O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

AS FOLHAS DOS MEUS OUTONOS


Começa uma nova etapa da jornada.

E a verdade é que não estou ficando mais jovem. A cada ano, mais numerosas são as folhas dos meus outonos, que caem da árvore da vida e cobrem o chão que forma o meu caminho.

A cada ano, mais lentos se tornam os meus passos e mais reduzidas as minhas forças; menos enxergam os meus olhos, menos escutam os meus ouvidos e menos firme é minha voz.

E, se assim é, preciso saber melhor em qual direção devo caminhar e como devo utilizar as forças que me restam. Preciso escolher bem o que devo ver, que palavras ouvir e o que dizer.

Esta é a vantagem da idade: a sabedoria da experiência, que compensa o peso dos anos. As folhas dos outonos, se dificultam o caminhar, amenizam a dor que as pedras causam nos pés.

Eis que já não posso carregar o peso do ressentimento; assim, preciso aprender a perdoar. Tampouco suporto lidar com a carga da frustração; assim, devo buscar a paz na resignação.

Já não me resta tempo, para gastar com o preconceito; acolho, pois, o respeito às diferenças. E busco a tolerância, para que as contrariedades não envenenem o tempo que me resta.

Não posso permitir que me derrube a desesperança; escolho, portanto, acreditar no futuro, ainda que seja curto. Nem quero temer que venha o fim dos meus dias; por isto, necessito ter fé.

Porque rejeito a solidão, escolho praticar o amor por aqueles que me cercam; porque é difícil conviver com o medo e a insegurança, devo esforçar-me sempre para aprender a confiar.

Começa uma nova etapa da jornada.

E, como as que já ficaram para trás, esta também não me trará só alegrias, ou só tristezas. Como em todas as outras, terei os meus dias de calor e as minhas noites de frio; o sol e a chuva.

Preciso lembrar que cada caminho apenas me leva a algum lugar. Sou eu que o escolho; são as minhas pernas que caminham, são meus pensamentos e minhas emoções que me conduzem.

Assim tem sido, até hoje. E não me cabe culpar o caminho, nem duvidar do futuro. Preciso, sim, relancear os olhos para trás, contemplar as folhas dos meus outonos e seguir em frente.

Porque, a cada ano, mais se aproxima o inverno final. Entretanto, haverá outros verões e outras primaveras, enquanto eu caminhar o meu caminho. É assim que são todos os anos, eu sei.

É a mim que cabe escolher a estação que abrigarei em meu coração; e é ela que seguirá comigo, a maior parte do tempo. Posso caminhar entre jardins floridos, ou bosques ressequidos.

Tentarei, portanto, ser melhor durante esta nova etapa. Abrirei meu coração e meus braços, estenderei a minha mão. Oferecerei a todos as folhas que caíram e caem, em meus outonos.

Até que chegue o fim da jornada.
FELIZ ANO NOVO, AMIGOS! 

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_eddie_calvert_autumn_leaves.mid

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

HORA DE LIBERTAR OS NOSSOS SONHOS


Mais uma vez, é hora de libertar os nossos sonhos.
De deixar que se vistam de vermelho, para voar pelo céu noturno em um trenó puxado por renas mágicas, trazendo sorrisos de felicidade e encantamento a crianças de todo o mundo.
De deixar que se unam a outros sonhos e, juntos, formem uma estrela única, cuja luz brilhante banhe o planeta de claridade e amor, em uma noite mágica, cheia de paz e plenitude.
De permitir que pisquem, como luzes encantadas, em uma árvore de Natal enorme e enfeitada, que pertença à humanidade e, em sua sombra protetora, abrigue todas as nações.
Que faça luzir ainda mais intensamente a inocência nos olhos das crianças, faça brotar um sorriso de alegria nos lábios dos adultos e traga o brilho da esperança aos olhos dos idosos.
Mais uma vez, é hora de libertar os nossos sonhos.
De imaginar um mundo diferente, onde todos possamos nos dar as mãos e caminhar juntos; onde apoiemos uns aos outros, acreditando no melhor que existe em cada um de nós.
Um mundo onde saibamos dividir o que temos, com aqueles que necessitam. Onde não economizemos palavras e atitudes de conforto e confiança; de perdão e tolerância, de amor e fraternidade.
Onde não existam credos e cada homem se sinta parte do Coração do Universo; onde não existam raças ou idiomas diferentes e sejamos todos família, por sermos filhos do mesmo Pai.
Onde o amor possa sempre mostrar a sua face, qualquer que seja ela. Onde o preconceito e o egoísmo não encontrem guarida, para que o medo possa ser erradicado de nossas almas.
Mais uma vez, é hora de libertar os nossos sonhos.
Porque todos necessitamos de sonhar. E é reconfortante imaginar que a vida pode ser melhor; que as pessoas podem ser melhores, que podemos caminhar por um mundo melhor.
É reconfortante imaginar que esta mudança possa acontecer; que todos podemos estar juntos, como os irmãos que na verdade somos. Que outra pode ser a nossa realidade de cada dia.
Mas a verdade é que a mudança não se faz sozinha. É preciso que cada um de nós mude, para que o mundo mude ao nosso redor. É preciso plantar, para que um dia possamos colher.
Que a mudança faça a diferença, entre este e outros natais. Que o nosso coração busque abraçar aqueles que se acercam, e os nossos olhos vejam cada homem como nosso irmão.
Trabalhemos em nossa mudança. Para que possamos viver os nossos sonhos! 


FELIZ NATAL, AMIGOS! 
Música: http://ohassan.dominiotemporario.com/midis natal/kenny_g_silent_night.mid

Vejam que lindo vídeo: https://youtu.be/1P2RunH8reU

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O SENTIDO DA VIDA


Por que tanto buscamos o sentido da vida?
Ao fazê-lo, assemelhamo-nos ao viajante insensato que, preocupado apenas com o fim da jornada, deixa de desfrutar das belas paisagens que a seu lado desfilam e se modificam a cada instante.
Deixa de sentir a carícia do vento nos cabelos, e de escutar a música suave do seu assovio nas folhas das palmeiras; deixa de contemplar a beleza das flores e respirar o aroma que perfuma o jardim.
Deixa de ouvir a canção reconfortante do regato humilde, que murmureja aos seus ouvidos; e não se delicia em beber de suas águas cristalinas e mergulhar o corpo em sua corrente fresca e mansa.
Permanece surdo aos chamados do amor; e não se detém, encantado, para descobrir os seus deleites. Não vive a paz da sua ternura e a ânsia do seu desejo, preocupado com o que virá amanhã.
Assim acontece, àquele que demais se preocupa em descobrir o sentido da vida. Como se uma viagem maravilhosa e cheia de encantos e aventuras não valesse por si mesma, por sua própria duração!
Aquele que assim procede não aproveita a dádiva de cada dia, concentrado que está em que logo chegue o amanhã. Não aproveita os momentos que tem, pensando nos que virão... e podem nem chegar.
Não aprende com as derrotas, das quais guarda somente mágoa e decepção; e nem se alegra com as vitórias, vendo-as apenas como degraus que galga, em sua ascensão para o sucesso final.
Por muito tempo, eu também procurei o sentido da vida; e jamais o consegui encontrar. Porque a vida, como o amor, é o seu próprio sentido; a sua própria razão de existir, a sua explicação.
A vida é como a música, a beleza, a saudade, a magia e o encanto. É como a espuma alva que se forma na crista da onda e se desfaz na areia da praia, para voltar com a próxima onda que vier.
Julgamos que a vida nos pertence; nós é que pertencemos a ela, entretanto! Não a podemos tomar em nossas mãos, nem guardá-la em nossas bagagens, nem sequer determinar a sua duração.
Por muito tempo, eu também procurei o sentido da vida. Mas descobri que de nada nos adianta a procura. Não é sábio concentrar-se no destino final, enquanto se pode desfrutar da viagem.
A vida é o seu próprio sentido. Não é na chegada que está o encanto, mas na viagem; não é no acorde final que está a música, mas na melodia; e não é no fim que está o amor, mas no durante.
Está é a verdade que aprendi. O sentido da vida está em cada criança que nasce, e em cada idoso que se vai; nas dificuldades que encontramos e nas vitórias que conseguimos; no amor e na saudade.
Viver. Este é o sentido da Vida.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_orquestra_caravelli_emmanuelle.mid

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

OS NAMORADOS E OS SONHOS



Namorados dividem sonhos.

E, assim fazendo, multiplicam a sua felicidade; porque um sonho compartilhado parece estar mais perto da sua realização. É da crença daquele que admira, que o homem tira a sua própria crença. 

Namorados caminham um para o outro.

Assim fazendo, tornam mais fácil o seu encontro; porque menor é a distância a ser percorrida, quando cada um anda a sua metade do caminho. Paralelas estão próximas, mas jamais se juntam.

E há momentos em que nos sentimos sós.

Independente das pessoas que nos cercam. Independente de termos, ou não, amores ou amigos. Há momentos em que nos sentimos sós, ainda que centenas de pessoas estejam em nossa lista de contatos.

A solidão faz parte de nós. Nascemos sós: mesmo os gêmeos veem a luz um de cada vez. E morremos sós: ninguém nos pode acompanhar, na Grande Viagem, quando retornamos ao Coração do Universo.

A solidão faz parte de ser humano. Porque cada um de nós tem as suas próprias ideias, os seus próprios objetivos; e, ainda que possamos andar de mãos dadas, cada um segue pelo seu próprio caminho.

Assim é. E, porque sentimos essa verdade em nossas almas, buscamos a sensação de companhia; desejamos ter amigos e amores, cultivamos o desejo e o sonho de encontrar a quem chamamos alma gêmea.

Isto acontece, porque nos sentimos sós. Como a tristeza desperta em nós o desejo de conhecer a alegria, a sensação de solidão em que vivemos torna mais forte a necessidade de companhia.

Por isto, namorados dividem sonhos. Compartilham ilusões, como pessoas que bebem da mesma fonte; que enxergam a mesma luz. Vivem juntos as emoções de uma música, o encanto de um pôr-do-sol ou um alvorecer.

Namorados dividem sonhos. E assim se sentem esperançosos e felizes; porque a nossa alma tem a estranha e maravilhosa capacidade de dividir as tristezas compartilhadas e multiplicar as alegrias divididas.

Porque, nas relações entre os seres humanos, dividir é sempre a melhor forma de somar e acreditar. E, em verdade, é quando perdemos o prazer simples de dividir, que difícil se torna prosseguir juntos a caminhada.

Sonhar juntos; este é o primeiro passo para construir juntos. E uma forma de aplacar a solidão que se esconde em cada homem e espreita, para manifestar-se nas horas quietas e intermináveis de uma noite insone.

Dividir; este é o segredo de multiplicar. E é por isto que os namorados dividem sonhos, para multiplicar; para acreditar em um amanhã melhor, onde seja possível tornar realidade as suas esperanças.

Este é o maior sonho de todos os enamorados. 


Música:
 http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_ernesto_cortazar_you_are_my_destiny.mid

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