O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

COISAS QUE PRECISAMOS APRENDER


Devemos aproveitar, ao máximo, o tempo que temos. 
            
Não precisamos dizer tudo que pensamos; mas, certamente, devemos pensar bem em tudo que dizemos. E aprender a dar valor às coisas não pelo preço que têm, mas sim pelo que significam. 

Decerto, precisamos sonhar mais; mas, talvez, não precisemos dormir tanto. Em cada minuto com os olhos fechados, perdemos sessenta segundos de luz; de enxergar ao nosso redor.
            
Em todos os momentos da nossa vida, devemos vestir-nos de maneira simples. Devemos deitar-nos ao abraço do sol, deixando a descoberto não só nosso corpo, mas também nossa alma.
           
Precisamos saber que estamos enganados, ao pensar que deixamos de nos apaixonar quando envelhecemos; porque, na verdade, envelhecemos quando deixamos de nos apaixonar! 
          
A uma criança, devemos dar asas; mas deixemos que ela aprenda a voar sozinha. Aos velhos, devemos ensinar que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
     
Muitas são as coisas que aprendemos, todos os dias.  E eu aprendi que todo mundo quer viver no topo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
          
Aprendi que um recém-nascido, ao apertar pela primeira vez o dedo de seu pai, o prende para sempre. E que um homem só deve olhar outro de cima para baixo, enquanto o ajuda a levantar-se. 
          
É curto, o nosso tempo; por isto, é preciso que o aproveitemos. É preciso que sempre digamos o que sentimos e façamos o que pensamos, antes que nos surpreenda a Grande Viagem. 
     
Se eu soubesse que hoje seria a última vez em que posso ver aqueles que amo, os abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião de suas almas, pela Eternidade.
           
A cada um daqueles que amo, eu beijaria com ternura e diria muitas vezes “te quero”, dando voz ao meu coração e abandonando a tola presunção de que eles já saibam do meu amor.

Enquanto ainda há um amanhã, a vida nos dá outra oportunidade para fazer bem as coisas; mas, se o hoje é tudo que me resta,  eu gostaria de falar do meu amor a todos que amo.
                
Hoje pode ser a última vez em que vemos alguém que amamos. E, se o amanhã nunca chegar, lamentaremos o dia em que não tivemos tempo para um sorriso, um abraço, um beijo.
                      
Devemos manter perto de nós aqueles que amamos. Dizer-lhes o quanto precisamos deles, repetir sempre aos seus ouvidos “te amo” e as palavras mais gentis que conhecemos.

Porque ninguém se lembrará de nós por nossos pensamentos secretos. Precisamos de força e sabedoria, para expressá-los e demonstrar a nossos seres queridos o quanto nos importam.

Antes que chegue a Grande Viagem.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_kenny_g_theme_from_dying_young.mid

Este não é original. Fiz a adaptação de um texto que circula nas redes sociais, onde é atribuído a Gabriel Garcia Márquez; não sei se procede, mas achei muito bom! 

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

OS NOSSOS FANTASMAS


Cada um tem os seus próprios arrependimentos.

Carrega os seus próprios medos, as suas inseguranças e as suas culpas; estes são os seus fantasmas. E é até bom que assim seja, porque o impedem de repetir os erros que o assombram.

É preciso cuidado, entretanto. Quando muito pesadas são as correntes que prendem um homem ao passado, muitas vezes o impedem de viver o presente e construir um novo futuro.

Esta é uma das lições que a vida me ensinou; e não foi sem dificuldades, que a aprendi. Em muitas ocasiões, por lamentar a chuva que caiu na véspera, deixei de ver o sol brilhando sobre o mundo.

A verdade é que mais nos ocupamos de chorar o que não temos, do que de alegrar-nos por tudo que conquistamos; mais lamentamos o peixe que escapou, do que comemoramos o que pegamos.

E assim acontece, também, com as decisões que ontem tomamos. Deploramos os espinhos que nos trouxeram, esquecidos de que elas são igualmente responsáveis pelas rosas que colhemos.

Não há, portanto, razão para permitirmos que arrependimentos e culpas nos sufoquem. É necessário que o lavrador derrame o seu suor e caleje as suas mãos, enquanto se desenvolve a lavoura.
Aceitemos a simples verdade de que foram os nossos próprios passos que nos trouxeram até onde estamos. Foram os nossos erros e os nossos acertos, que nos transformaram no que hoje somos.
Não devemos lamentar as nossas decisões do passado. Até porque já não podemos mudá-las; e, se o pudéssemos fazer, isso representaria o fim da vida que conhecemos e de tudo que temos.
Acostumemo-nos a aceitar o que fizemos. Como o sol e a chuva fazem germinar a planta, são os erros e os acertos que formam o nosso aprendizado e nos conduzem ao Conhecimento.
Encaremos de frente os nossos fantasmas. E quando nos buscarem, nas horas difíceis, os arrependimentos por atitudes do passado, tenhamos presente que foram elas que nos trouxeram aqui.
Não é sensato aquele que sofre por coisas que não pode mudar; nem o homem que se prende ao ontem, quando pode aproveitar o hoje para construir um novo e colorido amanhã.
Ninguém caminha sobre a terra, que não tenha cometido um erro durante a jornada; e mais sábio do que lamentar os erros é aprender com eles, de forma a não voltar a cometê-los no futuro.
Deixemos para trás os nossos fantasmas; eles não nos assombrarão, a menos que os acolhamos em nossas lembranças e os conservemos a nosso lado. É hora de esquecer o passado.
Porque vivemos no presente e precisamos construir o futuro.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/ernestocortazar-sol_itude(concerto)-(ernestocortazar)-sm.mid

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

DESERTOS E OÁSIS


Há momentos em que nos sentimos exaustos.
Em que só a própria pessoa sabe o quanto lhe custa dar o próximo passo; em que a vida nos parece vazia e sem sentido, e o cansaço nos traz a tentação de suspender a caminhada.
Há momentos em que a noite parece eterna; em que a coragem nos abandona e nenhuma solução enxergamos para os nossos problemas. Em que nos falta a força de seguir em frente.
Há momentos em que a própria autoestima se esvai de nós; em que nos julgamos piores do que somos. Em que julgamos enormes os nossos defeitos e pequenas as nossas qualidades.
Entretanto, é preciso prosseguir. É necessário tirar forças da fraqueza, forçar um sorriso que esconda o pranto; disfarçar o nosso cansaço, para amparar as pessoas que dependem de nós.
É preciso fingir que não há um oceano à nossa frente, uma montanha em nosso caminho. Mostrar confiança e alegria; dar da nossa água a quem amamos, apesar da nossa própria sede.
É então, que precisamos sentar um pouco. Porque nada é mais difícil do que fingir para si mesmo; do que ignorar os obstáculos e dizer que está tudo bem, quando sabemos que não.
É então, que mais precisamos de um abraço; que muito necessitamos de palavras de conforto e incentivo. É quando precisamos perceber que alguém nos admira e acredita em nós.
É então, que precisamos de um oásis. De uma sombra, que nos permita repousar por um instante; de água cristalina e fresca, que refresque o nosso rosto suado e mitigue a nossa sede.
Precisamos de palavras que nos afaguem a alma, como o vento fresco do oásis acaricia os cabelos do viajante; que soem, aos nossos ouvidos, como a brisa que canta nas folhas das palmeiras.
Porque ninguém é feito de ferro; e o maior cansaço não está em nós, mas em nossas almas. São elas que precisam de apoio, de motivação para continuar, de razões para seguir.
Isolados, somos fracos. Embora a essência do Universo resida em nosso verdadeiro Eu, ninguém consegue caminhar só, por todo o tempo. Precisamos daqueles que caminham conosco.
Um toque, um abraço, uma palavra, podem fazer a diferença. Um sorriso pode vencer as lágrimas, uma carícia pode afugentar a solidão, uma frase de confiança pode afastar o desânimo.
Todos atravessamos desertos; e todos somos oásis. Assim como apoiamos aqueles que amamos, nos seus momentos difíceis, é neles que encontramos alento, quando nos faltam as forças.
E juntos seguimos em frente.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_roger_willians_all_i_ask_of_you.mid

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A VIDA E O TEMPO


Sim; é preciso manter os olhos no futuro.
Conservando na memória, porém, as lembranças do passado. Porque as alegrias que vivemos são os nossos motivos para seguir em frente; e as tristezas nos ensinam a não repetir erros.
E vivendo no presente. Porque de nada adianta sonhar com a colheita de amanhã, se hoje não semearmos a terra; é preciso viver cada hoje, pois só no tempo certo viveremos o amanhã.
Nada colheremos no futuro, senão o que plantarmos no presente. E precisamos aprender com cada seara, para que da próxima vez possamos ter uma colheita melhor e mais abundante.
Como o lavrador aprende a reconhecer a terra mais produtiva, as melhores sementes e o tempo mais indicado para a semeadura, precisamos aprender a viver, se queremos uma vida melhor.
Precisamos saber o que plantar, onde plantar e quando plantar. Porque somos todos lavradores e nada fazemos, durante cada jornada, senão espalhar as sementes do que colheremos.     
Esta é a ironia da vida: embora não possamos viver senão no hoje, necessitamos recordar o ontem e ter esperança no amanhã. Viver o presente, recordar o passado e acreditar no futuro.
Porque estamos mergulhados no tempo, como o peixe no oceano. E muitas vezes, como ao peixe acontece, somos atraídos pela isca cintilante, sem perceber o anzol que ela esconde.
Muitos são os perigos que se ocultam, em cada novo dia; e muitas as oportunidades que encontramos, ao longo da jornada. É preciso reconhecer uns e outros, para fazer a melhor escolha.
Pois não é sensato aquele que se nega a viver, por medo dos perigos; nem tampouco o que se lança de cabeça, sem refletir, como a mariposa se deixa atrair pelo brilho mortal da chama.
Busquemos a sabedoria dos meios, abandonando a insensatez dos extremos. E avaliemos os riscos de cada atitude a ser tomada, sem permitir que o medo nos roube o prazer de viver.
Pois o que chamamos de vida, enquanto aqui caminhamos, nada é senão a oportunidade de aprender os melhores caminhos para o Coração do Universo; este será o nosso destino final.
E não é com tristeza que devemos seguir neste aprendizado, mas com alegria. Porque não é feliz o coração do Pai, quando as lágrimas rolam pelos olhos do filho amado, fruto da Sua essência.
Façamos tão feliz quanto pudermos, o nosso aprendizado. Porque os nossos risos são como o som de cristais tilintando, e as nossas lágrimas como sons destoantes, na sinfonia da Vida.
Que se repete pela Eternidade, no Coração do Universo. 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/fausto_papetti_ebb_tide.mid

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O DIA DA SAUDADE



Por que falar em “Dia de Finados”?

A verdade é que ninguém se finda, enquanto a sua memória persiste em alguém. E os seres amados continuam ao nosso lado, nas boas lembranças dos momentos que vivemos juntos
.
O nosso verdadeiro Eu é imortal e passeia nos Jardins da Eternidade, junto ao Coração do Universo. O que chamamos “morte”, é apenas a troca do traje que foi usado em uma jornada.

E ninguém sofre por um traje desgastado pelo tempo; guarda, sim, as recordações dos bons momentos que viveu, enquanto lhe coube usá-lo. Um dia, todos precisamos de um novo traje.

Choremos, sim; é o pranto que alivia todas as dores que sentimos. E é o nosso egoísmo que nos faz sofrer, quando nos martiriza a falta de um ser amado, que desejaríamos ter conosco.

Cuidemos, entretanto, para que sejam de saudade as nossas lágrimas. Porque a saudade não é a ausência de alguém querido, mas a sua presença em nós, quando não está ao nosso lado.

E, por isto, a saudade não é apenas a dor; mas a sua própria cura. Porque as mesmas lembranças que nos magoam, nos consolam; a falta que alguém nos faz, o traz de volta em nós.

Triste não é chorar de saudade; triste, seria nunca termos conhecido uma pessoa que a fizesse nascer. Não devemos lamentar a saudade, mas abençoar os sentimentos que a geraram.

Porque a saudade não nasce de si mesma; seu pai é o amor, e sua mãe é a lembrança. E não deve causar frustração, mas paz; não deve trazer solidão, mas a sensação de companhia.

Feliz, portanto, daquele que sente saudade. É alguém que viveu, que compartilhou, que caminhou junto, que foi feliz. É alguém que não desperdiçou a sua vida, que é capaz de amar.

A saudade não nos deve envergonhar, mas orgulhar; não deve nos fazer sofrer, mas consolar-nos. Não nos percamos na tristeza da separação, mas confiemos na alegria do reencontro.
         
A doce fragrância das flores persiste em nossa lembrança, mesmo depois que deixamos o jardim; e a música suave se eterniza em nossas memórias, ainda depois que soou o último acorde.

Assim é. E por que aqueles que amamos não poderiam continuar conosco, depois do embarque na Grande Viagem? As estrelas brilham juntas, no céu noturno, apesar da distância que as separa.

Recordemos, hoje, aqueles que já não estão conosco. Mas não é com tristeza que os devemos homenagear, e sim com alegria; não sintamos a sua ausência, mas a sua presença.

Que hoje não seja “Dia de Finados”.

Seja o dia da nossa saudade.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/adagio.mid

Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Clicky