O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A GRAÇA DE VIVER



Queixai-vos de que a vida vos absorve.
De que os afazeres diários vos sufocam e nenhum tempo vos sobra, para que o possais utilizar como desejaríeis; que sois escravos das vossas obrigações e dos vossos compromissos.
Queixai-vos de que o vosso tempo não vos pertence; de que o dia e a noite são pouco, para que possais viver realmente a vida. Julgai-vos infelizes, prisioneiros da rotina e dos deveres.
Sabei, entretanto, que isto não acontece; que a Vida nada vos exige e também a nada vos obriga. A Vida nada vos pede; apenas vos oferece a oportunidade de viverdes e serdes felizes.
Deveis, sim, ganhar o vosso pão com o suor do vosso rosto. Assim está escrito; e o trabalho honesto e produtivo faz parte do vosso aprendizado e da vossa jornada sobre a Terra.
Observai, contudo, que cada ser tem um papel a desempenhar na Natureza. E a cada um é dado todo o tempo de que necessita para cumprir esse papel, sem prejuízo dos prazeres da Vida.
Vede: o lagarto, o pássaro e todos os animais precisam encontrar alimento e água, para sobreviver. Entretanto, sempre lhes sobra o tempo para aquecer-se ao sol, e desfrutar do lazer.
Assim, também, deveria acontecer convosco. Porque, se apenas buscásseis prover às vossas necessidades, decerto vos sobraria tempo para viver; e a vida seria melhor para todos vós.
Não é assim que fazeis, porém. Entregai-vos à ambição de possuir e desejais sempre mais; para cada desejo que satisfazeis, muitos outros anseios surgem e ocupam os vossos pensamentos.
Afastai de vós essa compulsão de querer sempre mais. Embora vos pertença a Eternidade, é limitado o tempo de cada uma das vossas jornadas; não podeis saber o instante em que vos ireis.
E, quando vos fordes, nada mais tereis; os bens que agora julgais possuir, ficarão para trás. Nus e sem posses, iniciareis a próxima jornada; nada levareis, senão o que está em vosso verdadeiro Eu.  
De que, então, vos terá valido todo o esforço feito para enriquecer? Não teria sido muito mais sensato que vos dedicásseis mais intensamente a viver, para aprender mais sobre a Vida?
Abandonai essa falsa impressão de que o vosso valor é medido pelas posses que conquistais. Os grandes conquistadores passam, mas os mestres continuam vivos no que vos legaram. 
Abandonai esse falso conceito de Vida. Viver não é amealhar bens; é sentir plenamente a Vida. Não é poder comprar tudo que se deseja, mas saber desfrutar do que se tem e saber ser feliz.
São as vossas ambições que vos escravizam.

A Vida vos concede a graça de viver.


Música:
 http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/anamelo_katiemelua_evacassidy_what_a_wonderful_world.mid


Vejam (e ouçam) este vídeo; vale a pena! https://youtu.be/F0kQmHIChpo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A FELICIDADE


Buscamos a felicidade.
Este é o maior objetivo de todos os homens que caminham sobre a terra. Ninguém existe que, perguntado sobre o que mais deseja, não responda simplesmente: ser feliz.
Entretanto, a felicidade não é um local onde se possa chegar; é um estado de espírito, que se necessita atingir. E, assim sendo, não é fora de nós que a conseguiremos encontrar.
Não é em acumular muitos bens, que encontraremos a felicidade; mas em contentar-nos com o que temos. Como não é no número de amores, mas na intensidade do sentimento.
A felicidade não está no poder, mas na realização pessoal; não depende da admiração de todos, mas da consciência tranquila; não se encontra no ter, mas na capacidade de fazer. 
O importante não é a beleza de nossas roupas, mas o conforto que nos trazem; não é o luxo de nossa casa, mas como nos sentimos sob o teto. Não é estar vivo, mas sentir a vida.
O importante não é a conquista, mas a alegria que nos traz; não é a criança, mas o carinho com que a tomamos ao colo; não é o orgasmo, mas a sensação de plenitude que o segue.
O importante não é o seio, mas a dedicação com que a mãe o oferece ao filho pequenino; não são as asas do pássaro, mas a beleza e a liberdade do seu voo, no céu do crepúsculo.
Porque a felicidade não está nas coisas, mas nos sentimentos; está na completude do amor e no encanto amargo e doce da saudade; no choro da partida e no sorriso da volta.
A felicidade, como o amor e a solidão, não caminha adiante, nem atrás de nós. As emoções estão, todo o tempo, ao nosso lado; mas só às vezes, sentimos a sua presença.
Porque nos acostumamos a ensurdecer os nossos ouvidos com os ruídos do mundo; poucos são os momentos em que nos detemos para ouvir a voz do nosso verdadeiro Eu.
E é só através dela, que escutamos a canção do Universo; a melodia da Vida, onde vibram as notas da sinfonia infinita, que vem de antes do início dos tempos e ecoa na Eternidade.
Aprendamos a ouvir a nossa alma, e ouviremos as canções do vento nas folhas das palmeiras; ouviremos a Vida pulsando no bater dos nossos corações, no silêncio da noite.
Aprendamos a ouvir a nossa alma, e ela nos ensinará o que precisamos saber; mostrará os caminhos que precisamos seguir, para encontrar aquilo que mais buscamos: a felicidade.
Que está dentro de nós. 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_richard_clayderman_emocoes.mid

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

BALADA DA PACIÊNCIA


Plantai as sementes da paciência, em vossa alma.

E cultivai-as, dia após dia, para que lancem raízes profundas e se desenvolvam em vós. Se for necessário, regai-as com as vossas lágrimas e permiti que se nutram dos vossos desenganos.

Pois, não vos enganeis, elas voltarão a brotar, quando retornarem as vossas esperanças. Nada acontece antes do tempo certo, e a paciência é uma das virtudes de que mais necessitais.

Mais do que virtude, é um dos vossos aprendizados mais necessários. Aquele que tem paciência, sabe aguardar que o vento pare de soprar; ou que o calor do dia ceda ao frescor da noite.

É preciso ter paciência, para aguardar a ocasião adequada ao plantio; para atravessar o período da lavoura e saber o tempo certo da colheita. É preciso ter paciência, para colher o melhor.

A paciência é tão importante como o trabalho, para realizar os vossos sonhos. Pois de nada adianta lutar para atravessar o rio, enquanto a tempestade torna mais caudalosas as suas águas.

Aguardai que a chuva cesse, e mais fácil e mais segura se tornará a travessia. Aguardai que o sol lance os seus raios de calor sobre a terra, e não vos será necessário caminhar na lama.

Amadurecer é, acima de tudo, desenvolver a paciência. É saber que cada ação tem um momento adequado para ser realizada; que um gesto inoportuno é um caminho para o fracasso.

Se desejais a rosa, necessitais da paciência para esperar que se abra o botão. Mas não vos agasteis com o tempo da espera; aproveitai-o, sim, para desfrutar do seu perfume e da sua beleza.

E, quando semeardes o trigo, não vos preocupeis em saber até quando tereis que esperar pela colheita. Aproveitai o vosso tempo para admirar o mar de ouro, quando o vento agita o trigal.

Sede pacientes; esta, muitas vezes, é a receita para atingirdes o sucesso. No amor, no trabalho, em todos os campos da vida, a paciência é a vossa melhor companhia, nos tempos difíceis.

Guardai-vos, porém, de confundir a paciência com a acomodação. O paciente é o homem sensato, que se prepara e espera o momento certo; o acomodado é aquele que desiste e aceita.

O Universo tem as suas próprias leis, que não estão sujeitas aos vossos caprichos. Não é sábio o homem que deseja ver estrelas durante o dia; nem aquele que busca o sol durante a noite.

Plantai, portanto, as sementes da paciência em vossa alma. E não vos descuideis de cultivá-las, todos os dias; deixai que a paciência se transforme em parte do vosso verdadeiro Eu.  

Assim, mais fáceis se tornarão os vossos caminhos. 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/emiliepandolfi_ebbtide.mid

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

A LUZ DA VIDA


A vida é o nosso bem mais precioso.

Sem ela, nada do que conhecemos teria qualquer valor para nós. Imaginemos a morte e veremos que desaparecem os nossos desejos, as nossas lutas, as nossas alegrias e frustrações.

Sim; a morte é o fim de tudo que podemos desejar, temer ou buscar nesta Terra. A morte é o fim das nossas paixões, das nossas preocupações e das nossas mágoas; das nossas esperanças.

A morte é o fim da nossa jornada sobre o mundo. Como o viajante que se desfaz da sua bagagem, aqui deixaremos os bens que amealhamos e todas as posses que conseguimos juntar.

E aqui deixaremos, também, as emoções que despertamos nas pessoas. Amor ou ódio, carinho ou indiferença, amizade ou antipatia. Sentirão saudades ou alívio, porque nos fomos.

Tenhamos presente esta verdade: não somos donos de nada, ou de ninguém. Nem o nosso corpo nos pertence, porque ao solo o devolveremos; nada temos, senão o nosso verdadeiro Eu.

Sim; a vida é o nosso bem mais precioso; e é também o mais frágil e o mais delicado, porque não sabemos quando o perderemos. Cuidemos dele, valorizando cada minuto que temos.

Porque a vida é como a chama de uma vela, que tudo ilumina ao seu redor e nos permite enxergar o que nos cerca. Mas, de repente, se irá apagar; e nada poderemos fazer para evitá-lo.

Tratemos, portanto, a nossa vida como um belo dia de sol. Desfrutemos de cada um de seus momentos: do alvorecer luminoso ao crepúsculo, que nos traz a melancolia e o descanso.

Não nos deixemos abater pelo desânimo, nem vencer pelas preocupações que nos traga a jornada. Lembremo-nos de que caminhamos para a morte e o importante é viver do melhor jeito.

Por mais difícil que seja, necessitamos conscientizar-vos de que nenhum de nós viverá para sempre. Diante desta verdade, de nada valem as nossas vaidades, ou o nosso orgulho.

Pois um dia, sem dúvida, nos iremos. E o homem sensato não é o que trabalha desenfreadamente, para aumentar o seu jardim, mas aquele que desfruta das flores que plantou.

Nem é aquele que conta e reconta sempre, com avidez e ganância, as suas moedas; mas o que as gasta sabiamente, provendo o conforto e o sustento para si e para aqueles que ama.

A vida é o nosso bem mais precioso. Saibamos dispor dele, aproveitando cada instante de cada dia que nos couber; assim, quando a chama se apagar, não nos perderemos na escuridão.

A luz da Vida iluminará o nosso caminho, nos jardins da Eternidade.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/jaimevillalba-nocturne.mid


Em memória das vítimas da tragédia em Minas Gerais. 

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