O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DOS IDOSOS

Amparai os vossos idosos.

E não é por eles que o deveis fazer, mas por vós mesmos. Porque cada um colhe o que semeia, e decerto o futuro não será generoso para aqueles que não o forem com o passado.

E não é por piedade que o deveis fazer, mas por amor. Porque, enquanto a piedade muitas vezes humilha quem a recebe, o amor perpetua e multiplica a si mesmo.

Sede tolerantes com as suas dúvidas e inquietações, que são próprias da velhice; como muitas vezes eles o foram convosco, enquanto vos dominavam as dúvidas e inquietações da juventude.

Não vos negueis a ouvir as suas histórias. Pois o caminhante que não pode retornar sobre os seus passos, só nas lembranças consegue viver novamente as alegrias do passado.

Que o respeito e a ternura vos dominem, quando se estender a vossa mão para acariciar os seus cabelos brancos, ou se abrirem os vossos braços para estreitá-los junto ao peito.

E isto devereis fazer todos os dias, e muitas vezes ao dia. Porque, se não vos é dado transferir-lhes as vossas energias, podeis fortalecer as suas almas através do vosso carinho.

Oferecei-lhes do vosso pão, da vossa água e da vossa gentileza; cedei-lhes a vossa própria cama, se necessário for. É através dos pequenos gestos, que lhes mostrareis o vosso amor.

E o amor, para os idosos, é mais importante do que o próprio alimento; porque o seu verdadeiro Eu já pressente a partida, e se divide entre as recordações do ontem e o medo do amanhã.

Assim, vazio se torna o seu hoje. É a vós que cabe preenchê-lo, dividindo os vossos sorrisos e as vossas esperanças, para que as vossas alegrias se tornem as suas novas alegrias.

Em contrapartida, é nos seus braços compreensivos que podereis desabafar as vossas mágoas. E aproveitar os conselhos da sua experiência, que decerto vos mostrarão novos caminhos.

Retardai os vossos passos, quando juntos caminhardes. Assim andareis lado a lado, e a ternura haverá de caminhar entre vós; e mais fácil se tornará a vossa jornada.

Contende a impaciência, que tantas vezes vos assalta diante das suas atitudes ou dos seus cuidados. Porque o passar do tempo não altera apenas os corpos, mas também as necessidades e os pensamentos.

E também para vós, o tempo haverá de passar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

BALADA DO PERDÃO

O perdão é a semente da paz.

E a compreensão é a chuva benfazeja, que a faz germinar em vós. Pois só ao entender as causas, pode o homem entender as consequências; e verdadeiramente perdoar.

Porque perdoar não é apenas renunciar à vingança, nem esquecer a mágoa; é afastá-la de vosso coração, como se jamais tivesse existido. Este é o caminho que vos levará à paz.

Perdoar é abandonar o corredor escuro do ódio e voltar a ver as cores da vida. Como não é possível ao sol iluminar a escuridão do céu noturno, ninguém existe que possa conhecer a felicidade plena, enquanto a mágoa persistir em sua alma.

Guardai-vos, portanto, de abrigar em vós o rancor ou a animosidade contra quem vos haja ofendido. Ou criareis o mais pesado dos grilhões, que a ele vos manterá acorrentados.

Perdoai, sempre. E, de cada vez que o fizerdes, percebereis que o vosso verdadeiro Eu se torna mais leve e abre as suas asas, voando livre rumo ao Coração do Universo.

Perdoai, sempre. E, ao perdoar, abri as portas do vosso coração, para que nele se possa abrigar o afeto por aquele a quem perdoais; irmãos vos tornareis, ao compartilhar a magia do perdão.

Perdoai, sempre. E não vos julgueis diminuídos, por serdes capazes de perdoar. A pequenez da vingança alimenta o ódio, e é no desprendimento que reside a verdadeira grandeza.

Fazei do perdão um exercício para todos os dias. Pois é assim que se cultivam os hábitos; e é preciso que perdoar se torne parte dos vossos costumes, para que seja natural em vós.

Seja o perdão, para vós, como a pérola para a ostra: ao oferecê-lo alijeis de vós todo o ressentimento que vos poderia envenenar o ser, e permiti que o seu brilho faça mais bela a vossa vida.

Seja o perdão, para vós, como a água que dessedenta. E possais sempre lembrar-vos que, ao ofertá-lo ao vosso irmão, estais saciando a vossa própria sede de aperfeiçoamento.

Seja o perdão, para vós, como a canção suave do vento, que para longe carrega as palavras de ódio e vingança que os homens usam para ofender aos seus irmãos e ao seu verdadeiro Eu.

Cultivai o perdão, em vossos corações. No dia em essa pequenina semente germinar em cada homem, o mundo não mais conhecerá a guerra e a incompreensão.

E construireis um mundo melhor.

Grato à amiga Doce Amor (http://vemsonharcomigo.blogspot.com/), que fez nascer a idéia deste post.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A CANÇÃO DO TALVEZ

É preciso levantar o ferrolho, descerrar a cortina e abrir a janela.

Para que a luz e o vento possam entrar em nossas vidas, trazendo a mudança e – quem sabe? – a realização dos nossos sonhos.

Mas insistimos em fechar os nossos olhos, e apenas sonhar com a luz que um dia virá pela janela. Como se a cortina se fosse mover por si mesma, ou simplesmente desaparecer.

A verdade é que existe um mundo lá fora. E muitas vezes não o vemos, porque nos voltamos para dentro de nós: para os nossos desejos, os nossos medos e a nossa insegurança.

Distinguimos a sombra das folhas, através do tecido. Mas não conhecemos o seu verde, nem o seu aroma nem o seu contato. Não vemos as gotas de orvalho que as enfeitam na madrugada.

Se existem as folhas, é certo que existe a planta; uma árvore, talvez. Nela, provavelmente, cantam os passarinhos; e o sol, que a aquece, tocará docemente os nossos rostos.

Ou, talvez, lá fora a tempestade caia sobre o mundo. E possamos deixar a chuva escorrer por nossos cabelos e molhar os nossos corpos; e sentir o cheiro delicioso da terra molhada.

Talvez seja dia claro, e a brisa da manhã nos afague como a caricia de uma mão amante; ou talvez já termine o dia, e o crepúsculo comece a tingir o mundo com as cores da saudade.

Existirão pessoas, talvez. E nos abrirão os seus braços, e nos receberão em seus corações; e o seu carinho nos ajudará a vencer as nossas tristezas e voltar a sorrir.

Ou – quem sabe ? – estarão, talvez, tão encerradas em seus próprios medos, que nem perceberão a nossa presença. E a nós caberá estender-lhes a mão, para que recomecem a caminhada.

É possível, também, que a ninguém encontremos. E, ainda assim, mais leve se tornará a solidão; porque fomos capazes de descerrar as nossas cortinas e buscar os nossos irmãos.

É em nós, que muitas vezes está a solidão. Porque costuramos as nossas cortinas, trancamos as nossas janelas e descemos os nossos ferrolhos, para nos afastarmos do mundo.

E assim nos perdemos de nós mesmos.

Mais um texto sugerido pela bela foto do 1000 Imagens.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O SEGREDO DA VIDA

Vivei cada um dos vossos dias como se fosse o último dia.

Se assim fizerdes, pequeno vos parecerá o tempo para que o desperdiceis em lamentações que de nada vos servem; antes buscareis a alegria em cada momento.

E a encontrareis no simples fato de estar vivos, e nas maravilhas que vos cercam. Pois a alegria vive no sorriso da criança, na flor que desabrocha e na melodia que flutua no ar.

Certo é que vos pertence a Eternidade. Lembrai-vos, todavia, que a cada etapa da jornada devereis vestir novos trajes, e abandonar as vossas paragens, e aqueles que vos são caros.

Desfrutai, portanto, de tudo que agora vos cabe. E aprendei a encontrar a felicidade nas menores coisas, para que cresça em vossas almas, como a pequena semente que no solo fértil se desenvolve.

Assim, sereis capazes de ouvir a canção de agradecimento que emana do vosso verdadeiro Eu; e aprendereis a ser gratos pela vossa saúde, pelo vosso alimento e pelos vossos amores.

Em cada um dos vossos beijos, entregai um pouco do vosso coração. Pois é assim que ele se tornará cada vez maior, para que possa realmente acolher a todos a quem amais.

Em cada uma das vossas lágrimas, chorai toda a vossa tristeza. É preciso limpar de todas as mágoas o vosso verdadeiro Eu, para que nele a alegria volte a fazer sua morada.

Em cada um dos vossos risos, colocai toda a vossa alegria. E a vereis retornar multiplicada para vós, como a água límpida que jorra inesgotável da fonte generosa.

Em cada abraço, ofertai o vosso amor e a vossa solidariedade. Para que retribuídos vos sejam, e a sensação de união possa trazer à vossa 

alma o conforto da companhia.

Vigiai os vossos pensamentos; é deles que nascem as vossas ações, e são elas que determinam o vosso destino. Pois, como a árvore não modifica os seus frutos, não foge o homem às consequências de seus atos.

Afastai de vós o orgulho e a intolerância, que vos podem afastar dos vossos irmãos. Cultivai a generosidade e a compreensão, e colhereis a paz de espírito em cada um de vossos dias.

No templo de vossa alma, edificai o sagrado altar da fraternidade. E nele sacrificai o rancor e a vingança, para que envoltos no doce incenso do perdão vos possais elevar ao coração do Universo.

Quando, de fato, chegar o vosso último dia.

UPGRADE, EM 12/11/2010: Recebemos da Vanessa
 (http://ameninaqueroubavaasimesma.blogspot.com/) este belo presente, que pedimos licença para dedicar a todos os nossos amigos. Grato, Vanessa: pelo selo, pela gentileza e pela amizade!

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