O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A GUERRA E A PAZ


Eu vos observo.

Vejo que, ao mesmo tempo em que exaltais a paz, preparais os vossos canhões para a guerra. E não entendo essa diferença entre o que dizem as vossas bocas e o que fazem as vossas mãos.

Acreditais, acaso, que o medo recíproco seja a única forma de manter a paz entre os homens? Deixai-me dizer-vos que ocorre o contrário: o medo que tendes, uns dos outros, vos leva às guerras.

Sim; eliminai o medo de vossos corações, e não mais haverá motivos para guerras. Se, um dia, chegardes a confiar nas pessoas, não mais necessitareis de muros, ou de fronteiras. Sereis todos irmãos.

Mas o que faríeis, então, das vossas bandeiras? Em um mundo irmanado, de homens unidos, como lucrariam aqueles que vos manipulam pelos preconceitos, pelo orgulho e por vosso medo às diferenças?

Em um mundo onde os homens caminhassem juntos, de mãos e corações entrelaçados, para que necessitaríeis dos vossos sacerdotes, se o Coração do Universo caminharia também entre todos vós?

Fazei a vós mesmos essas perguntas; e percebereis porque até hoje persistem as mesmas situações e os mesmos sofrimentos. Porque a fome, a violência, a desonestidade e a guerra não foram banidas.

Percebereis porque os mais fortes abusam dos mais fracos; porque as vossas leis favorecem as maiorias e subjugam ainda mais as minorias. Porque vos julgais diferentes, sendo filhos do mesmo Pai.

É o medo, que está na raiz da maioria de vossos males. Porque sois inseguros, tentais mostrar-vos confiantes; porque vos achais fracos, quereis mostrar força; porque vos julgais menos, fingis que sois mais.

O ciúme não é mais do que o medo de ser trocado por outras pessoas; o orgulho é o medo de ser inferior; a arrogância é o medo de ser contrariado; o apego às coisas materiais é o medo das privações.

Contai-me os sofrimentos das vossas almas; e eu vos mostrarei a sombra do medo, por trás de cada um deles. A criança chora em meio ao escuro, por medo; por não saber o que se oculta nas sombras.

Assim como acontece ao velho, com a aproximação da partida e o temor do que virá depois. E ao jovem, que muitas vezes reluta em apaixonar-se e ser feliz, por medo de vir a sofrer se um dia o amor se for.

Eu, entretanto, vos digo que de nada adianta temer o futuro; ele se tornará presente, e virá a resolver-se por si mesmo. O que vos cabe é aproveitar o momento; e para isto precisais vencer o medo.

Afastai os vossos medos, para que possais caminhar livres e ser o que sois. Dia virá em que conhecereis a verdade e aprendereis que deveis confiar uns nos outros; porque caminhando juntos, sereis felizes.

Nesse dia, enfim, a paz reinará.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/ElarGutierrez-TearsInHeaven-EM.mid

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A VIDA

 


Alguns, dentre vós, dizem que viver é viajar.

Conhecer novos lugares e apreciar novas paisagens. Aprender novos idiomas, conhecer novos povos e novas culturas. Para esses, viver é conhecer coisas novas.

Para outros, viver é entregar-se ao amor. Vivenciar, em cada dia, novas emoções e anseios; sair de si mesmo e encontrar-se em alguém. Segundo esses, viver é sentir.

Outros, ainda, dizem que viver é conquistar. Que cada novo dia deve trazer novas vitórias e aumentar os seus triunfos. Para esses, a vida é uma competição incessante.

Enfim, cada um de vós tem a sua própria concepção do que seria viver; uma concepção que não corresponde à realidade da Vida, mas ao que vedes como prioridades.

Por isto, vos digo: viver é atravessar cada dia, atendendo às necessidades do vosso corpo e buscando realizar os vossos sonhos, que são desejos de vossas almas.

Assim será, enquanto caminhardes sobre a Terra. Enquanto sonhardes um sonho,  a sua luz iluminará o vosso caminho. E a sua realização vos trará momentos de felicidade. 

E, de cada vez que se desvanecer um dos vossos sonhos, pranteareis a sua morte. Como fazeis aos vossos entes queridos que se vão, lamentareis a sua partida.

E, assim fazendo, mostrai-vos ingratos. Porque deveríeis, sim, agradecer ao Universo, pelo tempo em que os tivestes convosco e desfrutastes da sua companhia.

Muito vos tenho falado sobre isto, ao longo de todo este tempo; muito vos tenho repetido que mais sensato do que lamentar o que perdeis, é agradecer o que tendes.

Até porque o podeis perder, amanhã; e de nada servirão as vossas lamentações. Aprendei, pois, a serdes gratos pelo que vos foi dado, antes que vos venha a ser tirado.

Assim acontece com tudo, na vida: as pessoas, as posses e até os próprios sonhos. Para que possais perder algo ou alguém, é preciso que antes o tenhais recebido.

Viver, portanto, é lidar com ganhos e perdas. É aprender a valorizar os ganhos e aceitar as perdas como parte do processo. Porque, um dia, a vida será a perda final.

E, todavia, não terá sido perdida para aqueles que a souberam usar. Estes deixarão e levarão lembranças; terão aprendido algo e construído algo que vale a pena.

Pois a Vida é uma construção sem fim.

Música:

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A GRATIDÃO E A HUMILDADE



Cultivai a gratidão e a humildade, em vossos corações.

Pois a gratidão vos ensina a ser felizes, por tudo que tendes. E a humildade, ao mostrar-vos que nenhum homem é mais do que os seus irmãos, afasta de vós os tormentos da inveja e da soberba.

Praticai a ambas, e não apenas vos tornareis mais tolerantes; também aprendereis que deveis perdoar àqueles que vos ofendem ou incomodam, para que possais ser igualmente perdoados.

E este é o caminho que vos pode levar à paz. Porque, no dia em que existirem a tolerância e o perdão entre os homens, existirá a paz em vossos corações. E começareis a ter uma vida melhor.

Esquecei o orgulho; este é o primeiro passo para encontrardes a paz que dizeis buscar. A maior parte da inquietação que vos rouba o sossego está em vosso desejo de sempre terdes razão.

Aprendei a ser humildes; e a própria razão vos dirá que ninguém pode estar sempre certo. Aprendei a ser gratos; e a gratidão vos fará agradecer aos outros, por serem tolerantes convosco.

Assim, por vossa vez, buscareis ser tolerantes. E não vos envolvereis em discussões desnecessárias e inúteis, nas quais trocais palavras ásperas que cavam valas profundas entre vós.

Sim: muitas são as vezes em que vos ouço a queixar-vos de solidão. Entretanto, na maioria das vezes, criais vós mesmos os muros que vos isolam, quando vos esqueceis de ser gratos e humildes.

Deixai-me recordar-vos que gratidão e humildade estão sempre presentes, nos maiores homens que caminham sobre a Terra. Como as estrelas, não precisam de espelho para ver o próprio brilho.

Porque o veem a iluminar os caminhos daqueles que os cercam. E, por isto, não caminham sós; ao contrário, atraem todos aqueles que desejam desfrutar dos seus ensinamentos e da sua paz.

Aprendei a conviver com a vossa pequenez; esta é a única forma de encontrardes a vossa grandeza. E reconhecei que não sois perfeitos, pois só assim podereis sanar as vossas falhas.

Como nenhum homem é capaz de caminhar sobre as águas, nenhum de vós pode andar sobre as superfícies movediças do orgulho e da ingratidão; elas vos tolhem os passos e fazem afundar.

Acostumai-vos, portanto, a não vos julgardes melhores que os vossos irmãos; assim, não vos arriscareis a magoar-vos, quando a vida vos derrubar do pedestal onde acreditáveis estar colocados.

E acostumai-vos, também, a agradecer por tudo que encontrais em vosso caminho. Assim, quando vos deitardes, o sono virá fácil e reparador, pois não tereis no coração um grito de revolta.

Mas uma canção de gratidão.

Música:

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O ANIMAL E O HOMEM

 


Sim... existe uma parte animal, em cada um de nós.

Entretanto, não há porque rejeitá-la; ou acreditar que isto nos torna menores do que somos. Ao caminharmos sobre a Terra, vestimos as roupas de que necessitamos para o aprendizado.

Precisamos aceitar esta verdade. E entender que os desejos, as angústias e o egoísmo fazem parte de nossa natureza; ao menos, durante a jornada. O desafio não é eliminá-los, mas vencê-los.

Porque é natural ter um pensamento ou desejo menos nobre. O mal estaria, sim, em ceder a ele e trair os próprios princípios, para satisfazer os impulsos que nos invadem nesses momentos.

Cada um de nós é lobo e ovelha; corpo e alma, matéria e espírito. E, se assim é, insensato seria negar que as emoções se alternam. A música nos encanta, mas os gemidos nos inquietam.

E, ainda que seja por curiosidade, atraem a nossa atenção; em nós existem o encanto pela beleza e a atração pela dor. Talvez porque desconhecemos o futuro, nos dividimos entre os dois.

É por isto, que enfeitamos nossas árvores e cantamos nossas canções de Natal. Não porque ignoremos a dor e a fome que há lá fora; mas porque assim busquemos mitigar essa realidade.

É, quase, como se desejássemos levar felicidade aos que sofrem. Como se, através das luzes e dos presentes em nossas casas, quiséssemos levar a todos a esperança e o amor que há no Natal.

Acontece que essa esperança e esse amor não existem no Natal, mas em nós. Não dependem de neve, árvores ou presentes; eles apenas vivem em nós, iluminando o nosso Verdadeiro Eu.

Porque fazem parte de nós. E, embora reconheçamos as necessidades da vida, percebemos também a realidade da Vida. Pois o lobo não uiva para a lua, mas por sentir a atração da sua beleza.

E, em nossos corações, sentimos que existe algo mais na Vida. Porque os nossos sonhos não morrem, apenas mudam; e algo, dentro de nós, nos repete que seguiremos pela Eternidade.

Esta dualidade é parte do desafio que trazemos, em cada caminhada. E, ao tempo que nos eleva ao céu, também nos mantém presos à Terra. E assim caminhamos, entre dois mundos.

Aceitemos, sim, a nossa parte animal; precisamos dela, para o cotidiano. Mas preservemos o nosso Verdadeiro Eu, através do qual prosseguiremos, depois de embarcarmos na Grande Viagem.

Assim eu vos digo, porque assim acredito. E, mesmo que não vos possa trazer provas, sinto em meu coração que assim é; e creio que cada homem abriga essa certeza, ainda que de forma velada.

Em seu verdadeiro Eu. 

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/andre_rieu_bolero_de_ravel.mid

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