O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de março de 2021

O AMOR, A VIDA E O VENTO

 


O amor existe para fazer-vos felizes.

E, se não o sois, não é por culpa do amor; mas das vossas carências e dos vossos desejos. Porque o amor é como o vento: não lhe podeis colocar rédeas, ou dominá-lo; apenas desfrutar dele.

Sim: o amor é como a brisa suave, que acaricia a vossa pele e vos provoca a sensação de bem-estar; ou como o vento mais forte, que anuncia a tempestade e vos amedronta com o seu ímpeto.

Certo, entretanto, é que não o podeis dominar; ou submetê-lo às vossas vontades. E todas as vezes em que assim tentardes fazer, saireis magoados e tristes, lambendo as vossas feridas.

Lembrai-vos, sempre: o amor é como o vento. E o bom navegante não é aquele que tenta comandar os ventos; mas sim o que sabe ajustar as suas velas, de acordo com o vento que sopra.

É assim que ele faz seguir o seu barco e o conduz ao porto, apesar das ondas que possa enfrentar. Porque nenhuma viagem é tranquila ou agitada todo o tempo, mas cada uma tem o seu encanto.

E o amor é como a vida: uma viagem na qual embarcais por vossa vontade, sem saber aonde vos levará, ou quanto tempo haverá de durar. Tudo que levais convosco, são sonhos e esperanças.

Que nem sempre se realizam, não é preciso que vos diga. Seguis, todavia, em frente, mesmo quando malogram os vossos projetos para a vida; assim, também, deveis fazer, com relação ao amor.

Porque, como a vida, o amor sempre vos oferecerá uma nova oportunidade. Não vereis, contudo, o que vos aguarda no caminho, se continuardes a olhar para trás, lamentando o que já passou.

Vede o amor, como deveis ver a felicidade. Porque sabeis que ela não caminhará todos os instantes ao vosso lado; mas não vos negais a desfrutar da sua presença, sempre que vos visita.

E a verdade é que vale a pena! Porque os melhores momentos da vossa vida são aqueles em que abris as portas de vossa alma, para sentir a felicidade; e só o amor a pode trazer até vós.

Aproveitai, portanto, o amor; e não deixeis que ele se aproveite de vós. Voai em suas asas luminosas, e abri-lhe sem reservas o vosso coração; só assim, conhecereis a plenitude do seu voo.

Não deixeis, porém, que ele vos leve a esquecer de vós mesmos. Porque ninguém pode amar verdadeiramente a outrem, se antes não souber amar a si próprio. É de vós, que nasce o amor.

Fazei, pois, ao amor como fazeis ao vento: desfrutai de seu sopro e de suas carícias; cerrai os vossos olhos, quando ele vos tocar, para que melhor possais sentir o seu toque encantado.       

É quando sois felizes, em vosso verdadeiro Eu.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/carmen_cavallaro_to_love_again.mid

Link música

Link vídeo. Sem imagens, infelizmente, mas a música é linda. 

sexta-feira, 19 de março de 2021

O VOSSO ESPAÇO

 



Necessitais do vosso espaço.

Como o pássaro necessita de espaço para bater as suas asas, a flor precisa de espaço para brotar e o peixe de espaço para mover a cauda que o impulsiona. Ninguém vive, sem ter o próprio espaço.

Porém, sois diferentes do pássaro, da flor e do peixe; o espaço de que necessitais não está ao vosso redor, mas em vosso verdadeiro Eu. E deveis preservá-lo, para não serdes sufocados.

Nada temais, entretanto. Porque, estando protegido em vosso íntimo, o vosso espaço não pode ser violado; apenas vós mesmos podeis conceder a permissão para que alguém o invada.

Sim; ainda que, ao vosso redor, dezenas de pessoas vos gritem ordens ou ofensas, não as ouvireis, a menos que este seja o vosso desejo. Nada vos poderá perturbar, se assim quiserdes.

Porque, entre os vossos ouvidos e o vosso coração, existe uma porta. E desta, só vós tendes a chave; cada homem escolhe o que escutará e guardará em si. Ouvir não é a mesma coisa que escutar.

Aprendei esta simples lição, e mais fácil vos será preservar o vosso espaço. Porque ofensas, ordens e ensinamentos são como presentes; a quem os recebe, cabe o direito de aceitar ou recusar.

Ignorai a ofensa e ela não vos magoará; nem despertará em vós o desejo de vingança. Analisai os ensinamentos e  as ordens que vos passarem e escolhei os que merecem ser seguidos.

Fazei-o, todavia, no mais íntimo de vossa mente e vosso coração. Porque é vossa a escolha e a nada necessitais reagir com revolta ou indignação. Respondei, sempre, com um sorriso de paz.

Deveis, sim, espalhar entre os vossos irmãos as vossas verdades; afinal, talvez alguma delas lhes seja proveitosa. Mas não tentai forçar a sua aceitação; respeitai, mutuamente, os vossos espaços.

Acendendo um fósforo, afastais a escuridão que acaso esteja à vossa volta. Ao preservar o vosso espaço, conhecereis os vossos próprios limites e aprendereis a respeitar os espaços alheios.

Vede o exemplo de cercas e muros, que delimitam os vossos terrenos. Umas e outros não seriam necessários, se cada homem conhecesse os seus próprios limites e não invadisse os de outros.

Não é assim que acontece, porém; e, como cobiça as posses alheias, o homem procura dominar as pessoas que o cercam. É como se precisasse mostrar-se forte, para ocultar a sua insegurança.

Dia virá, em que unidos estareis; e não mais existirá essa vontade humana de sobressair entre os demais. Até lá, entretanto, necessitais estar atentos e preservar sempre o vosso espaço.

Ele é necessário para o vosso crescimento.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_teclado_espetacular_my_way.mid

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sexta-feira, 12 de março de 2021

A MORTE DO POETA

 


O poeta não morre; ele passa.

Como a aura de vento, leve e perfumada, que acaricia nossos rostos, afaga nossos cabelos, e se vai  rumo ao horizonte. Ou como a melodia doce e suave, que ao poucos se desvanece no ar. 

E, quando passa, altera para sempre as nossas vidas. Porque lembraremos a carícia do vento e as emoções que a melodia despertou em nossos corações. Embora frágil, o poeta é eterno.

Porque assim são os sentimentos. E o poeta não é senão alguém que escolheu dedicar a sua vida aos sentimentos; escolheu ser a flauta, por onde o sopro do Universo se faz ouvir entre nós.

Esta é a dualidade do poeta: ele é alguém como todos. E, entretanto, se faz diferente; na facilidade que tem de sentir e transmitir os nossos sentimentos. É o emissário do verdadeiro Eu.

Por isto, as suas palavras vão além dos nossos ouvidos. E nos despertam novas reflexões, e nos fazem atinar para novas verdades. Por isto, o poeta não morre: ele continua sempre entre nós.

O poeta não é melhor do que nós, mas nos desperta para o melhor em nós. Não sente diferente de nós, mas consegue dar voz aos nossos sentimentos. É um farol aceso, em nosso caminho.

Talvez, o poeta jamais venha a plantar uma flor; mas sempre haverá de cantar a sua beleza e nos fará perceber a sua importância em nossas vidas. Porque o seu dom não é fazer, mas fazer sentir.

Talvez, o poeta não chegue a ter um amor só seu; mas terá todos os amores que existiram e existirão sobre o mundo, porque os sentirá em sua alma. O poeta não é a luz, mas aquele que a espalha.

Talvez, o poeta não chegue a caminhar muito tempo sobre a Terra; porém, cada um dos minutos em que nela estiver valerão por anos e anos daqueles que não sentem a Vida. Porque viver é sentir.

Não pranteeis, pois, o poeta que se vai. Cuidai, antes, de conservar as suas palavras. Pois é assim que o mantereis vivo, e podereis sentir a sua presença entre vós, quando vos magoar a sua falta.

Não lastimeis a sua ausência; agradecei pelo tempo em que o tivestes em vosso meio. Agradecei os ensinamentos que vos trouxe, as emoções que vos despertou, tudo que trouxe a vossas vidas.

Rendei, sim, a vossa homenagem; ele bem a merece. Em um mundo onde beleza e  sentimentos são cada vez menos cultivados, merece todas as flores aquele que ainda é capaz de falar de flores.

Porque o poeta não é aquele que nos trouxe as estrelas, mas o que nos mostra a beleza do céu estrelado; não é o criador da lua, mas nos faz notar como é lindo o seu cone prateado refletido nas águas.

Por isto viverá para sempre, em nossos corações.

Música:

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Para a amiga Diná, que nos deixou recentemente. E para cada poeta ou artista que nos honra com a sua presença em nosso oásis; é assim que somos.    

sexta-feira, 5 de março de 2021

FAZEIS AS VOSSAS MUDANÇAS



Eu vos escuto, a bradar por mudanças.

E, confesso, não vos entendo. Dizeis desejar que as coisas mudem; todavia, o vosso comportamento desmente sempre as vossas palavras, porque nada fazeis para essas mudanças.

Todos os dias, repetis as mesmas ações, os mesmos pensamentos e os mesmos sentimentos; como podeis esperar que mude o que vos cerca, se não vos dispondes a mudar?

Se não vos agrada o sabor dos figos e desejais comer tâmaras, parece-me lógico que abandoneis as sementes de figos e comeceis a plantar tamareiras. Não é o que fazeis, entretanto.

Continuais, todos os dias, a plantar as mesmas sementes e cultivar as vossas plantações de figos; como podeis esperar que dessas plantações brotem as tâmaras que tanto dizeis desejar?

Sim, confesso: não vos entendo. Porque procedeis como aquele que caminha para a chuva, embora não deseje molhar-se; ou como o homem que se expõe ao sol e espera não sentir calor.

Não vedes, acaso, a insensatez desse procedimento? Como podeis acreditar que colhereis o que não plantastes, ou bebereis da água cristalina, se antes não cuidardes de cavar o vosso poço?

Abandonai essa conduta insana; afastai de vós essas vãs esperanças. Porque, enquanto subis a montanha, não podeis esperar que o chão se torne plano; ou que o ar se mostre mais respirável.

Da mesma forma, não podeis esperar por perfumados jardins, que enfeitem o vosso caminho, se escolhestes andar no deserto. Ajustai vossas expectativas, de acordo com as vossas ações.

Se vos dispondes a cruzar o rio, preparai-vos para arrostar a correnteza; se pretendeis voar, sabei que a queda pode ser a consequência. As escolhas são vossas, e vossos são os resultados.

Lembrai-vos de que as mudanças não ocorrem na safra, mas apenas durante o plantio. Se desejais mudar o que colheis, tratai de mudar o que plantais; ou voltareis a colher mais do mesmo.

Mudai. Pois, ainda que as vossas mudanças não possam mudar tudo em vossa vida, decerto mudareis a vossa forma de reagir diante dos acontecimentos. E, muitas vezes, isto faz toda a diferença

Necessitais decidir: se vos agrada a vida que agora tendes, continuai a repetir o que fazeis, todos os dias; cessai, porém, os clamores pelas mudanças, que não virão enquanto assim fizerdes.

Se, entretanto, desejais realmente que as coisas mudem ao vosso redor, cuidai vós mesmos de iniciar essas mudanças; mudai o vosso pensamento, o vosso comportamento e as vossas emoções.

Porque nada mudará, em tudo que vos cerca, a menos que essa mudança principie em vós. É como vos disse: a mudança não ocorre na colheita, mas na escolha das sementes que plantais.

E essa escolha só cabe a vós.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_roger_willians_the_impossible_dream.mid

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Link vídeo. FANTÁSTICO!

  


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