A MAGIA DA VIDA

Quereis descobrir o sentido da vida.

E não vos ocorre que, assim fazendo, ele possa escapar-vos? Que melhor seria entregar-vos a sentir a magia da vida? A usufruir dos encantos deste mundo, em cada momento que nele passais?

Não vos ocorre que a vida não necessita ter qualquer sentido? Ou que o seu sentido seja, simplesmente, viver? Aproveitar a beleza que vos cerca e os sentimentos que existem em vós?

Não vos ocorre que, estejais onde e como estiverdes, cada minuto é uma dádiva maravilhosa, que recebeis? Cada gota de chuva que molha o vosso rosto, cada raio de sol que o enxuga e aquece?

Apreciai cada instante em que estais vivos! Cada beijo que vos é dado trocar, cada criança que podeis acolher nos vossos braços, cada esperança que acalentais em vossos sonhos.  

Não vos deveis preocupar demasiado com o que virá, ao fim do caminho; ou perdereis as belezas que nele encontrais. Não percebereis as rosas que o ornam, nem sentireis o seu perfume.

Aprendei que o próprio caminho é uma benção: esteja coberto de pétalas ou de pedras, ele existe; e podeis percorrê-lo. Pétalas e pedras sempre se alternarão; a maravilha é que estais no caminho.

Sede gratos, portanto, a cada vez que respirardes. O importante não é o que vos falta, mas o que tendes; porque nada poderíeis ter, se aqui não estivésseis. Sede gratos por vossa simples existência.

Vivei, apenas! Porque é assim que cantareis as mais belas canções e escutareis a melodia do Universo, que pela Eternidade ressoa aos ouvidos do vosso verdadeiro Eu e vos torna felizes.

Vivei, plenamente! Este deveria ser o vosso maior cuidado, o objetivo a que deveríeis devotar as vossas forças. Porque esta foi a missão que vos deu Aquele que vos colocou sobre a Terra.

Arrancai as vendas que o mundo coloca sobre os vossos olhos; e estareis livres das angústias e dos medos. Não mais sofrereis sem motivos, por coisas que o Tempo varrerá de vossa estrada.

Cada minuto que viveis agora, é um que vivereis a menos no futuro; e não deve ser desperdiçado com sofrimentos e amarguras, mas desfrutado com a alegria de estar vivo, por mais este dia.

Costumais comportar-vos como se fosseis eternos e todos os momentos vos pertencessem; mas a verdade é que nunca sabereis quando acabará o tempo que vos foi dado para a jornada.

Tende sempre presente esta lembrança; porque o homem a quem sobram as moedas, não se preocupa em atirá-las fora. Mas aquele que sabe finitas as suas, procura usá-las com sabedoria.

Aproveitai, pois, cada minuto que passa.

Enquanto vos é dado sentir a magia maravilhosa da vida.

Música:

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FAZEIS O VOSSO MUNDO

 

Este não é o mundo da felicidade.

Tampouco é o mundo dos amores, da tolerância ou da paz. Não deveis esperar que assim seja, ou as desilusões magoarão a vossa alma; e, com o tempo vos levarão a serdes descrentes.

Entretanto, também não imagineis que seja o mundo do sofrimento, do desamor, da intolerância ou da violência. Porque, se assim pensardes, que motivações tereis para seguir em frente?

Se bem refletirdes, vereis que este mundo se assemelha ao Éden, do qual falam as vossas tradições religiosas. Porque ele vos foi dado para que o semeásseis, de acordo com vossa vontade.

Sois os responsáveis pelo que o mundo se torna. Porque dentro de vós estão todas as sementes, tanto as boas como as menos agradáveis; tudo depende de lançá-las a vosso redor.

E, assim como vos foram entregues as sementes, recebestes também o direito de escolher aquelas que plantareis. Podeis espalhar o amor ou o ódio, a compaixão ou a indiferença.

Em todos os momentos da vossa vida, espalhais sementes sobre aqueles com quem conviveis. Cabe-vos escolher violência ou paz, vingança ou perdão, tristeza ou alegria, medo ou fé.

É assim que é: fazeis o mundo onde viveis; como as pessoas arrumam as suas casas. É justo, pois, que cada homem viva de acordo com a sua escolha;  e colha sempre o que plantou.

Lembrai-vos desta simples verdade, da próxima vez em que vos sentirdes indecisos, sobre o que devereis fazer a seguir: o que recebereis, na colheita, é aquilo que houverdes plantado.

Lembrai-vos, disto, se vos julgardes injustiçados; se a mágoa vos buscar, ou vos doer a solidão. Mas lembrai-vos, também, em cada abraço que receberdes, em cada alegria que vier a vós.

Lembrai-vos de perdoar, a cada vez que fordes perdoados; de compreender, quando fordes compreendidos; de amar, a cada vez que vos sentirdes amados. De viver, a cada instante da vida.

O tempo não para. E o arrependimento não traz o passado de volta; amargura o vosso presente, embora vos torne mais sábios no futuro. Não deveis perder nem uma chance de serdes melhores.  

Porque é assim que tornareis melhor este mundo; que vivereis melhor. Não é o mundo que vos faz; sois vós que o fazeis, com os vossos pensamentos e as vossas atitudes de todos os dias.

Eu vos digo: este não é o mundo da felicidade; mas não precisa ser o do sofrimento. É a vós que cabe torná-lo um mundo de amor ou de ódio, de paz ou de violência, de prantos ou sorrisos.

Pois cada um pode criar o seu próprio mundo.

Música:

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A GRATIDÃO E A INSATISFAÇÃO

 

Por que não, simplesmente, agradecer?

Por que nos julgarmos tão infelizes, quando tantos motivos temos para sermos gratos? Por que achamos que todos os nossos desejos têm que ser satisfeitos?

Por que escolhemos nos sentir frustrados, quando tantos sucessos alcançamos na vida? Por que ficar na escuridão, quando é tão fácil acender uma lâmpada?

Triste é o semeador que se perde em lamentações, pelo trabalho na lavoura; esse não percebe a beleza do campo de trigo, agitado pelo sopro do vento.

Triste é o marinheiro que pragueja contra o trabalho com as velas; e, insatisfeito, não percebe a beleza do crepúsculo, quando o sol parece mergulhar no mar.

Triste é o viajante que reclama da dificuldade em escalar a montanha; e não se lembra de olhar em volta e desfrutar da maravilhosa paisagem que pode ver.

Triste daquele que lamenta as suas dores de amor, esquecendo a felicidade de que usufruiu, enquanto o seu coração cantava as mais belas e doces canções.

A insatisfação cega os nossos olhos, enquanto a gratidão nos faz enxergar tudo de bom e lindo que existe ao nosso redor. A diferença é feita por nossa escolha.

Existem o homem que desanima, ao ver o abismo que se abre à sua frente; e aquele que agradece pela árvore caída, usando-a como ponte para transpô-lo.

E, enquanto o primeiro se perde em lamentações à beira da estrada, o segundo prossegue em sua jornada, com a alma leve e o passo ligeiro do vencedor.

Não é sensato quem se sente frustrado por não ter o queijo, quando deveria alegrar-se e agradecer o pão, que o alimenta e garante a sua subsistência.

Nem o homem que reclama por não ter um rio em suas terras, enquanto o seu poço está cheio da água limpa e cristalina suficiente para matar a sua sede.

A verdade é que sempre haveremos de querer mais do que temos: isso está em nossa natureza e serve para nos impulsionar, buscando realizar nossos sonhos.

Mas – assim eu vos tenho dito – os sonhos duram enquanto são sonhos. E, se precisamos deles para seguir em frente, não nos devemos angustiar por eles.

Atentemos para o que temos, e veremos quão abençoados somos! Se, entretanto, nos martirizarmos pelo que não temos, a frustração crescerá em nós.

Feliz daquele que adota a gratidão, em todos os momentos da sua vida. Esse conhecerá todas as cores, sentirá todos os aromas e ouvirá todas as melodias.

Fazei, portanto, a vossa escolha. Lembrai-vos, porém, de que é breve o nosso tempo sobre a Terra. E não é sábio desperdiçar qualquer minuto em frustrações.

Curta é a nossa passagem. E não é sábio aquele que não a aproveita para ser feliz; porque ninguém pode dizer o que nos aguarda, depois da Grande Viagem.

Cultivemos a gratidão em nós. É assim que entenderemos a benção da vida; e tornaremos mais fácil e agradável a caminhada, nos dias que ainda nos restam.

Pois ninguém sabe a hora de partir.

Música:

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BOLHAS DE SABÃO

 

Não é sobre acertar na loteria.

É sobre sonhar que se ganha o prêmio. E imaginar tudo que se pode fazer com ele: casas, carros, dinheiro, ajuda à família. É sonhar que, com a premiação, virá a felicidade à nossa vida.

Não é sobre encontrar o amor.

Até porque é impossível vivê-lo em todos os momentos de todas as horas de todos os dias; nenhum sentimento é assim. É sonhar com ele e, assim, torná-lo perfeito como não pode ser.

Não é sobre atingir o topo da carreira.

Porque, depois de toda a luta para alcançá-lo, viria a luta de todos os dias, para se manter nele. E o medo angustiante de que, em qualquer dia, outro possa desalojá-lo e ocupar o posto.

Não é sobre viver em um mundo de harmonia.

Primeiro, porque isto seria impossível; não há como conciliar todas as opiniões, todas as vontades, todos os temperamentos de todas as pessoas. E, se o fosse, decerto não duraria por muito.

Na verdade, não é sobre realizar qualquer de nossos sonhos. Porque sonhos não se realizam; uma vez alcançados, deixam de ser sonhos e passam a fazer parte da realidade de cada dia.

É sobre sonhar um sonho. Porque sonhos são como lâmpadas: enquanto acesos, iluminam o nosso caminho. Quando se apagam, porque mortos ou alcançados, a sua luz desaparece.

E é por isto que os sonhos são como as flores: a cada um que cai, outro vem ocupar o seu lugar. Porque não temos como seguir em frente, sem a luz dos sonhos a indicar a nossa rota.

Se existisse um homem sem sonhos, ele seria como um navio sem bússola, ou um caminhante sem destino. Vagaria em círculos, sem atinar com o percurso a seguir; e não sairia do lugar.

Tudo, portanto, é sobre os sonhos.

Enquanto sonhamos, estamos vivos. E somos capazes de esforçar-nos, para alcançar os nossos sonhos; que são como bolhas de sabão, que se desfazem ao vento ou quando as tocamos.

Esta é a história da vida. E é por isto que não existe um homem feliz, sobre a Terra. Como não existe aquele que não tenha alguns momentos de felicidade, enquanto dura um sonho seu.

Tudo é sobre os sonhos. O homem precisa acreditar em algo, esperar um futuro melhor. E os sonhos são os filhos da Esperança, que nos tomam pela mão e nos conduzem por toda a jornada.

Até que chegue a hora da partida.

Música:

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