O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

APRENDENDO A CEDER

 


É preciso aprender a ceder.

Porque ninguém pode estar certo todo o tempo. E a única forma de ampliar os nossos horizontes é analisar as opiniões das pessoas que nos cercam; e aceitá-las, quando forrem corretas.

Porque cada pessoa é um mundo, em si mesma; e por isto, de certa maneira, cada um de nós vive em um mundo diferente. Precisamos aprender a gravitar juntos, sem choques ou afastamentos.

Porque, embora ninguém possa viver só, a verdade é que cada um precisa ter o seu próprio espaço. E o encontro se torna mais fácil e constante, quando cada um anda metade do caminho.

Observai a natureza. E vereis que o carvalho orgulhoso, que se opõe à tempestade, termina muitas vezes derrubado por um raio; enquanto o caniço humilde, que se dobra aos ventos, sobrevive.

Não há vergonha em ceder; insensato é prosseguir no caminho errado, quando se pode repensar e tomar o rumo certo. O principal não é vencer o caminho, mas chegar aonde se pretende ir.

Acaso, algum homem de bom senso enfrentaria em vão a chuva e os relâmpagos, podendo abrigar-se durante a borrasca e seguir o seu caminho em paz, depois que estiver sereno o clima?

De nada adianta, quando nos recusamos a ouvir e insistimos em repetir os nossos argumentos, sem ligar às palavras do outro. Melhor abrigar-nos no silêncio e tentar escutar a razão.

Porque, precisamos admitir, nem sempre a razão estará do nosso lado; e, se não estiver, teremos a nossa oportunidade de repensar e aceitar novas ideias, que nos farão crescer no aprendizado.

Mas, quando estamos certos, podemos apresentar as nossas razões sem discussão. Enquanto dois falam ao mesmo tempo, ninguém ouve; e a razão não precisa  gritar, para se fazer ouvir.

Aprendamos a ceder. E, para isto, o primeiro passo é aprender a ouvir; pois a maior parte do que escutamos não passa dos nossos ouvidos, quando deveria chegar a nossa mente e nosso coração.

O segundo passo, que talvez seja o mais difícil, é vencer o orgulho. É reconhecer que não somos donos da verdade e às vezes precisamos renunciar às nossas verdades e aceitar as alheias.

Pratiquemos, pois, a humildade. Tenhamos presente que aquele que aceita uma nova ideia, não retrocede; em verdade, avança. E não diminui as suas próprias ideias; antes, as faz mais amplas.

Muitas vezes, ao ceder obtemos os melhores resultados. As árvores que cedem os seus frutos são mais procuradas por todos, e os mestres se tornam queridos por ceder o seu conhecimento.

É preciso aprender a ceder. Faz parte de aprender a viver.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_mantovani_e_sua_orquestra_till.mid

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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A VOSSA LIBERDADE



Acorrentai-vos, quando livres deveríeis ser.   

Porque enxergais a vida como uma série de obrigações e regras; e não cuidais de, apenas, viver. Assim, vos tornais escravos; e caminhais ao peso das correntes que criais para vós mesmos.

Sois como o homem que emprega todas as suas energias no cultivo da terra; na plantação do trigo e nos cuidados com a sua lavoura, apenas esperando o dia em que o transformará em pão.

E, assim agindo, absorve-se inteiramente no trabalho e nas preocupações com a safra, esquecendo-se de ver a beleza do trigal, que faz lembrar um mar dourado, quando agitado pelo vento.

Decerto, deveis cuidar do vosso trabalho e da vossa saúde; e das pessoas que vos são caras ao coração. Tende sempre presente, porém, que estas não são obrigações, mas vossas escolhas.

E como escolhas as deveis ver; assim não vos trarão preocupações, e sim realizações. Pois mais agradável é o trabalho do homem que o executa cantando, livre e satisfeito no seu coração.

Leve e alegre é a vida, para aquele que a vive com confiança e alegria; mas pesada e sombria, para quem a encara com medo e insegurança. O pensar faz a diferença em vossos caminhos.

Sim; é certo que todos tendes os vossos deveres. Mas julgai-vos livres e livres sereis; se, entretanto, vos acreditardes escravos de obrigações e preconceitos, é assim que havereis de ser.

Eu vos tenho dito que escolheis os vossos caminhos; assim vos permite o Coração do Universo. Mas, ao escolher as sementes que plantais, escolheis também os frutos que colhereis.

Recordai, sempre, esta verdade. E, decerto, escolhereis semear em vosso coração a esperança e a alegria; outra forma não existe de colherdes a ambas, quando chegar o tempo da safra.

Confiai e vivei; e sereis como o pássaro, cujos trinados alegram as vossas almas, durante o dia. Se, porém, cedeis ao medo e ao amargor, sereis como o rato temeroso, que não canta e se oculta .

Em verdade, o que chamais de vida, não é senão uma jornada por este mundo. E, enquanto a realizais, cabe-vos decidir se atentareis mais aos encantos, ou às dificuldades do vosso caminho.

Podeis atravessar com alegria o córrego, mergulhando os vossos pés nas suas águas frescas e cristalinas; ou nele caminhar com medo e desconforto, temendo ferir-vos nas pedras.

Como em tudo mais, é de vós que depende a escolha. E, se o vosso tempo aqui é limitado, não é sensato que o gasteis a arrastar correntes; escolhei caminhar livres, aproveitando cada momento. 

Vivei, sempre, buscando ser felizes. Enquanto o podeis fazer.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/EmiliePandolfi_SpeakSoftlyLove.mid

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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

ALIMENTANDO SONHOS


Alimentai, sim, os vossos sonhos.

Porque viveis entre as dificuldades do hoje e as esperanças do amanhã. E mais fácil vos é caminhar sobre um chão macio, do que sobre uma estrada repleta de pedras que vos magoam os pés.

Ainda que o primeiro seja macio porque formado por nuvens, das quais podeis cair a qualquer momento; e a segunda vos proporcione a segurança da realidade, apesar das dores que causa.

E, se ao homem não é possível viver apenas de sonhos, tampouco existe alguém que se sinta feliz, estando todo o tempo em meio à realidade. É do encontro de sol e chuva, que vem o arco-íris.

Dele, surgem as cores que alegram o dia mais nublado. E não apenas encantam os vossos olhos, mas também o vosso coração; e vos fazem sentir felizes, vencendo a tristeza do dia cinzento.

Por isto, muitas vezes eu vos tenho falado dos sonhos e das desilusões. E tenho dito que, se o sonho é a desilusão antes de nascer, também a desilusão não é senão o prólogo de um novo sonho.  

E sei que, por muitas vezes, me repetirei sobre este assunto. Porque não sabeis a diferença entre um e outra e teimais em confundir sonho e realidade, durante o tempo que leva a vossa jornada.

Deixai que eu vos diga, então, que o sonho é uma ilusão, como a linha do horizonte: se lá chegásseis, veríeis que o céu não encontra a Terra. Como o sonho se desfaz, quando parece realizar-se.

Em verdade, eu vos digo que cada um dos vossos sonhos pode acabar de duas maneiras: uma, é quando se mostra impossível de ser realizado; e a outra é quando acreditais que o realizastes.

Pois, como o peixe não consegue respirar senão na água, não pode o sonho existir senão na vossa imaginação. Quando julgais tê-lo alcançado, as suas cores se perdem no cinza da realidade.

Não há realidade que se possa igualar a um sonho; e não há sonho que persista, quando realizado. O sonho é como a fumaça do incenso, que se desfaz quando a tocamos, tentando retê-la.

Recordai, porém, que ao desfazer-se a fumaça nos deixa um leve aroma entre os dedos. E, ainda que logo se evapore, enquanto persiste em nossa mão esse aroma perfuma tudo ao redor.

Essa, eu acredito, é a analogia perfeita para os sonhos. E, assim como não sentireis o aroma se não acenderdes o incenso, mais cinzenta será a vossa vida, se não alimentardes os vossos sonhos.

Alimentai, portanto, os vossos sonhos. E não vos envergonheis de sonhar, de acreditar que o amanhã possa ser diferente de hoje; aqueles que alimentam os seus sonhos, vivem mais intensamente. 

E fazem o mundo melhor.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_pianos_magicos_the_impossible_dream.mid 

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

AGRADECEI, SEMPRE!

 

Agradecei, a cada novo amanhecer.

Pois o simples fato de que vossos olhos possam apreciá-lo, já é a maior de todas as dádivas. O ontem poderia ter sido o último de vossos dias, mas o hoje é sempre a esperança de um amanhã.

Entretanto, poucos são os que se lembram disso, durante todos os dias que vivem. A maior parte de vós comporta-se como se a vida fosse um direito e cada novo dia uma luta a ser vencida.

Agradecei pelo corpo que vos hospeda. Porque, ainda que não seja tão perfeito como desejaríeis, é ele que vos permite prosseguir em vossa jornada; que vos traz a oportunidade de existir.

Sim; talvez ele não seja tão belo ou saudável, quanto gostaríeis que fosse. Todavia, é aquele que vos serve; é o que vos permite caminhar neste mundo e viver a única vida que conheceis.

Feliz é aquele que agradece por tudo que tem e não reclama pelo que lhe falta. Pois, em verdade, recebeis tudo de que necessitais, para que possais conseguir os objetos dos vossos desejos.

Por isto, eu vos tenho dito: agradecer é ser feliz, queixar-se é dar voz à frustração. E acaso poderíeis acreditar que um homem sensato escolha a frustação, quando pode ter a felicidade?  

Imaginai, por um instante, que os vossos olhos não se houvessem aberto esta manhã. E dizei-me: que importância teriam todas as coisas que agora ambicionais? De que vos serviriam?

Não; a realidade é que não tendes ideia da importância da vida. Como não vos apercebeis do ar invisível que vos permite respirar; da água que mata a vossa sede e do sono que vos dá o repouso.

Despertai para a realidade de que todos os vossos desejos derivam da vossa caminhada sobre a Terra. E, uma vez interrompida essa jornada, nada mais aqui podereis ter ou sonhar ter.

Exercitai a gratidão. E vereis que mais feliz será a vossa vida, mais leve o caminhar, mais fácil o caminho. Porque não ligareis tanto às suas dificuldades, mas às belezas que nele existem.

Agradecei, a cada novo amanhecer; e, quando o crepúsculo descer sobre o mundo, agradecei novamente, pelo dia que tivestes. Assim dormireis em paz, venha ou não um novo dia.

Agradecei pelas flores, que enfeitam o vosso caminho; e pelos espinhos, que vos ensinam a ter cuidado. Não exijais tanto, do Coração do Universo; lembrai-vos, sim, de agradecer cada momento.

Recordai, sempre, que a vida é finita aqui na Terra; e hoje poderíeis já não caminhar sobre ela. Dia virá em que neste mundo sereis apenas memórias e andareis pelos Jardins da Eternidade.

Agradecei, pois, enquanto vos é dado estar aqui.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_ernesto_cortazar_autumn_rose.mid

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