O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O RANCOR E O PERDÃO



Afastai o rancor de vossa alma.
Pois ele a ninguém prejudica, senão a vós mesmos. E, além dos efeitos danosos que pode causar à vossa saúde, é uma insensata tempestade, que agita e atormenta o vosso verdadeiro Eu.
Nada tendes a ganhar, em alimentar o rancor. Ao contrário, apenas perdereis a paz interior; ele é como um verdadeiro tsunami, que vos arrebata a sensatez e a tudo arrasta em seu caminho.
Alimentar o rancor pode custar-vos amizades, amores e boas lembranças. Por um simples momento de ira, um gesto ou uma palavra infeliz, de amigo de anos podeis tornar-vos desafeto feroz.
E não serieis sábios se, depois de todo o tempo e todo o trabalho que vos tomaram a semeadura e o cultivo da amizade, permitísseis ao rancor transformar em amargor a vossa colheita.
Evitai, portanto, abrigar o rancor. Lembrai-vos de que, quase sempre, ele é filho do orgulho e da soberba e traz consigo sua irmã favorita, a frustração. E é ela que vos rouba a tranquilidade.
E faz pior, porque vos tira a liberdade. Acorrenta-vos àquele que vos provoca o rancor; e a vossa alma, que voava entre as estrelas, passa a arrastar-se na poeira do desejo de vingança.
O rancor é um peso, que oprime o vosso peito e vos rouba a alegria.  É como uma lápide fria e agourenta, que mantém sepultados em vosso peito sentimentos de tolerância e compreensão.

Não vos enganeis, quanto a isto; nem gasteis com ele o vosso precioso tempo. Aquele que acolhe o rancor, mergulha na escuridão do ódio e nada consegue acalentar, senão sonhos de vingança.

Para o vosso próprio bem, ensurdecei os vossos ouvidos à voz do rancor e para ele trancai as portas do vosso ser. Escutai, sim, a canção harmoniosa do perdão, que vos devolverá a paz e a luz.

O vosso coração é o Jardim da Eternidade. Se nele podeis cultivar e colher as flores perfumadas e belas do amor e da amizade, por que cultivaríeis a erva daninha e rasteira do rancor?

Lembrai-vos de que colhereis o que plantardes. E, se assim é, por que não escolher as sementes que perfumarão o ar ao vosso redor, e alegrarão os vossos olhos, por todo o tempo?

O rancor vos escraviza, o perdão vos liberta. Não vos julgueis fracos, ao perdoar alguém que vos tenha magoado; forte não é aquele que inicia uma guerra, mas o que a faz chegar ao seu final.

Aprendei, pois, a perdoar. Ao fazê-lo, não vos estareis humilhando, nem vos diminuiríeis perante o ofensor. Antes, vos tornareis superiores a ele; e talvez o ensineis, também, a perdoar.

Pois o triunfo não está na vingança, mas no perdão. Enquanto ela vos torna devedores, ele vos iguala; não vos torna credores, mas vos faz livres, novamente. E vos permite recomeçar.

Sem a pesada carga do rancor.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/andrerieu_boleroravel.mid

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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A NUDEZ E A SOLIDÃO


Eu vos tenho observado.
E vejo que mais facilmente expondes os vossos corpos, do que os vossos sentimentos. É como se vos fosse mais simples mostrar como sois por fora, do que abrir o vosso coração.
Assim não deveria ser, entretanto! Porque os sentimentos são a parte mais verdadeira de vós; aquela que realmente necessitais revelar, para que os outros vos possam entender.
Este, eu acredito, é um paradoxo do ser humano. Todos desejais ser entendidos, mas nenhum de vós mostra o que se passa em seu interior. Como alguém vos poderá entender? 
Silenciais sobre os vossos sentimentos; e esperais que vos entendam. E, assim fazendo, sois insensatos. Como esperar que alguém possa ler um livro, se não conhece as letras?
Como desejais que alguém vos conheça, se não vos dais a conhecer? Como esperais que entenda as vossas ações, sem saber as vossas razões? Como enxergar, sem ter a visão?
Sois como esfinges e quereis ser decifrados. Não percebeis que ninguém será capaz de entender-vos, se vós mesmos não vos expuserdes; sem pudores, receios ou melindres.
Cada um de vós é como um mundo próprio, com suas montanhas e planícies, seus rios e desertos. Como podeis esperar que alguém vos conheça, sem o mapa que a todos negais?
Sois, por vezes, como o oceano; em perpétuo movimento. Em outras vezes, como um lago quieto e profundo; e em outras, ainda, como o regato que corre alegre, calmo e cristalino.
Não espereis que alguém vos conheça, se lhe escondeis os vossos pensamentos. Nem espereis que alguém adivinhe os vossos medos, as vossas mágoas e as vossas esperanças.
Pois ninguém, além de cada homem, tem a chave do seu próprio coração. Ninguém, além de vós mesmos, conhece os vossos pensamentos e sentimentos; o vosso jeito de ser e de viver.
Abandonai, portanto, esse medo de expor a vossa alma. Porque o que sois não é o vosso corpo, mas o vosso verdadeiro Eu; é nele que residem as vossas raízes e as vossas flores.
Aprendei a falar das vossas emoções e das vossas ideias; a confessar os vossos sonhos e as vossas decepções; os vossos medos e os vossos desejos. Não receeis ser o que sois.
Se desejais a felicidade, precisais aprender como sois. Mas não basta conhecer-vos; é necessário que, ante aqueles que vos cercam e amam, desnudeis o vosso Verdadeiro Eu.  
Para que possam ajudar-vos a vencer a solidão.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_pianos_magicos_my_way.mid
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Eu adoro esta música, com Elvis. Mas este vídeo também é lindo! 

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

UM DIA ESPECIAL



Vede como especial cada um dos vossos dias.
Porque, na realidade, todos eles o são. Desde o colorido espetáculo com que o amanhecer saúda a Vida, até a nostálgica beleza do crepúsculo e as horas da noite, em que desfrutais do descanso.
Cada um dos vossos dias é especial. Porque nele aproveitais a dádiva da Vida; porque caminhais sobre a terra e, mais uma vez, podeis apreciar todo o encanto de, simplesmente, estar vivo.
Guardai esta certeza; e ireis valorizar tudo que amanhã pode não estar mais ao vosso redor. Aprendereis a ouvir as canções do vento; a apreciar o frescor da chuva e o calor amigo do sol.
Tende consciência de como é frágil o vosso corpo e limitado o vosso tempo. Se o fizerdes, descobrireis a Vida e o mundo como realmente são; e aproveitareis cada minuto e cada dia da jornada
Percebereis que são irrelevantes os motivos pelos quais vos agastais; e não valem a pena as frustrações que vos tiram o prazer de viver. Sorrireis, felizes e gratos, apenas por existirdes.
Experimentai a sede e sabereis quanto vale a água; conhecei a fome e agradecereis o alimento; imaginai a morte e entendereis que a vida é tudo, enquanto caminhais por este mundo.
Sim; basta que imagineis este como o vosso último dia, e percebereis o quanto ele é especial. Decerto, não desperdiçaríeis o vosso tempo em tristezas; procuraríeis, sim, viver as alegrias.
Decerto, não ficaríeis sós; antes, procuraríeis as pessoas queridas e lhes falaríeis do vosso amor. Nem vos esgotaríeis em discussões, mas espalharíeis a vosso redor compreensão e tolerância.
Por certo, não vos trancaríeis em um cômodo; nem buscaríeis a escuridão e o silêncio. Procuraríeis, acredito, um lindo jardim, onde pudésseis passear entre as flores e ouvir os pássaros.
Não seríeis impacientes com as crianças; mas as tomaríeis em vossos braços, respirando a sua inocência e a pureza de seu riso. Nem reclamaríeis dos idosos, mas buscaríeis a sua sabedoria.
Imaginai, por um instante, que este possa ser o vosso último dia; e, por certo, não gastaríeis o vosso tempo em nada que não fosse o simples prazer de viver e sorrir; respirar e ser feliz.
Por que assim não procedeis, portanto em todos os dias? Lembrai-vos de que qualquer um deles pode ser o último; e não sabeis quando assim será. Por que, então, desperdiçais o vosso tempo?
Aproveitai bem o dia de hoje: amai, cantai, perdoai, percebei o quanto sois afortunados; beijai as vossas crianças e os vossos idosos. Vivei, plenamente, sabendo que hoje é um dia especial.
Como cada um dos vossos dias.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_ernesto_cortazar_forever_maria.mid


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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O AMOR, EM VOSSAS VIDAS


Não vos deveis negar ao Amor.
Aceitai a sua companhia, se acaso o encontrardes em vossos caminhos. Aceitai a sua mão, se vos for estendida; e abrigai-vos entre suas asas, que vos levarão nos mais belos de vossos voos.
Cuidai, entretanto, para que seja mesmo o Amor que vem a vosso encontro. Porque muitas vezes podereis julgar que o encontrastes, mas estareis apenas tentando enganar a vós mesmos.
E isto acontece quando não ouvis o chamado do Amor, mas a voz das vossas carências; e quando não atentais para o que o Amor vos traz, concentrados no que desejais que ele vos traga.
Sabei, porém, que o Amor não liga aos vossos desejos; ele tem os seus próprios desejos. É como a chuva que refresca os vossos corpos, não porque a desejais, mas porque é a sua hora de cair.
Sim. E é como o sol que vos ilumina e aquece, não nas horas em que o quereis, mas sim quando as nuvens se abrem ao sopro do vento; porque assim determina e quer o Coração do Universo.
Porque a chuva, o sol e o Amor, são algumas das dádivas que o Coração do Universo coloca em vosso caminho, para que mais fácil vos seja concluir cada jornada de aprendizado.
Aceitai, portanto, o Amor, como aceitais a chuva e o sol em vossas vidas. E vereis que ele vos trará a chuva das lágrimas e o sol do sorriso feliz, que haverão de alternar-se em vosso rosto.
Porque o Amor é a semente bendita que, entre essa chuva e esse sol, germinará em vossos corações. E, quanto mais fundas estiverem as suas raízes, mais vos protegerá a sua copa frondosa.
Pois, ao tempo em que vos torna mais vulneráveis, o Amor é também a vossa maior proteção aos embates da vida. Enquanto ele existir em vós, sereis capazes de acreditar e seguir em frente.
Enquanto o Amor existir em vós, tudo sereis capazes de superar; até a perda do ser amado. Ele continuará a existir em vós; em vossas lembranças, em vosso amor, em tudo que vos uniu.
Não vos deveis negar ao Amor; ou estareis desprezando a oportunidade de conhecer a Vida, em sua plenitude. Porque há segredos que a Vida não revela, senão a quem realmente ama.
Quem ama, conhece a felicidade de ver um sorriso no rosto amado; ou a inquietude de vê-lo sombreado pela tristeza. Quem ama, vive a doce ansiedade da espera e a alegria da chegada.
Quem ama, chora de saudade e sorri no reencontro. Quem ama, vê o mundo de uma forma diferente; renuncia sem frustração e se realiza no calor de um abraço, ou na carícia leve de um toque.
Não vos deveis negar ao Amor.
Ou vos negareis a viver. 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/richardclayderman_unalacrimasulviso.mid

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