O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A PRESUNÇÃO E A HUMILDADE



 Arredai de vós a presunção.
Buscai, antes, cultivar em vós a modéstia e a humildade. Porque a presunção anda de mãos dadas com a ignorância e, pelos caminhos do engano, a lugar algum vos leva, senão à desilusão.

Não vos julgueis superiores a vossos irmãos. Ninguém é melhor do que ninguém, pois cada um possui habilidades próprias e aquele que suplantais em uma tarefa, em outras decerto vos suplantará.

Não vos julgueis detentores de liderança nata, principalmente ao lidardes com pessoas menos esclarecidas ou de parcos recursos financeiros, que forçosamente vos devem obedecer.
Pois liderar não é exercer comando, nem impor opiniões pessoais; é conduzir, em liberdade e harmonia, para que a soma das ideias seja acatada e indique o melhor caminho para o grupo.

Não vos acrediteis, portanto, melhores do que aqueles que vos cercam. Disponde-vos, antes, a repartir entre eles aquilo que vos sobra; se todos assim agirem, nada a ninguém faltará.
Se sábios vos julgais, compartilhai o vosso conhecimento; se a vossa beleza se sobressai, ensinai aos outros como mais belos se tornarem; se sois ricos, aprendei a dividir com quem precisa.

Porque a sabedoria de nada vale, se não contribuir para um mundo melhor; a beleza se extinguirá com o passar dos anos e a riqueza avaramente guardada é fonte de receios, egoísmo e solidão.
Dividir é a melhor forma de multiplicar, ensina a natureza. Pois os frutos e as flores que caem sobre a terra, em novas plantas se tornam; e a nuvem que em chuva se desfaz, gera outras nuvens.

Orgulhai-vos, sim, do que sois; cada um de vós é uma obra única do Universo e a Sua centelha vive em vossas almas. Amai a vós mesmos; é o primeiro passo para amardes os vossos irmãos.
Porque, eu vos tenho dito, aquele que não ama a si mesmo jamais será capaz de amar a outrem; o amor é como os círculos que na água mansa se formam e se vão expandindo ao seu próprio redor.

Amai-vos. Mas não vos centreis demasiado em vós mesmos, ou não formareis os vossos círculos de amor. Nem vos julgueis superiores, pois ninguém ama alguém que acredite ser-lhe inferior.          
Em verdade, a presunção é a maior das vossas ilusões. E é como a venda que, obstruindo a vossa visão, torna-se perigosa, ao conduzir-vos pela trilha agradável que conduz ao abismo fatal.

Porque vos leva a julgar-vos melhores do que sois; e, embora esta ilusão seja prazerosa ao vosso orgulho, dia virá em que a venda cairá dos vossos olhos, e sofrereis, ao descobrir o vosso engano.
Pois não podeis mentir ao vosso verdadeiro Eu.

Música:

Mais uma obra a quatro mãos; o conceito em destaque, que originou o texto, me foi trazido pelo amigo Manoel Messias, a quem muito agradeço.  

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A FORÇA QUE EXISTE EM VÓS



Acreditai sempre em vós.

Outra maneira não existe, de conseguirdes realizar os vossos sonhos. Porque o homem não edificará a sua casa, se não puder acreditar na solidez dos alicerces que a sustentam.
E ninguém se atreverá a atravessar a ponte sobre o abismo, se duvidar da segurança dos seus pilares; ou alçar voo, sem a certeza de que seus pés voltarão a tocar o solo.

Necessitais confiar em vós, para que possais cruzar os abismos em vossos caminhos. Aquele que acredita em si mesmo, tem mais forças para alcançar os seus objetivos.
Assim eu vos tenho dito. E, se vos debruçardes sobre a história, vereis que os grandes homens foram aqueles que acreditaram na possibilidade de concretizar os seus ideais.
A dúvida é a raiz do medo. E este é o grilhão mais pesado que existe, aquele que mais paralisa os vossos passos; abandonai o medo e mais rápido se tornará o vosso caminhar.

Acreditai em vós. Porque existe, em vosso verdadeiro Eu, uma centelha do Universo; e, se a souberdes despertar, nada será impossível para vós, nem estará além do vosso alcance.

Esta é a verdade: sois muito mais do que julgais. Em cada um de vós existe uma força única, capaz de realizar coisas que parecem impossíveis e voar a alturas inimagináveis.
Acreditai em vós, ainda que as sombras pareçam encobrir os vossos horizontes; porque é certo que a escuridão da noite não resiste ao primeiro raio de sol da manhã que nasce.

Lembrai-vos: muitas foram as noites que atravessastes, em vossas vidas. E, por mais que as suas trevas vos tenham parecido assustadoras, foram-se quando o sol renasceu.
Acreditai em vós. Porque é da brisa que surge o vento capaz de mover moinhos, de um simples beijo que nasce o amor e da pequenina semente que brota a árvore majestosa.

Como a criança não ensaia os primeiros passos senão quando se julga capaz de andar, jamais sabereis o quanto sois capazes de fazer, a menos que confieis em vós mesmos.

Acreditai em vós, porque assim definis os vossos limites. Da vossa vontade, depende o rumo que tomam os vossos olhos; é vosso direito fitá-los na lama escura do caminho.
Ou erguê-los para o límpido azul do céu.
Música:

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

DE PRISÕES E LIBERDADE


Aqui não viemos para sermos livres. Se livres pudéssemos ser, nossa casa seria o Infinito e ilimitados seriam os nossos voos.

Entretanto, a liberdade está em nós. Não onde a buscamos, mas em nosso verdadeiro Eu. Porque é ele que transcende o tempo e o espaço, e nos pode levar aonde quisermos ir.

Assim, não estaremos presos senão quando presos nos sentirmos. E as correntes terão o peso que a elas atribuirmos.

Como não percebemos a prisão do corpo e da gravidade, a nada nos sentiremos obrigados, se tudo fizermos por nossa própria vontade e com amor. Mas, se o fizermos com revolta, pesadas serão as nossas correntes; e o seu peso findará por esmagar-nos.
Livre não é aquele que não tem obrigações, mas o que as cumpre com alegria. Como não é aquele que pode estar em todos os lugares, mas o que de lugar algum necessita.

Livre não é aquele que pode pegar o que quiser, mas o que pode dizer com sinceridade: “-Sou feliz com o que tenho”. Livre não é aquele que satisfaz todas as suas vontades, mas o que não se escraviza aos seus próprios desejos.
Se um homem ama a sua prisão, será livre em sua cela. Pois o que nele existe de mais verdadeiro não estará encerrado entre paredes, mas envolto no amor. E viajará com o vento, ouvindo as mais lindas canções e sentindo os mais doces perfumes.

E aquele que não ama jamais será livre, ainda que todo o mundo lhe pertença. Porque estará encerrado na prisão do seu egoísmo, encarcerado na solidão de sua alma. E o seu Eu não ouvirá as canções da Vida, nem sentirá os seus perfumes.
Estamos demasiadamente presos aos nossos conceitos; e, assim, não somos livres para encontrar as verdades. Porém, é dos nossos erros e acertos, das nossas dores e alegrias, que virá o que seremos; porque ninguém é senão o resultado do que já viveu.

E a ninguém podemos transformar. Como não pode o pai ensinar ao filho tudo aquilo que já sabe.
Continuaremos a desejar a liberdade, enquanto construímos as nossas prisões.

Entretanto, chegará o amanhã. E nele não precisaremos procurar a Liberdade. Ela virá a nós, quando estivermos prontos. E nos falará na voz do mar, e nos sorrirá no brilho das estrelas.
Então, a conheceremos.

Música:
Ainda impossibilitado de escrever, faço mais uma republicação. Espero em breve estar de volta e sugiro que vocês assistam a este vídeo; é lindo!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O EU MAIOR


É do Eu maior, que se originam as nossas verdades. E são estas verdades que nos devem orientar, na busca dos nossos caminhos.

Porém, são outras as necessidades deste mundo. E tanto nelas nos envolvemos, que muitas vezes nos perdemos do nosso Eu maior; como o peixe, absorto na água que o cerca, não percebe o calor do sol.

Todavia, o sol continua a existir; e aquece a água, para que nela o peixe possa viver. E assim é o nosso Eu maior, que continua dentro de nós e nos permite pressentir a Vida, em toda a sua extensão.

É quando nos afastamos do nosso Eu maior, que em nós brota a inquietude. E a ele precisamos retornar, para que mais uma vez possamos ouvir a voz do Universo, que canta eternamente a canção da plenitude e da Paz.
Onde, entretanto, poderemos encontrá-lo, senão dentro de nós? E como o encontraremos, se não conhecermos os nossos próprios caminhos? Pois a verdade é que, na maioria das vezes, o homem desconhece a si mesmo.

É preciso, portanto, que nos conheçamos. Precisamos conhecer os nossos defeitos, para que os possamos corrigir; precisamos saber a fonte dos nossos sofrimentos, para que possamos encontrar o caminho da felicidade.
E precisamos conhecer as nossas virtudes. Porque nada existe, em nós, que não possa ser melhorado; e quanto melhores nos tornarmos, mais capazes seremos de conviver com o nosso Eu maior, e mais clara ouviremos a sua voz em nossos corações.

Esta, porém, é a mais difícil das jornadas. Porque o orgulho nos impede de ver claramente dentro de nós; preferimos julgar-nos melhores do que somos, e isto nos impede de tornar-nos tão bons quanto poderíamos ser.
Assim, não admitimos nossos defeitos; e exageramos as nossas virtudes. Preferimos enganar a nós mesmos, esquecidos que a admissão de um erro é o primeiro passo para a sua correção, e aquele que se orgulha de suas virtudes incorre no defeito da vaidade.

Para conhecer-nos, devemos ensurdecer os nossos ouvidos aos apelos do mundo. Porque ninguém descobrirá o conteúdo de uma caixa, enquanto se detiver a admirar a embalagem que a envolve.

E precisamos procurar a solidão; porque ninguém consegue ouvir a própria voz, enquanto se perde no burburinho das vozes que o cercam. É na solidão, que descobrimos as nossas perguntas; e é na voz do nosso coração, que encontraremos as suas respostas.
Precisamos educar os nossos sentimentos. Porque é deles que surgem as nossas emoções, e é delas que nascem as nossas atitudes. Se as paixões são os ventos que movem o nosso barco, a razão deve ser o leme que determina o nosso rumo.

Assim, não nos devemos entregar aos sentimentos; ou, sem controle, naufragaremos sob a sua força. Como não podemos fingir ignorá-los, ou jamais descobriremos como posicionar o nosso leme.
Aquele que vive apenas em função do que sente, é como o barco que se perde a navegar em círculos e jamais chegará ao seu porto. Entretanto, aquele que vive apenas da razão jamais conhecerá a emoção da viagem, nem sentirá a doce carícia do vento.

Somos partes do Universo; Ele existe em nós, como Nele existimos. A criatura é parte do Criador, e assim tem parte da Sua força. E mesmo a menor parte do Infinito é infinita, em si mesma.
Por isto, cada homem é um mundo à parte. Em cada um de nós, há elevadas montanhas, calmas planícies e profundos desfiladeiros. Em cada homem, podem rugir furacões sem controle; ou perpassar suaves aragens. Em nós, estão o dia das nossas esperanças e a noite das nossas decepções.

Precisamos enfrentar os nossos desertos, para que possamos desfrutar dos nossos oásis; passear por nossas praias e desvendar o mistério de nossos oceanos.
Precisamos conhecer os nossos caminhos, para que possamos encontrar o nosso Eu maior.

Através dele encontraremos o Universo, que vive em nós.

Ainda impossibilitado de escrever, reproduzo texto que publiquei em outro blog, em abril/2007. Saudade, amigos; espero em breve estar de volta.  

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