PROBLEMAS E OPORTUNIDADES

 Problemas e oportunidades têm algo em comum.

Uns e outras terão o tamanho que lhes atribuirmos. Porque é da nossa atitude, que dependerá resolvê-los ou aproveitá-las; ou deixar que nos esmaguem, ou se percam no passado.

Encaremos os nossos problemas como montanhas, que se erguem em nosso caminho. Decerto, nos custará escalá-las; mas, uma vez alcançado o topo, veremos mais longe e claro.

Já as oportunidades, são como árvores carregadas de frutos. Podemos colhê-los e desfrutar do seu sabor; ou, simplesmente, ignorá-los e deixar que caiam, inúteis, sobre o chão.

E, em ambos os casos, o que devemos vencer é o medo. Porque é ele que nos paralisa, ante os problemas; ou nos faz desistir das oportunidades que surgem, sem sequer tentar.

Acreditemos, sempre. Porque é assim que resolveremos os problemas, ou aproveitaremos as oportunidades, sem permitir que o medo tolha os nossos passos e dite a nossa vida.

Em verdade, lembro-me de vos haver dito que a nada devemos temer tanto, quanto ao próprio medo; porque ele nos paralisa e entrega, inertes, ao próprio perigo que tememos.

Sensato, portanto, é o homem que vence os seus medos; este segue em frente e constrói algo de bom em seus caminhos. Será lembrado por seus feitos e sua coragem ante a vida.

Nada devemos temer, além de nós mesmos e nossa insegurança. Até porque tudo passa, nesta vida; não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca se acabe, lembrai-vos.

Porque o tempo passa; e carrega, em suas águas, tudo que existe de bom e de mau. E, se assim é, não há razão para temores; o erro que cometemos hoje, nos leva ao acerto amanhã.

É entre erros e acertos, que decorre a nossa jornada e é feito o nosso aprendizado. E isto acontece porque fazemos escolhas; tudo é válido, menos encolher-se e deixar de escolher.

Escolhamos, pois; e, uma vez tendo escolhido, não hesitemos em prosseguir. O navegante não chegará ao porto, se abandonar o barco durante a tempestade; ficará nas águas revoltas.

Precisamos aprender a encarar os nossos problemas. De nada adianta fingir que não existem, ou supor que seja impossível resolvê-los; tudo é possível, para quem se dispõe a tentar.

Muitas vezes, os problemas trazem as oportunidades. Foi a existência de abismos, que nos ensinou a construir pontes; e a imensidão bravia do oceano, que nos levou a criar barcos.

Acreditemos. Isto faz toda a diferença!

Música:

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AS SUPRESAS DA VIDA

Acostumai-vos às surpresas da vida.

Porque jamais podereis saber o que vos trará o dia de amanhã. E nisto, sem dúvida, reside a sua maior magia. Se soubésseis o que acontecerá no futuro, nada vos restaria para esperar.

É porque não o conheceis, que podeis acreditar e manter as vossas esperanças. No desconhecimento não residem apenas os vossos temores; mas também a força para seguir em frente.

Imaginai, por um instante, que pudésseis saber o que vos espera; e vereis que, apesar de tanto buscardes o tarô, as bolas de cristal e outras adivinhações, o encanto da vida é viver.

E viver implica em esperar. Em acreditar e duvidar; em empolgar-se com as ilusões e superar as decepções. Viver é prosseguir, sem saber o que espera depois da próxima esquina.

É sorrir ou chorar. Viver é emocionar-se; e como sentiríeis as emoções, se soubésseis de antemão o que vos espera? Conseguis imaginar a vida, sem as surpresas que traz cada dia?

Não procureis, portanto, ver o futuro; ele chegará, podeis estar certos. Fazei, sim, o que vos for possível, para torná-lo melhor; aquele que vive bem o hoje, não precisa temer o amanhã.

Porque esta, ensinou-me o tempo, é a melhor forma de viver: colher cada dia como uma rosa; esquecer, no seu perfume e na maciez das suas pétalas, a dor que causam os seus espinhos.

Não vos preocupeis com os ventos de amanhã; aproveitai os de hoje. Soltai as vossas velas e permiti que se enfunem; que o vosso barco deslize macio sobre as águas. Desfrutai da viagem.

E, quando vos ameaçar a tempestade, buscai manter a calma. Recolhei as velas e acomodai-vos em um canto que vos pareça seguro. A borrasca sempre passará e podereis prosseguir.

Mas, ainda que sobrevenha o naufrágio (e um dia, decerto, virá!), tereis feito a vossa parte; tereis aproveitado a viagem, conhecido a felicidade e as lágrimas, e avançado no aprendizado.    

Não vos inquieteis, pois, tentando adivinhar o que virá amanhã. Cuidai de aproveitar o que tendes hoje; porque, quando a noite se for e as cores voltarem, terá chegado um novo dia.

E nele, como em todos os anteriores, encontrareis vitórias e derrotas; sonhos e desilusões; sorrisos e lágrimas. Porque assim é a vida: o caminho que deveis seguir, para o Conhecimento.

Esquecei o futuro; porque ele virá. Foi o passado que vos trouxe até aqui e é o hoje que vos levará ao amanhã. É do que fazeis agora, que dependerá o que encontrareis mais à frente.

É do hoje, que depende o amanhã.

Música:

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SOBRE A TOLERÂNCIA

 

Sede tolerantes, sempre.

Porque ninguém existe, que caminhe sobre a Terra e seja isento de erros, durante todo o percurso. A ninguém cabe, portanto, apontar o dedo para as falhas de seus irmãos.

Menos ainda indignar-se, perante as ações de outrem. Há milênios, Alguém vos ensinou que só pode arremessar a primeira pedra aquele que esteja livre de falhas ou transgressões.

Sábio é, pois, aprender a perdoar; porque cada de um de vós necessitou ou necessitará, um dia, ser perdoado. E aquele que se arvora em juiz tremerá, ao ver-se no banco de réus.

Sabeis (ou deveríeis saber) que cada homem vê os outros à sua imagem e semelhança. Por isto, é grande a inquietude de quem julga com severidade; porque assim teme ser julgado.

O homem tolerante é como aquele que lança uma corda ao irmão que se debate em meio ao pântano. E não temerá se algum dia se vir assim, pois confiará naqueles que o cercam.

Confiai em vossos irmãos, e eles confiarão em vós; compreendei as suas imperfeições e eles compreenderão as vossas. Às rosas respondeis com rosas, mas devolveis os espinhos.

É assim que sois; acostumastes-vos a aplicar aos outros a Lei de Talião. E, se assim fazeis, por que não aprendeis a perdoar, para serdes perdoados? A ofensa devolvida se perpetua.

Aprendei a responder com um sorriso aberto, àquele que vos oferece o rosto fechado; e abraçar aquele que vos mostra indiferença ou desgosto. Vereis que mudarão as suas atitudes.

Porque sempre colhereis o que plantardes... ainda que possa demorar um pouco a época da safra. Plantai intolerância, e intolerância recebereis. Plantai amor, porém, e ele virá para vós.

Espalhai a paz, e vivereis em paz. Ainda não percebestes, mas aqueles que vos cercam apenas vos devolvem os reflexos do que recebem de vós. O que ofereceis, é o que recebeis.

Quantas vezes, isto vos tenho dito! Mas não me espanta a dificuldade de fazer-me entender; eis que, por toda a minha vida, assim procedi... e, ainda hoje, muitas vezes assim o faço!

Sim: a verdade é que todos somos falíveis. Mas nenhum mérito teríamos, se nascêssemos perfeitos; é o nosso esforço pelo aprendizado, que nos leva à melhora e ao Conhecimento.

Sede, pois tolerantes. Não apenas para com os vossos irmãos, mas também para com os vossos erros. Sede como a criança, que não desanima após a queda, mas levanta-se e segue.

Porque andar é o seu destino.

Música:

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BALADA DO DESAPEGO

Pratiquemos o desapego.

Por maior que seja o nosso amor por alguém, ou o nosso desejo de algo. Porque desapegar não significa deixar de amar ou querer, mas saber que não podemos controlar tudo e todos.

Desapegar é convencer-nos de que ninguém ou nada nos pertence; até porque tudo que existe neste mundo é transitório, a começar por nós mesmos. Um dia, seremos só lembranças.

Apontai-me um homem que não precisou partir, quando chegou o seu dia. Ou, partindo, não deixou aqui todos e tudo que encontrou nesta jornada. Julgais que será diferente convosco?

Se assim pensais, podeis desiludir-vos. Porque todos nos iremos, um ou outro dia; e nada ou ninguém poderemos levar conosco. Tudo aqui ficará e voltaremos do mesmo jeito que viemos.

Praticar o desapego, portanto, é amar ou desejar com sensatez. Porque não é sensato o navegante que se irrita com as calmarias, ou o caminhante que pragueja contra o sol a pino.

Praticar o desapego é entregar-nos por inteiro aos nossos amores e a desfrutar do que temos, sabendo que um dia nos serão tirados. Sejamos conscientes, e mais aproveitaremos de tudo.

Porque – talvez não entendais – é a morte que dá sentido à vida; como é a escuridão que nos faz sentir a importância da luz. Acaso não é o tormento da sede, que nos leva a desejar água?

É por isto, que tantas vezes vos tenho repetido: o sentido da vida é apenas viver, da melhor forma que pudermos. Saber que o amanhã chegará, mas aproveitar o hoje, que é tudo que temos.

Não nos cabe temer pelo amanhã, tampouco ansiar por ele; como de nada nos adianta, agora, lamentar pelo ontem. Se o tivéssemos vivido de outra forma, decerto seria diferente o hoje.

Aprendamos, pois, que desapegar não é deixar de amar ou querer. Ao contrário: é entregar-se tanto, que nada importa senão o agora. Porque nele esquecemos o que passou, ou o que virá.

É amar ou querer, sem vínculos ou cobranças. Caminhar para o futuro, com o coração livre de medos ou remorsos; é saber que o importante não é ser feliz sempre, mas ser feliz agora.

Desapegar não é amar menos; é amar mais. É ser livre para querer; para confiar e sentir, sem temor de sofrer. Desapegar é acreditar em si mesmo; acreditar que é possível seguir em frente.

Sim: desapegar é ser livre. É escolher o amor, sem dependência e sem obrigações. É compreender que não podemos ter ou proteger quem amamos, mas podemos caminhar ao seu lado.

É sermos felizes, enquanto podemos.

Música:

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