A CANÇÃO DO PREGADOR
Não é no pó que se acumula nas minhas sandálias, que encontrarei as lembranças dos caminhos que já percorri; mas nos sentimentos de que pude desfrutar, durante as minhas viagens.
Como não é nas minhas palavras, que encontrarei as verdades que busco; apenas poderei encontrá-las nas dúvidas dos meus irmãos. Pois a resposta não começa a nascer, antes que a pergunta seja formulada.
Assim como o perigo das tempestades não está no estrondo assustador do trovão, mas na beleza ofuscante dos raios, também não é nas realidades do mundo que encontraremos as causas da nossa felicidade, ou do nosso sofrimento; elas estão nos nossos sentimentos, no mais íntimo de nós.
Entretanto, como o condenado não pode deixar a própria cela, também o homem não consegue abandonar os limites que o corpo e a sociedade lhe impõem; e assim torna-se prisioneiro do medo, da insegurança e das frustrações, ao afastar-se da sabedoria do Universo, que vive na voz do seu verdadeiro Eu.
Procura o homem entorpecer-se com os apelos do mundo. É nos valores da sociedade, que busca os parâmetros para medir aos outros e a si mesmo. E, ao fazê-lo, é como a mariposa ingênua, que se deixa atrair pelo brilho fatal da lâmpada enganosa.
Enquanto assim for, devo falar aos meus irmãos. E cada um que ouça as minhas palavras e nelas encontre o ponto de partida para as suas verdades, será para mim como a missão cumprida. Pois o semeador, ao lançar milhões de grãos sobre a terra, sabe que nem todos eles frutificarão; e nem por isso despreza o valor do seu trabalho, ou a alegria da colheita.
E não me move a esperança da sua gratidão, nem o desejo das glórias terrenas. A cada dia, mais velho me sinto; de nada me valeria acumular novas bagagens, às vésperas da grande viagem, onde só a experiência podemos levar.
Tampouco, possuo a presunção de ensinar. Na verdade, o que me move é o desejo de aprender; e como compreender a Vida, se eu me fechar em mim mesmo e não compartilhar as dúvidas e a sabedoria dos meus irmãos? Pode uma única página possuir todo o conhecimento que habita em um livro? Ou uma única flor exibir todo o colorido de um vasto jardim?
E, assim como devo lavar as minhas vestes, para que a poeira do caminho não ofenda os sentidos dos que me cercam, devo também abrir a minha mente, para que possa aceitar as idéias alheias e nelas descobrir novas verdades. Pois aquele que se julga completo é como uma esponja que, encharcada de presunção, nada mais consegue absorver.
Por isto, apenas desejo que o meu coração esteja pronto a ouvir os meus irmãos e compreender os seus sentimentos; e, acima de tudo, que a Voz do Universo possa exprimir-se por minhas palavras e orientar-nos na caminhada, que se renova em todos os dias.
A busca do nosso verdadeiro Eu.
Como não é nas minhas palavras, que encontrarei as verdades que busco; apenas poderei encontrá-las nas dúvidas dos meus irmãos. Pois a resposta não começa a nascer, antes que a pergunta seja formulada.
Assim como o perigo das tempestades não está no estrondo assustador do trovão, mas na beleza ofuscante dos raios, também não é nas realidades do mundo que encontraremos as causas da nossa felicidade, ou do nosso sofrimento; elas estão nos nossos sentimentos, no mais íntimo de nós.
Entretanto, como o condenado não pode deixar a própria cela, também o homem não consegue abandonar os limites que o corpo e a sociedade lhe impõem; e assim torna-se prisioneiro do medo, da insegurança e das frustrações, ao afastar-se da sabedoria do Universo, que vive na voz do seu verdadeiro Eu.
Procura o homem entorpecer-se com os apelos do mundo. É nos valores da sociedade, que busca os parâmetros para medir aos outros e a si mesmo. E, ao fazê-lo, é como a mariposa ingênua, que se deixa atrair pelo brilho fatal da lâmpada enganosa.
Enquanto assim for, devo falar aos meus irmãos. E cada um que ouça as minhas palavras e nelas encontre o ponto de partida para as suas verdades, será para mim como a missão cumprida. Pois o semeador, ao lançar milhões de grãos sobre a terra, sabe que nem todos eles frutificarão; e nem por isso despreza o valor do seu trabalho, ou a alegria da colheita.
E não me move a esperança da sua gratidão, nem o desejo das glórias terrenas. A cada dia, mais velho me sinto; de nada me valeria acumular novas bagagens, às vésperas da grande viagem, onde só a experiência podemos levar.
Tampouco, possuo a presunção de ensinar. Na verdade, o que me move é o desejo de aprender; e como compreender a Vida, se eu me fechar em mim mesmo e não compartilhar as dúvidas e a sabedoria dos meus irmãos? Pode uma única página possuir todo o conhecimento que habita em um livro? Ou uma única flor exibir todo o colorido de um vasto jardim?
E, assim como devo lavar as minhas vestes, para que a poeira do caminho não ofenda os sentidos dos que me cercam, devo também abrir a minha mente, para que possa aceitar as idéias alheias e nelas descobrir novas verdades. Pois aquele que se julga completo é como uma esponja que, encharcada de presunção, nada mais consegue absorver.
Por isto, apenas desejo que o meu coração esteja pronto a ouvir os meus irmãos e compreender os seus sentimentos; e, acima de tudo, que a Voz do Universo possa exprimir-se por minhas palavras e orientar-nos na caminhada, que se renova em todos os dias.
A busca do nosso verdadeiro Eu.
Da amiga São recebi esta bela rosa, que agradeço de coração,
e a licença para ofertá-la a todos vocês, que com a sua presença adornam o nosso oásis.
Obrigado, pela valiosa flor da nossa amizade!