O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A VIDA E O TEMPO

Cuidais, acaso, que vos pertença o tempo?

Embora ele nada vos custe, é também o único patrimônio que não vos é dado aumentar, nem recuperar. Uma vez esgotada a vossa cota, por certo vos aguarda a viagem.

E cada hora é única, em vossa vida; não mais retornarão as emoções e os sentimentos que nela abrigaram os vossos corações. Vão-se os risos, evapora-se o pranto.

Deveis, portanto, valorizar cada momento; cada emoção que vos visitar, e cada aprendizado que surgir em vosso caminho. Aproveitai o vosso tempo.

Embora a Vida se estenda pela Eternidade, não vos é dado viver senão o presente. Porque o passado já se foi e o futuro ainda não veio.

É assim que é. E aquele que inutilmente gasta as suas horas é como o imprevidente, que ao fundo do pântano atira as preciosas moedas de que dispõe para construir o seu porvir.

Sábio é o homem que não teme a passagem do tempo, porque de nada adianta temer o inevitável; mas desfruta de cada um dos seus dias, como se fosse o último.

Porque a verdade é que o poderá ser. E triste é o viajante que leva na bagagem o arrependimento, por não ter sabido aproveitar o tempo da sua jornada.

Guardai-vos das lamentações inúteis, que apenas vos roubam a alegria de viver; afastai de vós o pessimismo e aprendei que a Vida é um espelho, onde cada um vê o que existe em si mesmo.

Porque é fato que nem sempre o mar vos será propício e o melhor vento enfunará as vossas velas. Mas é vosso o direito de reposicioná-las, e redefinir o vosso curso.

Sábio não é o homem que amaldiçoa o calor do sol; mas aquele que para a sombra protetora encaminha os seus passos, e busca a água fresca para mitigar a sede que o castiga.

Sábio não é reclamar da fome, mas aprender a profissão que lhe garanta o sustento; nem desesperar-se a cada desilusão, mas ser capaz de buscar um novo sonho.

É sorrindo, que devereis viver os vossos dias; ainda que por vezes possa chorar a vossa alma. Porque ninguém busca os espinhos, mas todos desejam a rosa; o vosso sorriso atrairá aqueles que o vosso pranto afastaria.

E mais fácil vos será aproveitar o vosso tempo.

 A tradução da música, cantada por uma autoridade no assunto, está em: 
http://www.youtube.com/watch?v=xCLhTwPwK9Y .

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

OS VOSSOS SONHOS


Buscai, sim, os vossos sonhos.

Antes que o tempo os carregue no seu manto, e a realidade se imponha. Porque mesmo o mais doce dos sonhos não resiste à claridade fria que anuncia um novo amanhecer.

E, entretanto, nem todos os anos de uma longa vida podem abrigar tanta felicidade como o fugaz momento em que dura a ilusão, numa festa de cores e esperança.

É assim que é. E abençoado é aquele que acredita nos seus sonhos, e vive intensamente o encanto de um instante mágico, em que realidade e ilusão se misturam em sua mente.

Pois a alegria de um sorriso faz esquecer a mágoa de mil prantos e fecunda a semente de um novo sonho. Como o sol, ao aquecer a terra ensopada pela chuva, faz germinar a planta e ressurgir a vida.

Mostrai-me alguém capaz de viver os seus sonhos, e eu vos mostrarei alguém que decerto conheceu a felicidade. E voltará a encontrá-la, enquanto nela acreditar.

Sabei, portanto, que da vida dos vossos sonhos depende a vossa própria vida. Porque aquele que renuncia às suas esperanças convive com a amargura e abandona a alegria de viver.

Acreditai, sim, nos vossos sonhos. E na vossa capacidade de torná-los realidades. Porque mais feliz é a criança que persegue bolhas de sabão, do que o homem que não vê as suas cores.

E afastai de vós o temor à desilusão. Porque se a ela estiver o sonho fadado, fatalmente a realidade a trará a vós. E não é sábio cultivar o amargor do medo, enquanto vos visita a felicidade.

Como a água e o óleo, sonho e medo não se misturam. E a presença de um apenas virá poluir o outro, conspurcando a sua pureza e roubando-lhe o encanto que poderia ter.

Arredai o medo de vossa alma, antes de buscar o vosso sonho. Pois aquele que teme a água revolta do rio, ou a profundidade do abismo, não será capaz de atravessar a ponte para o futuro.

E eu vos digo que a felicidade não é uma dádiva, mas uma conquista; e é como a luz do dia, que embora não dure para sempre ilumina os vossos caminhos e perdura em vossa lembrança.

Arriscai-vos, pois. Mais vale a máscara alegre do palhaço, que o semblante desesperançado daquele que renunciou às suas ilusões e ao simples direito de ser feliz.

Buscai os vossos sonhos.

Porque nas suas asas viaja o vosso verdadeiro Eu.

Tomo a liberdade de indicar aos amigos o ótimo clip da música, neste link: http://www.youtube.com/watch?v=XQaqc4EXZGs&feature=related

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A CANÇÃO DA CARIDADE

Abrigai em vós a caridade.

Pois forma melhor não existe de agradecer ao Pai, do que amparar aos Seus filhos. E aquele que estende a mão generosa ao necessitado, apenas obedece à voz de sua própria alma.

Como a árvore necessita ceder os seus frutos, a planta ofertar as suas flores e a nascente distribuir a água cristalina, também o vosso coração precisa doar de si mesmo, para continuar a existir.

Eu vos tenho dito: é juntos, que caminhais sobre a Terra. E apenas juntos chegareis ao fim do caminho, onde vos aguarda a consciência do verdadeiro papel que no universo vos cabe.

E, se assim é, é igualmente certo que de mãos dadas devereis caminhar, para que mais fácil se torne a jornada. Pois o mar não seria o mesmo, se uma única gota lhe faltasse.

Enxugai as lágrimas dos vossos irmãos. E saciai a sua sede, e mitigai a sua fome; e oferecei-lhes um leito macio, onde possam repousar os seus corpos cansados do sofrimento e da pobreza.

Porque ninguém existe a quem possais falar do Infinito, enquanto os seus ossos padecem a friagem da noite, o seu estômago reclama o alimento e nos seus olhos correm as lágrimas ardentes da miséria.

Como ninguém existe, que da noite do próprio desespero possa fazer brotar o sol da esperança; ou que, esmagado pelo peso do fracasso, erga os olhos da sarjeta e se deslumbre com o azul do céu.

Dai, sim, das vossas posses. E, ao ofertar o que vos sobra, não temais pelo vosso futuro; pois, assim como a chuva se evapora e nuvem volta a ser, haverão de retornar os vossos donativos.

Aprendei a dividir o que em excesso possuís. Mas aprendei, sobretudo, a doar de vós mesmos: a oferecer a palavra que consola, a compreensão que alivia, a amizade que afasta a solidão.

Aprendei que a caridade é o Amor. E, quando o tiverdes aprendido, podereis escancarar as vossas portas, derrubar os vossos muros e abrir as vossas mãos, para que em outras se entrelacem.

Pois, ao erradicar a pobreza, a fome e as diferenças que entre vós mesmos criastes, estareis banindo do mundo a violência, a desconfiança e o medo que tanto vos afligem.

Abrigai em vós a caridade.

Ela vos conduzirá a um mundo melhor.

Texto sugerido pela expressiva foto do site 1.000 Imagens.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DA AMIZADE

Eu vos tenho dito que a amizade é o amor, quando de si afasta os anseios do sexo, o temor da perda e a ilusão perigosa da posse. É o perfume que permanece, ainda que presente não esteja a flor.

É a comunhão de almas, que derrota a solidão e faz nascer em vós a doce sensação de companhia. É a certeza de apoio, que vos retempera o ânimo nas horas mais difíceis.

Tende presente, entretanto, que a amizade se baseia na sinceridade; como, de resto, o próprio amor. E oferecei ao vosso amigo a mesma franqueza que dele desejais receber.

Porque amigo não é aquele que exagera os vossos méritos, ou minimiza os vossos defeitos; é aquele que oferece o espelho da sinceridade, para que vos possais ver como realmente sois.

Apenas com a argamassa da verdade, se pode edificar a morada da confiança. E aquele que vos pinta melhores do que sois, faz nascer o orgulho desmedido que à queda vos levará.

Cuidai-vos dos falsos amigos. Menos perigosa é a estrada que aos vossos olhos difícil se apresenta, do que a via larga e bem pavimentada que abruptamente vos coloca à beira do abismo.

Pois a verdade é que jamais dareis as costas aos vossos inimigos; e, assim, apenas aos falsos amigos é dada a oportunidade do ataque traiçoeiro, que sem defesas vos abate.

Confiai nos vossos amigos. A ninguém devereis chamar assim, a menos que lhe possais confiar os vossos pensamentos, os vossos sentimentos, os vossos bens e até mesmo a vossa vida.

Tende cuidado, entretanto, ao escolher as vossas amizades. Que não vos influenciem as circunstâncias do momento, nem a ambição de satisfazer aos vossos próprios interesses.

É como o garimpeiro busca a gema preciosa, que devereis buscar o vosso amigo. Porque os amigos são a maior fortuna que ao homem é dado amealhar em cada jornada.

E nessa procura necessitais ouvir a razão e a voz do coração. Como ninguém edificaria sobre o pântano a sua morada, não devereis construir sobre os alicerces vãos da mera simpatia as vossas amizades.

Escolhei bem os vossos amigos; repartida, a carga se fará mais leve.
E mais fácil se tornará a caminhada.

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