O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CRIANÇAS E MARIONETES

Eu vos tenho visto a reclamar da vida.

Como se marionetes fôsseis e apenas pudésseis seguir o curso que vos dita o destino; como se não tomásseis as vossas próprias decisões e por elas não vos devêsseis responsabilizar.

Verdade é que os ventos da sorte vos podem, às vezes, conduzir; é igualmente verdade, entretanto, que a cada homem cabe escolher o seu próprio rumo.

Porque o aprendizado é a finalidade de cada jornada sobre a Terra; apenas o Conhecimento vos conduzirá ao Coração do Universo, a verdadeira morada do vosso verdadeiro Eu.

É, portanto, a crianças que mais vos assemelhais. E não é a vida que vos maltrata; nem é através do castigo que o Universo vos ensina. Sois os artífices das vossas próprias dores; como, aliás, o sois das vossas alegrias.

Certo é que nem sempre vos é dado escolher entre os risos e as lágrimas. Da vossa atitude, todavia, dependerá a importância que cada um deles terá em vosso caminho. Pois àquele que fecha os olhos, a luz não se oferece.

Observai a criança que chora: tão logo surge um novo brinquedo, em sorriso as lágrimas se tornam. E, embora as lágrimas e os sorrisos, façam parte do seu mundo, é pela alegria a sua opção.

Em sua ingenuidade, a criança é profundamente sábia. E o seu saber não vem dos livros, nem mesmo da experiência do mundo; é na inocência de sua alma, que a voz do Infinito lhe indica o caminho a seguir.

Jamais deveríeis perder a vossa inocência. Porque é dela que se nutrem as vossas esperanças de um futuro melhor; é nela que residem os vossos sonhos e a parte mais sagrada de vós.

E, entretanto, a sacrificais em vossa adoração ao mundo. A imolais aos vossos desejos e à beira do caminho abandonais o seu cadáver insepulto, aceitando em troca o medo e as desilusões.

E é assim que vos tornais marionetes. Não de um Universo vingativo, nem de um destino cruel, a quem diverte o vosso sofrimento. São as vossas próprias vontades os cordéis que vos conduzem e tanto lamentais.

Conservai a vossa inocência. Porque, enquanto fordes capazes de acreditar e buscar o melhor das pessoas e da vida, sereis capazes de mudar o vosso futuro e o vosso próprio mundo.

Conservai a criança em vós. Porque assim a alegria vencerá a tristeza; e as cores da inocência tornarão mais belo o vosso caminho e as asas da esperança farão mais fácil a vossa jornada.

E não vos tornareis marionetes dos vossos desejos.

Texto sugerido pela bela foto do site 1.000 Imagens.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

HÁ COISAS QUE NUNCA MORREM

Coisas existem, que sobrevivem em nós.

Como os lugares onde passei a juventude. Que, degradados pelo correr dos anos, em minha memória permanecem como eram; com todos os detalhes que impressos ficaram em mim.

Como o eco dos risos e das lágrimas, que ainda hoje persistem em meu coração; como se pudessem escapar à marcha do tempo, protegidos pelo ancoradouro seguro da saudade.

Como se cada momento vivido se cristalizasse no universo, qual vívida imagem que a qualquer instante acessamos, pelos infinitos caminhos do nosso verdadeiro Eu.

Pois a verdade é que em mim continuam as lembranças de cada momento em que fui tocado pelo sopro da Vida: cada beijo de amor, cada ilusão que acalentei, cada desengano que sofri.

Hoje, percorro as ruas por onde andei; e já não encontro a paisagem daqueles tempos, nem os amigos que comigo estiveram. Nem os sonhos que dividimos, na inconsequência da mocidade.

Entretanto, se os meus olhos precisam enxergar o novo quadro, é para o velho cenário que se volta a visão da minha alma; e os sons de ontem se sobrepõem aos ruídos do hoje.

E certo estou de que o mesmo ocorre a cada um de vós. Pois nenhum ser humano existe que não traga consigo as lembranças do passado, embora os seus pés caminhem no presente e a sua esperança viva no futuro.

Já não recordo o conforto do seio materno, nem a emoção dos primeiros passos, nem a alegria do primeiro sorriso; tão longe não alcança o barco das lembranças.

E, entretanto, é o mesmo conforto que buscamos em cada seio; a mesma emoção que procuramos em cada novo passo, e a mesma alegria que desejamos ter em cada sorriso.

É preciso que o primeiro beijo se repita em cada beijo; que a mesma ânsia una sempre os corpos entrelaçados e a mesma ternura se faça presente, cada vez que se encontrem as mãos.

Ou o vosso amor se perderá nas brumas do tempo, como antes dele tantos outros sonhos já se foram. E viverá apenas nas vossas lembranças, como hoje acontece às emoções do passado.

Então, chorareis todas as vossas lágrimas; que serão tão mais amargas, quanto mais doces forem as recordações da felicidade. E, embora às vezes vos pareça a morte em vida, a saudade vos ajudará a viver.

Até que em vós o amor possa renascer.

Texto inspirado pela bela foto do 1.000 Imagens. Que, aliás, tem título semelhante.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO, AMIGOS!


É da pequenina semente, que surge a árvore imponente.

Como do humilde regato provém o grande rio, cujas águas fertilizam o solo e fazem brotar a vida às suas margens. E do botão, antes despercebido, surge a beleza da flor que encanta os vossos olhos.

Com uma única nota se inicia a mais linda canção, e da primeira palavra nascem as mais belas histórias e as mais edificantes sentenças. De uma gota de sêmen, surgiu o corpo onde habita o vosso verdadeiro Eu.

Hoje, abrigo em mim a felicidade. Como o semeador, que ao solo entrega o pequenino grão e o vê retornar multiplicado, na beleza da plantação que lhe devolve a terra fértil e generosa.

Porque uma semente foi aqui plantada. E vem germinando, ao longo destes anos, graças à vossa bondade e paciência em oferecer-me o tesouro da vossa amizade e ouvir as minhas palavras.

E deixai-me dizer-vos que esta bondade me surpreende e comove. Pois, ao iniciar este espaço, fui apenas movido pelo desejo de registrar as lições que me foram trazidas pelo tempo.

Agora, o vejo completando três anos de existência. E é com os joelhos sobre a terra e os olhos voltados para o céu, que agradeço ao Universo pelos momentos que aqui repartimos.

E o meu coração canta de alegria, como o pássaro que, enfim, encontra o lugar onde construir o seu ninho. Ou como o viajante que ao lar retorna, e em frente ao fogo se assenta com os seus irmãos.

Porque ninguém está realmente completo, a menos que com outrem se divida, para que juntos possam multiplicar as suas alegrias e repartir as suas tristezas. É amparando um ao outro, que conseguiremos percorrer o Caminho.

E, como a missão do afluente é despejar as suas águas humildes no majestoso rio, continuarei a trazer-vos as migalhas da minha experiência, para que possam aumentar a vossa sabedoria.

Pois é de gota em gota, que se forma o oceano. E cabe ao homem prudente procurar os seus irmãos e repartir as suas verdades, para que juntos busquemos o Conhecimento e a Verdade.

Deixai, pois, que eu vos agradeça. E mais uma vez vos repita que sois a razão das minhas palavras; que no vazio se perderiam, se não as abrigásseis em vossos generosos corações.

Deixai que eu vos aperte ao coração, e este abraço possa expressar a minha gratidão e amizade. Porque sois os irmãos e as irmãs que a vida me trouxe e convosco muito tenho aprendido.

Mais uma vez, eu vos ofereço o nosso oásis. E vos digo que ele nada seria sem a vossa presença. Festejemos estes três anos em que juntos, entre as lágrimas e os sorrisos, temos buscado o aprendizado.

E o nosso verdadeiro Eu.


Em 13 de junho de 2007, iniciamos este blog. Em 11 de dezembro de 2009, um amigo instalou aqui o contador do Google e, desde então, temos sempre recebido mais de 1.400 acessos mensais, de 18 países diferentes. Só à bondade de vocês, posso agradecer estes números. De coração, muito obrigado!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O UNIVERSO E A LIBERDADE

Mais uma vez, devo falar-vos da liberdade.

Pois o meu coração chora, ao ver que dia após dia arrastais os grilhões que criastes para vós mesmos. E, enquanto o fazeis, suspirais pela liberdade; que apenas em vós podereis encontrar.

Porque livres nascestes, com a pele ao vento e a alma em sintonia com o Universo. E sois livres, enquanto de vós não se apodera o medo; enquanto não vos rendeis aos ditames do mundo.

Escutai-me, quando vos digo que, elo a elo, forjais as cadeias que vos prendem. E elo a elo podereis rompê-las, quando fordes capazes de reencontrar a centelha do Universo que há em vós.

Abandonai a ilusão de que das posses dependa a liberdade. Porque não é raro que o homem mais rico seja escravo da sua própria cobiça, e do desejo de cada vez mais possuir.

E não julgueis que no amor esteja a liberdade. Porque é ao contrário que acontece: é preciso que exista a liberdade, para que possa existir o verdadeiro Amor; que não exige, apenas se entrega.

Não acrediteis, tampouco, que a liberdade venha da paz. Pois o que é a paz, senão a ausência do medo? E, assim, a paz sobrevém quando existe a liberdade de não temer os vossos irmãos.

Em verdade, é o medo que se oculta na raiz dos vossos grilhões. Porque, como não são livres as águas represadas, não pode ser livre o homem que se contém por temer as consequências de seus atos.

Livre, sim, é aquele que ouve em si mesmo a voz do Universo. Pois este será o seu próprio guia e o seu próprio juiz; e fará o bem não por medo, mas por nele encontrar a imediata recompensa.

Livre é aquele que trabalha, para prover às suas necessidades. E no trabalho honesto encontra não apenas o sustento, mas a alegria de construir um mundo melhor e ser útil aos seus irmãos.

Livre é aquele que por inteiro se entrega ao amor. E não teme perdê-lo, nem se inquieta com a sua duração, mas desfruta intensamente de cada momento encantado que nele encontra.

Livre é aquele que de si varreu os preconceitos; que não teme a diferença entre os homens, mas nelas vê a mão do Universo, que planta a diversidade para fazer brotar a compreensão.

É fora de vós, que procurais a liberdade. E, ao fazê-lo, sois como a criança que tenta agarrar as bolas de sabão, como se nelas estivesse o encanto da luz que apenas refletem.

É dentro de vós, que devereis buscá-la. Afastai de vós o medo; buscai, antes, ouvir a canção da Vida, que ecoa em vossas almas e ao Universo vos reconduz. Buscai o vosso verdadeiro Eu.

E a liberdade voltará ao vosso caminho.

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