O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A ESSÊNCIA E A VERDADE

Tempo houve, em que busquei a Verdade.

Por ela, subi ao topo das minhas mais altas montanhas e desci às mais profundas depressões dos meus oceanos. Caminhei sob sol e lua, freqüentei os mais diversos templos e busquei as palavras dos homens mais santos.

Entretanto, não a consegui encontrar.

Pois a Verdade é como a luz, que ilumina os nossos caminhos; e não como a lanterna, que apagada de nada nos vale. Não a encontraremos nas palavras de outrem, nem pelos caminhos do mundo.

Porque cada um fala apenas das suas próprias verdades; como canta os seus próprios amores, e chora as suas próprias tristezas. E, como os amores e as tristezas, as verdades são diferentes, para cada um de nós.

Não é sábio aquele que vos tenta ensinar as suas verdades. E sim o homem que apenas vos fala das suas idéias e experiências, para que possais encontrar as vossas próprias verdades.

Pois, assim como a tâmara não adoça senão a boca onde se encontra, não pode a Verdade penetrar em vossos corações, de onde deve nascer; para isto, o fertilizam os vossos sorrisos e as vossas lágrimas.

Eu vos digo, portanto, que em cada um de vós muitas verdades existem. E que, assim como as estrelas no céu noturno, é a reunião dessas verdades que forma a vossa essência.

E vos digo também, que não são fixas as vossas verdades. E, como as estrelas, cintilam ou se apagam, ao sabor das nuvens que os ventos do destino trazem à vossa caminhada.

Eis que vos apraz imaginar como imutável a vossa essência. E, entretanto, mudamos a cada dia; assim o quer o Universo, para que a Ele nos possamos reunir.

Pois é na mudança que reside a semente da evolução. E, como não pode a planta abandonar o solo onde se encontram as suas raízes, ninguém mudará se não mudarem as suas verdades.

Buscai, pois, o vosso verdadeiro Eu. É na sua voz, que conhecereis as vossas necessidades; que podereis descobrir as vossas carências e o que vos sobra, para que aos vossos irmãos possais distribuir.

Buscai a vossa essência.

E a Verdade vos encontrará.

Contra a minha vontade, precisei ausentar-me por algum tempo.
É com alegria e saudade, que retorno ao nosso oásis.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O AMOR E OS SONHOS

É como asas, que deveis receber o amor; para que ao Universo vos conduzam. Sem o transformar em grilhões, que a outro vos acorrentem.

O amor não está nos olhos, mas no olhar. Nem na criança, mas na pureza; nem na rosa, mas no seu delicado aroma.

Pois os olhos, a criança e a rosa são apenas a representação material de belos sonhos. E assim também acontece à pessoa amada, em quem buscais corporificar o amor que existe em vós.

Porque vos acostumastes a depender dos sentidos do corpo, limitando a percepção do Infinito, que pertence ao vosso verdadeiro Eu.

No toque de vossos corpos, buscais a companhia que só encontrareis na comunhão entre as almas. Pois não é na acha de lenha que se oculta o calor, mas no fogo que a consome.

E vos assemelhais ao homem que se concentra no fruto apetitoso, esquecido da árvore que o provê. Ou àquele que deseja, em uma única estrela, descobrir todo o brilho do céu noturno.

Assim agindo, fazeis nascer a vossa própria infelicidade.

Pois ninguém existe, que possa rivalizar com um sonho. No sonho, podeis encontrar a perfeição; enquanto o ser humano apenas consegue dar um pouco de si mesmo, com todas as suas imperfeições.

Porém, não é com o sonho que ireis conviver. Não será ele a beijar os vossos lábios, a acolher o vosso corpo; a repartir os vossos pensamentos e conhecer as vossas próprias imperfeições.

Eu vos tenho dito, e repito, que ninguém pode chorar senão as próprias lágrimas; ou sorrir senão os próprios sorrisos. Porém, aquele que vos ama buscará secar as vossas lágrimas; e multiplicar os vossos sorrisos.

Entretanto, ninguém existe que possa amar em todas as horas. Como a felicidade e a tristeza, o amor é um estado de espírito; e, por assim ser, não se pode pretender a sua presença em todas as horas do dia.

Sábio, portanto, não é o que lamenta a ausência temporária do amor; mas aquele que escancara as janelas do coração, para festejar o seu retorno. E a ele se entrega, sem temer uma nova partida.

Pois, assim como a escuridão vos envolve quando cerrais os vossos olhos, o temor antecipa o sofrimento e afasta de vós todo o encanto que no presente poderíeis desfrutar.

Esquecei os vossos temores e vivei os vossos sonhos. É assim que podereis viver o vosso amor, que talvez não seja eterno.

Mas vos levará ao coração do Universo.
UPGRADE, EM 11/04/2009: Obrigado pelos votos e pelo carinho.
FELIZ PÁSCOA, amigos!

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