O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 27 de março de 2020

ONTENS, HOJES E AMANHÃS


Sempre haverá um amanhã.

E, nele, o hoje de agora será apenas o ontem. E se juntará a todos os ontens que já existiram em nossas vidas; que já foram os nossos hojes e se dissolveram no tempo, quando chegaram os amanhãs.

Isto não quer dizer que apenas o amanhã importa; seria absurdo pensar assim, até porque é só no hoje, que vivemos. Mas, muitas vezes, eu vos tenho dito que do nosso hoje depende o nosso amanhã.

Assim é. Como da terra que o agricultor lavra e das sementes que planta depende a colheita que virá a ter, é também das nossas ideias e ações de hoje, que depende onde e como estaremos amanhã.

Que isso não nos intranquilize, porém. Porque nada pode ser mais reconfortante, do que saber que sempre existirá um amanhã; por mais longa e difícil que seja a noite, ela passará. E virá um novo dia.

Saibamos, portanto, contar as estrelas do céu, durante a noite; porque o seu brilho nos dará forças para seguir e alimentará os nossos sonhos, enquanto aguardamos que o sol traga de volta a luz e o calor.

É assim que transcorre a nossa vida: entre a noite e o dia; entre os ontens, os hojes e os amanhãs. Mas, enquanto o dia nos aquece e ilumina a nossa estrada, necessitamos lembrar que a noite voltará.

Para que ela jamais nos pegue de surpresa; e não traga o medo às nossas almas. Porque não é o medo que protege o viajante; mas os cuidados que ele adota, precavendo-se contra os perigos do caminho.

Cada um de nós é como um navegante, em uma longa viagem, que não pode prever as condições do tempo que durante ela encontrará; mas sabe que borrascas e calmarias virão, passarão e tornarão a vir.

Aceitemos as noites, pois a elas se seguirão novos dias; e aceitemos também as borrascas, pois depois delas virão as calmarias. Aproveitemos, porém, o tempo de paz e nos preparemos para as batalhas.

E, durante cada batalha, tiremos um minuto para respirar fundo e reviver os momentos de paz. Porque assim teremos as nossas forças renovadas, ao lembrar que, uma vez passada a luta, a paz haverá de retornar.

Enquanto a Vida existir, sempre haverá um amanhã. E o tempo sempre carregará para o ontem as nossas tristezas e as nossas dúvidas de hoje; como levará, também, as nossas alegrias e as nossas certezas.

Sempre existirá um amanhã. E, enquanto acreditarmos nesta verdade, seremos capazes de superar as noites mais escuras e os hojes mais difíceis que todos encontraremos, ao percorrer os nossos caminhos.

Que nos conduzem para a Mansão da Eternidade.


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/elargutierrez-elcondorpasa-em.mid


Link para música.

Link para vídeo

sexta-feira, 20 de março de 2020

FOLHAS E SEMENTES



A verdade é que não temos controle sobre a Vida.


E, muitas vezes, os ventos do destino nos carregam pelos ares, sem que possamos opor qualquer resistência; somos levados, sem saber até quando voaremos, ou aonde chegaremos.


Assim pode acontecer. São eventos imprevistos; acontecimentos que não aguardávamos e nos atingem de surpresa, levando-nos a caminhos onde não estava em nossos planos passar.


Nessas horas, podemos sentir-nos desamparados. Como se de nada adiantassem os nossos esforços e os nossos planos; como se uma simples rajada de vento mudasse a nossa vida.


E isto pode, realmente, acontecer. Qualquer um de nós pode ser arrastado por um turbilhão de acontecimentos; e carregado para muito longe, antes que, novamente, reencontre o chão.


Entretanto, o vento que arrasta as folhas é o mesmo que carrega as sementes; e diferentes serão os destinos de umas e das outras, durante o resto do tempo, quando passar o turbilhão.


Porque o vento não dura para sempre. E, quando passa, podemos novamente decidir os rumos que pretendemos seguir. É a nós mesmos, que cabe escolher se seremos folhas ou sementes.  

Lembremos, então, que a folha se deixa ficar, inerte e passiva, sobre o solo; e poderá ser carregada, por todos os vendavais que a atingirem. Jamais voltará a ter controle sobre si mesma.


Com a semente, porém, é diferente. Porque ela tem a vida em si; por isto, busca um pedacinho do chão, onde possa deitar as suas raízes. E, com a chuva e o sol, fortalece-se e germina.

Assim, conosco acontece. E eu vos repito: é apenas de nós que depende se seremos como as folhas, que renunciam à luta pelo crescimento; ou como as sementes, que reiniciam a sua vida.


Porque os ventos do destino sempre serão capazes de carregar-nos, quando menos esperarmos. Mas o lavrador prepara e semeia a terra, embora saiba que do clima depende a colheita.

Como o navegante sábio traça a nova rota, uma vez passado o temporal, podemos decidir os rumos que tomaremos, ao voltar ao solo, depois de sermos carregados pelos ventos do destino.


Sensato é o homem que não procede como as folhas, que se deixam ficar sobre o chão e secam com o tempo. Àquele que assim faz, como às folhas secas acontece, um dia a vida varrerá.

Sejamos, sim, como as sementes. Porque devemos sempre buscar o nosso espaço, para que possamos crescer e reconstruir as nossas vidas; assim, cultivaremos o nosso verdadeiro Eu.  

Que florescerá nos jardins da Eternidade.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_eddie_calvert_greenleaves_of_summer.mid

Link para música

Link para vídeo

Dedicado aos milhares de vítimas e milhões de pessoas que tiveram (e ainda terão) as suas vidas alteradas pela pandemia do Covid19.

sexta-feira, 13 de março de 2020

MOMENTOS FELIZES



Momentos existem, que se cristalizam no tempo.

Enquanto os vivemos, na maior parte das vezes nem percebemos como são especiais. E não percebemos, justamente, porque estamos muito ocupados em vivê-los; e nada mais importa.

Só quando o tempo passar, perceberemos o quanto nos marcaram; o quanto as suas lembranças permanecem em nós. Nem precisamos fechar os olhos, para reviver os seus detalhes.

Quando fala o coração, os ouvidos se ensurdecem para tudo o mais; quando nos entregamos aos sentimentos, esquecemos o mundo ao redor. Tudo que importa, está em nós mesmos.

Esses momentos felizes são eternos; porque neles nos entregamos ao nosso verdadeiro Eu. As nossas verdades afloram, nossos sonhos se realizam, nossa alma canta com o Universo.

Viver é sentir. Vida é sentimento, é emoção, é intensidade. A Vida não é um lago plácido e imutável. É como um rio: às vezes, calmo; em outras, caudaloso. Mas sempre seguindo em frente.

Felizes daqueles a quem é dado viver esses momentos! Porque são capazes de sentir, porque estão em sintonia com a Vida. E porque ninguém lhes poderá tomar essas doces lembranças.

Sim; há momentos assim. E cada um deles vale por uma vida; compensa horas de solidão, dias de desesperança, períodos de dor e descrença. Compensa, porque nos faz sentir vivos!

Porque viver é exatamente isto: estar vivo! De nada nos vale respirar e caminhar em frente, se não percebemos os aromas e as belezas do caminho; se nos limitamos a arrastar os pés.

Aprendamos a viver esses momentos! A reconhecê-los, quando surgem em nossa estrada, e a eles nos entregarmos plenamente. Não há foto que possa ter o mesmo encanto de uma recordação.

A vida é feita de momentos; como o oceano é formado por gotas, e o jardim é composto por flores e plantas. Aprendamos a aproveitar os nossos momentos e aprenderemos a viver.

Vivamos os nossos momentos felizes! Não importa se o tempo os levará, se as pessoas nos deixarão, se a felicidade não perdura. Nada dura para sempre, neste mundo em que andamos.

O que importa não é o tempo que se vive, mas como se vive; eu vos tenho dito. E, se olharmos ao nosso redor, perceberemos que esta é a verdade. De que vale uma vida longa e infeliz?

Como as palavras bem escritas são a atração de um bom livro, os momentos bem vividos compõem a sinfonia alegre de uma vida; e fazem valer a pena a jornada, curta ou longa que seja.

A vida é feita de momentos. Vivamos bem os nossos momentos! 


Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/john_barry(somewhere_in_time).mid

Link para música.

Link para vídeo. 

sexta-feira, 6 de março de 2020

ALEGRIAS E TRISTEZAS



É entre a chuva e o sol, que germina a semente.

Se lhe faltar uma, ou se lhe faltar o outro, não será o mesmo o seu florescer. Como também não o será, se receber demais de uma ou do outro. É o equilíbrio, que proporciona o pleno crescimento.

Assim também acontece, no solo fértil do nosso coração. É entre a chuva das lágrimas e o sol dos sorrisos, que desabrocham as sementes nele lançadas em cada uma das nossas jornadas.

É preciso que se alternem as tristezas e as alegrias, para que possa ocorrer o nosso crescimento. E é por isto que ninguém, em sã consciência, pode chorar ou sorrir todo o tempo.

Sim; é preciso que, durante cada caminhada, encontremos a tristeza e a alegria. Como alguém conheceria a luz do sol, se sempre fosse noite? Ou a beleza da lua, se sempre fosse dia?

Chuva e sol; cada um tem o seu encanto e a sua utilidade. Abençoais a garoa, que vos refresca o corpo quando escalda o calor. E agradeceis ao sol, que seca as vossas roupas molhadas.

A mesma coisa acontece com o dia e a noite. Necessitais de um, para realizardes vossos trabalhos; e da outra, para terdes o repouso. E, se é belo o amanhecer, também o é o crepúsculo.

Procurais, quase sempre, a companhia; outras vezes, porém, buscais a solidão. Enquanto uma vos diverte e faz passar o tempo, é à outra que preferis, quando sentis a necessidade de pensar.

Precisais trafegar entre os extremos, para encontrar o equilíbrio. E, se cada coisa tem o seu momento, a sua utilidade em vosso caminho, porque seria diferente, entre alegria e tristeza?

Deixai que eu vos diga: não há porque temerdes ou lamentardes os vossos momentos de tristeza; eles, decerto, virão a vós. E cada um será esquecido, quando vier a próxima alegria.

É assim que é. E a sabedoria não está em negardes a tristeza, que sempre vos ensina algo; mas em não a guardardes convosco. Deitai-a logo fora, conservando só a lição que aprendestes.

Porque, ao longo de todo este tempo, eu vos tenho dito: não há como escolherdes entre alegrias e tristezas; como, tampouco, podeis escolher entre o sol e a chuva, ou entre o dia e a noite.

Ambas, sempre,  surgirão em vosso caminho. E a verdade é que necessitais delas, para que possam germinar as sementes que trouxestes em vosso coração, para florirem nesta nova jornada.

Acostumai-vos a esta ideia: não podeis negar-vos às tristezas, sem também negar-vos às alegrias. Para que possais prosseguir em vosso aprendizado, a ambas precisareis conhecer.

Mas vos cabe escolher qual preferis que siga a vosso lado.

Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/richardclayderman_feelings.mid

Link para Música.

Link para Vídeo. (LINDO!)

Quero agradecer, pela preocupação demonstrada com o post da semana passada; e dizer que, embora alegrias e tristezas realmente se alternem, eu estou muito bem, graças a Deus. Esta foto, tirada no Douro (e após um bom Vinho do Porto), tira todas as dúvidas. :).  Meu abraço, obrigado!  

Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Real Time Web Analytics Clicky