O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

AS FOLHAS DOS VOSSOS OUTONOS

Chorais, acaso, pelas folhas do outono?

Ou conservais a lembrança da sua beleza, quando enfeitavam os vossos dias?

Queixai-vos do trabalho de recolhê-las, ou agradeceis ao Universo pela magia da primavera?

A cada um de vós, compete a própria decisão. E é justo que assim seja, porque cada homem precisará viver com as consequências das suas escolhas.


Deixai-me dizer-vos, entretanto, que não é sábio aquele que lamenta o passado; embaçada pelas lágrimas, a sua visão não conseguirá distinguir as belezas do presente.

Para ele o futuro nada prenuncia, senão a continuação das suas desditas. Porque todo homem que se prende aos próprios rastros é incapaz de descobrir novos caminhos.


Sensato é quem segue em frente. E cultiva, em seu coração, a gratidão pela dádiva de contemplar mais um outono; porque a ninguém é dado saber qual será a sua última estação.

Dobra os seus joelhos, e recolhe as folhas caídas sobre o chão; enquanto a sua alma recorda a beleza do verde e revive as sensações de paz e alegria que experimentou em cada dia florido.

Assim acontece na vida, como na própria natureza; e quanto mais outonos atravessardes, em vossas vidas, maior será o número de folhas que vos caberá recolher.


E não é com revolta, que as devereis recolher; pois, se assim fizerdes, a frustração lançará em vossa alma as suas raízes, que findarão por sufocar a delicada planta da paz interior.

Sabei, antes, que cada uma das folhas hoje tombadas representa uma lição que aprendestes; e, não importa se com sofrimento ou alegria, contribuiu em vossa caminhada para o Conhecimento.


Cultivai a humildade, para que possais reconhecer as vossas imperfeições. Cantai, ao recolher as folhas do vosso caminho, para que leve se torne a carga das vossas experiências.

Assim, aprendereis a conviver com o vosso próprio outono. Pois as lembranças do verão manterão aquecido o vosso coração, quando o tempo derramar a sua neve sobre os vossos cabelos.


E, quando os vossos joelhos já não se puderem dobrar para recolher as folhas dos vossos outonos, sabereis que chegou a hora do descanso, antes que a jornada recomece.

Rumo a um novo verão.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O SEXO E O AMOR


No sexo, existe a essência do amor.

É através dele, que disseminais entre vós a semente da vida. E é nos segundos do orgasmo, que mais intensamente conheceis a sensação de mergulhar no Universo.

Como se o tempo e o espaço deixassem de existir; como se pudésseis escapar às vossas limitações, entre as ondas de prazer que percorrem os vossos corpos.

Infelizes, entretanto, daqueles que nada buscam no sexo senão a satisfação dos seus instintos. Porque jamais estarão saciados, ou o conhecerão em toda a sua plenitude.

Pois não é em vossos corpos que o Amor conhece a sua realização, mas em vossas almas. Como a Fé não está nos vossos templos, mas no coração daqueles que acreditam.

E o sexo não estará completo, a menos que nele habite o amor. Porque só assim o carinho invadirá os vossos corações, quando neles se aplacar o fogo intenso do desejo.

Só assim, sereis capazes de beijar docemente o rosto ainda afogueado pelo calor da paixão, enquanto as vossas mãos acariciam com ternura o corpo que há pouco acariciavam com luxúria.

E só assim conhecereis o encanto da saciedade, quando a ânsia se transforma na doce sensação de companhia, antes que as carícias despertem mais uma vez o vosso desejo.

Sim; é necessário conhecerdes a ternura, para que possais conhecer o sexo em toda a sua plenitude. Como é necessário que conheçais a inocência, para que possais reconhecer a malícia.

É necessário que as mãos se entrelacem, que os olhos se encontrem e as bocas ainda se busquem, quando se afastarem os corpos suados, em busca do descanso.

É necessário que dividais os vossos sonhos, como há pouco dividistes os vossos corpos; que as palavras substituam os sons da paixão e nelas exista a mesma sinceridade dos vossos gemidos de ânsia.

Sim. É preciso conhecerdes o amor, para que possais conhecer verdadeiramente o sexo. E que as vossas almas se entreguem, para que os vossos corpos possam conhecer o verdadeiro prazer.

Pois não é apenas a voz do desejo, que se faz ouvir no sexo.

Mas a canção da Vida, que invade os vossos corações.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A FELICIDADE E OS SONHOS

Mais uma vez, devo falar-vos sobre os sonhos.


E direi que os sonhos vos são necessários. Eles vos renovam as forças e orientam os vossos passos, para que possais prosseguir em vossa jornada.


Como bolhas de sabão que flutuam pelo ar, são os sonhos em vossas vidas. Embora não durem para sempre, refletem as cores da esperança e tornam mais belo o vosso mundo.


Como o corpo se nutre de alimentos, é de esperanças que se sustenta a alma. E é a procura pela felicidade que vos faz seguir adiante, mesmo quando vos busca a tristeza.


Como a planta solitária, que sobrevive no deserto mais inóspito, ao menos um sonho haverá de existir no coração mais insensível; e confortar a alma mais desiludida.


E, como a primeira estrela ameniza a escuridão do céu noturno, um único sonho bastará para manter acesa a esperança; ainda que em meio às trevas do desengano.


Enquanto mantiverdes os vossos sonhos, sereis capazes de sorrir e seguir em frente; de construir uma ponte sobre cada abismo e escalar cada montanha que surja em vosso caminho.


Enquanto mantiverdes os vossos sonhos, o amor caminhará ao vosso lado e a felicidade vos sorrirá, ainda que ao longe; o sol vos aquecerá e a canção da Vida se fará ouvir em vós.


Enquanto mantiverdes os vossos sonhos, os sorrisos vos farão esquecer as lágrimas; o tempo não vos será um pesado fardo, mas um precioso aliado da esperança.


Cuidai, portanto, dos vossos sonhos. Porque apenas de vós dependem o seu encanto e a sua duração; acalentai-os em vossos corações, como fazeis aos filhos mais queridos.


Recordai, entretanto, que um sonho não pode durar para sempre. E não lastimeis cada sonho que se vá; sabei, antes, que um novo sonho surgirá em seu lugar.


Pois o sonho é como a rosa, que no início é apenas um botão e um dia desfalece sobre a terra, depois de atingir todo o seu esplendor, para que uma nova flor possa brotar.


Vivei, sim, cada um dos vossos sonhos. E que não vos preocupe a sua duração, nem a decepção que um dia vos possa causar. Um sonho vale cada segundo que ocupa em vossa vida.


Como a felicidade.


Texto sugerido pela bela foto do site 1000 Imagens.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O QUE FAZEIS DOS VOSSOS AMORES?

Por que, simplesmente, não viver o sentimento?


Como a vida, a felicidade é feita de momentos. E jamais se dará a conhecer àquele que não sabe desfrutar a graça de um instante, preso à frustração de desejar que se torne eterno.


Sábio é o homem que, ao oferecer-se à brisa, nada mais espera do que sentir a carícia suave e efêmera em seus cabelos; e nela encontra a realização de um sonho.


Nada mais necessitais, para serdes felizes, do que viver intensamente cada momento; se assim sempre fizerdes, a felicidade estará convosco todo o tempo.


Do amor, deveríeis fazer as asas que juntos vos elevassem ao céu; assim vos seria dado aproveitar a felicidade de cada instante, enquanto durasse o vosso voo.


Porém, a insegurança faz nascer em vós o medo do futuro; assim se esvai o encanto do presente, e o que deveria ser amor torna-se um pesado grilhão em vossos pés.


E isto acontece porque, na maioria das vezes, o ser humano não ama uma pessoa; nela, projeta apenas os seus sonhos. E, ao não vê-los realizados, chora o fim do seu amor.


Entretanto, não é a morte do amor que lamentais; mas o fim das vossas ilusões. Pois, eu vos asseguro, não é o amor que vos faz sofrer, mas a vossa própria frustração.


O amor é o vosso sonho maior; a realização das vossas almas. Mas o transformais em moeda de troca, com a qual pretendeis comprar a passagem que vos afaste da solidão.


Não percebeis que a solidão está em vós, desde que ao mundo viestes. É preciso que aceiteis esta verdade, pois ninguém poderá estar ao vosso lado todo o tempo.


A solidão vos é necessária, para que aprendais a conviver com o vosso verdadeiro Eu. Não saberá conviver com outrem, aquele que consigo mesmo não for capaz de conviver.


E ninguém será capaz de verdadeiramente amar alguém, se não amar a si mesmo. Porque o amor não é uma arma contra a solidão, mas a comunhão de almas que se completam.


Entregai-vos ao amor, e ele vos fará felizes enquanto existir. Como a beleza e o aroma das flores enriquecem o mundo, durante os meses em que perdura a primavera.


Bem-aventurados são aqueles que realmente amam. Porque conhecem o paraíso, não apenas durante os momentos em que convivem, mas na própria expectativa do encontro.


Abandonai, portanto, as vossas frustrações e a vossa insegurança. Afastai de vós o medo do futuro, trocando-o pela felicidade de cada momento. É assim que encontrareis o caminho do Amor.


E através dele conhecereis a felicidade.

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