O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

O AMOR E A LIBERDADE

 


Eu vos escuto, a desejar amor e liberdade.

E rio-me da vossa ingenuidade e dos vossos paradoxos. Pois o amor tem as suas raízes no mais profundo de vossa alma; por isto, é o mais leve e mais forte de vossos vínculos.

Não tereis, ao mesmo tempo, amor e liberdade. Se amais, estais sempre ligados à pessoa amada: o som dos seus passos vos enche de alegria o coração, e o seu sorriso é a vossa luz.  

E não me refiro apenas ao amor entre casais; mas a todo tipo de amor que possa existir entre os seres humanos. Porque o amor vos aprisiona, desde o momento em que nasce.

Assim acontece com todos os vínculos; porém, o amor é o mais difícil de ser quebrado. Extingue-se o ódio, através do perdão; mas não há como romper o elo entre uma mãe e seu filho. 

Tendes, é certo, o livre arbítrio. Em relação ao amor, o que podeis escolher é se o desejais em vosso caminho. Entretanto, quando o acolheis em vossa alma, ele muda a vossa vida.

Pois o amor se torna dono da vossa vontade. E, ainda que vos comporteis como a criança, que esperneia tentando fazer valer a sua vontade, ao final fareis o que ele vos determina.   

Aprendei, portanto, esta verdade: a única liberdade que o amor vos dá é a de escolher se quereis ou não reconhecer que ele vos domina. Sugiro que o façais, para serdes sensatos.

Pois tudo que fizerdes por amor, estareis fazendo para vós mesmos; não sereis felizes, se o ser amado não o for. Ou alguém pode estar bem, sabendo que sofre aquele que ama?

Aceitai, de uma vez por todas, que não podeis controlar o amor em vós; desde que surge, ele é que vos controla. Podeis até escondê-lo, mas sempre o sentireis em vossa alma.      

Entretanto, é o mais doce grilhão a que vos podeis submeter. Porque une os vossos corações para carregar-vos juntos, em voos encantados, pelos belos jardins da felicidade.

Apenas ele o pode fazer! Porque não existe, sobre a Terra, alguém que seja feliz sem amor no coração. A felicidade pode não depender de companhia, mas sempre depende do amor.

Deveis, pois, escolher entre o amor e a liberdade. Lembrai-vos, porém, do que vos disse o Profeta: a liberdade, ao perder os seus entraves, torna-se um entrave à liberdade maior.

Não podeis ter a ambos. Sabei, entretanto, que jamais vos sentireis tolhidos, enquanto agirdes em nome do amor. Porque o amor não vos prende; apenas muda as vossas prioridades.

Que se tornam as daquele a quem amais.

Música:

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A MORTE E A VIDA

 


Que não vos preocupe a morte.

Até porque a sabeis inevitável. E não seria sensato permitir que o medo da volta venha a toldar os encantos da viagem; deveis, sim, aproveitá-la até o último minuto em que o possais fazer.

Porque, eu vos tenho dito, é apenas no hoje que podeis viver; o ontem já teve o seu tempo e o amanhã ainda virá. Não deveis, portanto, amargar o passado; e muito menos temer o futuro.

Aproveitai sabiamente o vosso tempo. Vede-o como moedas de vida, que vos são entregues para que as gasteis do jeito que melhor vos parecer; com elas, podeis comprar alegrias ou tristezas.

Sim; é certo que a ambas encontrareis em vosso caminho. Podeis escolher, porém, como lidareis com umas e outras; quais preferireis levar convosco e as que abandonareis pela estrada.

Muito vos tenho repetido que a escolha é vossa. E que, ao final de cada jornada, nada podereis carregar, senão as recordações que tiverdes e o aprendizado que fostes capazes de recolher.

Fazei, portanto a vossa opção pela Vida! Se sabeis que morrereis um dia, a vossa escolha mais sábia será viver plenamente! Esquecer que existirá um fim, e concentrar-vos apenas no durante.

Porque não podereis levar convosco o canto dos pássaros, o perfume das flores, ou a beleza do luar. Não levareis as emoções do amor: a ternura de um olhar, a ânsia de corpos apaixonados.

Nada disto, podereis levar na Grande Viagem. Então, percebereis como são importantes muitas coisas a que agora pouco ligais; e como são fúteis outras tantas coisas que vos preocupam.

Quanto retornardes aos Jardins da Eternidade, não deixareis pegadas onde pisardes; porque por eles caminhará apenas o vosso verdadeiro Eu. E nada tereis, senão as recordações que levardes.

Cuidai, agora, para que sejam belas essas recordações. Para que possais abrigar a satisfação de um caminho bem percorrido, e não o remorso pelo tempo que tolamente desperdiçastes.

O homem que soube viver a vida, não tem razões para recear a morte. E a verdade é que todo fim encerra em si um recomeço; observai a Natureza e ela vos mostrará que assim acontece.

Pois o botão não morre, apenas desabrocha; e mesmo a flor que fenece e tomba sobre a terra, a ela se mistura e retorna em outras flores. A nuvem que se desfaz em água, voltará a ser nuvem.

Deveis, sim, cuidar do vosso corpo; como cuidais dos trajes que usais para as vossas jornadas. Não vos preocupeis, todavia, com a morte; ela não passa de mais uma das vossas ilusões.

Buscai, antes, viver bem a vossa vida!

Música:

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

O SONHO E A VIDA

 


Preservai os vossos sonhos.

Pois o sonho é como uma lâmpada, que ilumina os vossos caminhos com o brilho da esperança. Ainda que não o chegueis a alcançar, a sua luz vos traz forças para prosseguir a jornada.

E basta imaginar o seu sabor, para que sintais adoçados os vossos lábios. Porque a imaginação é o maior dos vossos dons; tudo aquilo que imaginardes, sereis capazes de realizar.

É assim que é. E, por isso, os vossos sonhos nunca desaparecem; apenas se transformam, com o passar do tempo. São como os amores: quando um se vai, outro toma o seu lugar.

Abençoados sois, por essa capacidade de sonhar; é ela que mais vos distingue dos animais. Eles só têm instintos e desejos, enquanto os vossos sonhos vos apontam o rumo a seguir.

Conservai os vossos sonhos. Ninguém existe que possa caminhar sobre a Terra, sem sonhos. E, ainda que houvesse, a jornada seria apenas um pesado fardo, sobre seus ombros.

Mergulhai, pois, em vossos sonhos. E não vos preocupeis quanto à sua realização; ainda que não venham a ser mais do que sonhos, a sua luz iluminará as vossas noites e os vossos dias.

Não é a morte de um sonho, que deveis temer; e sim o medo de sonhá-lo. Porque, se o medo vos levar a fugir, jamais sabereis se o sonho chegaria - ou não - a transformar-se em realidade.

E, acreditai-me, talvez isso seja o que menos importa. Em verdade, existem duas formas de matar um sonho: desistir dele, ou realizá-lo. E tanto uma como a outra, são capazes de magoar-vos.

Porque não há realidade que se possa comparar a um sonho. E, uma vez que alcanceis o sonho, arriscai-vos a ver as suas cores desvanecendo-se lentamente, perante o cinza da realidade.

Entretanto, nada existe que dure para sempre neste mundo; nem mesmo a própria jornada. Porque, um dia, todos vos ireis: e ninguém sabe como, nem quando chegará o seu próprio dia.

Desejaríeis, talvez, um sonho eterno. Como o poderíeis ter, porém, se vós mesmos não o sois? Decerto, algum dia teria que findar o vosso sonho; ainda que fosse com a vossa partida.

Deixai-me dizer-vos, portanto, que o sonho é como a vida: uma viagem encantada, da qual deveis usufruir o quanto puderdes, porque nunca sabereis quando virá o vosso último destino.

Não importa aonde vos levará o sonho. Como na vida acontece, o importante não é o porto final, mas a própria viagem. Desfrutai bem dos seus encantos, das suas paisagens maravilhosas.

Sede felizes, enquanto durar a viagem!

Música:

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

AS NOSSAS ESCOLHAS

 


Na vida, há uma sucessão de escolhas.

Todos os dias, necessitamos escolher um caminho. E ele nos levará a novas esquinas, onde precisaremos fazer outras escolhas. Assim será, durante toda a caminhada.

Isto eu vos tenho dito; e repetirei, enquanto me for possível. Esta é uma das escolhas que fiz: erguer a minha voz, para ensinar a mim mesmo, quando finjo ensinar-vos.

Assim são os homens; precisamos falar, em voz alta, aquilo que nossa alma percebe. Precisamos ouvir a nossa voz, pois não conseguimos escutar o nosso verdadeiro Eu.

Sim: todos os dias, fazemos novas escolhas. E precisamos ter presente que nem todas serão acertadas. Em algumas, seremos felizes; outras trarão mágoas e sofrimentos.

Porque não chegaremos ao Conhecimento, sem atravessar mares e desertos; sem caminhar por vales e escalar montanhas; sem provar o frio da chuva e o calor do sol.

Assim é o aprendizado. Só aprecia a doçura quem conheceu o amargor; só valoriza a companhia quem sofreu na solidão; só desfruta da paz quem provou do conflito.

Errar é a melhor forma de aprender. As maiores lições estão presas com pregos de dor, em nossos corações; as que mais nos magoam são as que mais lembramos.

Entretanto, nunca devemos ter medo de fazer as nossas escolhas. Porque precisamos seguir em frente e não o conseguiríamos, sem elas; necessitamos chorar e sorrir.

Nosso coração se recupera, sempre: o calor de um sorriso faz evaporar um mar de lágrimas; um abraço afetuoso espanta a solidão. E um beijo apaga uma grande saudade.

Não temamos as nossas escolhas. A rosa escondida sob uma redoma não precisa temer vendavais ou predadores, mas tampouco conhece a carícia suave da brisa.

Não temamos as nossas escolhas. Porque cada novo dia nos traz a oportunidade de voltar atrás, e seguir um novo caminho. Mas, se não escolhermos, parados ficaremos.

Não temamos as nossas escolhas. No início, elas podem assustar; mas, uma vez escolhido o rumo, vamos em frente. O nadador que para em meio ao rio, decerto afundará.

Escolher é viver. E a vida não é a arte de fazer escolhas, mas a capacidade de aprender com as erradas, para que não as repitamos. É assim que nos tornamos melhores. 

Vivamos, pois. E façamos as nossas escolhas.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_roger_willians_autumn_leaves.mid

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