O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VIVEI OS VOSSOS AMORES


Por que não viveis, simplesmente, os vossos amores?
Por que para vós o amor é sinônimo de posse e inquietação, quando deveria trazer-vos liberdade e paz? Por que cultivais dúvidas, quando o amor deveria ser a vossa certeza?
Por que buscais acorrentar a vós o ser amado, quando voar juntos deveria ser o vosso sonho maior? Por que reclamais direitos que não tendes e apenas ele vos pode conceder?
Não percebeis que, assim fazendo, transformais em frustrante pagamento o que deveria ser alegre doação? O amor não é um comércio, mas uma entrega espontânea e constante.     
Esta é a essência do amor: a alegria de doar-se ao ser amado; de viver a eternidade em um beijo; de mergulhar no oceano do universo em um orgasmo; de entregar-se a alguém.
Credes, acaso, que exista uma obrigação de amar e um direito de ser amado? Sabei, então, que ninguém pode ser feliz, se for obrigado a renunciar às coisas que gosta de fazer.
Por isto, a liberdade faz parte do amor; para aquele que ama, nada é mais importante que a felicidade da pessoa amada. Amar é colocar a própria felicidade nas mãos de alguém.
Fazei, portanto, ao amor como fazeis à fruta suculenta; permiti que o seu sumo vos preencha a boca e delicie o vosso paladar, sem que vos preocupe a duração que possa ter.
Eu vos tenho dito que o medo do futuro pode roubar-vos a alegria do presente. E não é sensato privar-vos da alegria de hoje, por temer a tristeza que talvez venha amanhã.
Se fazeis do amor o vosso sol, sede como o girassol, cujo único cuidado é oferecer-se à luz que lhe sustenta a vida. Que não vos assustem as nuvens, pois o vento sempre as levará.
Vivei, simplesmente, os vossos amores. Descobrireis que o amor não é uma prisão que vos tolha os passos, mas as asas que vos levarão a um mundo novo, colorido e maravilhoso.
E ainda que esse mundo abrigue as suas armadilhas, os seus precipícios e os seus perigos, é nele que estão as mais lindas e perfumadas flores e os mais saborosos frutos.
Vivei, simplesmente, os vossos amores. Deixai que vos conduzam pelos caminhos da Vida, porque é assim que conhecereis as sensações mais doces e os prazeres mais intensos.
Não temais as tristezas que os amores vos possam trazer. Para que brote a tristeza, é preciso que antes tenha florescido a alegria; a desilusão surge apenas ao findar o sonho.
E é de sonhos e desilusões que se faz o vosso aprendizado. 

Música: 
 
Recomendo este vídeo. Pensei muito em colocar  esta canção como música do post. 
http://youtu.be/uoUCEoTB4PQ

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O AMOR EM VÓS




Não é de vós que depende o amor.
Abandonai a presunção de que o possais controlar. Porque o amor não obedece às vossas vontades, nem atende às vossas conveniências, nem segue a vossa lógica.
O amor não é a vela, mas o vento que a enfuna; não é o caminho, mas a esperança que vos leva a percorrê-lo; não é a noite, mas os sonhos que a povoam e adornam.
Abandonai, também, a ideia de que o amor seja a felicidade. Porque um está em vós, enquanto a outra apenas visita a vossa alma, durante breves e maravilhosos instantes.
O amor não está apenas na raiz dos vossos sorrisos; muitas vezes, é também a fonte de onde brotam as vossas lágrimas. É a vossa paz, mas pode ser a vossa inquietude.
Como a brisa que vos afaga o rosto pode tornar-se o vento que vos açoita. E a rosa que encanta os vossos olhos oculta os espinhos cruéis que vos magoam os dedos.
Pois a brisa é uma face do vento e os espinhos fazem parte da rosa. Como a morte faz parte da vida, o despertar é consequência do sonho e a lágrima é o outro lado do sorriso.
Recordai: eu vos tenho dito que a vossa vida é feita de contrastes. E o amor, que está na origem da Vida, não poderia deixar de ser o maior dos vossos contrastes.
Assim, ele vos transporta entre a felicidade e o sofrimento, a esperança e o desânimo, a autoconfiança e a descrença em vós mesmos. Ele ergue e destrói os vossos castelos.
É graças ao amor, que uma pessoa preenche todos os vossos horizontes. E é também por amor, que a sua ausência faz cair o véu pesado da tristeza sobre o vosso mundo.
O amor é o mais forte dos laços que vos podem ligar a alguém. E, entretanto, é também o mais leve; porque é nas suas asas que podem voar os vossos corações.     
O amor é o berço das vossas esperanças. E às vezes é também o seu túmulo; compõe as belas canções que as embalam e os réquiens que acompanham a sua morte.  
Não controlais o amor; ele, sim, é que vos controla. Ele vos transforma em anjos ou demônios;  vos faz sinceros ou mentirosos, leais ou traidores, alegres ou tristes.    
E assim, aprendeis de quanto sois capazes; quão estreitas são as fronteiras que separam os mundos invisíveis que formam o universo que existe em cada um de vós.

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