A CANCÃO DA GRATIDÃO
Como me seria possível duvidar do Universo?
Perante a força do oceano, a grandiosidade da montanha, a beleza singela da flor e a inocência encantadora da criança, como não acreditar na Força Maior, que nos traz a existência?
E o que são os meus desejos contrariados, diante das bênçãos que a cada dia encontro em meu caminho? Porque me visitaria a revolta, quando vive em mim a gratidão?
Sou grato pela luz dourada do amanhecer, que varre do mundo a escuridão e acaricia os meus olhos com a luz de um novo dia. Mas também ao anoitecer, que me traz o merecido repouso.
Sou grato à chuva benfazeja, que ensopa a terra, faz crescer as plantas e alimenta o curso dos rios. E ao sol, que enxuga as minhas roupas molhadas e aquece o meu corpo, após a friagem da noite.
Sou grato pelo alimento, que me sustenta a cada dia. E pelo trabalho, que me permite ser digno de prover às necessidades da vida, com o suor de meu rosto e a honestidade de minha conduta.
Sou grato pelas roupas que visto, e pelo teto que me abriga. Por todas as dificuldades que já superei e pelas que ainda surgirão em meu caminho, para ensinar-me o valor da perseverança.
Sou grato pelos meus amigos, cujo carinho me sustenta e é tão importante ao meu coração. Sem eles, muitas vezes me faltaria a coragem para prosseguir a cotidiana jornada.
Sou grato pelos meus amores, que fazem valer a Vida e renovam as forças de minha alma. Que embalam os meus sonhos e me trazem as mais sinceras e intensas emoções.
Sou grato pelas esperanças, que me fazem seguir em frente; e pelas desilusões, que mantêm o meu senso de realidade e não me deixam esquecer as limitações da condição humana.
Sou grato pelo riso e pelo pranto, que em meu coração fertilizam as sementes do aprendizado. Pela saúde e pelas doenças, que me ensinam a respeitar o corpo e a mente que me servem.
Sou grato pelos meus acertos, testemunhas de quanto me esforço para seguir os melhores caminhos. Mas também por meus erros, que me mostram quanto ainda me resta a aprender.
Sou grato pela Vida. Pela dádiva suprema de existir, de pensar e sentir. Pelo dom de sorrir e chorar, pelo direito de a cada dia escolher os novos rumos para a minha própria jornada.
Sou grato ao Infinito, cuja essência encontro em mim mesmo e percebo em tudo que me rodeia. Obrigado, Pai, por permitir que eu Vos possa sentir em cada sopro de vento que percorre o mundo.