O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 31 de julho de 2020

GRATIDÃO



Agradeçamos, sempre.

Este é o caminho a ser seguido. Porque, embora nem a gratidão nem a revolta alterem as circunstâncias da vida, a primeira nos aquece o coração, enquanto a segunda gera a raiva que o abrasa.

Pois, se é certo que não temos controle sobre as pedras e flores que surgem em nosso caminho, é igualmente certo que controlamos as nossas reações; e são elas que fazem toda a diferença.

Imprevistos sempre ocorrerão. E não são eles que determinam o nosso rumo, mas as nossas reações. Como a rota do barco não depende apenas do vento, mas também da posição das velas.

O viajante que se apavora e amaldiçoa a sorte, ao julgar-se perdido na mata, nela se perderá cada vez mais; enquanto aquele que mantém a calma e busca o caminho, por certo o encontrará.

A verdade é que a vida traz e leva. Mas, para que algo nos seja levado, é preciso que antes nos tenha sido trazido; melhor do que lamentar a perda, é agradecer pelo tempo em que o tivemos.

E – por que não? – às vezes, é preciso agradecer a própria perda, pelas lições que nos ensina. É preciso agradecer às lágrimas; porque são elas, afinal, que nos fazem dar valor aos sorrisos.

Cultivemos, pois, a gratidão em nós. Porque o homem que agradece, é feliz pelo que tem; enquanto o que se revolta acalenta a frustração e não consegue encontrar a felicidade que procura.

Aquele que cultiva a gratidão, encontra a paz em si mesmo; e a espalha sempre ao seu redor. Já o homem que não sabe ser grato, traz a insatisfação e a intranquilidade à sua própria alma.

Sejamos gratos pelas pequenas coisas de todos os dias; das quais, na maioria das vezes nem nos damos conta, mas que nos fariam uma falta muito grande, se de repente nos fossem tiradas.

Sejamos gratos, em cada dia, por tudo que temos. A começar pela oportunidade de viver um novo dia; de sentir o vento nos cabelos, o sol na pele, a carícia da água durante o banho.

Sejamos gratos não só pelo que vemos, mas também pelo que sentimos. Pela existência de nossos seres queridos, pelo amor, pela alegria, pela esperança e pelos sentimentos; até pela saudade.

Sim; porque, na raiz de toda saudade, existem momentos de felicidade. Instantes divididos, emoções compartilhadas; belas lembranças, que mantêm junto a nós aqueles que já não o estão.

Gratidão; este, talvez seja o verdadeiro início do caminho para ser feliz. Porque o homem que é grato não inveja, não abriga a revolta ou a frustração; não intranquiliza o seu verdadeiro Eu.

E encontra em si a essência do Universo.

Música:
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sexta-feira, 24 de julho de 2020

IRONIAS


É em meio à escuridão, que mais desejamos a luz.

Quando, entretanto, a luz é tão forte que nos ofusca, ansiamos pelo escuro, para descansar os nossos olhos. E assim acontece, em quase todos os campos da nossa existência.

São inúmeras, as ironias que o tempo coloca em nossos caminhos. É somente ao amadurecer, que o homem adquire a sabedoria de que precisaria, para desfrutar melhor da juventude.

E já ao velho, possuidor de toda a sabedoria amealhada ao longo dos anos que atravessou, falta a energia da juventude, que tornaria mais fácil realizar as suas aspirações. 

Aquele que vive em constante aglomeração, pede um momento sozinho, para que possa organizar os seus sentimentos e as suas ideias; já o que vive na solidão, anseia pela companhia.

A verdade é que sempre desejamos aquilo que nos falta; e, na maioria das vezes, não valorizamos o que temos. Por isto, muitas frustrações encontramos, durante cada caminhada.

Além de uma grande ironia, este é o maior obstáculo para encontrarmos a felicidade: por vivermos em busca do que não temos, muitas vezes acabamos chorando pelo que perdemos.

É irônico que, quando o Amor, nos poderia tornar livres, nos acorrentemos com os grilhões do ciúme. Ou que busquemos o Coração do Universo em templos que construímos, e não na Sua obra.

É irônico que empreguemos a maior parte do nosso tempo em trabalhos que nos desagradam, para “ganhar a vida”; assim, em verdade, o que fazemos é desperdiçar a nossa vida.

É irônico que alimentemos e cuidemos do nosso corpo, e pouco atentemos para alimentar e cuidar da nossa alma. O corpo nos serve durante alguns anos, a alma prossegue pela Eternidade
.
É irônico que tanto valorizemos a beleza física, quando deveríamos buscar os atrativos morais. Porque o físico se acaba, com o passar dos anos, enquanto o espiritual permanece. 

Acaso, não é uma ironia que nos dediquemos a amealhar bens, que aqui deixaremos quando for a nossa vez de realizar a Grande Viagem? Mais lógico seria aproveitarmos a jornada.

Entretanto - e isto algumas vezes eu vos tenho dito - a maioria de nós é como o homem que planta um belo jardim para deslumbrar os seus vizinhos, e não para aproveitar as suas flores.

Mais nos esforçamos em satisfazer o nosso orgulho e as nossas vontades, do que em viver e aprender. E esta é a maior de todas as ironias; porque, ao final, nem o orgulho nos restará.

Apenas o nosso verdadeiro Eu.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_mantovani_e_sua_orquestra_luzes_da_ribalta.mid

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sexta-feira, 17 de julho de 2020

DE REPENTE



De repente, tudo foi adiado.

As tarefas mais urgentes, as reuniões mais importantes, os compromissos mais significativos. Como se o mundo tivesse parado, as responsabilidades tivessem sumido, o tempo não importasse.

De repente, entramos em um novo mundo. Onde as pessoas não se tocam, trabalham de casa, não vão às compras; onde os cumprimentos são feitos das janelas, só com acenos e sinais.

Os namorados adiaram o amor, os amantes adiaram as horas de paixão e delírio. Os desejos sufocam, talvez; mas, por enquanto, ficam apenas em desejos. Beijos são lembranças.

As crianças brincam em casa; nada mais de piculas, amarelinha, ou bicicleta; quando muito, um esconde-esconde ou um chazinho de bonecas. Elas talvez não entendam, mas obedecem.

Os idosos e os mais fracos se encolhem, em seus cantos. Falam baixinho, afastam-se de todos, trazem o medo nos olhos. Como se já não bastasse o risco da idade, surge outro maior.  

As máscaras cobrem todos os rostos, igualando feios e bonitos. Quem sabe, são o nosso verdadeiro rosto? Impassíveis, frias, escondendo as nossas bocas e sufocando nossas palavras.

Pelas ruas vazias, passeia o medo. Que se torna maior, quando uma tosse rompe o silêncio; todos os olhos se voltam, arregalados; todos procuram a origem do som que apavora.

Sim; o medo, que antes afligia os mais velhos e os doentes, agora habita em todas as mentes. A morte deixou de ser uma ameaça para “algum dia” e faz parte do cotidiano de todos.

De repente, tudo foi adiado.

Os fracassos e as vitórias, os problemas e as soluções. O tempo continua a passar, mas como que se arrasta, entre as preocupações e as incertezas. É como se todo o mundo parasse.

Até a própria devastação foi adiada. Aos poucos, a Natureza se recupera. É quase como se a pandemia fosse uma defesa contra as agressões que sofre dos homens, em todos os dias.

Talvez, isto venha mostrar que precisamos rever as nossas prioridades. Porque, de repente, o que era urgente deixou de ser; o que era indispensável, tornou-se de menor importância.

Talvez, a dor continue sendo a nossa maior ferramenta de aprendizado. Assim tem sido, ao longo dos séculos; as lições que nunca mais esquecemos, são aquelas que mais nos magoaram.

De repente, tudo mudou. Porque podemos adiar tudo, menos a Vida!


Música:

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sexta-feira, 10 de julho de 2020

FELIZ ANIVERSÁRIO!


Assim, os anos se passam.

Velozmente, durante as  travessuras alegres da infância e as brincadeiras inconsequentes da adolescência. Mais devagar, durante a maturidade; ou, ao menos, é assim que nos parece.

Mas é depois de idosos, que o tempo acelera realmente, em nossa imaginação; os dias parecem mais curtos, o calendário muda com uma velocidade incrível e, às vezes, assustadora.

Os filhos cresceram, e os netos já não são aquelas crianças que a gente pegava ao colo; aliás, é cada vez mais difícil carregar qualquer um deles. Ficamos mais sós, fracos e vulneráveis.

Esta é a realidade da vida. O número de amigos e parentes diminui, à medida que cresce o número de aniversários que comemoramos; pessoas muito queridas nos deixam para sempre.

É nesta fase, que mais aprendemos. Enquanto a vida nos parece uma festa ou uma luta, pouco é o valor que lhe damos; quando, porém, percebemos que os anos se vão, acordamos.

Como o andarilho que aperta o passo, para enxergar melhor o caminho aos últimos raios do sol, temos pressa de viver. À medida que a morte se aproxima, é que mais entendemos a Vida.

Como o viajante que leva a maior bagagem é aquele que melhor equipado se encontra, quanto mais ensinamentos absorvemos durante os anos, mais fácil nos será a Grande Viagem.

A cada velinha que assopramos, mais um pouco de tempo se esvai. Mas isso não nos impede de desfrutarmos do tempo que ainda nos resta; ao contrário, torna-o mais importante.

Porque é certo que os anos se passam. E, quando virarmos a última página, não mais poderemos mudar a história que escrevemos. É em cada capítulo, que escrevemos nosso final.

Não nos deixemos, pois, enganar pela aparente velocidade do tempo. Ninguém recebe mais peso do que pode carregar; nem menos e nem mais tempo do que precisa, para aprender.

Aproveitemos bem o tempo. E celebremos os nossos aniversários; comemoremos o tempo que nos foi concedido, as lições que aprendemos e a vida que tivemos, no ano que se passou.

Comemoremos os nossos risos; e não lastimemos as nossas lágrimas. Lembremo-nos, sempre, que a mesma bagagem que hoje pesa às nossas costas, nos trará conforto no amanhã.

Os anos passam. E merecemos parabéns, por cada um que atravessamos; porque choramos, porque sorrimos, porque vivemos. Que cada um de nós diga a si mesmo, a cada ano que passar:

Feliz Aniversário!


Música:

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

AS VOSSAS OPÇÕES


Muitas vezes, a felicidade é uma questão de opção.

Podeis sentir-vos tristes, porque as circunstâncias não vos permitem sair e passear pelas ruas, como gostaríeis; ou alegrar-vos por estardes vivos e bem, em casa, junto à vossa família. 

Podeis estar desanimados, quando vos encontrais sós, encolhidos ao peso da solidão. Ou aproveitar esses momentos para ouvir as vossas músicas, ler os vossos livros e conversar convosco.

Porque é nestes momentos de solidão, que melhor escutamos o nosso verdadeiro Eu; e através dele, nos fala o Coração do Universo. É quando melhor e mais claramente ouvimos a Sua voz.

A felicidade e a tristeza fazem parte das nossas escolhas. Porque podemos escolher entre sofrer pelo que gostaríamos de ter, ou ser felizes por aquilo que temos; entre a frustração e a gratidão.

Isto eu vos tenho dito, ao longo de todos estes anos. E, entretanto, observo que continuais a abater-vos, diante dos percalços da vida; quando tendes, em vós mesmos, a força para seguir em frente.

Sois como o homem que, com as próprias mãos, cultivou um jardim florido e perfumado. E, em vez de desfrutar da sua beleza e do seu aroma, sente-se amargo, porque nele não há uma orquídea.

Ou como aquele que desfruta de um teto protetor e amigo, sobre a sua cabeça. E, quando deveria agradecer por essa benção, reclama acidamente dos pingos de chuva, que entram por uma telha quebrada.

Dizeis buscar a felicidade. Todavia, na maioria das vezes o que fazeis é afastá-la de vós. Porque a buscais em vosso exterior; quando, em verdade, apenas a podereis encontrar dentro de vós mesmos.

Escutai o pássaro, que canta no arvoredo; e, em seu trinar, ouvireis o som da felicidade. Mas, se imaginardes armadilhas para prendê-lo e ouví-lo por todo o tempo, conhecereis apenas a ambição.

Entregai-vos ao Amor; e em vosso coração a Felicidade fará a sua moradia. Porém, se vos perderdes nas dúvidas e inquietações, a expulsareis de vós; e, em seu lugar, ireis hospedar o sofrimento.

Sim; é da vossa natureza, colher a rosa bela e perfumada, para ofertá-la àquela a quem amais. Lembrai-vos, contudo, de que, se o fizerdes, amanhã naquele galho restarão apenas espinhos.

Melhor faríeis, portanto, se pela mão tomásseis a vossa amada e a levásseis para ver a rosa e aspirar o seu perfume. Assim (quem sabe?) criaríeis, talvez, um hábito que vos uniria ainda mais.

Eu vos repito: a felicidade é uma questão de opção. Sempre tereis motivos para serdes felizes, e razões para sentir-vos tristes; é entre a felicidade e a tristeza, que ocorre o aprendizado.

E, em cada dia, escolheis a vossa opção.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_ernesto_cortazar_la_vida_es_bella.mid


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Acho que todo mundo sabe: eu adoro este vídeo

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