqueles que renunciam aos seus sonhos, por temerem a desilusão. E para estes a vida é apenas uma sucessão de dias iguais, até que termine a jornada.


Sensato é o homem que se permite repousar nos seus sonhos, e trabalhar na sua realidade. Porque o sonho é o começo da obra, e o trabalho é a ferramenta para construí-la.


Sensato é o homem que se deleita com a beleza da lua, refletida nas águas prateadas do mar tranquilo; louco seria aquele que ali a buscasse, como se no mar a pudesse encontrar.


Certo é que deveis manter no chão os vossos pés, para que uma queda não venha a magoar-vos. E, todavia, jamais conhecereis a felicidade, se às nuvens não se elevarem as vossas almas.


Necessitais, portanto, dividir-vos entre a realidade e o sonho. E o deveis fazer com sabedoria, para que escassos não se tornem os vossos sorrisos, nem abundantes sejam as vossas lágrimas.


Pois o lavrador que semeia o trigo sabe que dia virá em que será forçado a cortá-lo; e, entretanto, não se furta a desfrutar da sua cor dourada ao sol, nem da canção do vento em suas folhas.


Curto é o tempo de cada jornada sobre a terra. E se esta verdade mantiverdes presente, sabereis que nada tereis para sempre, senão o que puderdes carregar em vosso verdadeiro Eu.


Como nada possuís em cada jornada, senão o que através da matéria vos seja dado adquirir; e a todos estes bens devereis aqui deixar, quando convocados fordes para a grande viagem.


Os sonhos, como os sentimentos, não vos pertencem; apenas aquecem as vossas horas, alegrando os vossos corações. E é preciso que assim seja, para que nas suas asas possam viajar as vossas almas.


Enquanto os vossos pés repousam das pedras do caminho.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A SEGURANÇA DE APENAS VIVER



Buscais a segurança.

E não percebeis que dela não necessitais. Nada vos pode ameaçar, porque a parte mais verdadeira de vós escapa ao tempo e vive na mansão do amanhã.

Porque vos pertence a Eternidade.

Deixai-me dizer-vos, entretanto, que jamais encontrareis a segurança, enquanto os vossos pés caminharem sobre a terra. Como não a encontra o marinheiro, enquanto o seu barco cruza o mar.


E como não a encontra o pássaro, quando as suas asas o afastam do ninho. Porque ao nascerdes, é como se o vosso barco se fizesse ao mar; ou as vossas asas se abrissem para um novo voo.


Buscais a segurança para os vossos corpos, para os vossos bens e para os vossos amores. E não a conseguireis encontrar, pois ninguém possui senão o que está dentro de si mesmo.


É assim que é. E nem o mais poderoso dos reis poderá sentir-se seguro em seu castelo; e nem o mais rico dos homens poderá sentir-se seguro, em meio aos tesouros que tenha amealhado.


Porque também para eles existem os imprevistos. E nem o mais forte dos castelos, nem a maior das riquezas, poderão impedir que os visite a fatalidade, se este for o seu destino.


Mostrai-me o mais belo e amado dos homens, ou a mais linda e desejada das mulheres; e eu vos direi que nenhum deles poderá estar seguro quanto aos seus amores.


Porque o amor não é como um lago plácido, mas como o mar agitado pelas ondas, aos ventos inconstantes dos vossos humores; e não é uma conquista, mas um cultivo de todos os dias.

Mais uma vez, me maravilham os vossos contrastes. Porque vos deixais cegar pelos vossos desejos, e no afã de satisfazê-los não vedes que a todos eles já atende o Universo.



Buscais encontrar Deus. E tanto vos perdeis nos dogmas religiosos, que não conseguis perceber a Sua presença em vosso próprio íntimo; ou nos incontáveis milagres que ocorrem ao vosso redor.


Buscais a felicidade. E, na ânsia de encontrá-la e no temor de perdê-la, não desfrutais plenamente dos maravilhosos instantes em que ela caminha a vosso lado e vos preenche o coração.


Buscais a vida eterna. E tanto o medo da morte vos ofusca, que não sois capazes de perceber que a Vida não está nos vossos corpos, nem nos vossos bens, nem nos vossos amores.


Mas no Universo que vos cerca. E existe em cada um de vós.



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