O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 30 de março de 2018

CANÇÃO DO RENASCIMENTO


Renascer é preciso. Todos os dias.
Porque cada novo dia traz uma nova etapa da vida. E, assim como tudo se renova na Natureza, em cada dia deve nascer um novo Eu; mais sábio e mais consciente do que aprendeu até o ontem.


Fazei de cada dia uma renovação. Porque o inquieto e vibrante oceano, que se renova em cada onda e em cada sopro de vento, existe desde o começo dos tempos; e existirá até que o mundo se acabe.
Entretanto a árvore imutável, que se mantém fixa ao solo e presa às suas raízes, por mais que prolongue a sua existência, findará por tombar um dia, vencida pelo peso dos anos ou por seus inimigos naturais.
É na renovação, que está o segredo da vida. Ainda que não possais renovar os nossos corpos, podeis renovar o vosso verdadeiro Eu; cuja essência não pertence a este mundo, mas à Eternidade.
Renovai as vossas vidas, todos os dias. Como o sol, que a cada manhã derrama sobre o mundo o calor e a luz de seus raios; ou como a lua, que em cada noite enfeita o céu e vos faz sonhar.
Renovai as vossas ideias, os vossos sentimentos e os vossos conceitos. Colocai em cheque as vossas certezas, vencei os vossos preconceitos; estai abertos a novas perguntas e respostas.
Plantai, em vossas almas, novas sementes; e fazei dos vossos corações o solo fértil, onde essas sementes germinarão e produzirão os seus frutos. Dia virá, em que vós mesmos fareis a colheita.
Cuidai, pois, para escolher apenas as boas sementes. Porque ninguém colherá senão o que plantou; e ninguém poderá negar-se a realizar a colheita do que semeou e desfrutar dos seus frutos.
Tende presente esta verdade. E, por certo, mais criteriosos sereis com o que plantais em vossas almas; porque o homem sensato não plantará urtigas, se souber que ele mesmo fará a colheita.
Evitai plantar a inveja, a descrença ou o medo. Porque, como o pomar oferece apenas os frutos que nele foram semeados, cada um de vós nada terá a oferecer, senão o que tenha plantado em sua alma.
Qualquer que seja a vossa religião, cultivai o sentido da Páscoa. Não como um preceito, um dogma ou uma cerimônia; mas como a certeza de que a renovação é necessária e vos leva adiante.
Renovar. Como o sol, como a lua; como as plantas, o oceano e a própria Vida. Vida que se altera a todo momento; que transforma a semente na árvore, a nuvem em chuva, a brisa em furacão, o amor em saudade.
Renovar. Porque a árvore, um dia, volta a ser semente; a chuva que se evapora torna-se novamente nuvem; o furacão volta a ser brisa; a saudade volta a ser amor. E todos conservam, todo o tempo, a sua essência.
Renovar. Porque à vossa frente se estende a Eternidade.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/emiliepandolfi_ebbtide.mid

FELIZ PÁSCOA, AMIGOS! 

sexta-feira, 23 de março de 2018

O NOSSO TEMPO


Aproveitemos o nosso tempo.

Porque cada segundo que transcorre é como um grão de areia, que se escoa por entre os nossos dedos; e jamais voltará. Nada poderemos fazer, depois que ele se houver unido ao passado.

Esta é a lição que deveríamos ter aprendido, com os  anos. Todavia, insistimos em continuar vivendo as nossas vidas como se tivéssemos todo o tempo do mundo, para consertar os nossos erros.

E como se tivéssemos, também, todo o tempo do mundo para abraçar as pessoas que amamos; para sentir o aroma das flores, para brincar com as nossas crianças, para ouvir as nossas canções.

Sim... a verdade é que não ligamos ao tempo que temos. Como não ligamos ao sol generoso, que nos aquece em todos os dias; ou à água que desce, fresca e abundante, das nossas torneiras.

Bastaria, entretanto, que um dia o sol não nascesse no horizonte, ou experimentássemos os tormentos da sede, para que nos arrependêssemos de haver desperdiçado o sol e a água que recebemos.

Assim acontece com o tempo. Porque, não nos enganemos, virá o dia em que não nos restará sequer um momento para prosseguir sobre a terra; e lamentaremos, então, o que fizemos do tempo que nos coube.

Atentemos, hoje, ao nosso tempo. Porque, embora nos pertença a Eternidade, não é de uma só vez que faremos a caminhada, mas em diversas etapas; e o final de cada etapa nos parece o fim da jornada.

Usemos bem o nosso tempo. Para que, quando o inverno da vida bater à nossa porta, não nos assalte o remorso de não termos sabido aproveitar o sol do verão, o florescer da primavera ou a calma do outono.

Aproveitemos bem a nossa infância: corramos, em nossas brincadeiras, desfrutemos dos nossos anos de inocência. Busquemos os braços de nossos pais, porque dia virá em que eles já não estarão ao nosso lado.

Vivamos bem a nossa juventude. Entreguemo-nos aos nossos sonhos, às nossas esperanças, aos nossos ideais. Aproveitemos intensamente os nossos amores, porque dia virá em que já não serão tão intensos.

E saibamos desfrutar da nossa maturidade. Acompanhemos a nossa família, acarinhemos os nossos filhos. Desfrutemos bem da sua companhia, porque dia virá em que nos deixarão e irão para o mundo.

Se bem soubermos usar o nosso tempo, é em paz que nos recolheremos durante o inverno; as lembranças nos aquecerão, enquanto aguardamos que o verão retorne, para uma nova etapa da caminhada.

Porque é assim que é. O relógio não determina as nossas vidas; apenas marca cada uma das suas fases. E em cada uma delas podemos ser felizes, aproveitando todos os momentos que tivermos.

É só saber usar o nosso tempo!


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_kenny_g_somewhere_in_time__piano.mid
  

sexta-feira, 16 de março de 2018

AS FLORES DO CAMPO



Livrai-vos das vossas inquietações.


O homem que se inquieta com o futuro, não aproveita o presente; as inquietações amarguram os seus dias e o impedem de ser feliz. Na raiz de cada angústia, existe sempre uma inquietação.  

Aquele que teme a estiagem e a sede, quando a chuva cai forte sobre a terra e o seu poço está cheio, sofre por todo o tempo uma sede insaciável, que nem a água mais cristalina pode mitigar.

Aquele a quem assusta a fome, ainda que se assente à mesa mais farta e coma de todas as deliciosas iguarias, continuará a conviver com o fantasma da fome, mesmo durante o seu repasto.

Aquele a quem apavora a pobreza, não desfruta da abundância; ainda que repleta esteja a sua bolsa, agonia-se ao gastar as moedas. Atravessa privações no hoje, por medo de vir a sofrê-las amanhã.  

E aquele que sofre por medo da solidão, ainda que outro corpo o enlace e uma mão enamorada afague o seu rosto, acolhe dentro de si a mais dolorosa solidão, que nada será capaz de afastar.

Porque não é aos vossos corpos, que as inquietações fazem sofrer; mas às vossas almas. E a vossas almas, ninguém além de vós mesmos pode oferecer o conforto e a paz de que necessitam.

Livrai-vos das vossas inquietações. Assim como a crisálida precisa desprender-se do casulo, para que possa surgir a borboleta, necessitais ser livres, para que possais voar em toda a vossa beleza.

Observai a natureza. Vereis que as flores do campo recebem do Universo, através do solo generoso, tudo que necessitam; assim crescem e florescem, em sua humilde e encantadora plenitude.

E vereis que a tímida gazela não teme o leão que dorme em seu covil; foge apenas daquele que a ameaça, cujo cheiro o vento traz ao seu olfato, denunciando a perigosa e real proximidade.

É assim que é. O viajante sensato não é aquele que teme a imensidão árida do deserto; mas o que leva consigo água e alimentos e desfruta feliz do céu estrelado, que enfeita as suas noites.

Como o marinheiro sábio não arreia as suas velas, enquanto sopra a aragem que o leva a seu destino; recolhe-as, sim, quando as nuvens negras e o vento forte anunciam a chegada do temporal.

Livrai-vos das vossas inquietações. Porque nada vos acrescentam; apenas dificultam a vossa caminhada, privando-vos dos pequeninos prazeres que a Vida vos oferece durante cada jornada.

Livrai-vos das vossas inquietações. Porque não é sensato temer a friagem da noite, enquanto o calor do dia vos aquece; nem permitir que vos assuste o medo da saudade, enquanto viveis o amor.

Livrai-vos das vossas inquietações. Se quereis viver plenamente as vossas vidas.


"Olhai as flores do campo; elas não fiam, nem tecem. Eu, todavia, vos asseguro que nem mesmo Salomão, em todo o seu esplendor, pôde se vestir como uma delas.".

Lucas 12.27 - frase atribuída ao Sermão da Montanha. 



Música:http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/ernestocortazar-eternity(sm).mid 
   

sexta-feira, 9 de março de 2018

DA MULHER


Deixai, hoje, que eu vos fale da mulher.

E que o sopro do Universo possa inspirar as minhas palavras, para que tenham a beleza e o perfume das flores, a suavidade da brisa, o encanto e a poesia das mais lindas canções.

Mas, também, para que nelas exista a têmpera do mais puro aço, a solidez dos mais vetustos carvalhos e a determinação do navegante que enfrenta as piores tormentas.

Para que nelas exista o sagrado das orações mais devotas que possam proferir peregrinos e sacerdotes; e o profano dos gemidos de prazer dos amantes que se entregam.

Porque assim é a mulher, este ser iluminado, em cuja alma paraíso e inferno se alternam ao sabor dos sentimentos; e em cujo ventre a vida renasce da semente do amor.

Assim é a mulher, que transcende os seus limites e multiplica as suas forças, para enxugar as lágrimas que afligem os entes amados, ainda que chore a sua própria alma.
Que me inspire o Universo, para que eu possa cantar a dedicação da mãe que, em triste e angustiado silêncio, atravessa a noite insone, junto ao berço do filho adoentado.

E o amor infinito que faz do seu coração uma festa de júbilo, ante os sucessos daqueles que ama, mas também lhe inspira as mais doces palavras, para consolá-los nas derrotas.

Deixai-me falar-vos da mulher. Não espereis, entretanto, que eu busque definí-la; porque não se pode definir a magia, e a mulher tem em si a magia do amor e da existência.

Não espereis, tampouco, que eu a possa cantar em prosa e verso. Pois nem ao maior dos poetas é dado cantar o espetáculo das luzes e sombras que se agitam na alma da mulher.

E vós, homens, acompanhai-me nesta homenagem àquela que é a razão maior de nossos sonhos e desenganos; de nossa felicidade e angústia, nossas lágrimas e nossos sorrisos.  

Deixai que eu vos fale dos seus olhos, onde promessas e negações se alternam; dos seus lábios, onde buscamos palavras e beijos, e das suas mãos que acariciam ou repelem.

Deixai que eu vos fale do seu corpo, que nas horas do amor nos transporta ao Infinito; dos braços que nos enlaçam, das pernas que nos acolhem, do calor que nos aquece.

Deixai que eu vos fale da ternura que nos embala, do carinho que nos retempera a alma. Da doçura de um olhar, da meiguice de um sorriso, da inocência de um acalanto.

Deixai-me falar da mãe que nos gerou, dos amores que coloriram os nossos caminhos; das filhas que de nosso ser brotaram e hoje nos acompanham ao longo da jornada. 
Sim; deixai-me, hoje, falar-vos da mulher.

A força que nos sustenta, quando se esvai a nossa força. 
        Nesta homenagem às mulheres,
reproduzo, com pequenas alterações, texto publicado em 08/03/2013.

Música:http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/francislai-snowfrolic.mid

Uma maravilhosa tradução de uma linda música: http://youtu.be/zm57moP83XM

sexta-feira, 2 de março de 2018

UM NOVO DIA



Cada dia é um presente.

É uma nova oportunidade de caminhar sob a chuva, ou aquecer-se ao calor do sol; de sentir o cheiro bom da terra molhada, de admirar as coisas bonitas que existem neste nosso mundo.

É mais algum tempo para conviver com as pessoas que amamos; para desfrutar do conforto de um abraço, do sabor de um beijo. Para sentir o fogo da paixão e o suave encanto da ternura.

Para brincar com as crianças, para conversar com os idosos; para ter em nossa mão uma mãozinha pequenina e confiante, ou uma engelhada pelo passar dos anos. Para amparar  todas as mãos.

Para sorrir ou para chorar; para ficar feliz ou triste e aprender algo com isso. Para viver as nossas emoções, descobrir os nossos pensamentos e conhecer mais um pouco do nosso verdadeiro Eu.

Agradeçamos, por cada um dos nossos dias. Esqueçamos a ditadura das horas, as neuroses e preocupações que nos angustiam. Vivamos, apenas; e aproveitemos bem o nosso tempo.

Abençoemos cada um dos nossos dias; seja ele de chuva ou sol, de trabalho ou de lazer. Depende de nós: amemos nosso trabalho e ele se tornará lazer; amemos as pessoas e não estaremos sós.

Não pertencemos ao tempo; ele é que nos pertence, enquanto caminhamos sobre a terra. Não é o tempo que nos comanda; somos nós que o utilizamos, para fazer aquilo que queremos.

Vivamos mais; e nos angustiaremos menos. Em vez de reclamar contra o vento, que brinca de desarrumar os nossos cabelos, agradeçamos por sua carícia fresca e amiga em nosso rosto.

Ouçamos, no pulsar de nossos corações, a canção da gratidão por um novo dia. Pelo nascer do sol, por estarmos aqui, por caminharmos juntos; simplesmente, por estarmos vivos.

Beijemos nossos amores, nossos irmãos e nossos filhos; abracemos nossos pais, ainda que apenas em nossas lembranças. Conversemos com nossos amigos, ouçamos música. Vivamos.

Vamos acordar alegres, no novo dia; abrir os olhos e simplesmente agradecer, por estarmos vivos. A Vida é a maior de todas as dádivas, e não deveria ser desperdiçada em lamentações.

Pense nisto. Perceba que acordamos para um novo dia; e nele muita coisa pode ser feita. Problemas podem ser resolvidos, sonhos podem ser realizados, dificuldades podem ser superadas.

E, ainda que nem tudo se resolva hoje, sempre haverá um saldo positivo no fim do dia: as sensações que foram vividas, as emoções que foram sentidas; a Vida, que continua e se faz presente.

Em cada novo dia.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/ernesto_cortazar_la_vida_es_bella.mid

Para depois da leitura:https://youtu.be/wGM9efAQLuY

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