A CANÇÃO DO FIM
Assim acontece, na
natureza e no mundo que conheceis. A semente germina, a planta nasce,
cresce, desenvolve-se e um dia, simplesmente, fenece e morre. Como os homens.
Um dia, a infância
termina; vai-se a inocência, e vêm os desejos ainda imprecisos da
adolescência. Que findará, por sua vez, quando a maturidade vos trouxer novos
anseios.
O deserto, que em sua aridez hoje vos assusta, talvez tenha sido um mar ou um lago, em
cujas margens a vegetação florescia. O rio, cujas águas outrora corriam, é hoje
a vala seca.
A flor, colhida pela
mão enamorada, já foi o presente a adornar os cabelos da amada; hoje, murcha e
descorada pelo passar dos anos, jaz morta entre as folhas do caderno esquecido.
Sonhos... quantos
tivestes, ao longo das vossas vidas? E todos, um dia, chegaram ao fim.
Tornaram-se desilusões sentidas; ou, realizados, não foram tão belos quanto
sonhastes.
Aos poucos, a
escuridão da noite se dissolve nos raios do sol que traz um novo dia; ao cair
da tarde, é o sol que se retira, para que a lua e as estrelas voltem a enfeitar o céu.
(O alvorecer e o crepúsculo mexem com a vossa imaginação e despertam a vossa
sensibilidade. Belos e limitados que são, precisam ser gozados em cada
momento.).
E este é a ciência da
Vida: aproveitar o que ela vos oferece. Porque um dia virá o fim; e não vos adiantará lastimar todo o tempo que perdestes, quando o poderíeis ter
vivido.
Não vos deveis
iludir. A nada imaginai eterno, porque tudo chega ao seu final. E,
quando menos esperardes, a voz do Universo vos convocará à partida de tudo que
conheceis.
Tende presente esta
verdade e melhor vivereis cada um dos vossos instantes. Porque não
deveis temer a vossa mortalidade, mas viver cada momento que o tempo vos
conceder.
Tudo chega, inexoravelmente, ao fim. Assim são as vossas alegrias e as vossas
tristezas, os vossos amores e as vossas ânsias, as vossas certezas e as vossas
interrogações.
Não vos entristeçais,
porém, com esta certeza; porque de nada vos adiantaria desprezar os encantos
da viagem, preocupados com o momento em que chegareis ao seu final.
Não vos deveis
iludir: tudo termina um dia. E de nada vos adianta querer
conservar ao vosso lado tudo aquilo que julgais possuir. A vossa própria jornada chegará ao fim.
Entretanto, folhas e flores que caem no outono renascem na primavera; sonhos mortos são substituídos, rios voltam a correr com as chuvas, amores e amizades vêm e vão.
Bebês chegam a este mundo, idosos o deixam; o sorriso renasce e as lágrimas secam. A calmaria uma hora cessa; o vento volta a soprar e a Vida prossegue na Eternidade.
Pois cada fim é um novo começo.
Entretanto, folhas e flores que caem no outono renascem na primavera; sonhos mortos são substituídos, rios voltam a correr com as chuvas, amores e amizades vêm e vão.
Bebês chegam a este mundo, idosos o deixam; o sorriso renasce e as lágrimas secam. A calmaria uma hora cessa; o vento volta a soprar e a Vida prossegue na Eternidade.
Pois cada fim é um novo começo.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/adagio.mid