O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

OS PERSONAGENS DO UNIVERSO


Somos, talvez, os personagens do Universo.

Porém, mesmo se assim for, é certo que em cada novo dia podemos reescrever a nossa história. Porque cada um de nós não é uma página em branco, mas um livro composto por suas próprias experiências.

E a cada um cabe aprender com essas experiências. Pois a lição será repetida, tantas vezes quantas se façam necessárias ao aprendizado. E à dor se juntará o arrependimento de não a ter evitado.

Atentai, pois, para as vossas escolhas. Pois o pássaro que sobre o chão procura o seu alimento, não pode reclamar da serpente que lhe tira a vida; nem do Universo, que lhe deu as asas de que necessitava.

Àquele que escolhe a escuridão noturna, não cabe reclamar da ausência do sol, que ao mundo empresta a sua luz. E o beduíno, que decide viver no deserto, não se pode queixar da ausência do mar.

Eis que vos é dado escolher entre o egoísmo e a doação; a indiferença e o amor. Precisareis, entretanto, colher os seus frutos: a solidão inclemente, ou a doce sensação de companhia.

Tudo depende, em verdade, das vossas escolhas. Em cada dia de vossas vidas, sois chamados a dobrar esquinas; e cada uma delas vos pode levar a novos caminhos.

O Universo a tudo provê. E, como um pai amoroso, vos oferece todas as estradas; para que cada homem possa determinar o seu próprio rumo e aprender as suas próprias lições.

Deveis, portanto, escolher com cuidado o vosso caminho. E, quando uma estrada vos parecer coberta de rosas, lembrai-vos de que sob elas se podem esconder os espinhos que magoarão os vossos pés.

E não deveis temer as pedras, que em outro caminho vos pareçam existir. Porque o perigo não está no mal que se revela, mas no bem aparente, que guarda em si traiçoeiras armadilhas.

Menos perigosas são as presas brancas do lobo, que reluzem à luz do sol, do que os dentes envenenados da pequenina serpente, cujo vistoso colorido atrai o vosso olhar.

E o pântano fétido, que a todos assusta, é decerto menos letal que as belas dunas do deserto, que mudam de posição ao sabor do vento inconstante, desorientando o incauto viajante.

Cuidai-vos, portanto, quanto às vossas escolhas. Pois é ao escolher as causas, que determinais as consequências. É ao escolher as palavras, que estareis escrevendo a mais importante das histórias.

A vossa própria história.

Texto inspirado pela bela imagem; que, confesso, não sei de que site peguei.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A VERDADEIRA NUDEZ

É preciso que desnudeis os vossos corpos.

Para que a água possa acariciar a vossa pele, o vento despenteie mansamente os vossos cabelos, e os olhos do amado acariciem a vossa beleza; para que vos reencontreis com a natureza, sem a barreira das roupas.

Porém, é igualmente preciso que arranqueis os véus com os quais ocultais as vossas almas. Para que possais ter entendidos os vossos pensamentos, perdoadas as vossas falhas, apoiados os vossos sonhos.

É preciso que não vos invada a vergonha, quando vos visitar a derrota. Porque aquele que sobre o chão deixa pender a cabeça, sob o peso do fracasso, decerto não enxergará o caminho para atingir o sucesso.

Lembrai-vos, sempre, de que o tempo não se detém em seu caminho; e, assim como vos trouxe hoje a tristeza, amanhã vos haverá de trazer a alegria. Como traz a escuridão da noite e o colorido do dia.

Deixai-me recordar-vos que o fracasso e o sucesso são dois lados da mesma moeda; e, para que possais alterar a efígie dominante, é necessário que volteis a lançá-la para o alto.

Em verdade, a vitória e a derrota são as páginas que formam o livro da vossa vida. E aquele que apenas em uma delas se demora, por certo não será capaz de escrever uma nova história.

Abandonai os preconceitos; buscai a verdadeira nudez. Recordai, porém, que arriscais o vosso corpo, ao despir em praça pública as vossas vestes; e assim sucederá à vossa alma, quando ao mundo a exibirdes.

Assim como o corpo nu se torna mais sujeito ao desconforto do frio e da chuva, poderá magoar-se a vossa alma, diante da incompreensão que de alguns recebereis.

Entretanto, também a caricia da brisa e o calor do sol se fazem mais rapidamente sentir sobre a pele nua; e assim acontecerá à vossa alma, que no carinho dos entes amados encontrará o conforto de que precisa.

Buscai a nudez das vossas almas. Pois é quando todos assim fizerdes, que verdadeiramente juntos podereis caminhar; e amparar-vos mutuamente, como irmãos que sois, a cada tropeço na estrada.

Concluireis, então, a jornada; e, como as gotas da chuva mergulham nos mares da Terra, juntos mergulhareis no oceano infinito do Universo. E, ao integrar-vos ao Todo, enfim encontrareis a vossa individualidade.

O vosso verdadeiro Eu.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O APRENDIZADO DA SAUDADE

Não deveis lamentar a saudade.

Pois isto seria como queixar-vos dos espinhos que ficaram, esquecendo a beleza e o aroma da rosa que encantou os vossos dias. Buscai, antes, a sua lembrança; e ela voltará a florir, dentro de vós.

Deixai-me dizer-vos que a saudade não é apenas a dor de uma ausência; nela sobrevivem os ecos da presença que tão cara foi ao vosso coração. Porque alegria e tristeza são os dois lados que formam a moeda do aprendizado.

A vossa felicidade de hoje será a saudade de amanhã; acostumai-vos a esta verdade, pois não vos é dado deter o tempo e incessantemente se alternam as vossas emoções.

E é preciso que assim seja. Porque, como a água parada se torna estagnada, também a vossa alma ficaria cega ao aprendizado, se não a visitassem os mais diversos sentimentos.

O sofrimento e a alegria vos recriam a cada dia. Como o cinzel do artista, ao ferir a pedra bruta, dela faz brotar a estátua que vos encanta; e os dedos do virtuose arrancam da harpa as mais lindas melodias.

De cada privação, retorna mais forte o vosso verdadeiro Eu. Como, após a chuva inclemente, a terra renasce à caricia do sol; e o aço, no calor da forja, descobre em si mesmo a têmpera que não sabia existir.

Sabei, portanto, que decerto a dor vos espera ao dobrar de uma esquina. E, entretanto, as lágrimas que vertereis não serão capazes de apagar os sorrisos que antes desfrutastes; nem os que depois desfrutareis.

Como a escuridão da noite não torna inútil o brilho do sol, nem o gemido do moribundo entristece o sorriso da criança. A felicidade e a dor, cada uma por seu turno, visitarão a todos; e em vós deixarão as suas marcas.

Chorai, portanto, as vossas saudades. Mas deixai que, pelos sulcos das lágrimas em vosso rosto, passem também as lembranças alegres do tempo em que fostes felizes, junto ao ser amado que se foi.

Pois é assim que, mesmo entre o mais dolorido pranto, em vossos lábios haverá a sombra de um sorriso; e a gratidão por havê-lo conhecido o manterá sempre presente em vós.

Não deveis lamentar a saudade.

Também através dela, o amor vos fala ao coração.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MAIS UM ANIVERSÁRIO

Parabéns para mim.

Pelas lágrimas com as quais tenho regado a seara do aprendizado; por cada sonho que plantei e cada desilusão que colhi. E pelo sorriso com que acolhi cada nova esperança.

Pela força do Universo, que me sustentou os passos em cada rota que escolhi, ainda que nem todas fossem as melhores para mim. Pelos erros e pelos acertos, que me trouxeram até onde estou e fizeram de mim o que sou.

Por meus pais, que com as suas mãos ampararam os meus primeiros passos; e com as suas palavras e os seus exemplos, me deram as primeiras noções da vida. Que, não podendo ser perfeitos, deram de si o melhor que podiam.

Por meus filhos, pedaços de meu ser que seguem hoje os seus próprios caminhos. Permita o Universo que o pouco que eu lhes tenha ensinado seja o suficiente, para que por si mesmos possam aprender o que necessitam.

Pelas netas que já tenho e pelos netos que poderão vir; eu lhes ofereço o meu amor, ainda que talvez não venha a conhecê-los todos. Pois a nascente, que origina o rio, também não conhece a extensão de suas águas; e, entretanto, nelas permanece viva.

Por todas as pessoas que cruzaram a minha vida e no chão do meu caminho deixaram impressas as suas pegadas. A todas agradeço, pelo que me souberam ensinar, ainda que eu talvez não tenha sabido aprender.

Parabéns para mim.

Pelas tristezas que venci e pelas alegrias que conheci. Porque de tristezas e alegrias é feito o amadurecer, como do céu e da terra é formado o horizonte, onde o sol nasce e se põe em cada dia.

Por ter abandonado as ilusões infantis, sem perder a inocência da criança. Por ser capaz de acreditar na bondade, embora saiba que a maldade existe e é tênue a fronteira entre ambas.

Por meus sucessos e meus fracassos. Porque, se é doce o sabor da vitória, é o travo amargo da derrota que nos ensina a humildade, sem a qual ninguém pode ser maior que a sua própria arrogância.

Por todos estes anos, em que me tem sido dado caminhar sobre a terra; desfrutar da beleza das flores, da harmonia da música, do calor do sol e do encanto das estrelas. E viver intensamente a ilusão do amor.

Porque perto se encontra o fim do caminho. E não é com medo que o aguardo, nem com a ansiedade de que logo chegue; sou apenas um viajante, que necessita despir as suas vestes e descansar o seu cansaço infinito.

Antes que haja o novo recomeço.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

UPGRADE EM 08/07/2010

Do pessoal d'A Equipe (http://meublogtemconteudo.blogspot.com/), recebemos este selo e a honrosa inclusão entre os blogs por eles selecionados. Agradecemos de coração, e oferecemos o prêmio a todos os amigos que com a sua presença constroem o nosso oásis. 

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A CRIANÇA E O CREPÚSCULO

Que não vos inquiete o futuro.

Como ao pássaro não inquieta a incerteza do amanhã. Pois, assim como hoje, o Universo haverá de prover o necessário, para que a jornada prossiga em cada dia.

Guardai-vos, entretanto, de esbanjar o que vos sobra. Pois, se a cada um é dado conforme as suas obras, decerto os caminhos do desperdício apenas vos podem levar à privação.

Provei, portanto, ao amanhã. Dedicai ao trabalho o tempo necessário; e a ele vos entregueis com dedicação e alegria, para que vos sustente o corpo e enriqueça a vossa alma.

Reservai, porém, um tempo para cultivar os vossos sonhos. Pois ninguém existe que deles não necessite. E, assim como o pão é o alimento para o corpo, são os sonhos o alimento da alma.

Sede como a criança, para quem o anoitecer não marca o fim das brincadeiras, mas o repouso tranquilo antes que a alegria recomece. E que na inerte boneca não vê apenas o brinquedo, mas a companhia que deseja.

E, como ela, não devereis enxergar apenas as nuvens escuras, no céu do crepúsculo; mas também a luz do sol que por entre elas se esgueira, para depositar sobre a terra os últimos beijos do dia que termina.

Se assim fizerdes, vereis a beleza criada pelo contraste entre o escuro e o claro. E na boneca que os vossos braços sustentam, encontrareis todo o carinho de que necessita o vosso coração.

Porque esta é a função dos sonhos, a quem cabe espalhar a beleza por sobre os vossos caminhos. E despertar as esperanças que vos haverão de sustentar durante a jornada.

E esta é a função dos amores, que ao preencher os vossos corações vos transformam em crianças, capazes de acreditar num mundo melhor e num futuro de felicidade e alegrias.

Desconheceis, decerto, o fato de que não é nos extremos que encontrareis a verdade. E, por assim ser, costumais variar entre as esperanças exageradas e a descrença absoluta.

Assim, ora vos rasgam o coração os espinhos das desilusões e ora os vossos sonhos dourados vos impedem de discernir o cinza com que, durante quase todos os dias, se veste a realidade.

Como faz a criança, deveríeis apenas entregar-vos à Vida. Pois é assim que sereis capazes de vivê-la, e dela desfrutar em toda a sua intensidade. Não é sábio, eu vos repito, que vos inquieteis com o futuro.

Até porque vos cabe construí-lo, em cada dia.

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