O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

RECEITA DE PAZ

Fazei da humildade o vosso guia.

Pois é ela que vos conduz pela planície da serenidade, enquanto o orgulho apenas vos levará às montanhas da presunção, onde dolorosas serão as vossas quedas.

Buscai a compreensão, que faz nascer novas idéias.

Porque o homem que se obstina em seus pontos de vista é como alguém que insiste em manter fechadas as janelas da sua casa, quando bastaria abri-las para descobrir uma nova visão do mundo.

Perdoai a quem vos ofende.

A vingança não vos trará a paz, que somente no esquecimento podereis encontrar. Como o fogo que a si mesmo consome, aquele que abriga o ressentimento é a sua primeira vítima, ao envenenar o seu verdadeiro Eu.

Evitai a mentira.

Em verdade, eu vos digo que nenhum castigo pode ser pior que o medo da vergonha. E o mentiroso sacrifica a liberdade de sua alma, que se torna refém da descoberta.

Não vos apegueis aos vossos bens.

Pois, se não os podereis levar na grande viagem, de vossos não os podeis chamar. Cuidai, antes, dos sentimentos; a estes, sim, levareis convosco perante o Universo.

Guardai-vos da inveja.

Porque curto é o tempo de cada passagem sobre a Terra. E, se assim é, não o devereis gastar a esmiuçar a vida alheia; ou pouco vos sobrará, para que possais cuidar da vossa própria vida.

Vigiai os vossos pensamentos.

Neles, reside a origem das vossas atitudes. E, como da raiz depende a firmeza da planta, das vossas idéias dependerá o caminho que em cada jornada havereis de seguir.

Pesai bem as vossas palavras.

Que são como a água da represa, pois já não vos pertencem no instante em que deixam os vossos lábios. E, se a elas podeis controlar, o mesmo não podeis fazer aos seus efeitos.

Cultivai a generosidade.

Porque é preciso que à terra entregueis a semente, para que amanhã possais assentar-vos à sombra da árvore, ou experimentar a delícia do fruto. E assim acontece à Vida, que de si mesma se alimenta.

E se renova eternamente.

UPGRADE EM 06/08.2009 : O DO, do Ramsés_Sec._XXI, está promovendo uma blogagem coletiva para o dia 10 de agosto (segunda-Feira), em protesto contra as atitudes de José Sarney e a crise criada por ele no Senado. Como um pedido do DO é mais do que uma ordem, estaremos participando e desde já estamos divulgando. Para participar, é só ir ao Ramsés. Aproveite e visite
o blog, que é muito bom!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A JORNADA E OS PRECONCEITOS

Afastai de vós os preconceitos.

Pois a ninguém é dado julgar os seus irmãos. E o sábio não emite opiniões sobre as coisas que desconhece.

Abençoai as diferenças entre vós, que formam o mundo tal como o conheceis; como o colorido das plantas cria a beleza do jardim.

Sobre todas elas, o Universo derrama o calor do sol e o refrigério da chuva; não há distinções entre os filhos de Sua essência. E, se assim é, nenhum direito vos assiste de julgar-vos superiores àqueles que o Infinito colocou em vossa estrada.

Juntos, formais a caravana. E ao viajante cabe o dever de estender a mão, para aquele que ao seu lado caminha; é repartindo o pão e a água, que juntos chegareis ao fim da jornada.

Pois, enquanto o pranto de um único homem correr sobre a terra, nem o riso de todos os outros será suficiente para alegrar o coração do Universo. E, como não repousa o pai diligente até que o último filho à casa retorne, não descansará o Infinito, até que reunidos estejam todos os Seus filhos.

Buscai, portanto a união. E, para que possais atingi-la, sabei que, como as terras da vossa propriedade, os vossos direitos terminam onde começam os do vizinho.

Respeitai os direitos dos outros; como respeitais as vossas fronteiras. Pois o homem que não respeita os direitos alheios, não pode esperar que sejam os seus respeitados.

E não vos limiteis a defender os vossos próprios direitos; o abuso que hoje vitima o vosso irmão, amanhã poderá bater à vossa porta. Se juntos estiverdes, com mais forças resistireis.

É no conhecimento, que encontrareis a Paz.

Porque com ele viaja a aceitação. E necessitais aceitar as pessoas como verdadeiramente são; só assim vencereis os vossos preconceitos e afastareis a inquietude, que a todos os momentos ronda o vosso verdadeiro Eu.

Juntos, caminhais. E de vós dependerá o tempo da jornada. Buscai, pois, o calor do entendimento; para que em vossos corações não mais exista o gelo da desconfiança.

E possa florir a primavera da compreensão.


UPGRADE, EM 29/07/2009: Da Keila, recebemos este belo selinho que orna o nosso oásis e peço licença para oferecer a cada um de vocês, que nos alegram com as suas presenças. Obrigado, amiga, de coração. Pelo presente e pela amizade!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A CANÇÃO DO ADEUS

Virá um tempo em que não mais andarei entre vós. Pois é preciso que a crisálida abandone o casulo, para que possa a borboleta abrir as suas asas.

Chegará, assim, o dia da separação. E, desde já, eu peço que não o lamenteis; nem transformeis em lágrimas de saudade a minha lembrança. Lembrai-vos, antes, dos bons momentos que juntos desfrutamos.

Pois não estarei ausente, enquanto em vosso coração existir a recordação das minhas palavras. E estarei convosco, em todos os instantes, nas pequeninas coisas que formam a plenitude do Universo.

Eu estarei no vento, que acaricia os vossos cabelos.

E na voz do mar, que aos vossos ouvidos traz os ecos de terras distantes. E na espuma das ondas que, mesmo efêmera, por um instante torna mais belo o oceano.

O que chamamos vida, nada mais é do que a espuma de uma onda no oceano infinito do tempo. E, entretanto, aquilo que de mais verdadeiro existe em nós viverá pela eternidade.

Eu estarei convosco, em vossas alegrias. E vos pedirei que as desfruteis intensamente; que cada uma delas seja uma canção de agradecimento, elevada ao Infinito pelo vosso verdadeiro Eu.

E estarei convosco, no silêncio da noite, quando vos magoar a solidão e quando vos procurarem as angústias da vida. Para lembrar-vos que o tempo não se detém e logo estarão no passado todas as vossas dores.

Estarei convosco, quando vos sorrir o sucesso. E, embora me alegre o vosso triunfo, hei de lembrar-vos que ninguém existe melhor que os seus irmãos; e a presunção traz apenas a solidão.

E estarei convosco, quando a decepção bater à vossa porta. Para lembrar que em vós existe a centelha do Infinito, que vos torna capazes de operar prodígios e mudar a vossa sorte a cada dia.

Eu estarei nas estrelas, que enfeitam o céu noturno.

E vos farei perceber que, mesmo nas trevas mais densas, o simples tremeluzir de uma luz pode trazer a esperança. Basta o encanto de uma estrela, para vos fazer esquecer a escuridão da noite.

Eu estarei num pequenino raio de sol.

Para vos fazer sentir que a Vida se renova sempre. No pássaro que canta, na rosa que se abre, na criança que sorri; na claridade de um novo dia, que se derrama sobre o mundo.

Pois o aroma suave persiste no ambiente, mesmo depois que se consumiu o incenso; e as notas continuam a vibrar em vossos ouvidos, ainda que se tenha calado a voz da canção.

Guardai em vós a minha lembrança e havereis de sentir a minha presença. E sabei que continuarei a falar-vos, mesmo depois da partida. Pois é de coração que eu vos dou as minhas palavras, e assim podereis ouví-las enquanto o quiserdes.

Na voz do vosso próprio coração.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

DE CHEGADAS E PARTIDAS

Afastai de vossos espíritos o temor da partida.

Pois não é sábio, para o viajante, temer o final da estrada; antes lhe cabe desfrutar da jornada, a cada momento que assim permita o Universo. Porque aquele que teme o futuro envenena o presente.

E não temais a separação de vossos entes queridos.

Porque, assim como o magnetismo faz com que se atraiam o imã e o ferro, também os sentimentos vos mantêm unidos. E toda a vastidão do universo é insuficiente, para afastar duas almas que se amem.

Diante da grande viagem, sois como a criança assustada que tenta devassar a escuridão da noite. E buscais aliar o conforto da fé à força da lógica, para esquecer os vossos temores.

Entretanto, apenas o Conhecimento pode unir a fé e a lógica. E não o atingireis, sem que muitas noites e muitos dias se alternem em vossa estrada; sem que muitas vestes necessite envergar o vosso verdadeiro Eu.

Credes, acaso, que para a morte vos criou o Infinito, quando em toda a natureza a vida incessantemente se renova? Se a chuva volta a ser nuvem, se o sol renasce a cada dia, permitiria o Pai que em nada vos tornasses?

Não. O que chamais de morte é apenas o descanso de que necessitais, após cada caminhada. E é preciso que assim seja, para que possais renovar as vossas forças e escolher os vossos novos caminhos.

Acatai esta verdade, em vossos corações. E nela encontrareis a força de que necessitais, para superar o medo. Pois, embora em cada dia sejam novas as águas do rio, continua ele a percorrer as mesmas paragens.

É assim que é. Porque, se renovado não fosse, em lago se tornaria o rio. E no seu fundo se acumularia o lodo, turvando cada vez mais as suas águas.

Entregai-vos às alegrias da viagem e esquecereis o medo da volta. Buscai viver intensamente cada um de vossos dias; desfrutai da companhia daqueles a quem amais e aproveitai cada momento de felicidade.

E aprendei com as decepções que acaso vos tragam as curvas do caminho. Porque inútil será o percurso, para aquele que nada aprende que o torne melhor; e este é o que mais se angustia, ao fim da jornada.

A Vida é uma só. Cada uma das suas etapas é uma parte do aprendizado de que necessitamos, para que ao Universo nos possamos integrar. Outra forma não existe, para vencer o medo da morte.

É preciso entender a plenitude da Vida.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O AMOR E A SAUDADE

A saudade não é o fim do amor.

É a sua invisível presença. Como a flor continua a viver, no perfume que deixa no ar, e o encanto da canção se prolonga no coração enamorado.

E não é nas lágrimas da privação que a deveis acalentar, mas no sorriso das boas lembranças. Porque é aí que estão as suas raízes, e isto ninguém vos poderá tirar.

Em verdade, sofrimento e felicidade são faces da mesma moeda; nenhum deles encontrareis, que no outro não tenha a sua origem. Ou que o tempo não venha a no outro transformar.

E isto é algo que deveis ter sempre presente. Para que desgraçados não vos julgueis; nem acrediteis que possa durar para sempre a alegria de um momento.

Pois ambos, sofrimento e felicidade, apenas existem em vós. E não poderiam ser eternos, como não o são os vossos sentimentos.

Não podeis evitar a saudade; como não pode o viajante impedir que na estrada se faça a noite. Porém, assim como ele pelas estrelas se orienta, do brilho das boas lembranças podereis fazer surgir a luz sobre o vosso caminho.

É vossa, a escolha; sempre. Para que vossos sejam os méritos e a responsabilidade; e para que mais efetivo se torne o aprendizado. Pois ninguém aprende, senão quando a isto se dispõe.

Cultivai, pois, o vosso amor de hoje; para que mais doce possa ser a saudade de amanhã. Eternizai cada momento e cada sorriso, em vossa memória e em vosso coração.

Guardai, cuidadosamente, as vossas carícias; recolhei, com o cuidado de um peregrino no deserto, cada gota de vosso amor. Como recolheríeis as tâmaras do oásis, para que na viagem solitária vos adoçassem os lábios.

Compartilhai os vossos sonhos. E, quando o fizerdes, neles acreditai com todas as vossas forças. Para que, ainda que por instantes, possam as vossas almas encontrar-se na mansão do amanhã.

Olhai com os olhos da alma, e cada vez mais bela se tornará a pessoa amada; aprendei a ouvir com o coração, e as suas palavras serão como as mais belas melodias.

E, quando vos visitar o silêncio, desfrutareis a sensação de companhia. Porque é doce o silêncio de quando nada é preciso dizer; amarga é a certeza de que nada resta a dizer.

Amai, enfim. E que não vos inquiete a incerteza do futuro, para que na ansiedade não se perca o encanto do presente.

Pois, ainda que não dure para sempre, o amor constrói o seu próprio tempo. E, se assim fizerdes, não encontrareis na saudade o amargor da solidão; nem a revolta da frustração.

Mais leve se tornará a tristeza da perda, entre as lembranças das passadas alegrias. E, para vós, a saudade não será um agressivo deserto, cortado pelo vento gelado da solidão.

Será, sim, um sítio sossegado e acolhedor, onde podereis chorar mansamente as vossas lágrimas, ao recordar com ternura os vossos sorrisos.

No aconchego suave do amor.

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