O APRENDIZADO DA PAZ
E não na satisfação dos vossos maiores desejos, mas nas pequeninas coisas do dia a dia. Na vossa capacidade de perdoar aos vossos irmãos e tolerar os seus pequenos deslizes.
Na compreensão, está a raiz da tolerância; e no amor se esconde o segredo da compreensão. Aquele que é capaz de amar aos seus semelhantes, em si mesmo encontrará a paz
E se o homem estiver em paz consigo mesmo, em paz estará com todos os outros. Aos seus ouvidos não chegarão as trombetas da guerra, que apenas refletem o desassossego daquele que se perdeu de si próprio.
Pois, assim como o mar não afundará o navio, sem que bravias estejam as suas ondas, não vos é dado ofender aos que vos cercam, sem antes ofender ao vosso verdadeiro Eu.
Em verdade, é do medo que nasce a vossa insegurança; e dela nasce o orgulho, que vos roubará a paz. Pois aquele que melhor do que os outros se julga, não percebe que só o seria se melhor do que eles agisse.
Como no fluir tranquilo das águas está a mansa canção do regato, é na compreensão da Vida que encontrareis a paz. Porque aquele que em si mesmo percebe a Força do Universo, sabe que não existe razão para inquietar-se.
Necessitais vencer o orgulho, para encontrar a paz. E isto é algo que devereis fazer todos os dias. Pois ninguém caminha sobre a Terra, a quem não agrade a idéia de ser melhor que os seus semelhantes.
Entretanto, aquele que se acredita infalível e se nega a ouvir as idéias de outrem é como a besta, a quem os antolhos só permitem discernir um único caminho, como se nenhum outro existisse.
Lembrai-vos, sempre, de que a flor mais bela é a primeira a ser colhida. E, ao escolher a rês para o sanguinário abate, decerto o fazendeiro apontará aquela que entre as outras se destaque.
Como o carvalho, tão admirado pelo majestoso porte, é alvo constante dos perigosos relâmpagos, enquanto a grama humilde aos poucos ocupa todo o campo.
Abandonai o vosso orgulho. Pois, antes de exibir a sua altura e a sua beleza, sabe a árvore que necessita fortalecer as suas raízes, para que o peso dos ramos e frutos não a faça tombar.
Guardai-vos, pois, de aguardar que os vossos irmãos satisfaçam os vossos desejos; ou de deles exigir o respeito que não lhes demonstrais. Cuidai, antes, de atender aos seus pedidos e oferecer o mesmo respeito que esperais receber.
Cultivai, em vós, a humildade e a tolerância; para que não venham as nuvens sombrias do orgulho e da inquietude a interpor-se entre o sol do conhecimento e o vosso verdadeiro Eu.