O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

quinta-feira, 26 de março de 2009

O GRITO E A CANÇÃO

Não vos é dado controlar os fatos da vida. Mas as vossas reações definirão o futuro, que no presente começais a construir.

Cerrai os vossos lábios, para que deles não brote o grito da derrota. Buscai, antes, entoar a canção da esperança, que vos revigora o coração.

Pombos e estátuas existem. E mais sábio é voar, ainda que com asas partidas, do que permanecer na lama do caminho.

Sede como a fênix, que das próprias cinzas renasce. Pois, se permitirdes que o vento as espalhe, nem a vossa lembrança deixareis neste mundo.

Porque o caminho não é vencido por aqueles que se detêm, mas pelos que o percorrem, ainda que por vezes sejam trôpegos os seus passos.

A tristeza não permanece, senão nos corações que se permitem sufocar sob o peso das suas raízes.

E a alegria é como a luz do sol, para o vosso verdadeiro Eu: se abertas estiverem as vossas janelas, maior será o seu esplendor.

Recordai, sempre, que o desespero é a noite mais escura. Porque nele não reluzem as estrelas dos sonhos, nem se faz notada a luz do amanhã.

Afastai, pois, as vossas mãos de sobre os olhos.

Para que possais enxergar os novos caminhos que vos oferece o Universo.

Mais uma postagem sugerida pelas excelentes fotos do site 1000 Imagens.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O CAMINHO E O CONHECIMENTO

Pelos caminhos do meu ser, passa o vento das lembranças.

Passeia entre as árvores, que plantei ao longo dos anos. E assobia, brincalhão, entre as flores dos meus sonhos. Como a me fazer recordar que, caídas ou não, as flores enfeitam os nossos caminhos.

Adiante de mim, caminham as minhas esperanças. E brincam, alegres, até alcançar a próxima curva; onde talvez as esperem novas desilusões.

Este, eu bem sei, é o encanto da jornada. Pois, sem as desilusões, não saberíamos valorizar as nossas esperanças. E, se nos fosse dado conhecer o fim do caminho, talvez dele não esperássemos tanto.

É no mistério, que está o encanto. Pois, ao olhar o céu estrelado, perde-se o viajante a apreciar figuras que a sua imaginação desenha, no escuro do firmamento.

Em verdade, eis que não sabemos lidar com o presente. Por isto, ressuscitamos as recordações do passado; ou projetamos no futuro os nossos desejos.

Enganamos a nós mesmos, com a névoa do tempo. Nela, minimizamos as lágrimas que no passado derramamos; como exageramos os sorrisos que no futuro esperamos encontrar.

Eu vos tenho dito que o tempo não marca a nossa vida; serve, apenas, para organizar as nossas lembranças. E para que sempre nos reste a esperança de um amanhã melhor.

Entretanto, é no presente que vivemos. É nele que escorrem as nossas lágrimas, ou ecoam os nossos sorrisos. E não conhecerá a felicidade, aquele que não a buscar em todos os instantes da sua vida.

Pois a felicidade não é uma dádiva, mas uma conquista. Como o sofrimento não é um castigo, mas o preço a pagar pelo aprendizado. Porque na raiz de cada erro existe o desconhecimento.

É apenas na consequência, que o homem percebe o seu erro. E, assim como precisamos juntar os tijolos que formam as nossas casas, assim também precisaremos acumular os nossos erros; ainda que sob o seu peso se verguem as nossas costas.

Juntos, os erros e acertos formarão o muro do Conhecimento. E outro não é o objetivo do nosso caminho.

Pois só ele nos pode proteger do sofrimento.

A bela foto é do site 1000 Imagens.

sexta-feira, 13 de março de 2009

A FESTA E A VIDA

Um dia, a festa acabará.

Que não vos abandone, entretanto, a alegria. Pois cada fim vos oferece a oportunidade de um novo começo; como o cair da noite traz em si a certeza de um novo dia.

Conservai, sim, a esperança em vós. Porque não vedes o mundo, senão com os vossos olhos; e mais fácil vos será o caminho, se o banhardes em luz.

Em verdade, o desânimo é a treva mais densa que podeis criar para vós. Nele se perde o vosso verdadeiro Eu, cujos olhos vos tornam capazes de enxergar o Universo.

Por isto, não é com os desencantos do idoso que devereis olhar a festa que se encerra; mas com a esperança da criança, que sempre acredita em um amanhã melhor. E aguarda que a manhã seguinte lhe traga novamente a alegria.

E não é sofrendo, que melhor ocupareis o vosso tempo entre uma e outra festa. Mas limpando o vosso coração, para que a próxima festa o possa encontrar livre dos restos deixados pela anterior.

Esmiuçai, cuidadosamente, cada canto. Varrei para longe as ilusões descartadas, ainda que preciseis recorrer à água do pranto, para afastá-las de vós. E encontrai nas boas lembranças as luzes que vencerão as sombras da amargura, acaso deixada em vós.

Conservai no palco os vossos instrumentos. Eles voltarão a tocar, porque a Vida é a música que anima o Universo. E voltareis a pendurar os coloridos balões dos vossos sonhos, tão logo sejais capazes de ouvi-la novamente.

Então, voltareis a deslizar pelo salão.

E mais uma vez o som da música vos encantará.
A magnífica foto é de Hilton Pozza, no site 1.000 Imagens.
E fez nascer em mim a idéia deste post.


UPGRADE, EM 17/03/2009:
A Phaty nos agraciou com este belo presente, que recebeu de outra boa amiga, a Sra._Dona_Urtigão. De coração agradeço, Phaty, e peço licença para dividí-lo com os amigos e as amigas que ornam o nosso oásis e a nossa vida.



sexta-feira, 6 de março de 2009

O OCEANO E O TEMPO

Fazei, às vossas esperanças, como fazeis às vossas plantas.

Pois a umas e outras precisais enterrar bem fundo as raízes, para que não as arranque o primeiro vento de inverno, ou o primeiro desencanto. E do vosso cuidado dependerá que belas flores possam surgir dos tímidos botões.

Comportai-vos, na vida, como no oceano se comporta o barqueiro prudente.

Que tem a humildade de ancorar o seu barco, na noite escura, até que volte o sol a iluminar a sua rota; enquanto o insensato desafia as vagas do destino, durante a escuridão da noite tempestuosa.

Porque o grande general não é aquele que luta todas as batalhas, mas o que melhor se posiciona com as armas de que pode dispor. E melhor vos saberá o fruto suculento de amanhã, do que o hoje prematuramente colhido.

Não é o tempo que rege as vossas vidas. A escolha é um direito que recebeis do Universo.

Entretanto, se é vossa a escolha, vossa é a responsabilidade por tudo aquilo que ela vos possa trazer. E, se não vos é possível comandar o tempo, bem podeis utilizá-lo a vosso favor.

Aprendei, portanto, a vencer a urgência que vos domina. Pois o sol retorna em todos os dias; como a onda, que agora vos afasta do porto, é a mesma que a ele vos levará, tão logo se altere a maré.

Eis que vos escravizais ao tempo, desde que aprendestes a marcar a sua passagem. E o relógio, que deveria tornar mais fácil a vossa vida, tornou-se o vosso senhor. Como o amor, que vos deveria trazer a felicidade, é a causa dos vossos piores sofrimentos.

Entretanto, não é das horas que sois escravos; mas dos vossos hábitos. Como não é o Amor que vos faz sofrer, mas as imperfeições que existem em vós. E sufocam o Amor, que vos libertaria, no egoísmo que vos aprisiona.

É assim que sois. Para vós, o medo de sofrer é doloroso como o próprio sofrimento; e tanto vos angustiais com o temor da partida, que não vos é dado desfrutar das alegrias da estada. Embora de nada possam valer as vossas angústias, diante do sofrimento e da partida.

Aprendei, portanto, que a Vida é como um oceano. E nada vos cabe, senão dirigir o vosso barco da melhor forma que vos for possível. Porque não podeis deixar de fazer-vos ao mar, ou enfunar as vossas velas, por temer as intempéries que decerto cruzarão a vossa rota.

Lembrai-vos, entretanto, que é inútil reclamar da tempestade que vos alcança. Cuidai, sim, de recolher as vossas velas, antes que as arrebate o vento furioso; é assim que elas vos poderão servir, amanhã.

À brisa suave de um novo dia.

segunda-feira, 2 de março de 2009

DE TRISTEZAS E ALEGRIAS

Retorno, como vos prometi.

E não no sopro do vento, nem sob outras vestes, nem através de uma nova voz. Embora fosse esta, talvez, a minha vontade, eis que ao descanso ainda não me convocou o Universo.

Como o sândalo lacerado oferece ao vento o seu perfume, aos vossos carinhosos ouvidos trago novamente as minhas palavras. E não vos falarei de sofrimento, pois não me cabe plantar amargas sementes no solo amigo e fértil de vossos corações.

Deixai, apenas, que mais uma vez vos alerte para que saibais desfrutar de vossos momentos felizes. Pois, quando vos buscar a tristeza, são as lembranças alegres que vos confortarão, para que possais superá-la. E, ainda que as lágrimas vos banhem as faces, em vossos lábios bailará um sorriso.

Porque não podeis vencer o rio do tempo. E as suas águas não trazem apenas o colorido dos peixes, mas também os troncos ocultos que ferem e magoam.

Entretanto, é em vós que residem a magia e a força do Universo. Se delas souberdes dispor, leve não se tornará o vosso fardo, mas encontrareis a força para transportá-lo.

E é certo que necessitareis carregá-lo, até o último centímetro de cada um dos vossos caminhos. E aqueles que vos cercam não vos poderão ajudar, senão com o incentivo do seu carinho.

Eis que cada rio tem o seu próprio leito; entretanto as suas águas se juntam, para que sejam formados os oceanos. E, embora cada flor tombe por sua vez, é juntas que fertilizarão o terreno, para que mais belo se torne o jardim.

Assim ocorre aos nossos caminhos, que seguem paralelos até que se possam encontrar no Universo. E não nos é dado interferir nos caminhos alheios; pois não podemos chorar senão as nossas próprias lágrimas, nem sorrir senão os nossos próprios sorrisos, por mais caro que seja alguém ao nosso coração.

É justo que assim seja, pois a cada um assiste o direito ao crescimento. E ninguém aprende senão com a própria experiência, como a planta apenas se alimenta através de suas próprias raízes.

O escuro da noite, que nos impede a visão, é o mesmo que faz atentar para a beleza do luar e traz o descanso aos nossos corpos fatigados. Como o rio caudaloso, que nos impede a passagem, é a fonte dos peixes que nos alimentam.

Deixai que mais uma vez me assente entre vós, e seque ao vosso carinho as lágrimas que ainda me correm pelas faces. Busquemos juntos a alegria, pois a tristeza decerto virá ao nosso encontro.

Porque assim é a vida. E muitas vezes um tropeço nos é necessário, para que possamos descobrir um novo caminho.

Como é preciso vencer a barreira dos espinhos, para conhecer a suavidade da rosa...

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