ACABA ASSIM
Como o sol, que
mergulha no horizonte distante e deixa a terra entregue à escuridão da noite.
Ou como a flor, que tomba do galho e fenece sobre o solo, até misturar-se a
ele.
Como a canção, que se extingue na última nota; como o suspiro de prazer, que se perde na penumbra cúmplice da alcova; ou como a fragrância delicada, que se desvanece no ar.
Acaba assim. Sem trombetas ou clarins, sem rojões ou foguetes; sem o repicar de sinos, sem que se detenha o tempo. Apenas acaba, em um dia comum, igual a todos os outros.
Acaba assim. E necessitareis prosseguir, na penumbra, na solidão e no silêncio do palco vazio, enquanto em vossa alma persistem em sobreviver os gritos do passado insepulto.
Até o dia em que tudo irá mudar. Voltarão a acender-se os holofotes e a orquestra reiniciará os seus acordes; retornareis ao palco e a cortina subirá mais uma vez.
Como a canção, que se extingue na última nota; como o suspiro de prazer, que se perde na penumbra cúmplice da alcova; ou como a fragrância delicada, que se desvanece no ar.
Como a onda, que se
quebra mansamente sobre a praia; como o sorriso, que se desmancha quando começa
a nascer a lágrima; como a chama, quando a vela se apaga.
Como o beijo, que se
desfaz quando os lábios se separam; como o enlevo, que se torna enfado
quando os olhos já não se procuram; como a paixão, que morre na saciedade.Acaba assim. Sem trombetas ou clarins, sem rojões ou foguetes; sem o repicar de sinos, sem que se detenha o tempo. Apenas acaba, em um dia comum, igual a todos os outros.
É assim que tudo se
acaba: os sonhos e as esperanças, as desilusões e os desenganos, o amor e os
desencontros, a paixão e o desejo. É assim que se acaba a própria vida.
Um dia, tudo termina.
Mas é preciso seguir em frente; porque é para a Eternidade que
caminha o tempo, e é na mansão do amanhã que reside o vosso verdadeiro Eu.
Do passado, ficam as
lembranças. E é de vós que depende torná-las doces ou amargas, escolhendo as
que guardareis em vossos corações, para acompanhar os vossos dias.
Qualquer que seja a
vossa escolha, entretanto, elas vos servirão de aprendizado. Porque é entre o
sorriso e as lágrimas, que as vossas emoções vos conduzem ao Conhecimento.
No universo, não há o
rufar de tambores quando a cortina desce sobre o palco; apenas o silêncio do
intervalo, enquanto os atores trocam as suas vestes para começar um novo ato.
Acaba assim. E na voragem
do tempo desaparecem os sorrisos e as lágrimas, os amores e os desamores, as juras que fizestes e ouvistes, as ilusões
e os desencantos. Acaba assim. E necessitareis prosseguir, na penumbra, na solidão e no silêncio do palco vazio, enquanto em vossa alma persistem em sobreviver os gritos do passado insepulto.
Até o dia em que tudo irá mudar. Voltarão a acender-se os holofotes e a orquestra reiniciará os seus acordes; retornareis ao palco e a cortina subirá mais uma vez.
Começará um novo ato.