O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 24 de junho de 2016

A PÁGINA E O LIVRO



No passado, está a chave para o futuro.
 
Porque, embora não estejais senão no hoje, estivestes no ontem e estareis no amanhã. Assim, o espaço onde vos cabe viver é, na verdade, uma passagem para o que vivereis.

Sensato é o homem que guarda as pedras em que tropeçou no passado, para pavimentar o caminho que percorre rumo ao futuro; assim, evita incorrer nos mesmos tropeços.
Esta verdade, já experimentastes em vossas próprias vidas. Pois, de cada vez que repetistes o mesmo erro, chorastes lágrimas mais amargas, porque o poderíeis ter evitado.

Assim, eu vos tenho dito. E não vos peço que acrediteis em mim, mas no que vos diz o vosso verdadeiro Eu; o arrependimento torna ainda mais sofrido qualquer padecimento.
E o homem que se arrepende não é aquele que enfrentou o desconhecido; mas o que repetiu um erro do passado e, por sua imprevidência, foi novamente castigado.

Aprendei, pois, com o vosso passado. Porque o rio corre sempre no mesmo sentido, todos os frutos caem sobre o solo e as nuvens não flutuam senão na direção do vento.
Aprendei com o vosso passado. Porque o veneno jamais será o antídoto, a mentira não vos levará à verdade e as páginas de um livro não podem contar uma história diferente.

Aprendei com o vosso passado. Porque toda vez que plantardes, devereis escolher a semente de acordo com o que desejais colher; jamais, a figueira vos ofertará damascos.
Como o sol nasce todas as manhãs e a lua o sucede no céu em todas as noites, as escolhas se repetem em vossos caminhos; e a experiência é o vosso melhor guia.

Não a desprezeis, portanto. Lembrai-vos de que dia a dia escreveis a história das vossas vidas; e é sensato reler as páginas já escritas, antes de iniciar um novo capítulo.
Pois não é como um único livro, que deveis ver a vida; mas como toda uma biblioteca, onde cada volume narra as alegrias e agruras que experimentastes em um trecho do caminho. 

E de nada vos custa passar os olhos por suas páginas; recordar o que vivestes e meditar sobre os vossos acertos e os vossos erros, para que de ambos possa surgir o aprendizado.
Porque a vossa história continua a ser escrita e apenas a experiência do passado vos pode guiar no presente; só ela vos ensina que há momentos em que deveis virar a página.

E outros em que se faz necessário fechar o livro. 
Música:

sexta-feira, 17 de junho de 2016

A OBRIGAÇÃO E A DIVERSÃO



 
Não deveis fazer de vossos dias um fardo.
Cuidai, sim, de aproveitar cada um dos segundos que vos cabe viver. Porque a vida é uma dádiva do Universo, e o tempo é o vosso maior capital; o único que não podeis repor.

Assim eu vos tenho dito. Porém, ainda não atentastes para o fato de que depende de vós, na maior parte das vezes, a vossa alegria ou a vossa tristeza, a vossa liberdade ou prisão.
O homem que ama o seu labor canta enquanto trabalha, feliz por saber que algo está construindo; mas aquele que o vê como obrigação sente-se preso e infeliz, em cada minuto do dia.

Para o jardineiro apaixonado, a rosa que brota encanta por sua beleza e perfume; aquele que não ama, entretanto, pragueja contra os espinhos e o trabalho que lhe traz o cultivo.
A mulher que gesta, não se sente infeliz pelos incômodos que lhe traz a gravidez; nem a mãe que amamenta reclama  dos seios aumentados. Nelas, sorriem a esperança e o amor.

Este é o segredo que torna mais fácil o vosso caminho e mais feliz a vossa vida. É em vós que está a felicidade e não nas coisas ao vosso redor; sereis felizes, se o quiserdes ser.
Sereis felizes, se aprenderdes que a vida não é um fardo, mas uma oportunidade; se não buscardes maneiras de passar o tempo, mas apenas o deixardes fluir, enquanto viveis.

Sereis felizes, se aprenderdes que o amor não é um direito, nem uma obrigação; é como o canto dos pássaros, que vos alegra e emociona, mas jamais vos poderá pertencer.
Sereis felizes se não vos escravizardes às obrigações, mas tornardes cada uma delas uma diversão. Ao contrário do que fazeis hoje, quando vos escravizais até mesmo à diversão.

Viveis como se necessitásseis ser felizes; esqueceis que a felicidade não é uma obrigação, mas uma diversão. Dela deveis desfrutar, quando a encontrardes; não perder-vos à sua procura.
Pois, enquanto a obrigação vos angustia, a diversão vos liberta. Fazer por necessidade vos oprime, fazer por querer vos realiza; optai por querer fazer e a liberdade viverá sempre em vós.

Ao plantardes o trigo, que não vos inquiete a obrigação de sobreviver; antegozai a beleza do trigal dourado, ondulando ao sopro do vento. Mais fácil será o plantio e mais farta a colheita.
Aprendei a amar o que fazeis. Porque a casa mais firme não é construída pelo homem que visa a necessidade de morar, mas por aquele que procura assentar com carinho cada tijolo que põe.

E em cada dia construís a vossa casa, no Jardim do Amanhã. 
Música:
EM 13/06, ESTE BLOG COMPLETOU 9 ANOS. OBRIGADO A VOCÊS, QUE SÃO A ÁGUA E AS PALMEIRAS DO NOSSO OÁSIS!

sexta-feira, 10 de junho de 2016

DE FLORES E AMORES


Deveis cultivar os vossos amores.

Como o fazeis às flores do vosso jardim. Porque, como as flores, são eles que enfeitam e perfumam as vossas vidas, colorindo as vossas horas e alegrando a vossa jornada.

E, como às flores acontece, este precisa ser um cultivo de todos os dias. Porque também os amores nascem como pequeninos botões, desabrocham e atingem a plenitude.
Como as flores, todavia, são tão frágeis quanto belos. E podem sucumbir ante a frieza da indiferença, os ventos rudes da ingratidão e a estiagem cruel da falta de carinho.

Cuidai deles, portanto. Adubai o vosso coração com ternura, desejo e confiança; é dessa mistura que nascem os amores mais fortes, aqueles que mais se enraízam em vós.
Ideal seria que estivésseis sempre apaixonados. Porque a paixão é como um véu mágico que envolve o ser amado, realçando as suas qualidades e ocultando os seus defeitos.

Isto não vos é possível, entretanto. Pois a paixão não é mais que um sonho; e, como os sonhos se vão ao raiar do dia, a paixão se esvanece frente à luz fria da realidade.
Porque pessoas não são sonhos; têm vontades, ideias e necessidades, que precisam ser satisfeitas. O sonho é a paixão; que, como todos os sonhos, tem vida curta.

A paixão, como o sonho, só sobrevive enquanto não se realiza. Porque não há tintas que possam reproduzir as suas cores, nem magia que supere o seu encanto.
Vivei, pois a vossa paixão. Ela não é apenas o amanhecer do amor, mas a sua primavera e o seu verão; é ao seu calor que o vosso corpo escalda e a vossa alma se aquece.

Sabei, porém, que ela se irá de vós. E o outono da paixão sinaliza o inverno do amor, quando o sopro frio da desilusão apaga o vosso fogo e vos faz despertar para a realidade.
E é por isto, que deveis cultivar os vossos amores. Porque, quando se for a paixão, necessitareis de algo que vos mantenha juntos, caminhando para o futuro que virá.

Plantai entre vós, portanto, o respeito, a amizade e o carinho. Só assim, quando a paixão vos deixar, podereis encontrar a compreensão e a tolerância às vossas diferenças.
Deveis, sim, cultivar os vossos amores; como o fazeis às flores do jardim. Lembrai-vos, porém, de que a flor que morre torna-se adubo e fará nascer novas flores.

É assim que acontece aos vossos amores.
Música:

sexta-feira, 3 de junho de 2016

OS SONHOS E O NORTE


Necessitais de um norte.
Como o barco que deixa o porto de partida necessita ter definido o local de chegada. Ou, sem poder traçar a sua rota, se perderá entre a imensidão desconhecida do oceano.
E como o viajante que se dispõe a atravessar o deserto precisa saber aonde quer chegar. Ou não saberá o rumo a seguir, entre a areia das dunas, que o vento modifica a toda hora.
Necessitais de um ideal, que guie os vossos passos durante a jornada. Pois o homem não caminha, senão quando o move um desejo, uma necessidade, uma esperança.
Necessitais de algo que vos traga forças e impulsione para diante, ainda que não seja fácil o caminho. Algo que pode estar oculto aos vossos sentidos, mas é claro ao vosso coração.
Necessitais dos vossos sonhos. Porque os sonhos são como o gás, que embora invisível aos vossos olhos, sustenta o voo do balão que vos transporta durante a viagem.
Necessitais dos vossos sonhos. Recordai, porém, que a bússola, embora aponte o Norte, tem em si o registro de todos os pontos cardeais, para que possais definir o vosso rumo.
Não vos escravizeis aos vossos sonhos; nem a eles dediqueis a vossa vida. Ou perdereis a noção de realidade, da qual precisais para orientar-vos pelos caminhos deste mundo.
Aprendei a lidar com os vossos sonhos. Porque a planta que se encanta com a beleza da hera parasita acabará, fatalmente, por perecer sob seu abraço colorido e mortal.
E a mariposa insensata, que poderia voar livre sobre as flores do jardim e desfrutar da sua beleza, cede à atração e ao brilho da chama, onde encontrará o seu triste e solitário final.
Voai, sim, nas asas dos vossos sonhos; é assim que poderão os vossos pés repousar das pedras do caminho. Recordai, porém, que Ícaro despencou do céu, por voar alto demais.
Estai sempre atentos aos vossos sonhos. Porque é na realidade que viveis e necessitais estar firmes sobre o chão, para que possa a vossa alma correr livre entre as estrelas.
Necessitais dos vossos sonhos. Lembrai-vos, todavia, de que a realidade que vos cerca lhes impõe limites; como o vento, embora livre, não ultrapassa os muros onde se choca.
E, se assim é, não deveis acalentar sonhos impossíveis; porque a sabedoria não está em tentar voar ao topo da montanha, mas em descobrir os caminhos que a ele vos levem.
Este é o vosso aprendizado.
Música:

 

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