O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de maio de 2018

ESTAR SÓ...



Estar só é um aprendizado.

E nem sempre tem a ver com solidão. Porque, ainda que esteja todo o tempo cercado por pessoas, e por mais que goste dessas pessoas, o homem às vezes sente vontade de estar só.

É quando estamos sós, que podemos conversar com o nosso verdadeiro Eu. Que podemos esmiuçar os nossos pensamentos, sentir mais as nossas emoções, conhecer um pouco mais de nós.

É quando estamos sós, que melhor entendemos o que lemos; que mais viajamos na música; que mais atentamos aos aromas que sentimos e aos detalhes de tudo ao nosso redor.

Precisamos estar sós, para que possamos gozar da nossa própria companhia. E, ainda que muitas vezes evitemos a nós mesmos, isto não é algo que possamos fazer por todo o tempo.

Porque, como o navio precisa ter um ponto de partida, para rumar a novo porto, o homem precisa conhecer a si próprio e estar em paz consigo, antes que se possa relacionar com os outros.

E esta é a razão do fracasso de muitos dos nossos relacionamentos. Pois quem não conhece e não entende a si mesmo, menos ainda conseguirá conhecer e entender aqueles que o cercam.

Aprendamos a limpar e arrumar a nossa casa, e seremos capazes de fazer o mesmo em outras casas. Precisamos conhecer nossos vales e nossas montanhas, nossos rios e desertos.

Todos temos vales e montanhas, rios e desertos. Todos temos nossas luzes e nossas sombras. E, se não admitirmos que tudo isso existe em nós, como toleraremos encontrá-los nos outros? 
   
Estar só. Este é o ponto de partida, para que o homem possa conversar com sua própria alma. Para expor os seus medos e a sua coragem, os seus amores e desamores, suas certezas e dúvidas.

Estar só é o ponto de partida, para que cada um possa fazer as suas perguntas e procurar as suas respostas; contestar os seus sentimentos, as suas ideias e crenças. E ouvir o que diz o coração.

Estar só é o ponto de partida, para que nos tornemos capazes de conviver. Ninguém é capaz de desfrutar plenamente da companhia de alguém, enquanto não desfruta de sua própria companhia.

Estar só é o aprendizado da companhia; a semente de onde brotam os verdadeiros amores e as verdadeiras amizades. Não é sofrer com o isolamento, mas aprender a estar consigo mesmo.

Não é a solidão, que devemos temer; mas a amargura. Como não é a escuridão que nos assusta, mas os perigos que pode conter; e muitas vezes são apenas frutos da nossa imaginação.

Aprendamos a estar sós. E nunca mais o estaremos.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/ernesto_cortazar_intimate.mid

sexta-feira, 18 de maio de 2018

TEMPESTADES E CALMARIAS



Não podemos controlar as nossas vidas.

Mas podemos escolher os nossos caminhos. Assim como o navegante, que não tem controle sobre o oceano e os ventos, ajusta as velas do seu barco, para seguir rumo ao porto que deseja.

E o homem que viaja no deserto, embora não possa controlar as tempestades de areia, aprende a identificar os seus sinais e buscar um local seguro, que o abrigue até que possa prosseguir a jornada.

O imprevisto faz parte da viagem. E os mistérios que se ocultam, atrás de cada curva do caminho, nos oferecem as alegrias das boas surpresas; ou o desafio de superar os obstáculos que surgem.

Lembrai-vos, sempre, de que o agricultor, ao cultivar a seara, não tem qualquer controle sobre os fatores da natureza. Ele apenas prepara o solo, lança as sementes que escolhe e cuida da plantação.

Molha o terreno, quando a chuva se faz escassa; abre valas, quando a água em excesso se torna ameaça. Trabalha, com todas as ferramentas ao seu alcance, para que possa ter uma boa colheita.

Assim faz o homem sensato. Não são os imprevistos da vida, que determinarão os nossos caminhos; mas a forma como a eles reagirmos. Porque é o leme, não o vento, que define o rumo do barco.

Cuidemos, portanto, da nossa seara. Preparemos o nosso coração e a nossa mente; plantemos as melhores sementes e cuidemos delas, dia a dia, para que possamos ter a colheita que desejamos.

Não nos deixemos abalar pelos imprevistos. É porque existem as montanhas, que nos tornamos capazes de escalá-las; porque existem abismos, criamos pontes; por existirem mares, construímos barcos.

É porque existem os desertos, que nos alegramos ao encontrar um oásis; porque a sede tortura, que a água fresca é tão boa. É porque a saudade é amarga, que nos sentimos felizes no reencontro.

Sim; os acasos influem em nossas vidas; e muitas vezes, nos fazem passar por caminhos que não pensávamos percorrer. Porém, o verdadeiro Eu é a nossa bússola: deixemos que nos aponte o norte
.
Não podemos impedir que a chuva caia. Entretanto, podemos entristecer-nos porque nos mantém em casa; ou ajeitar-nos sob as cobertas e pensar no cheiro gostoso da terra molhada, que virá depois.

Eu vos tenho dito: a escolha é sempre nossa. Por isto, há pessoas que se encantam ao entrar em um jardim de rosas; e outras que se assustam e encolhem, diante do medo que têm aos espinhos.

Em nossa jornada, existirão borrascas e calmarias. E o navegante que desfrutará da beleza do oceano e chegará ao porto não é o que pula do barco, apavorado, quando as ondas se mostram mais fortes.

Mas aquele que é capaz de enfrentar as tempestades.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_instrumentais_andre_rieu_my_way.mid

sexta-feira, 11 de maio de 2018

VIAJANTES DO TEMPO


Mais cedo ou mais tarde, todos nos iremos deste mundo.

Assim precisa acontecer a cada homem, para que amanhã lhe seja dado caminhar pelos jardins da Mansão da Eternidade. Pois os trajes que hoje vestimos não resistem à passagem dos anos.

E haveremos de trocá-los tantas vezes quantas sejam necessárias, para acumular o aprendizado que nos falta. Só então, seremos dignos de calçar as sandálias que nos levarão ao Conhecimento.

É preciso aceitar esta verdade, por mais que nos possa assustar. Porque é apenas ao assumir a certeza da finitude, que podemos avaliar a importância de cada momento que transcorre em nossa vida.

Aceitar os nossos limites é a forma de entender a amplitude do ilimitado; reconhecer a certeza do fim é o que nos leva ao conceito de Infinito; aceitar a morte é que nos faz valorizar a Vida.

Como o viajante que respeita a extensão e os perigos do deserto usa cuidadosamente as gotas de água do seu cantil, o homem que tem consciência da morte aproveita mais cada instante de vida.

Usamos melhor as nossas moedas, quando começamos a enxergar o fundo do baú; respiramos mais fundo ao mergulhar; desfrutamos mais dos encantos da paisagem quando se aproxima o fim da jornada.

Sábio é aquele que não se inquieta com o que lhe poderá trazer o futuro; sensato é quem não se prende ao que ficou no passado. Como a estrada é feita pedra a pedra, a vida é vivida a cada momento.

Somos todos viajantes do tempo, esta é a verdade. Mas não nos cabe adiantar nem atrasar o seu ritmo; como não nos é dado voltar sobre nossos passos. É preciso seguir em frente, buscar novos caminhos.

E é em aproveitar a viagem, que está a sabedoria da Vida. Porque, como ao viajante acontece, cada nova manhã nos leva a novos lugares; mais belos ou menos belos, mais seguros ou menos seguros.

Cada um deles, entretanto, nos pode ensinar uma nova lição. E não a aprenderemos, se permanecermos presos ao que vivemos ontem; ou se nos perdermos na esperança do que virá amanhã.

Somos todos viajantes do tempo; e, embora a estrada se estenda pela Eternidade, precisamos entender que ela é feita de etapas. Para cada uma, existe um tempo certo; e um traje adequado.

Somos todos viajantes do tempo. E não nos devemos inquietar em demasia com os acontecimentos de cada instante; porque o tempo continuará a levar-nos e amanhã estaremos em outra parada.

Somos todos viajantes do tempo; e passaremos por diversas estações e diversas paisagens. Tenhamos presente que as circunstâncias e os lugares mudam sempre e nada levamos, senão as lembranças.

Apenas nos cabe aproveitar cada momento da viagem.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/roger_willians_em_algum_lugar_do_passado.mid


Texto sugerido pela série Outlander. Vejam que linda, a música tema: https://youtu.be/FQkMk6LXtks

sexta-feira, 4 de maio de 2018

IMAGEM


Foto: site 1.000 Imagens.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/andrerieu-bolero.mid


Por conta de uma delicada cirurgia oftálmica, estou sem poder escrever. Espero que tudo corra bem e o nosso oásis volte ao normal, o mais breve possível. 

Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Clicky