O VOSSO CONTROLE

 

Gostais de pensar que controlais as vossas vidas.

Entretanto, esta é mais uma das vossas ilusões. Porque de pouco adiantam os planos do navegador, quando os ventos se mostram contrários; ou os vossos desejos, perante os fatos da vida.

Podeis (e deveis!), fazer os vossos planos; escolher os vossos caminhos e traçar a vossa rota. Mas precisareis estar sempre atentos e aceitar as mudanças que, acaso, se façam necessárias.

Porque não controlais os vossos sentimentos; e muito menos os acontecimentos que surgem em vossos caminhos. De que vale o timoneiro em um barco sem leme, aos caprichos dos ventos?

Tudo que podeis fazer, é tentar ajustar o curso; e manter a calma, em busca da melhor solução. Porque aquele que desespera, em meio à viagem, tem menos chances de chegar ao porto final.

Abandonai, portanto, essa ilusão de controle. Ela não vos traz mais do que frustração e revolta, de cada vez que os ventos mudam; ou percebeis que as coisas não eram como pensáveis.

E, não vos enganeis: isto vos acontecerá muitas vezes. Porque a vida se encarregará de mostrar-vos que não sois os mestres, mas apenas alunos. E as respostas mudam, com as perguntas.

Controlai, pois, o vosso orgulho e o vosso medo; muitas vezes, são eles os maiores empecilhos ao aprendizado. E - mais uma vez - vos repito que aqui estais para aprender, em cada dia.

É mais fácil, para quem admite que não sabe tudo, aprender coisas novas. Pois aquele que tem dúvidas, acredita que existem respostas às suas perguntas; e as busca, para aceitá-las ou não.  

Entretanto, para quem se aferra às suas certezas, é mais difícil o aprendizado. Difícil abrir mão do seu orgulho e da vontade de “ter razão”; difícil superar o medo de mudanças; de um novo caminho.

Antes de tudo, pois, precisais aprender a mudar. E este, na verdade, é o grande desafio que surge à vossa frente, todos os dias. Porque o orgulho vos repete que estais certos e deveis ir em frente.

Eu vos sugiro que aprendais a ouvir com o coração e a mente; para que as palavras não resvalem em vossos ouvidos, mas alcancem o vosso Verdadeiro Eu. E sejam como novas sementes.

Eu vos sugiro que reconheçais a vossa pequenez; porque este é o primeiro passo para que possais conhecer a vossa grandeza. Pois, agora, enfrentais a mortalidade; mas tendes a Eternidade.

Sede humildes, para serdes grandes. Ignorantes, para serdes sábios. Porque a mudança é a base de tudo: aquele que não muda, não evolui; e aqui não estais, senão para que possais evoluir e seguir.

Rumo ao Coração do Universo. 

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_andre_rieu_que_sera_sera.mid

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EXTREMOS QUE SE COMPLETAM

 

Alguns dizem que a vida é como um palco. 

E, nele, cada um de nós tem um papel determinado, com início, meio e fim; como se não pudéssemos alterar os nossos destinos. Mas me recuso a crer nisto; acredito que para nós é diferente. 

Porque, para os personagens de estórias, o autor é como se fosse Deus. Ele cria os seus destinos; determina os acontecimentos – e mais - as suas reações, a cada fato que ocorre em suas “vidas”.

Entretanto, eu vos recordo: não é assim que ocorre com cada um de nós. Porque não determinamos o que nos acontecerá, no dia de amanhã. Mas podemos escolher como reagiremos.

Sim: sei que me repito. Mas o que vos quero mostrar é que o Coração do Universo não é apenas um Autor; é, antes, um Professor. Porque nos concede a dádiva de escolher a nossa reação.

E isto não acontece à toa, mas porque a nossa história ainda não está escrita; nós mesmos a escrevemos, em cada dia que se passa. E podemos escrever o final que daremos à nossa jornada.

Eis que me agarro a esta esperança, buscando uma razão de ser. Porque não entendo o sentido da Vida, se tudo se acaba em um dia. Se não entendemos a razão de cada um de nossos retornos.

É assim que é. Não há como perceber o contexto da Vida, se não entendermos que as folhas que caem no outono servem de adubo a outras folhas; que a onda morre na praia e faz nascer outra onda

Não há como entender a Vida, se não aceitarmos que ela se renova. Que as plantas renascem; que as flores e frutos nos encantam e alimentam cada dia. Que nada é eterno, mas tudo é perene.

Se não entendermos a ideia da morte, não teremos como aceitar a ideia da vida. Precisamos saber que não ficaremos aqui para sempre, mas continuaremos vivos nas sementes que plantarmos.

Hoje sinto, a afagar minha alma, amores que já se foram. E percebo que seguem presentes em minhas lembranças; nos momentos que passamos juntos. Sinto que continuam vivos, na saudade.

E espero que assim aconteça, quando eu me for. Pois não pretendo ser um exemplo a ser citado, mas alguém a ser lembrado. Exemplos são ideias que se foram; saudades são lembranças que ficam.

Não espero ter pessoas que se alternem a carregar o meu caixão, sentindo o peso em suas costas. Prefiro aquelas que se lembrarão de mim com leveza, nas ideias e nos sorrisos que trocamos um dia.

É difícil definir vida e morte; mais ainda, quando a fronteira a cada dia está mais próxima. Deixai-me dizer que um dia descobrireis que uma e outra não são os opostos que pensais, mas complementos.

Porque a Vida sempre segue em frente. 

Música:

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PENSANDO SOBRE O AMOR

 

Há muitos anos, caminho por este mundo.

Embora longe esteja de ser um sábio, algo tenho aprendido sobre a Vida; e, decerto, algo aprendi sobre o Amor, que tenho buscado incessantemente durante esta minha jornada.

Deixai-me, pois, falar-vos um pouco sobre ele; mesmo sabendo que de pouco adianta. Porque cada um aprende apenas com as próprias experiências e do seu próprio jeito de ser.

Primeiro, devo dizer-vos que não é uma pessoa que vos atrai, mas sim a ideia do Amor. Ainda que isto vos possa parecer confuso, é assim que é: buscais a possibilidade de amar.

Eis que alguém vos chama a atenção, pela beleza ou inteligência; ou, até, por um gesto especial. E vos desperta a esperança de haver encontrado o Amor que há tempos procuráveis.  

Não é a alguém que amais, mas sim aos vossos sonhos, que projetais sobre a pessoa. Se assim não fosse, não tentaríeis mudar os vossos parceiros, mas os aceitaríeis como são.

E, por isto, não é o Amor que vos desilude; mas as pessoas, que não podem ser como as imaginais. Porque, lembro-me de já vos haver dito, não há realidade que se iguale a um sonho.

Sonhais, portanto, os vossos parceiros; e, quando os descobris como são, caem por terra os vossos sonhos. Então, vos dizeis desiludidos; e dizeis sofrer por causa do Amor.

Porém, devo recordar-vos que o Amor é um sentimento; e terá a importância que lhe atribuirdes. Não o deveis colocar como razão de viver, mas sim como um complemento da vida.

Sim: o Amor não é o alimento que vos sustenta; mas o bombom delicado, cujo sabor adoça a vossa alma e vos torna felizes. Não necessitais dele, mas viveis bem melhor com ele.

Colocai o Amor em seu devido lugar. E não mais o vereis como vosso senhor, e sim como vosso aliado; assim acontece com o tempo. Ambos trabalham para o vosso crescimento.

Lembrai, porém, que o crescimento leva à poda. De quando em quando as árvores devem ser podadas, para que possam continuar crescendo; e assim também vos acontece.

É isso que o Amor faz convosco: ele vos faz crescer, como seres humanos. E, de cada vez que ocorre a poda, mais ferteis ficais para que novas folhas e flores possam brotar em vós.

Porque amadureceis, entre sonhos e decepções; como a planta amadurece, entre o sol e a chuva. A cada decepção, mais prontos estareis para viver a beleza de um novo sonho.  

 Sonhar faz parte de vós. E do vosso encanto.

Música:

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CANÇÃO DA PÁSCOA

 

Coisas e pessoas deixareis para trás.

Algumas que vos fizeram felizes e outras que vos trouxeram mágoa e sofrimento; outras, ainda, com as quais vivestes as duas fases. Mas todas passarão; e com elas, o que houverdes vivido juntos.

Assim como passarão as épocas de vossas vidas; as alegres e as tristes, as de abastança e as de privações. A todas sobrevivereis; pois está escrito que ireis seguir até o fim do vosso caminho.

E a todas devereis ser gratos: àquelas que vos fizeram felizes, ou vos magoaram; às épocas de fartura e às de necessidades. Porque de todas elas recebestes felicidade  ou aprendizado.

Em verdade, é isto que vos quero dizer: que nada é à toa, ou é perdido em vossas vidas; e que ninguém aparece por acaso em vosso caminho. Há um plano maior, que vos rege e não entendeis.

O tempo passa, sempre. E cada dia que deixais no passado é um a menos que tereis no futuro. Por isto, não vos deveis prender ao que e a quem se foi, senão pelas boas recordações que ficaram.

Agradecei, por cada vez que o sol nasce sobre vós. Sejam quais forem as vossas dores, tendes mais um dia para viver com elas; e sorrir, com as alegrias que o dia vos trouxer, ainda que pequenas.

Que não vos angustie o que ou quem fique pelo caminho. Guardai-os em vossa saudade e em vossa lembrança, mas não deixeis que vos impeçam de seguir em frente; cumpriram a sua missão.

E, se quereis ser dignos de havê-los conhecido, necessitais cumprir a vossa. Como a música da orquestra depende de cada instrumento, de cada um de vós depende a harmonia do Universo.

Seja qual for o vosso credo, lembrai-vos de que a Páscoa significa renascimento; e aproveitai o dia de hoje, para renascer em vós mesmos. Vossa alma é o templo Supremo, onde as preces são ouvidas.

Elevai, pois, a voz do vosso coração, a quem quer que seja o vosso Deus. Porque não importa o nome pelo qual O chameis; não é a esse nome que Ele atende, mas sim ao vosso Verdadeiro Eu.

Podeis, eu vos tenho dito, viajar entre as nuvens e as estrelas; descer ao fundo dos abismos ou elevar-vos acima de tudo. É de vós mesmos que dependeis, para escolher o vosso rumo e destino.

Detende-vos, portanto, neste dia, para celebrar o que vivestes. Para agradecer a tudo e a todos que atravessaram o vosso caminho e, através da alegria ou da dor, vos ensinaram a serdes melhores.

Agradecei, acima de tudo, ao Coração do Universo. Pois é a Sua bondade infinita que vos permite a vida e vos sustenta, ao longo do caminho, para que possais cumprir a missão que d’Ele recebestes.

Em cada uma das vossas jornadas.

Música:

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FELIZ PÁSCOA, AMIGOS!