O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

A LUZ QUE EXISTE EM NÓS


 Que não se apaga e não desaparece nunca.

Que ilumina o nosso caminho, até nas noites mais escuras, e aquece o nosso coração em todos os instantes do dia. Que não nos deixa permanecer no chão, mesmo após as piores quedas.

Dela, vêm as nossas forças; emanam as nossas emoções, os nossos sentimentos e as nossas ideias. É através dela, que podemos ouvir a canção da Vida; a voz do Coração do Universo.

É ela que nos leva a passear no espaço infinito, entre as estrelas que brilham e os sonhos que criamos; e é ela, também, que nos pode levar ao mais profundo abismo que exista no planeta.

Porque nada tememos, quando a sua claridade nos invade e preenche. Somos capazes de ignorar todos os perigos; de vencer o tempo e a morte, passeando livres pelo jardim da Eternidade.

Ela é a nossa essência. A essência que compartilhamos com o Criador; a centelha do Universo que existe em nós. E, para encontrá-la, nada mais precisamos do que encontrar-nos.

Porque a verdade é que, durante cada jornada sobre a Terra, nos perdemos nos barulhos e nas cores do mundo; absortos em tudo que está à nossa volta, não atentamos ao que está em nós.

Por isso, não percebemos a luz que emanamos; e, ainda que outros a notem e nos digam, muitas vezes não acreditamos. E, assim, permitimos que as trevas do medo nos cerquem e invadam.

Pois ninguém existe que aprenda, verdadeiramente, com a experiência alheia; cada um de nós deve pisar descalço nas suas próprias pedras, tropeçar em seus pés e cair as suas quedas.

E, para que possa descobrir a sua força, o ser humano necessita, antes, conhecer as suas fraquezas; precisa tropeçar e cair, para aprender a levantar-se e voltar a andar o seu caminho.

Muitas vezes, o sofrimento e a privação se fazem necessários. Ao experimentar a escuridão do medo e da dor, o homem anseia pela luz; e assim se torna capaz de encontrá-la em si mesmo.

Porque essa luz existe sempre, em cada um de nós. E basta que a encontremos, para que a vejamos brilhar em toda a sua plenitude e iluminar a nossa estrada, apontando os nossos rumos.

Aceitemos esta verdade. E descobriremos que, como em todas as outras coisas que encontramos em nosso caminho, é da nossa escolha que depende a força que terá a nossa luz.

Pois toda luz, como ao amor acontece, se nutre de si mesma. E apenas nos cabe cultivar o amor, a tolerância, a caridade e os bons sentimentos, para alimentar a luz divina que vive em nós.

Em nosso verdadeiro Eu.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/andre_rieu_a_whiter_shade_of_pale.mid

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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

AS NECESSIDADES DO AMOR

 


O amor não precisa de muito.

Ele se nutre de sonhos e esperança; de pequenos gestos e grandes lembranças; de momentos roubados ao tempo, que parecem eternizados em nossa alma e em nossa memória.

Do ardor do desejo e da ternura do carinho; da ânsia da cavalgada e da paz infinita do orgasmo. Da sensação de beleza e completude, ao olhar nos olhos do ser amado e ver o seu sorriso.

Das recordações do passado e da expectativa do futuro; da certeza de sua existência e da inquietude do amanhã. É entre o porto da confiança e o mar agitado da dúvida, que viaja o amante.

Para o amor, basta uma troca de olhares; um sorriso apenas esboçado no canto de uma boca, o afastar dos cabelos que caem sobre o rosto. O simples encontro das mãos e dos sonhos.

Para o amor, basta a junção dos corpos e das paixões para fazer parar o tempo; para que o mundo inteiro possa caber entre quatro paredes e a eternidade se dissolva em um único momento.

Para o amor, basta que os corpos e as almas se encontrem, para que sobre eles se derrame a essência infinita do Universo, que traz a plenitude aos amantes e une duas pessoas em uma só.   

Porque os amantes são plenos. Entre eles, o silêncio não é consequência da falta de palavras; elas, apenas, não são necessárias. Não é que nada haja a dizer; nada é preciso dizer.

Mas o amor não vos mostra sempre a sua face risonha. Nem por todo o tempo vos oferece um céu sem nuvens, ou um mar tranquilo e sem ondas; também ele tem as suas tempestades.

Contudo, superá-las faz parte do seu encanto; se exige esforço, traz a melhor recompensa. Porque, quando as nuvens se abrem, o sol vos parece ainda mais radioso e o vento mais amigo.

Assim é o amor, quando cruza os vossos caminhos. Eu vos tenho dito que ele traz os dias mais iluminados e as noites mais escuras; como vos leva às estrelas, também vos arrasta pelo chão.

Esta, entretanto, é a alternância natural em vossas vidas; e ela vos conduz pelo caminho do aprendizado, em vossa jornada para o Conhecimento. Porque amadureceis, entre o sol e a chuva.

E acreditai-me, se digo que o amor é a melhor ferramenta de que dispondes para o amadurecimento. Como bem ensinou o Profeta, ele trabalha para o vosso crescimento e a vossa poda.

Não espereis que eu vos explique o que é o amor. Nem pergunteis sobre a mágica influência que exerce em vossos corações; o amor tem a sua própria magia. E, repito, ele não precisa de muito. 

Apenas que o abrigueis em vossos corações.

Música:

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

A MINHA HERANÇA

 

Perdoai-me, se julgais que nada vos deixo.

Talvez assim realmente seja, em termos de bens materiais. Em verdade, acumulá-los nunca foi o meu objetivo. E não é de estranhar que eu tenha as mãos vazias, ao chegar ao fim da estrada.

Até porque sempre as tive. Na verdade, nunca fui capaz de acumular bens ou riquezas, que nada me diziam. Sempre me concentrei mais em sentir; em viver o momento, à medida que passa.

E, de alguma forma, gostaria que essa fosse a vossa herança. Que eu vos houvesse passado o dom de sentir; de imaginar e de contar as vossas histórias. Porque isto, acreditai, é muito.

Na verdade, este é o meu legado. Abraçai-o, ou não; é  vossa a escolha, porque cada homem pode escolher o que fazer da sua herança. E vos deixo apenas a capacidade de sonhar.

Sou uma daquelas pessoas de cujos olhos, às vezes, escorrem lágrimas, ao escutar uma música, ou assistir a uma cena comovente. E sei que nem todos  entendem o porquê dessas lágrimas.

Sei, ainda, que muitos jamais o chegarão a entender. Deixai-me dizer-vos, entretanto, que a beleza sempre calou bem fundo em minha alma; e nem sempre o choro é um sinal de tristeza.

Pode ser, também, um sinal de alegria, ou alívio; ou de encantamento. Não creio que exista quem nunca derramou uma lágrima, diante de uma suave melodia; ou de uma bela paisagem.

Ao menos, para mim é assim. E eu me orgulho de ser capaz de sentir; de permitir que as emoções alcancem a minha alma e o meu coração, e façam acordar e vibrar o meu verdadeiro Eu.

É por isto que escrevo. Porque de nada valem as emoções que reprimimos, as ações que não praticamos, as palavras que não dizemos. Precisamos cantar o que vai em nós, para sermos entendidos.

Quanto mais vozes se fizerem ouvir, mais clara será a mensagem. Que ecoará ao redor do mundo, nos mais diversos idiomas; que aumentará de tom, até que todos os homens a ouçam e entendam.             

Porque, no fundo, somos todos iguais; temos a mesma essência e abrigamos os mesmos sentimentos. Somos todos semeadores; a diferença está apenas nas sementes que plantamos em nós.

E, eu vos tenho repetido à exaustão, é a cada um que cabe a escolha. O coração é terra fértil e faz crescer a semente que nele guardamos; podemos escolher, entre colher o trigo ou a erva daninha.

Cada homem, entretanto, colhe o que plantou. E é pelas escolhas que fiz, pelos caminhos que trilhei, que vejo aproximar-se o fim da jornada com as mãos vazias e o coração cheio de sentimentos.

E esta é a herança que vos deixo.

Música:

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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

A PRISÃO ONDE VIVEMOS

 

Acreditai em vosso verdadeiro Eu.

E percebereis que cada homem vive em uma prisão particular. Pois, enquanto a alma pode fazer tudo, até viajar entre as estrelas, o corpo nos impõe limites, que não podemos ultrapassar.


Esta é a nossa sina, enquanto caminhamos sobre a Terra. E, como o preso em sua cela, nada nos resta fazer, senão cuidar da nossa alma, para que voe livre e possa sentir o Coração do Universo.


É a grande lição da vida: somos livres ou presos, conforme o que decidimos; depende de nós. Porque liberdade não é fazer o que queremos, mas ir pelo caminho que a consciência nos indica.


Tende isto presente, em vossa mente: nós mesmos nos libertamos, quando reconhecemos que em nós vive uma alma imortal. Ou nos prendemos, se acreditamos que o corpo nos sujeita ao tempo.


De cada um, depende a decisão. E ela deverá ser tomada, durante todos os dias da nossa jornada; porque o viajante que atravessa o deserto precisa escolher o rumo, ou se perderá entre as areias.


Todos os dias, o vento poderá mudar de direção. E, quando vierem as tempestades, precisaremos saber onde está o norte, para que possamos prosseguir na caminhada em que nos encontramos.


Cuidemos de nós mesmos; e da cela que ocupamos. Porque cada um precisa manter limpa a sua cela, se deseja sobreviver ao cativeiro; e conservar a esperança, durante os momentos mais difíceis.


Perdoai-me, se isto vos digo. É a verdade que sinto, em minha própria alma; e eu não seria honesto, se não a trouxesse até vós. Acreditar ou não, é decisão de cada um; cabe-me dizer o que penso.


Esta é razão pela qual vos falo, dia após dia; não porque seja mais sábio do que vós, mas sim porque desejo poupar-vos do conflito que percebo em mim. E sei que, no fundo, somos todos iguais.


Atentai para o que realmente existe em vós. Sabei que não sois a vossa cela, mas aquele que nela se encontra; e que só de vós depende serdes livres ou presos, enquanto cumpris a vossa jornada.


Porque nenhum de nós pode ignorar a prisão em que se encontra; mas podemos construir os nossos próprios muros. E deixar que eles nos permitam sentir as emoções, o sol, a luz, a Vida e a beleza. 


Estamos presos; mas somos os nossos próprios carcereiros. E, se atentarmos ao nosso verdadeiro Eu, decerto evoluiremos; aprenderemos a enxergar a luz, que se infiltra por entre as barras.


Assim nos sentiremos livres, novamente!

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_richard_clayderman_bridge_over_troubled_water.mid

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