O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

AS NOSSAS ESCOLHAS



Fazemos as nossas escolhas.
E cada uma delas nos leva a trilhar um determinado caminho; como cada semente que plantamos nos trará frutos E não nos poderemos furtar a percorrer o caminho; ou a realizar a colheita.
Cuidemos, portanto, de fazer as melhores escolhas; e plantar as melhores sementes. Pois não adianta lamentar o frio da madrugada; é preciso juntar a lenha para o fogo, durante o calor do dia.
Sensato não é o homem que se arrepende pelo leite derramado, mas sim aquele que escolhe o vasilhame mais apropriado para transportá-lo; e o segura cuidadosamente em suas mãos.
Cada homem é responsável por suas derrotas e suas vitórias; por suas lágrimas e seus sorrisos. Porque a tempestade desaba sobre todos, mas só molha aquele que não se protege da chuva.
E, embora o sol derrame sobre o mundo inteiro a luz clara e o calor amigo dos seus raios dourados, não poderá iluminar nem aquecer o homem que insiste em permanecer recolhido à sombra.
Entretanto, não existe uma escolha sem risco; nem um caminho inteiramente seguro. Qualquer que seja o rumo que escolhermos, obstáculos sempre poderemos encontrar em nossa rota.
Assim, o homem que se furta ao amor preserva a sua independência e a sua liberdade. Mas jamais conhecerá a doçura de perder-se em alguém; ou a plenitude da ternura depois da paixão.
Aquele que se entrega ao amor, afasta de si a solidão e experimenta as delícias de viver a dois. Mas aceita o risco de terminar só, chorando pela felicidade que um dia conheceu e deixou escapar.
O homem que não prevê o dia de amanhã, poderá terminar os seus dias sofrendo com a pobreza; mas aquele que dedica todas as suas forças a juntar dinheiro, poderá sofrer com a avareza.
Sejamos, pois, cuidadosos ao fazer as nossas escolhas. Ao decidir por um caminho, deixamos de trilhar um outro; e, se não amargaremos as suas pedras, tampouco teremos as suas flores.
É assim que é. A sabedoria não está em querer possuir sempre mais; e sim em valorizar aquilo que conseguimos. Não precisamos de todo um jardim, para sentir o aroma da rosa; uma nos basta.
Somos os artífices do nosso destino, os construtores do nosso futuro. E é ao realizarmos as nossas escolhas, que construímos esse futuro; ao escolher o caminho, escolhemos o destino.
Tenhamos presente esta verdade. E não mais lamentaremos as nossas quedas; seremos capazes de levantar e seguir em frente, sabendo que sempre podemos tomar um novo caminho.
Porque fazemos as nossas escolhas. 

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_eduardo_lages_the_winner_takes_it_all.mid 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

UM DIA



Um dia, de repente, tudo termina.

Ficam para trás as angústias e as alegrias, o riso e o choro, os amores e os desamores, os sonhos e as desilusões. Num minuto, eles estão em nossa cabeça; no seguinte, dissolvem-se no nada.

Tudo fica para trás: as nossas conquistas e as nossas derrotas, os nossos bens e as nossas carências. O trabalho por fazer, as palavras por dizer, as pessoas por abraçar, os desejos por realizar.

Restarão, talvez, a satisfação pelo que aprendemos, o orgulho pelo que fizemos de bom e o arrependimento pelo que deixamos de fazer. E talvez desejemos que o tempo volte, para fazermos diferente.

Tenhamos sempre em mente esta verdade: um dia, findará a nossa caminhada sobre o mundo. Em questão de segundos, tudo que julgamos ter passará a outros donos; tudo se irá de nossas mãos.

Todos os nossos sentimentos, todas as nossas inquietações, dúvidas e certezas se acabarão. Todos os nossos conceitos e preconceitos deixarão de existir; tudo que importava se tornará nada.

É assim que é. E ninguém sabe em que curva do caminho chegará a sua vez. Quando ouvirá o chamado para a Grande Viagem, à qual o homem não se pode furtar; nem retardar o seu embarque.

Por que, então, nos agastarmos tanto, se tudo aqui ficará? Por que nos angustiarmos, porque desperdiçarmos em inquietação momentos valiosos, em que poderíamos cuidar de sermos felizes?

Esta é a pergunta que todos os dias me faço. E não consigo entender porque sofremos tanto, por coisas que não levaremos e não nos servem senão enquanto caminhamos sobre esta terra.

Sensato não é o viajante que se alegra apenas quando chega ao destino, mas aquele que aproveita todos os instantes da viagem; e o que chamamos de vida é uma jornada, que nos cabe aproveitar.

O importante não é uma colheita, que talvez não cheguemos a ver; mas a sensação de arar e semear. É sentir o cheiro bom da terra, o prazer de lançar os grãos e ver as plantas que crescem.

O importante não é ter, nem fazer; é viver. De que nos serviria saber provocar a chuva, se não nos fosse dado o prazer de sentir as gotas em nosso rosto, a sensação de caminhar entre os pingos?

O importante não é o resultado do amor; é amar. É viver as sensações maravilhosas que o amor desperta em nós: a intensidade da ânsia, o prazer do orgasmo e a plenitude do carinho depois.

Um dia, de repente, tudo termina. E não seremos mais do que lembranças, imagens que sumirão na bruma do tempo. E o que nos importa não é o que deixaremos no mundo de onde nos fomos.

É o que levaremos para a Mansão da Eternidade.


Música: 
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_eddie_calvert_il_silenzio.mid 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

OS NOSSOS SONHOS



Vale a pena acalentar os nossos sonhos?

Esta é a pergunta que muitas vezes nos incomoda. Porque tememos que perseguir um sonho nos prejudique no mundo real, onde acreditamos que devemos focar todas as nossas forças.

Entretanto, não é assim que acontece. Todas as grandes realizações, neste mundo, nasceram de sonhos; e assim continua a ser. O sonho é sempre a pedra fundamental de qualquer sucesso.

Aceitemos esta verdade. E veremos que o que nos prejudica não é acreditar em um sonho; é tanto nos envolvermos na ilusão e em suas roupagens coloridas, que nos perdemos da realidade.

Este, sim, deve ser o nosso cuidado. Porque um sonho é como uma semente: é preciso arar a terra, depositá-lo com carinho, regá-lo sempre e cuidar dele, para que possamos colher os seus frutos.

E precisamos ser como o agricultor sensato; que, embora não possa acompanhar o crescimento da semente sob a terra, apenas confia. E sabe que, se fizer bem o seu trabalho, a colheita virá.

Para realizar um sonho, não basta desejar. É preciso acreditar e trabalhar, em cada dia. Com o suor de nosso rosto e as lágrimas de nossos olhos, muitas vezes precisaremos regar os nossos sonhos.

E acreditai-me, quando vos digo que, quanto mais lágrimas e suor vos custar o amadurecimento do sonho, tão mais farta será a colheita; tão mais doces os seus frutos, e mais caros ao vosso coração.

Porque nada pode existir de mais gratificante, para o homem, do que tornar realidade um sonho. Embora, por nossa própria natureza, tão logo realizemos um sonho, nos lancemos em busca de outro.

É assim que é; porque é assim que somos. Vivemos de sonho em sonho, de luta em luta, plantando e semeando sonhos; e colhendo os doces frutos do sucesso, ou amargando a cinza do fracasso.

É assim que somos: os sonhos nos animam e impulsionam; neles voamos, por algum tempo, com as asas douradas da ilusão. E os fracassos nos devolvem à terra, onde precisamos seguir em frente.

Nem sempre os sonhos se realizam. E às vezes acontece que um sonho, depois de alcançado, perde o seu colorido encantado e se junta ao cinza da realidade. Esta talvez seja a pior das desilusões.

Deixai-me dizer-vos, entretanto, que sempre vale a pena acalentar os nossos sonhos. Porque o sonho é como uma aurora boreal que, enquanto dura, enche de cor e de alegria o céu onde voa a nossa alma.

De que nos importa, portanto, que, quando chegue ao seu final, possa o mundo voltar a ser escuro? Não continuarão impressos em nós a beleza, a alegria e a força de que desfrutamos, enquanto sonhamos?

Sim; sempre vale a pena acalentar os nossos sonhos. 

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_pianos_magicos_the_impossible_dream.mid

Para assistir, depois de ler: https://youtu.be/xHSMhlFTKXI

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O JEITO DE CADA UM


Cada um tem o seu jeito próprio de ser.
E não nos cabe censurar os outros, por serem diferentes de nós. Não cabe à rosa branca menosprezar a vermelha; nem à ave que domina os céus julgar-se superior à gazela que corre sobre o solo.
Porque a verdade é que ninguém pode ser diferente do que é. E não são iguais todas as folhas da mesma árvore; nem todas as ondas do mesmo mar, nem todas as flores que existem no mesmo jardim.
Assim eu vos tenho dito. E também vos tenho dito que, como as diferenças entre as flores fazem a beleza do jardim, as diferenças entre nós formam a diversidade do mundo e dão um novo encanto à Vida.
E assim acontece também na natureza. Os contrastes entre as montanhas e os vales, o verde da grama e o vermelho do barro, a água e a terra, formam as paisagens que nos encantam os olhos.
Aceitemos esta verdade; e mais tolerante seremos com os nossos irmãos. Mais fácil será a convivência entre nós, porque não mais julgaremos os outros com os nossos parâmetros e as nossas razões.
Eis que não nos é dado saber pelo que passam aqueles que nos cercam; nem o que dentro deles se passa. E, como podemos julgar os seus gestos e as suas ações, sem conhecer as suas causas?
Acreditais, acaso, que a águia que voa entre as nuvens possa entender a visão limitada da serpente que rasteja? Ou que o poderoso leão compreenda o medo sem fim que habita o tímido coração do rato?
Em verdade, nenhum direito nos cabe de julgar os nossos irmãos. Porque ninguém, senão o próprio homem usufruirá do que semear; cada um deverá colher o seu sucesso ou o seu fracasso.
Cada um ama ou odeia do seu jeito; sofre ou é feliz do seu jeito. Cada um tem as suas próprias ideias, as suas próprias convicções; cada um vive do seu jeito, tem o seu caminho e o seu aprendizado.
Cada um comemora ou lamenta as suas decisões; festeja os rumos que escolheu, ou amarga o seu arrependimento. Mas, por assim ser, devemos respeitar as escolhas dos nossos irmãos.
Este é o caminho da tolerância; e é dela que nascem a compreensão e a paz. Porque a paz não existirá entre os homens, enquanto cada um insistir em aferrar-se a suas ideias e seus desejos.
Aprendamos a respeitar os nossos irmãos. Porque, quando o conseguirmos, saberemos respeitar os seus pensamentos e as suas vontades; ainda que nem sempre concordemos com eles.
Caminhamos juntos. Mas, embora o destino seja o mesmo, de cada um dependem a escolha do caminho e o tempo que gastará em percorrê-lo. É ao final da jornada, que todos nos encontraremos.
No Coração do Universo.

Música:
 http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/richardclayderman_myway.mid

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