O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 29 de abril de 2022

AS VOSSAS PRIORIDADES

 


Deveis definir as vossas prioridades.

Só assim, podereis seguir em frente; são elas que determinam os vossos rumos e os caminhos por onde andareis. Ninguém pode iniciar ou prosseguir a viagem, sem saber aonde deseja chegar.

E, embora todo homem tenha como objetivo ser feliz, em verdade julgais que a felicidade resida na satisfação de vossas vontades. E cada um de vós tem uma vontade diferente dos outros.

Tudo em vossa vida, eu vos diria, depende da vossa escala de valores. Colocais no topo o que mais desejais; e costumais ser cegos para as outras coisas, enquanto buscais o vosso objetivo.

Assim, os ambiciosos buscam o poder e as vitórias; os avarentos buscam as riquezas. Os românticos procuram o amor, e os religiosos pretendem conhecer e entender o Coração do Universo.

Sim: cada um tem o seu próprio objetivo; e muitos se aferram tanto a ele, que andam como se antolhos usassem. Seguem a cenoura, que balança à sua frente, sem um olhar sequer para os lados.

Preciso lembrar-vos, entretanto, que a Felicidade não é deste mundo; pertence aos Jardins do Amanhã. Ela é como a pepita gigante, que habita os sonhos do garimpeiro e o seduz com seu brilho.

Venturosos são aqueles que a encontram por momentos, nos caminhos que percorrem. Como um raio de sol na escuridão, um único instante de felicidade compensa muitas horas de tristeza.

Isto é tudo que a Felicidade vos dará, enquanto caminhardes sobre a Terra: lampejos de sua presença, nos poucos momentos em que vos acolhe nos seus braços. Mas de nada mais precisais.

Para encontrá-la, necessitais estar atentos. Porque a felicidade não está na satisfação de vossos desejos, mas na plenitude de vossa alma. Deveis tirar os antolhos, para vê-la ao vosso lado.

Pois não é à vossa frente, que a encontrareis; e ela não vos acompanhará pelo resto do caminho. Apenas vos acolherá em seus braços, por um instante fugaz e eterno; é quando sereis felizes.

Aceitai esta verdade: a Felicidade não vos pertence; apenas vos visita. E sabei que, de futuro, outras vezes a encontrareis; voltareis a desfrutar do seu abraço e sentir o seu calor em vossa alma.

Necessitais definir as vossas prioridades. Elas serão as balizas, demarcando a rota que devereis seguir, para completar a vossa jornada; e vos apontarão o norte, indicando o rumo desejado.

Recusai-vos, porém, a que antolhos vos tirem a visão. Não dependeis de alcançar objetivos, para serdes felizes. Mantende os vossos olhos abertos, para enxergar os encantos da jornada.

E a Felicidade passeará em vosso caminho.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/canto_gregoriano_all_by_myself (1).mid

Link música

Link vídeo

sexta-feira, 22 de abril de 2022

BALADA DA SOLIDÃO

 


Há pessoas que trazem em si a solidão.

E estão sós, mesmo em meio a multidões. Estão sós entre os seus familiares, os seus seres amados e os seus amigos; estão sós, nos seus templos e nas suas próprias casas.

Não importa onde estejam, ou o que façam, estão sós. Porque a solidão, como todos os nossos sentimentos, não depende do que nos cerca, mas sim do que existe em nossa alma.

Aqueles que se sentem sós não têm a habilidade de construir pontes, para atravessar os abismos criados por sua imaginação, que os separam de outras pessoas. E estão sós.

Apenas às vezes, encontram a coragem para romper as suas cascas e desfrutar de um verdadeiro encontro. É quando são felizes, por momentos fugazes, até que a solidão retorne.

Pois não conseguem, por muito tempo, entrelaçar em outras mãos as suas mãos e em outras almas as suas almas. E voltam a fechar-se em si mesmos, à primeira coisa que os magoe.

Esta é a sua forma de viver. Por medo de cair, evitam voar; para não se arriscarem a perder a companhia, preferem viver sós. Deste jeito vão seguindo em frente, na sua solidão.

E talvez seja este o seu pior castigo: caminhar sempre sós, tendo apenas vislumbres da plenitude da companhia. Andar por muito tempo na penumbra, mesmo sabendo que existe a luz.

Porque viver é arriscar-se. É cair, tentando caminhar; é sentir-se feliz, enquanto dura o sonho, e chorar quando ele se acaba. Viver é caminhar, sem saber o que virá na próxima esquina.

E jamais poderemos ser felizes, sem arriscar-nos também a sofrer. Porque eu vos digo que o sofrimento e a felicidade chegam até nós através da mesma porta, que é o nosso coração.

Para colher a rosa, o jardineiro necessita arriscar-se com os espinhos; para desfrutar do doce do mel, precisamos arriscar-nos com as abelhas. Esta é a lição que nos ensina a Vida.

Não lamentemos, nas horas em que nos doer a solidão; recordemos os momentos felizes que vivemos, quando não a sentíamos em nossa alma. E acreditemos que a felicidade um dia voltará.

Cada um de nós é do jeito que é; assim eu vos tenho dito. E aqueles que trazem consigo a solidão necessitam aprender a viver com ela, a menos que descubram o seu remédio: a entrega.

Porque quando nos entregamos, afastamos de nós a solidão. Necessitamos esquecer-nos de nós, para não nos sentirmos sós; para chegarmos a viver o maior sonho, que é o Amor.

Ele pode afastar a solidão.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/JaimeVillalba-Nocturne.mid

Link música

Link vídeo

POR COMPLICAÇÕES DE UMA CIRURGIA OCULAR, NÃO PUDE RESPONDER AOS COMENTÁRIOS DESTA SEMANA. PUBLICO HOJE UM TEXTO ANTIGO E INÉDITO. ESPERO PODER VOLTAR À NORMALIDADE EM BREVE. MEU ABRAÇO.  

sexta-feira, 15 de abril de 2022

FLORES E PEDRAS



A vida é como uma estrada.

E ao percorrê-la, como em qualquer caminho, encontramos pedras e flores; rios caudalosos, que nos parecem intransponíveis, e regatos amigos, em cujas margens podemos descansar.

Porque  conhecemos e perdemos amores; temos momentos de felicidade e outros tantos de tristeza. Experimentamos vitórias e derrotas, entusiasmo e apreensão, paz e desassossego.

Assim é, para cada um de nós; eu vos tenho dito. E, com a marcha incessante do tempo, não são poucas as vezes em que o que hoje nos faz sorrir poderá vir a nos fazer chorar no amanhã.

Vitórias que se transformam em derrotas; amores que se tornam saudades. Ocasiões em que aquilo que julgávamos ter escorre, como areia, por entre os nossos dedos e se perde de nós.

É preciso que assim seja, para podermos aprender a maior lição: nada é para sempre, neste mundo em que nós mesmos não somos para sempre. Tudo se vai, um dia; todos os castelos caem.

Entretanto, ao nascer recebemos todas as ferramentas de que necessitamos, para concluir a jornada e avançar no aprendizado. Embora o tempo não volte, podemos navegar nas suas águas.

Através das lembranças, revivemos os nossos momentos. Porque a memória é como uma mochila, que transporta o nosso verdadeiro Eu. E podemos escolher o que nela colocaremos.

Não podemos escolher o que encontraremos na estrada da vida. Mas nos cabe a escolha do que levaremos conosco, ao seguir adiante. Podemos escolher entre carregar pedras ou flores.

Sempre teremos ganhos e perdas; encontros e despedidas. E, depois de cada um, deveremos optar entre a frustração, que nos acorrenta ao passado, e a gratidão, que nos leva em frente.  

Esta escolha é sempre nossa. E, acredito, nem preciso dizer-vos que as pedras magoam, fazem doer e atrasam a nossa marcha, enquanto as flores são leves e perfumam o ar à nossa volta.

Sejamos sensatos, portanto, ao escolher o que levaremos de cada trecho do caminho. Muitas vezes, teremos que fazer essa escolha; e será difícil seguir, se a mochila estiver cheia de pedras.

Por isto, vos digo: optemos sempre pelas flores. Mais leves e mais rápidos serão os nossos passos, se para trás deixarmos as mágoas e carregarmos apenas as nossas mais doces lembranças.

Porque a vida é feita de momentos. E, se não nos cabe saber o futuro, devemos aprender com o passado a viver o agora. Porque é nele que estamos construindo o que encontraremos no depois.

Escolhamos, portanto as flores. E não as misturemos com as pedras, que as esmagariam sem piedade; abandonemos as pedras pelo caminho, para que possamos conservar as flores. 

Porque são elas que enfeitam e perfumam as nossas vidas.      


Música:


Link música

Link vídeo

FELIZ PÁSCOA, AMIGOS! 

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O FUTURO DE NOSSOS FILHOS



Desejamos traçar o futuro de nossos filhos.

Não o podemos fazer, entretanto. Assim como nós, eles se encarregarão de determinar os seus rumos. Porque está escrito que cada homem precisa escolher o seu próprio caminho.

Bem sei que queremos protegê-los de tudo e de todos. Reflexo, talvez, do tempo em que eram pequeninos e se aconchegavam em nossos braços, tão dependentes de nós.

Devemos, porém, reagir a esse desejo. Porque também o sentiam os nossos pais; e o tempo provou que não seria acertado, acaso o houvessem conseguido transformar em realidade.

Somos o produto do que vivemos, durante todas as jornadas. Como o fruto não é resultado apenas da semente, mas também do solo; e da chuva e do sol que caem sobre a árvore.

Pois, eu vos tenho dito, aqui estamos para aprender; e não aprendemos senão com as nossas próprias experiências. Só as nossas vitórias e derrotas nos ensinam sobre a Vida.

Não choramos, senão por nossas próprias dores; e não sorrimos senão por nossas alegrias. Ainda que, muitas vezes, as dores e alegrias tenham como causa os nossos filhos.

Assim é. Porque os filhos, quando crianças, dependem inteiramente de nós; mas dependemos deles, durante toda a vida. Da felicidade deles, depende a nossa felicidade.

Todavia, ainda que assim seja, não nos cabe o direito de impor-lhes as nossas vontades e opiniões. Porque cada um tem um jeito próprio de ser feliz; e o nosso pode não ser o deles.

Como nos ensinou o Profeta, os filhos não vêm de nós, mas através de nós; e, embora vivam conosco, não nos pertencem. São os filhos e as filhas das ânsias da Vida, por ela mesma.

Por isto, têm os seus próprios desejos e as suas próprias ânsias. E não nos cabe determinar os seus caminhos, ou carregá-los em nossos braços; ensiná-los a andar é o nosso papel.

Assim como nos forçamos a assistir aos seus primeiros passos, quando eram crianças, é que precisamos fazer, enquanto começam a assumir os seus papéis nesta jornada.

Precisamos assistir aos seus tropeços e às suas quedas, porque existirão; e não os poderemos evitar. Podemos, depois de cada um, ajudá-los a levantar e voltar a seguir em frente.

Porque não podemos sentir as suas dores, embora doam também em nós; nem viver a sua felicidade, embora ela nos torne igualmente felizes. Cada um deve aprender as suas lições.

Como tem sido, desde o início dos tempos.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_andre_rieu_que_sera_sera.mid


Link música

Link vídeo

sexta-feira, 1 de abril de 2022

NOSSOS MUNDOS



Às vezes, somos heróis; em outras, vilões.

Isto acontece a todos, porque em nós existem o bem e o mal; assim eu vos tenho dito. Escolher o caminho é a nossa maior tarefa, em cada uma das jornadas que realizamos sobre a Terra.

É eterna a dualidade entre as trevas e a luz; observai que, ao nosso redor, alternam-se a noite e o dia. Isto acontece também em nós: podemos ser como o sol ou o escuro céu noturno.

Devemos notar, entretanto, que mesmo nos dias de sol podem surgir algumas nuvens negras; e ainda nas noites mais fechadas, às vezes é possível distinguir o brilho fraco de uma estrela.

É assim que somos. Às vezes, as almas mais generosas têm os seus momentos de egoísmo e negação; e, em outras, os corações mais empedernidos podem mostrar afeto e generosidade.

Não podemos, portanto, julgar a nós mesmos ou aos outros; principalmente pela reação a um único instante. Porque não somos perfeitos; e, talvez, o nosso maior encanto resida na imperfeição.

Somos, todos, peregrinos em constante viagem; e o que buscamos é o santuário do nosso verdadeiro Eu. Pois só quando o encontrarmos, seremos capazes de realmente nos conhecermos.

E só a partir do autoconhecimento, pode o homem tentar entender tudo aquilo que o cerca. Quando nos conhecermos e entendermos o nosso potencial, então talvez entendamos o Universo.

Por isto, muitas serão ainda as nossas jornadas. E em cada uma delas, se nos dedicarmos o suficiente, aprenderemos mais um pouco sobre nós mesmos. Porque cada pessoa é um mundo.

As nossas montanhas são as falhas que precisamos vencer; as planícies, são as qualidades que temos. As tempestades são nossos momentos de inquietação; as calmarias são aqueles de paz.

Esperança e sonhos são as brisas que nos refrigeram e fazem prosseguir; medo e desânimo são os ventos que nos empurram para trás. O sol é o sorriso e as chuvas são nossas lágrimas.

Sim; cada um de nós é um mundo. E, como aos mundos acontece, gravitamos uns ao redor dos outros; com os nossos abismos e as nossas montanhas, as nossas brisas e tempestades.

E, nessa gravitação mútua, interferimos nas órbitas daqueles que nos cercam, seja com o nosso egoísmo ou com o nosso altruísmo. Com as nossas decisões, modificamos decisões alheias.

As nossas ações provocam reações, nas pessoas ao nosso redor; assim como sofremos as consequências das ações de outros, que nos afetam. Por isto, parecemos ser heróis ou vilões.

Mas somos apenas humanos.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_mantovani_e_sua_orquestra_till.mid

Link música

Link vídeo

Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Clicky