O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A LIÇÃO DA VIDA


Deveríamos aprender a lição da vida.

Pois, embora a Eternidade pertença ao nosso verdadeiro Eu, é limitado o tempo de cada jornada; e, quando termina esse tempo, temos que abandonar na Terra tudo que aqui conseguimos.

Olhai ao vosso redor; vereis que tudo que vos cerca é efêmero. Nem os vossos amigos, nem os vossos amores, nem os vossos bens podereis levar, quando fordes chamados à Grande Viagem.

Esta é, sem dúvida, a maior lição que nos ensina a Vida. Porque nada levaremos deste mundo onde estamos, senão o Conhecimento que adquirirmos e as lembranças do que aqui vivermos.

Se assim é, estas são as nossas verdadeiras riquezas. E a maior sabedoria está em viver intensamente cada um dos nossos momentos, pois só eles nos trarão ensinamentos e lembranças.

Sensato é o homem capaz de encantar-se com o voo dos pássaros, que em bando ornamentam o céu azul; não aquele que amarga a frustração de não possuir as suas próprias asas.

Em verdade, na alma estão as nossas asas. Por isto, aquele que se encanta com os pássaros voará entre eles; enquanto o que se perde em sua mágoa coloca em seus pés pesados grilhões.

Entretanto, é a cada um que cabe fazer as próprias escolhas; eu apenas vos posso lembrar que o tempo é o capital que gastamos para comprar a felicidade ou o sofrimento. E não o poderemos repor.

Devemos temer o tempo: ele decerto levará em suas águas a nossa juventude, o vigor do nosso corpo, muitos dos nossos sonhos e as nossas alegrias. E finalmente nos trará o fim da jornada.

Porém, devemos confiar no tempo: ele também carregará todas as nossas tristezas e todas as dificuldades que enfrentarmos, fazendo cessar as nossas lágrimas e trazendo de volta os  nossos sorrisos.  

Esta, eu vos repito, é a maior lição que nos pode ensinar a Vida: nada é para sempre, senão aquilo que podemos guardar em nosso verdadeiro Eu. Porque é ele que reside na Mansão da Eternidade.

Tenhamos presente esta verdade; e nos encantaremos com tudo de bom que nos for dado desfrutar em cada momento de cada jornada. É assim que viveremos intensamente e seremos felizes.

Aceitar a realidade da morte é o primeiro passo para reconhecer o valor da vida. Mas não é sábio esperar que chegue o último dia, para descobrir quantas coisas boas existem ao nosso redor e dentro de nós. 

Viver. Esta é a lição que nos ensina a Vida.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_kenny_g_somewhere_in_time__piano.mid

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

BALADA DA SAUDADE


Por que falar de dor e separação?

Na saudade, existem também a alegria do encontro e a doçura das boas lembranças. E, se assim é, a cada um cabe escolher entre o fel da tristeza e o mel das recordações.

Saudade, eu vos tenho dito, não é a ausência de alguém querido; mas a sua presença. Porque ninguém terá realmente partido de nós, enquanto estiver em nossas lembranças.

Saudade é prova de que se tem uma história; de não ser um livro em branco. De não haver passado pelo mundo como mais uma nuvem pelo céu; de ter chovido e feito algo brotar. 

Saudade é chorar e sorrir ao mesmo tempo. É lamentar a separação e agradecer pelo tempo em que existiu a companhia. É a solidão que faz doer e a recordação que reconforta.

Saudade é a lembrança de um momento; de um instante fugaz que parecia sepultado no passado, mas volta à nossa memória. Saudade é um lugar, um aroma, uma música. 

Saudade é amor; é uma ternura tão grande que parece preencher o vazio em que se torna o mundo, quando um ente amado se vai. Saudade é o mal e o  seu próprio remédio. 

Saudade é o pranto e o sorriso; a dor de perder e a alegria de ter encontrado. Saudade é faca amolada, que dilacera o coração; e remédio milagroso que o conserva unido, a bater.

Saudade é um painel encantado de lembranças. De beijos, afagos e abraços; de gestos, de emoções compartilhadas. De vivências que a memória resgata ao torvelinho do passado.

A saudade é a última filha do Amor. E, como o Amor, não pode ser definida; apenas sentida. Habita em nosso verdadeiro Eu e não conhece os limites do espaço e do tempo.

Para falar de saudade, não é preciso falar de sofrimento. De cada pessoa, depende lamentar a frustração da partida; ou festejar o tempo feliz em que desfrutou da companhia.

Devemos, pois, fazer a nossa escolha. Porque a saudade, como o Amor, é diferente para cada um de nós; e a cada um cabe aceitar o seu abraço, ou enfrentar o seu açoite.

Saudade é desejo de voltar no tempo. De retornar ao aconchego, acariciar e ser acariciado; reviver momentos de paixão ou ternura, reencontrar o encanto do Amor em nossa alma.

É um misto de mágoa e reconforto; uma sensação de perda e gratidão, vazio e plenitude. É, ao mesmo tempo, a tristeza de estar só e a felicidade de sentir-se acompanhado.  

Saudade não é a partida do amado.

É a permanência do Amor. 

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midi%20vocais/barbrastreisand-thewaywewere-unem.mid

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

AS NOSSAS ALMAS


Eu vos tenho trazido a minha alma.
E alimento a esperança de que, através do que nela encontrais, possais conhecer as paisagens de vossas próprias almas: os mares e desertos, os abismos e as montanhas, o céu e o chão.
Eu vos tenho contado os meus sentimentos; as minhas alegrias e tristezas, as minhas emoções e ideias. Eu vos tenho falado dos meus sonhos e dos meus despertares, ao longo deste tempo.
Eu vos tenho cantado canções de esperança e desencanto; de amor e solidão; de gratidão e resignação. Eu vos tenho mostrado o que se passa em mim, para que possais entender a vós mesmos.
Eu vos tenho aberto o meu coração. Porque de nada adianta assentar-se o homem entre os seus irmãos, se ali não estiver inteiro; se não derrubar o muro de seus medos e suas desconfianças.
Por isto, busco trazer-vos sempre a minha alma nua. Sei, entretanto, que muitas são as vezes em que ela mesma se envolve em véus; porque é difícil, para a alma, desnudar-se ante suas irmãs.
Perdoai-a, por assim proceder. Perdoai-me pelas vezes em que não vos disse todas as palavras que gostaria; em que não vos mostrei tudo que sentia. Acreditai que assim fiz por nosso bem.
Pois não é generoso, nem sensato, aquele que expõe todas as suas verdades. Porque cada homem tem a sua própria verdade, o seu limite de tolerância, os seus pensamentos e os seus medos.
E, embora sejamos iguais em nossa essência e caminhemos juntos para o mesmo destino, cada um tem direito de fazer o próprio caminho; e nele aprender o que precisa, para atingir o Conhecimento.
Muitas são as portas e as estradas que levam ao Conhecimento. E ninguém chegará a ele, sem chorar todas as suas lágrimas e sorrir todos os seus sorrisos; é a união de ambos, que o faz florescer.
Deixai, pois, que eu continue a trazer-vos a minha alma; e, com ela, as minhas lágrimas e os meus sorrisos. Porque não é o corpo que sente felicidade ou tristeza, mas o nosso verdadeiro Eu.
Podeis, sim, enxugar os vossos olhos; ou ocultar os vossos sorrisos. Mas, se assim fizerdes, a tristeza ou a alegria continuarão presentes em vós e preencherão o vosso mundo interior.
Conhecer a si mesmo; este é o verdadeiro objetivo da jornada. E estamos fadados a caminhar sobre a terra, até que o consigamos atingir; então, seremos capazes de voar entre as estrelas.
Eu vos trago a minha alma. Observai-a bem, em sua pequenez e sua grandeza, para que a possais conhecer. Recordai que o homem precisa conhecer o seu irmão, para conhecer a si mesmo.
E, através da minha alma, podeis conhecer as vossas próprias almas.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_ernesto_cortazar_misty.mid

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

VALORIZAI AS VOSSAS VIDAS


Tudo que existe neste mundo se acaba, um dia.

Acostumai-vos a aceitar esta verdade, e sabereis valorizar o que hoje tendes. Pois é a certeza da morte que vos faz perceber a dádiva da vida; e é a dor da saudade que vos ensina o amor.

Tudo e todos que as águas do destino trazem ao vosso caminho, levarão também de vós. Nada existe sobre a terra, que seja eterno; ou que vos seja dado reter durante todo o tempo.

Aproveitai ao máximo, pois, os vossos momentos felizes; apreciai a companhia das pessoas a quem amais, desfrutai de todos os vossos sorrisos e vivei intensamente as vossas emoções.

Assim eu vos tenho dito. E, entretanto, vos comportais como se as pessoas, as coisas e as situações que vos cercam não fossem mudar; como se  fossem continuar as mesmas para sempre.

Aprendei a valorizar o que tendes. Para que, mais tarde, o remorso por terdes sido os responsáveis pela perda não venha agravar em vós a dolorosa frustração pelo que perdestes.

Valorizai o vosso trabalho. Porque é ele que vos proporciona o suficiente para sobreviver e prover às vossas necessidades; executai-o tendo na alma e nos lábios uma canção de gratidão.

Valorizai o vosso lazer. Porque é nas horas em que o exerceis, que a vossa mente pode vaguear por outros caminhos e encontrar as forças de que precisais para cumprir os vossos deveres.

Valorizai as pessoas a quem amais. Porque são a vossa razão de viver e é da felicidade delas, que depende a vossa própria felicidade: não sereis felizes, se não as virdes também felizes.
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Valorizai as pessoas que vos amam. Porque o seu amor vos faz bem, vos aquece e vos protege; mas, em vosso mundo de trocas, o amor não se sustenta por si mesmo, sem retribuição.

Valorizai a todos que vos cercam. Porque não sois ilhas, mas mundos que gravitam ao redor dos outros; e de como tratardes àqueles que encontrais, dependerá como sereis tratados.

Valorizai as vossas casas. Porque elas são vossos castelos, vossos portos e vossos redutos; nelas vos abrigais, não apenas dos rigores do clima, mas também da insegurança do mundo.

Valorizai as vossas vitórias e as vossas alegrias. Porque são elas que vos fazem perceber o vosso valor e renovam a vossa disposição para continuar seguindo em frente, com fé e esperança.

Valorizai as vossas derrotas e as vossas tristezas. Porque elas vos mostram quão pequeninos sois e vos ensinam que a Vida não obedece aos vossos desejos, mas às suas próprias leis.

Valorizai cada um dos minutos que viveis. E estareis prontos para a Eternidade.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_eduardo_lages_the_winner_takes_it_all.mid

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